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Tudo pronto para 4ª edição do maior evento de trigo do Brasil
Mais de 40 cultivares serão demonstradas nos três dias do Show Rural de Inverno, que terá início nesta terça-feira (22), a partir das 08h30, no Parque Tecnológico da Coopavel.

Está tudo pronto para o início da quarta edição do maior evento técnico de trigo do Brasil. O Show Rural Coopavel de Inverno vai começar na terça-feira (22), às 08h30, com abertura dos portões aos visitantes. Durante três dias, até o fim da tarde da quinta-feira (24), triticultores, produtores rurais, mulheres e filhos de agricultores, técnicos, acadêmicos, entre outros, terão a chance de conhecer o melhor em tecnologias para o trigo e culturas de inverno em um só lugar.
A edição de inverno vai ser realizada no Parque Tecnológico da Coopavel (km-577, da BR-277, em Cascavel), que desde 1989 recebe o Show Rural, uma das três maiores mostras do mundo em transmissão de inovações e tecnologias para o campo. Vinte empresas vão participar de terça a quinta com o melhor do seu portfólio em cultivares, insumos, máquinas e implementos e também com informações para o produtor rural produzir mais, com menos custos e atento às normas da sustentabilidade. “Estamos muito animados. As parcelas estão muito bem desenvolvidas e os visitantes encontrarão aqui conhecimentos de qualidade”, diz o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.
Mais de 40 cultivares, dessas 31 de trigo. Pelo menos a metade das variedades do grão tem potencial produtivo de seis quilos por hectare, mais que o dobro da média nacional de 2,9 mil quilos – a média no Paraná, o segundo maior produtor brasileiro, é de 3,2 mil e a da região de cobertura da Coopavel, no Oeste e Sudoeste do Paraná, é de 3,8 mil quilos/hectare. “O trigo se transforma, diante dos intensos investimentos feitos pela indústria agro principalmente na última década, como uma excelente opção de rentabilidade ao Paraná e à nossa região”, destaca o coordenador geral da edição de inverno, Rogério Rizzardi.
Vinte empresas
As empresas que recepcionarão os visitantes do Show Rural de Inverno a partir de terça-feira são: Adama, Basf, Biotrigo, Biotrop, Corteva, FMC, John Deere, Bayer, Sumitomo Chemical, OR Sementes, Syngenta, Raíx, Tortuga/DSM, Bionat, Ihara e UPL. Os institutos de pesquisa presentes serão Embrapa e IDR-Paraná. E as empresas do portfólio da Coopavel presentes serão as seguintes: Fertilizantes Coopavel, Nutriagro, Bioocop, Coopclean, Sementes Coopavel e Espaço Impulso, além da Credicoopavel.
O presidente Dilvo informa que os visitantes não terão custos para conhecer as novidades em culturas desenvolvidas para os meses frios do ano. O acesso ao parque, o estacionamento e o almoço nos três dias de evento serão gratuitos. Outra novidade para essa edição é a participação de mulheres cooperadas por meio do Cooperelas, um movimento de valorização e fortalecimento da agricultora. Uma extensa agenda de palestras técnicas será desenvolvida nos estandes das empresas no auditório do prédio Paraná Cooperativo. “Quem for ao parque sairá de lá com informações diversificadas e das mais atuais sobre trigo e cultivares de inverno, como triticale, aveia, centeio e plantas de cobertura”, afirma Dilvo Grolli.
Quinze cultivares de trigo vão ser lançadas
Quinze cultivares de trigo vão ser lançados por expositores durante o 4º Show Rural Coopavel de Inverno, em Cascavel, no Oeste do Paraná. Entre trigo e outras culturas indicadas para os meses frios do ano, serão mais de 40 cultivares em demonstração, incluindo triticale, aveia, centeio, plantas de cobertura e também pastagens.
A edição de inverno é realizada com o objetivo de centralizar informações e tecnologias em um mesmo ambiente. Em um lugar no qual, além de visualizar a cultura, o produtor possa conversar com técnicos, aprimorar seus conhecimentos e esclarecer as mais diferentes dúvidas. “A Coopavel tem a inovação como marca e, por meio de eventos como esse, a cooperativa contribui para melhorar continuamente os resultados do campo, com reflexos a toda a economia”, diz o presidente Dilvo Grolli.
A OR Genética estará presente com a Geração 4×4. Os visitantes interessados em saber mais poderão conferir, em campo, as quatro cultivares preparadas para enfrentar os mais diferentes desafios: ORS Selvagem, ORS Falcão, ORS Gladiador, ORS Turbo, materiais que chegaram para modificar e melhorar as condições de qualidade industrial, sanidade e potencial produtivo. Outros materiais do portfólio ORS também estarão semeados e equipe de técnicos estará a postos para levar o máximo de informações aos interessados.
A Biotrigo vai apresentar três lançamentos: Sentinela, Talismã e Titã, materiais que vão entrar em multiplicação em 2024 e estarão à disposição dos triticultores a partir do ano seguinte. A empresa também mostrará materiais já disponíveis e que estarão à disposição dos produtores a partir do próximo plantio de inverno.
Por sua vez a Embrapa, em conjunto com a Fundação Meridional, lançará oito cultivares de trigo, duas de cevada e uma de triticale. Entre elas está a BRS Jacana da classe Pão, ideal para o fabrico do tradicional “pão francês”, farinha branca, de ciclo precoce, grão duro, moderadamente resistente ao acamamento.
Já a cultivar BRS Belajoia de ciclo precoce entrega o melhor pacote fitossanitário do mercado, permitindo a redução de custos no controle de doenças. A BRS Reponte, por sua vez, obteve o título de campeã em produtividade segundo o Ensaios Estadual de Cultivares de Trigo 2016, com resultado médio de 102 sc/ha (6.136 kg). Ela pode ser utilizada para panificação, mas também se enquadra no perfil de trigo exportação.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



