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Suínos

Último trimestre do ano inicia com preço do suíno estável e custos de produção em viés de alta

Veja um panorama completo do mercado de suínos em outubro.

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Foto: Shutterstock

A escalada das cotações do suíno no Brasil, iniciada em junho atingiu o platô em setembro e vai se mantendo em patamar muito similar em outubro (gráfico1). Já o boi gordo, em setembro, experimentou um crescimento bastante significativo nos preços, intensificado no mês presente, com a arroba se aproximando dos 300 reais em São Paulo (gráfico 2).

Gráfico 1. Indicador suíno vivo – CEPEA/ESALQ (R$/kg) em SP, MG, PR, SC e RS, mensal, nos último 12 meses. Média de outubro/24 até dia 16/10/2024 (cotação indicada no gráfico).

Gráfico 2. Indicador boi gordo – CEPEA/B3 (R$/@) em SP, mensal, nos último 24 meses. Média de outubro/24 até dia 16/10/2024 (cotação indicada no gráfico).
Fonte: Cepea

Esta estabilidade do preço do porco, aliada ao aumento do boi, está determinando uma maior competitividade da carne suína, com as cotações das duas proteínas novamente se descolando (tabela 1), o que pode abrir espaço para novo ciclo de alta do suíno, justamente quando se aproximam os festejos de final de ano, época de maior demanda para esta proteína.

Sem dúvida, um dos fatores de sustentação do preço do suíno continua sendo a exportação. Pelo terceiro mês consecutivo os embarques de carne suína in natura ultrapassaram a marca de 100 mil toneladas e, no somatório de janeiro a setembro de 2024, os volumes superam em 5,4% o mesmo período do ano passado (tabela 2).

Tabela 1. Spread em porcento (R$/kg de carcaça) do boi em relação ao suíno, e do suíno em relação ao frango resfriado em São Paulo em 2021, 2022, 2023 e de janeiro a outubro de 2024.
Dados de outubro/24 até dia 15/10.
Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados do Cepea

Analisando os destinos de nossa carne suína in natura, no acumulado do ano, a China continua sendo o maior comprador (tabela 3), porém, desde julho, as Filipinas se tornaram o principal destino no mês, sendo que em setembro o mercado filipino representou quase 24% dos embarques, contra 14% do gigante asiático (tabela 4).

Tabela 2. Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023 e 2024 e comparativo percentual de 2024 (de janeiro a setembro) com o mesmo período do ano passado.
Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Com média diária embarcada de 4,5 mil toneladas (por dia útil) até o último dia 11, segundo dados preliminares da SECEX, tudo indica que o mês de outubro fechará novamente com mais de 100 mil toneladas, encaminhando para encerrar 2024 com mais um recorde histórico de exportação e, quem sabe, assumir a terceira colocação no ranking mundial deste quesito, ultrapassando o Canadá.

Atraso das chuvas pressiona as cotações do milho

A região centro-oeste passou por uma estiagem mais prolongada que o normal este ano. Muitas localidades estão com o plantio da primeira safra bastante atrasado. Ainda assim, tanto a CONAB, quanto alguns analistas privados afirmam que é cedo para estimar um comprometimento significativo tanto da sara verão (primeira) quanto da segunda safra (safrinha). A CONAB publicou o primeiro levantamento de safra 2024/25, no último dia 15 e trouxe uma expectativa de aumento de quase 3 milhões de toneladas na produção total de milho em relação a safra 2023/24 (tabela 5).

Tabela 5. Balanço de oferta e demanda de milho no Brasil (em mil toneladas). Publicado em 15/10/24, sendo estoque final estimado para 31/01.
Fonte: Conab

A grande preocupação é o fato de que ano a ano tem reduzido a produção de milho na safra verão, concentrada principalmente nos estados do sul. Para este ano a CONAB estima pouco mais de 22 milhões de toneladas de milho na primeira safra (menos de 20% do total). Isto determina um hiato de oferta do cereal entre a primeira e a segunda da safra, que é plantada na metade final do período chuvoso. Com o atraso do plantio da safra verão, a janela ideal de plantio da segunda safra fica reduzida, aumentando o risco de quebra.

Segundo o MBagro, o plantio do milho da primeira safra mantém bom ritmo; no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina os valores estão acima da média e do ano anterior; no Paraná o avanço da semeadura está alinhado com a média dos últimos anos, embora um pouco abaixo de 2023. Ainda, segundo o MBagro, no Mato Grosso o plantio está semelhante a safra 2020/21, que foi uma safra problemática no estado. Na média o MT, planta 60% de sua área até final do mês ou início de novembro. Esse é um bom indicador a ser acompanhado. A consultoria afirma que ainda não é possível cravar que a safrinha de milho fique fora do calendário normal de plantio.

Diante da incerteza climática, o milho apresentou alta de preço significativa no mercado interno (gráficos 3 e 4), indicando que seguirá pressionado até a colheita da safrinha. A continuidade da colheita nos EUA, que já ultrapassou 50% da área, e a perspectiva de melhores chuvas na América do Sul devem favorecer a queda dos preços em Chicago. No Brasil, o monitoramento das chuvas efetivas ganha importância. É preciso que o plantio da soja avance para que o milho safrinha 2025 não seja afetado.

Gráfico 3. Preço do milho (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 6 meses, até dia 16/10/24.

Gráfico 4. Preço do milho (R$/SC 60kg) em CAMPINAS-SP, nos últimos 30 dias úteis, até dia 16/10/24. Fonte: Cepea

Como consequência óbvia desta alta do milho, também o custo de produção de suínos subiu em todo o Brasil nos últimos meses, mas as margens continuam relativamente boas (tabela 6), pois a relação de troca do suíno com os principais insumos ainda é uma das mais altas dos últimos tempos (gráfico 7).

Tabela 6. Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido) e em Goiás e Minas Gerais (trimestral), em 2023 e 2024 (até setembro). *ND = não divulgado – Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço suíno do Sul e MG) e Coopersag (preço suíno em Goiás).

Gráfico 5. Relação de troca suíno : mix milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de novembro/21 a outubro/24.
Média de outubro/24 até dia 15/10
Composição do mix: para cada quilograma de mix são 740g de milho e 260g de farelo de soja por quilograma de MIX
Elaborado por Iuri P. Machado com dados do Cepea – preços estado de São Paulo

Considerações finais

Com o mercado de venda de suínos relativamente ajustado e preços estáveis, as atenções se voltam para o clima e o plantio da safra brasileira. Apesar do atraso das chuvas a primeira safra, tanto de soja quanto de milho, deve transcorrer com certa normalidade, porém, o risco da segunda safra, de onde deve vir mais de 80% da produção estimada de milho do período 2024/25 aumenta à medida que algumas regiões atrasam o plantio da safra verão, especialmente nos estados do centro-oeste. Por outro lado, a subida recente das cotações do boi gordo abre espaço para a tão esperada alta do preço suíno no final do ano. Nas próximas semanas o suinocultor manterá um olho no boi e outro no céu!

Fonte: Assessoria ABCS

Suínos

ABCS integra compromisso coletivo para erradicar Peste Suína Clássica na zona não livre

Setor suinícola brasileiro reconhece que a doença limita o desenvolvimento da suinocultura nos 11 estados que compõem a ZnL.

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Foto: Divulgação/ABCS

As principais instituições que representam a suinocultura nacional participaram, na últiam terça-feira (15), de uma reunião estratégica no Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária (DAS/Mapa), relatando a importância do retorno da vacinação contra a Peste Suína Clássica (PSC) na zona não livre (ZnL) visando a erradicação desta doença no país. Estiveram presentes a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira de Estudos de Suínos (Abegs), a Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), além da Embrapa Suínos e Aves.

O setor suinícola brasileiro, reconhece que a PSC limita o desenvolvimento da suinocultura nos 11 estados que compõem a ZnL, e alinhado junto ao MAPA verificam a necessidade destas regiões se desenvolverem. Para isso, quebrar o ciclo da doença é de fundamental importância, com a retomada da vacinação contra a PSC na ZnL como uma medida essencial para assegurar a sanidade do rebanho da região norte e nordeste, promovendo o desenvolvimento social e a manutenção do mercado nacional e internacional. Durante o encontro, foi ressaltado que o retorno da vacinação e a realização de estudos soroepidemiológicos são passos fundamentais no avanço do Plano Estratégico “Brasil Livre de PSC”.

Segundo Marcelo Lopes, presidente da ABCS, “Os suinocultores da zona não livre enfrentam desafios únicos e, para que possamos garantir a continuidade e o desenvolvimento dessas propriedades, é crucial que avancemos nas ações de controle e erradicação da doença. O retorno da vacinação, aliado a um monitoramento eficiente, representa um passo vital para proteger os produtores, as suas famílias e as suas comunidades, assegurando que possam continuar produzindo com segurança e contribuindo para o crescimento do setor.”

Número de propriedades rurais, rebanho de suínos e população dos 11 estados que compõem a Zona não Livre de PSC

Fonte: PPM IBGE e Censo Demográfico IBGE (2022).

As instituições presentes destacaram que estão plenamente comprometidas em apoiar todas as ações propostas pelo Mapa para erradicar a PSC, reconhecendo a gravidade da doença e os impactos econômicos que os focos causam. Representantes da ABCS, ABPA, Abegs, Abraves, CNA e Embrapa Suínos e Aves expressaram sua confiança no sucesso dessas medidas, que incluem:

  • Estudos soroepidemiológicos para delimitar áreas de risco e de priorização da vacinação;
  • Implementação da vacinação em regiões prioritárias da ZnL, como no Piauí e Ceará, que registraram focos da doença entre 2018 e 2024;
  • Reconhecimento de novos estados como livres de PSC, simbolizando o avanço da Zona Livre da doença.

Essas ações visam ter o real diagnóstico da situação na ZnL, bem como implementar o plano de vacinação e avançar com Zonas Livres da doença, desenvolvendo o segmento da suinocultura, principalmente em regiões que tem se consagrado na produção de grãos como o Matopiba.

Importância da união de esforços

A sinergia entre o setor privado e as instituições de pesquisa, aliada ao trabalho conjunto com o Mapa, fortalece o compromisso do Brasil em manter seu status sanitário e continuar avançando como um dos maiores produtores e exportadores de carne suína no mundo. Com mais de 5,2 milhões de toneladas produzidas em 2023, hoje o Brasil é o 4º maior produtor e exportador de carne suína mundial. Entre 2015 e 2023, o setor cresceu significativamente, com um aumento de 54,4% na produção doméstica e uma expansão de 130,3% nas exportações. Em 2023, a suinocultura movimentou R$ 371,6 bilhões, gerando aproximadamente 151 mil empregos diretos e mais de 1,1 milhão de empregos indiretos, com uma massa salarial superior a R$ 6,2 bilhões.

Fonte: Retrato da Suinocultura (ABCS, 2024)

Portanto, a união de esforços entre essas instituições e o Mapa simboliza um grande passo rumo à erradicação da PSC e à manutenção dos mercados nacional e internacional, e o desenvolvimento do segmento da suinocultura em todo o Brasil. Saiba mais sobre a PSC aqui.

Fonte: Assessoria ABCS
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Suínos Congresso O Presente Rural

Focada no produtor rural, programação técnica facilita compreensão e aplicação dos conhecimentos nas práticas diárias do campo

Dedicado e focado no produtor rural, o evento se consolidou como um espaço para a troca de conhecimentos e a promoção de práticas inovadoras no agronegócio brasileiro.

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Foto: Jaqueline Galvão/OP Rural

Com a presença de 800 produtores rurais e profissionais do setor, além de centenas de espectadores que acompanharam a programação online, o Congresso de Suinocultores e Avicultores O Presente Rural, realizado em meados de junho, se firmou como uma plataforma indispensável para o desenvolvimento dos segmentos avícola e suinícola. Dedicado e focado no produtor rural, o evento se consolidou como um espaço para a troca de conhecimentos e a promoção de práticas inovadoras no agronegócio brasileiro.

Dedicado à suinocultura, o primeiro dia do evento abordou os desafios atuais, perspectivas de mercado, a importância do bem-estar animal e da biosseguridade nas granjas, contando entre os palestrantes os presidentes da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, e da Frimesa Cooperativa Central, Elias Zydek. A programação técnica do evento contou com o trabalho da médica-veterinária, mestra em Zootecnia e gerente de Suprimento Suíno da Frimesa, Luana Torres da Rocha, como uma das coordenadoras.

Segundo a profissional, a escolha dos temas abordados no congresso foi cuidadosamente pensada com base nos desafios enfrentados pelos produtores. Ela enfatizou a importância da capacitação em sanidade e bem-estar animal, destacando que ambos são interdependentes. “É impossível garantir o bem-estar animal sem condições sanitárias adequadas e vice-versa”,  expôs.

Os produtores presentes no congresso tiveram a oportunidade de se aprofundar nos principais desafios do setor e discutir soluções em tempo real com os palestrantes e outros participantes. Luana destacou a importância dessa interação para a tomada de decisões estratégicas, especialmente no manejo diário das granjas, como a avaliação de suínos enfermos, o uso correto de antibióticos e os indicadores de bem-estar animal.

A médica-veterinária também ressaltou a importância do congresso para a capacitação dos novos produtores do setor, afirmando que o evento oferece uma linguagem didática que facilita a compreensão e aplicação dos conhecimentos no dia a dia.

A gerente de Suprimento Suíno da Frimesa evidencia que o congresso teve um impacto positivo na adoção de novas tecnologias e práticas sustentáveis pelos produtores. “Apesar de amplamente difundido, o conceito de sustentabilidade poucas vezes é repassado diretamente ao produtor de maneira clara. O congresso apresentou esse conceito de forma acessível, incluindo temas relacionados à produção sustentável”, disse Luana.

“Foi um dia pensado de maneira a agregar valor sem prejudicar as atividades diárias” – Foto: Divulgação

Outro ponto alto do evento foi a facilitação da troca de experiências entre produtores, equipes de fomento das cooperativas Frimesa, Lar, Copagril, C.Vale, Primato e Copacol, além de empresas do setor. “O congresso propicia um ambiente onde produtores, técnicos e empresas podem se encontrar, trocar experiências e realizar benchmarking”, destacou.

Os feedbacks dos produtores após o evento foram extremamente positivos. “Os participantes avaliaram o congresso como uma experiência enriquecedora, destacando a interação com outros suinocultores e equipes técnicas. Foi um dia pensado de maneira a agregar valor sem prejudicar as atividades diárias”, frisou Luana.

Edição 2025

O Congresso de Suinocultores e Avicultores O Presente Rural ganha uma nova roupagem a partir de 2025, quando passa a se chamar Alimenta – Congresso Brasileiro de Proteína Animal & Rendering. Marcado para junho do próximo ano, o evento será bienal, em Foz do Iguaçu, PR, com a promessa de trazer ainda mais novidades e oportunidades para o setor agropecuário brasileiro.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na suinocultura acesse a versão digital de Suínos clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Dados dos custos mundiais de suínos são atualizados na CIAS

Em 2023, os estados brasileiros de Mato Grosso e Santa Catarina, assim como os Estados Unidos, se mantiveram na liderança em termos de competitividade de custos em comparação com os demais países da rede InterPIG.

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Foto: Ari Dias
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Estão disponíveis para consulta no site da Central de Inteligência em Aves e Suínos (CIAS) da Embrapa, dados selecionados dos custos mundiais de suínos divulgados durante a reunião anual do Grupo para Comparação dos Custos de Produção na Suinocultura (InterPIG). Este ano, o encontro, organizado pela empresa Átria, aconteceu na Finlândia, na cidade de Seinäjoki, a 360 km da capital Helsinque, entre os dias 17 e 21 de junho.

Os estados do Mato Grosso e de Santa Catarina, no Brasil, e os Estados Unidos mantiveram em 2023 a liderança em custos em relação aos demais países da rede InterPIG.

A reunião InterPIG ocorre anualmente, envolvendo as principais instituições de pesquisa que estudam a competitividade da suinocultura nos principais países produtores e a Embrapa Suínos e Aves participa desde 2008.

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
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