Avicultura
Turra pede que agro defenda JBS e outras empresas
Para ele, o erro de poucos dirigentes está colocando em perigo o setor de carnes, o emprego de milhares de pessoas e a economia do país
Durante sua palestra sobre perspectivas para a carne de frango no Brasil e no mundo, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, pediu para que os atores do agronegócio defendam com veemência as empresas brasileiras, abaladas com a Operação Carne Fraca e espacialmente com os escândalos da JBS. Para ele, o erro de poucos dirigentes está colocando em perigo o setor de carnes, o emprego de milhares de pessoas e a economia do país.
Ele sustentou que a ABPA já está se portando dessa maneira e que dirigentes de empresas, indústrias e produtores deveriam fazer o mesmo. “Estamos defendendo com unhas e dentes a JBS, porque são mais de 70 mil empregos diretos. O restante é problema da Justiça. Temos que defender nossas empresas”, frisou.
Em sua apresentação, justificou seu pedido. “A BRF abate 6,7 milhões de aves por dia, outros 36,8 mil suínos, gera cem mil empregos diretos, tem 53 fábricas de aves, suínos e processados, tem 13 mil associados. A Seara abate 5,7 milhões de aves/dia, 21,2 mil suínos, emprega 64 mil pessoas em 60 fábricas. Tem 9,3 mil integrados. A Aurora abate 1,1 milhão de aves, 18 mil suínos, gera 34 mil empregos diretos e tem 72 mil associados. Tem 13 fábricas. E são números apenas das três maiores. Eu poderia pegar muitos outros exemplos”, pontuou o dirigente. “O Brasil comete o maior crime ao não defender suas marcas e suas empresas. Vi muita gente desprezar as empresas, e isso não podemos admitir”, acrescentou.
Francisco Turra destacou que a defesa das empresas e dos produtores foi decisiva para o Brasil manter seus mercados. “Agimos com rapidez para evitar mais prejuízos. Tivemos uma reação conjunta com o governo, na ABPA fizemos uma coletiva imprensa com imprensa nacional e internacional, fizemos mais de dois mil contatos internacionais para esclarecimentos com clientes, autoridades estrangeiras e entidades de consumidores. Tivemos ações em embaixadas, participamos de firas internacionais, fizemos missões em mercados estratégicos na Ásia, União Europeia, Americas, Oriente Médio e África”, enumerou o presidente da ABPA.
“Me lembro que só durante a coletiva, das 09 às 12 horas, 15 países suspenderam a compra. Até os jornalistas se assustavam porque era um comunicado de suspensão atrás do outro. No fim das contas, 74 países suspenderam as compras, mas agimos rápido e hoje somente quatro, que não têm expressão nas nossas exportações – é claro que queremos todos -, como Trinidad e Tobago, ainda permanecem”, evidenciou o presidente.
Cresce Mesmo Assim
Mesmo sem o devido cuidados com as corporações brasileiras, Turra disse que o setor ainda experimenta crescimento em produção e exportação. “Na avicultura não tivemos desemprego, não vimos a crise profunda perto da gente. No ano da Carne Fraca, ninguém tirou nossos espaços. Crescemos o dobro da média americana e o triplo da média mundial”, destacou a liderança.
De acordo com ele, a produção brasileira deve fechar o ano com crescimento de 1%. Já as exportações a receita em dólar devem ser mais robustas: 4,5% a mais de embarques comparado com 2016 e entre 5 e 6% a mais em receita em dólar. Na exportação, em receita devemos ter crescimento de 5% a 6% no setor de aves, apesar de volume (menor)”, apontou.
Nesse sentido, Turra disse estar confiante para uma retomada ainda maior de crescimento em 2018. Ele citou pontos importantes a favor do Brasil, como o possível “fim da vacinação contra aftosa no Paraná, especialmente para a suinocultura, continuamos livres de Infleunza Aviária”, aponta. “Não temos que ter medo do setor de alimentos. O Brasil produz três safras por ano, a renda no mundo tem aumentando, a produção de alimentos vai aumentar”, destacou, observando boas oportunidades também para o setor de ovos: “O setor de ovos vai muito bem, muitos mercados estão se abrindo. Aliás, se alguém quiser investir em ovos, pode investir que é um bom negócio”.
Milho
O presidente da ABPA alertou os participantes do worshop sobre ter uma postura mais objetiva com o milho, evitando especulações que aumentem o preço do grão. “Tem que falar que o milho acabou só quando acabou mesmo. Se você ainda tem, mas existe rumor, o produtor vai lá e aumenta”, destacou. “Nosso estoque de passagem é de 22 milhões de toneladas. Junto com a primeira safra, já é 70% do que vamos usar em 2018. Acredito que não vai faltar milho”, aposta.
Agregar Valor e Importar Menos
O presidente expemplificou em números porque as exportações são tão importantes para o setor de aves e para o agronegócio de maneira geral. “Se todo milho e soja usados no frango fossem exportados, renderiam US$ 925 milhões, ou R$ 5,9 bilhões a menos que o saldo dos embarques de frango em 2016”, destacou.
Na visão de Turra, o Brasil deve investir suas ações para reduzir a quantidade de produtos alimentícios importados em outros setores. “O Brasil é importador de lácteos, importador de pescados. Com o maior rebanho do mundo, com uma costa desse tamanho, não tem cabimento”, destacou.
Exemplo do Paraná
Em Foz do Iguaçu, o presidente da ABPA teceu rasgados elogios ao Estado, que é líder nacional na produção e exportação de carne de frango. “O Paraná é diferente, eu tenho muita inveja de vocês, mas é uma inveja santa, o que me traz aqui (Workshop Sindiavipar) cada vez com alegria redobrada”, encerrou o líder associativista.
Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.
