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Tripanosomose bovina provoca graves prejuízos e pode até dizimar o rebanho
Nas últimas décadas, a doença foi registrada em todas as regiões do país

Pecuaristas de Minas Gerais vivem cenário de apreensão: nos últimos meses, mais de 100 bovinos morreram sob suspeita de tripanosomose, doença silenciosa que pode dizimar rapidamente rebanhos inteiros, promovendo graves prejuízos às fazendas de corte e de leite. A enfermidade não é recente. Há indícios de que tenha chegado à América do Sul em 1830, entrando no Brasil a partir da década de 1940. Ainda hoje há surtos em diversos estados.

Nas últimas décadas, a doença foi registrada em todas as regiões do país. Estudos indicam que pode acometer 7 em 10 animais em algumas localidades. Retomando o recente caso mineiro, outros animais ainda podem ter contraído a enfermidade sem que se saiba. Por isso, é necessário realizar exames específicos logo ao identificar os primeiros sinais clínicos. Além da morte súbita, quadros de anemia com perda de peso e quedas abruptas na produção estão entre os principais sintomas da tripanossomose verificados no campo.
Infecciosa, a tripanosomose bovina é causada pelo Trypanosoma vivax, parasita de origem africana pertencente à família do Trypanosoma cruzi, causador da Doença de Chagas. A transmissão pode acontecer por moscas picadoras ou através da reutilização de objetos contaminados com o sangue de animais positivos. Apesar de não correta, esta prática é comum na aplicação de ocitocina nas vacas leiteiras e em campanhas de vacinação obrigatórias do rebanho, em que se reutilizam agulhas e seringas. Também já está comprovada a transmissão por via transplacentária, pelo colostro e pelo sêmen de bovinos infectados.
Os criadores precisam estar atentos a todos os sinais nos animais. Um deles é a anemia, problema frequente em outras hemoparasitoses bovinas (doenças provocadas por parasitas do sangue), como as responsáveis pela tristeza parasitária. Assim, a tripanosomose pode ser facilmente confundida com esta doença, que também é comum em grande parte do território brasileiro.
O curso clínico da tripanosomose é dividido nas fases aguda e crônica. Na primeira, quando o animal está recentemente infectado, normalmente há febre intermitente, apatia, diminuição de ingestão de alimento, abortamentos, perda embrionária, diminuição acentuada da produção de leite, opacidade de córnea, lacrimejamento intenso, aumento de linfonodos, edema submandibular, diarreia e quadros neurológicos graves similares aos sintomas da raiva – também podem ser confundidos com febre do leite no período pós-parto. A condição clínica mais preocupante é o decúbito pois rapidamente evolui para a morte do animal.
Já na forma crônica, os bovinos apresentam sinais clínicos menos evidentes, desenvolvendo anemia e emagrecimento até o grau de caquexia (quando o quadro é tão grave que não responde à mudanças na dieta). Essa manifestação da doença é a mais prevalente no Brasil e causa maior reflexo econômico. Isso porque reduz a produtividade dos animais acometidos, podendo diminuir entre 10% e 50% o potencial de produção de leite e ganho de peso, comprometer a eficiência reprodutiva em fêmeas e machos e ainda predispor morbidades concomitantes por causar falência do sistema imunológico. A doença é tão prejudicial que os animais infectados pelo T. vivax podem apresentar insuficiência cardíaca e renal, além de graves danos hepáticos e cerebrais.
Em muitos casos, o quadro anêmico inicial se torna tão severo que não pode ser eficientemente revertido, causando a morte dos bovinos. Com isso, estima-se que os produtores percam mais do que 30% do valor comercial do rebanho. Além do impacto econômico, a forma crônica é a mais preocupante, pois muitos animais podem estar infectados mas aparentar estar saudáveis, atuando como fonte de infecção no rebanho mesmo com baixos níveis de parasitemia, pois são animais dos quais os produtores não desconfiam e não tratam.
Causa de preocupação, a doença pode levar à queda da imunidade geral dos animais afetados, favorecendo surtos de outras doenças no rebanho, como infecções dos pés e cascos, mastite, pneumonias, entre outras.
A baixa parasitemia pode ser ocasionada pela utilização de drogas que não permitam a eliminação dos parasitos, como é o caso do imidocarb e do diminazeno, que não atuam no Trypanosoma vivax. Como os tratamentos usuais para tristeza parasitária não funcionam contra a tripanosomose, deve-se redobrar a atenção para os sintomas. Se o produtor notar casos de reincidência após terapia contra a tristeza, com abortamentos, baixa eficiência reprodutiva ou perda da produção de leite, é necessário consultar imediatamente um médico-veterinário, para avaliação aprofundada.
Apesar da dificuldade de diagnóstico, por causa do desconhecimento e do silêncio dos sintomas, a tripanosomose tem cura e pode ser tratada. Para isso, o mercado conta com apenas um tripanocida específico e de longa ação, produzido a partir do cloreto de isometamidium. Estudos comprovaram que este princípio ativo combate o T. vivax de forma eficaz quando comparado com outros tipos de tratamentos testados.
Medicamentos à base do isometamidium propiciam maior controle, reduzindo a mortalidade e a morbidade e, assim, possibilitam mais produtividade e lucro. Evidentemente, o uso do medicamento não pode ser dissociado de medidas preventivas, como programa de controle de moscas – em especial a mosca-dos-estábulos, a mutuca e a mosca-do-chifre –, cuidado especial com o uso de agulhas e precaução na compra de animais, sempre realizando testes preventivos.
Outro ponto importante é realizar o protocolo de tratamento completo, de 4 aplicações espaçadas a cada 3 meses, a depender do estado crítico da fazenda.
De forma complementar, recomenda-se a utilização de drogas específicas para o tratamento de tristeza parasitária, como a oxitetraciclina, por pelo menos duas semanas antes do início do protocolo com cloreto de isometamidium, principalmente em animais com anemia acentuada e condição corporal muito baixa. Outros tratamentos de suporte também podem ser úteis, como anti-inflamatórios não esteroidais para febre e inflamações, bem como complexos de aminoácidos, vitaminas e minerais como suporte durante o período de recuperação.
Há discussão sobre adotar ou não a terapia em todo o rebanho, em caso de sorologia positiva em alguns animais. Enquanto alguns pesquisadores indicam o uso apenas nos animais com sinais clínicos evidentes, outros defendem o tratamento total como forma de prevenir maiores perdas financeiras causadas pela tripanosomose crônica e pela rápida disseminação da doença. Fato é que a avaliação do estado da infecção no rebanho e a necessidade do tipo de tratamento deve ser feita por um médico-veterinário, sem deixar de levar em conta o bem-estar animal.
*Giovanna Maria Pereira Costa, graduada em medicina veterinária pela Universidade Estadual Paulista e assistente de marketing da Ceva Saúde Animal (giovanna.costa@ceva.com).
**Fabiano Antonio Cadioli, doutor em medicina veterinária pela Universidade Estadual Paulista, pesquisador e livre-docente na mesma instituição (fabiano.cadioli@unesp.br).

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Aurora Coop inaugura indústria de frango griller em Tapejara
Unidade recebeu investimentos totais de R$ 210 milhões e vai destinar 85% da produção para exportação.

Foi oficialmente inaugurada na terça-feira (18) a ampliação e modernização do Frigorífico Aurora Coop Tapejara I (FATA I), localizado na Linha São Silvestre, município de Tapejara (RS). A unidade recebeu investimentos totais de R$ 210 milhões e vai destinar 85% da produção para exportação.
A modernização do FATA I representa um marco para a economia regional. A reforma ampliou a área construída para 18,5 mil metros quadrados e revitalizou 74% da estrutura, o frigorífico retorna praticamente como uma nova indústria. A capacidade de abate aumenta em 80%, chegando a 10 mil aves/hora, abastecidas por produtores rurais integrados da região, fortalecendo a cadeia produtiva local. A diversificação do mix, que prioriza frango Griller e cortes temperados, amplia oportunidades de mercado e valor agregado. Com certificação SIF e Halal, a unidade passa a exportar para o Oriente Médio e outros mercados, projetando faturamento anual de R$ 238 milhões.

A indústria recebeu investimentos totais da ordem de R$ 210 milhões e vai destinar 85% da produção para exportação – Fotos: Sara Bellaver/MB Comunicação
O impacto social é expressivo: a unidade inicia com 520 empregos diretos, podendo chegar a 980 com o segundo turno. Considerando os indiretos, serão mais de 1.500 novos postos de trabalho, todos com recrutamento regional. Os municípios do entorno também serão beneficiados com R$ 2,95 milhões anuais em ICMS, impulsionando serviços, comércio e renda.
Aurora Coop em crescimento
Em seu pronunciamento, o presidente Neivor Canton realçou que a Aurora Coop está presente no Rio Grande do Sul desde 2001, mantendo uma base produtiva, no campo, formada por 9.585 produtores rurais. Em relação a Tapejara declarou que “a Aurora Coop, cumprindo com o seu dever, após ter feito a aquisição das unidades industriais da empresa Agro Danielli, de imediato cuidou de fazer uma ampliação, recuperando em muito a capacidade produtiva da unidade de São Silvestre. Esta unidade passa a produzir o frango griller voltado mais especificamente para o mercado árabe de consumo, aos países do Oriente Médio, para o qual estamos completando o nosso portfólio de produto de preferência daquele consumidor”.
O diretor industrial Christian Klauck apresentou todas as informações sobre os investimentos realizados na unidade, destacou a aplicação

Em seu pronunciamento, o presidente Neivor Canton realçou que a Cooperativa Central está presente no Rio Grande do Sul desde 2001, mantendo uma base produtiva, no campo, formada por 9.585 produtores rurais
de R$ 60 milhões em sistemas ambientais que garante operação sustentável, com tecnologia avançada, eficiência energética e tratamento moderno de efluentes. A gerente do Frigorífico Aurora Tapejara I (FATA I) Keli Delazeri discorreu sobre o início da operação, a geração de empregos e as características do funcionamento da unidade.
Participaram da cerimônia a diretoria da Aurora Coop e os dirigentes das cooperativas filiadas. Também prestigiaram o ato o representante do governador Eduardo Leite, secretário do de trabalho e desenvolvimento profissional do Rio Grande do Sul, Gilmar Sossella; o senador Luis Carlos Heinze, o prefeito de Tapejara, Evanir Wolff e o vice-prefeito Rodinei Bruel, o presidente da Câmara de Vereadores, Carlos Eduardo de Oliveira, a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) do Ministério da Agricultura Juliana Satie, o secretário de Turismo Ronaldo Santini e o Secretário de Agricultura Eduardo Bortolotto, entre outras autoridades.
O novo FATA I consolida Tapejara e o noroeste gaúcho como polos estratégicos da produção avícola, combinando desenvolvimento econômico, inovação industrial e responsabilidade ambiental.
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Aniversário de 36 anos da Credicoamo é marcado por lançamentos
Dia de celebrar uma história de cooperação, solidez e compromisso com o desenvolvimento financeiro dos associados.

Na manhã desta segunda-feira (17), as comemorações pelos 36 anos da Credicoamo movimentaram a Administração Central e as agências no Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Dia de celebrar uma história de cooperação, solidez e compromisso com o desenvolvimento financeiro dos associados. A Credicoamo nasceu do propósito de oferecer mais do que crédito, nasceu para formar uma cultura de prosperidade e gestão eficiente de recursos.
Gestão eficiente de recursos, inclusive, foi o tema abordado na palestra deste ano, que contou com o professor Reinaldo Domingos, referência nacional em educação financeira. “Esse ecossistema entre empresa do agronegócio e empresa-família precisa ter conexões suficientes para poder gerir recursos com sustentabilidade, resultados positivos e sonhos realizados”.
Antes da palestra, o presidente Executivo da Credicoamo, Alcir José Goldoni, deixou sua mensagem, evidenciando o dia de gratidão e emoção. Convidou os presentes a acompanharem um vídeo, que fez o público voltar ao ano de 1989, em que, o Diretor Administrativo-Financeiro da Coamo, Antonio Sérgio Gabriel, fazia a leitura da criação da Credicoamo. Goldoni aproveitou o momento festivo para reconhecer e homenagear o diretor pelo empenho e seriedade na constituição da cooperativa.
O idealizador e presidente do Conselho de Administração da Coamo e da Credicoamo, José Aroldo Gallassini, relembrou momentos da fundação da cooperativa de crédito, contando que ela surgiu para propiciar uma vida financeira segura e próspera aos associados.
Estiveram presentes no aniversário, em Campo Mourão (PR), associados, conselheiros, diretores e convidados.
Atos que constituíram o aniversário

Educação Financeira: Após a palestra, o diretor Financeiro e Riscos, Elton Alexandre Scramocin, lançou o Programa de Educação Financeira da Credicoamo, reforçando o propósito de formar uma cultura financeira sólida, consciente e sustentável entre os associados e suas famílias. O assunto já faz parte do dia a dia da cooperativa de crédito e agora ganha o reforço de uma plataforma (acesse aqui). “Contamos com o apoio e utilização da plataforma para desenvolvermos uma vida financeira sustentável”, destacou o diretor.
Divulgação da 3ª edição do Aniversário Automotivo: Feita pelo diretor de Negócios Dilmar Antônio Peri, o qual reforçou as condições especiais de financiamento de veículos, prazos ampliados e taxas diferenciadas, sendo uma oportunidade exclusiva aos associados.
Lançamento do consórcio: Dilmar falou do novo produto, que representa uma forma inteligente de conquistar patrimônio, sem custo financeiro adicional, fortalecendo o planejamento e o uso eficiente dos recursos. “Nós queremos realizar os sonhos dos associados, com condições muito especiais”, afirmou Dilmar.
Lançamento do programa de relacionamento Bônus de Seguro: Na renovação do seguro contratado em 2025, será conferido um bônus que será concedido no mês seguinte ao pagamento, como forma de valorização da parceria e confiança depositada na Credicoamo Seguros, explicou o presidente Executivo Alcir José Goldoni. “As boas notícias apresentadas nesta manhã cooperam por um mundo próspero, sendo gratificante poder divulgar produtos e serviços benéficos ao associado”, finalizou o presidente.
No canal do Youtube da Coamo, confira a palestra e mais detalhes do aniversário:
https://www.youtube.com/watch?v=HZo4slCC39M
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Vetanco Brasil anuncia a contratação de Ana Luiza Lora como Coordenadora Técnica de Biológicos
Com trajetória iniciada no setor de avicultura, ela assumiu a função em agosto e traz experiência adquirida em uma empresa do Paraná, reconhecida pela forte atuação na exportação de proteína de frango e por sua cadeia de produção integrada e controlada, do campo ao varejo.

A médica-veterinária Ana Luiza Lora é a nova Coordenadora Técnica de Biológicos da Vetanco do Brasil. Com trajetória iniciada no setor de avicultura, ela assumiu a função em agosto e traz experiência adquirida em uma empresa do Paraná, reconhecida pela forte atuação na exportação de proteína de frango e por sua cadeia de produção integrada e controlada, do campo ao varejo.
Ao longo de sua carreira, acumulou sólidos conhecimentos atuando como extensionista e sanitarista de frango de corte. Na Vetanco, seu foco será a plataforma Biotech Vac, uma das grandes inovações da companhia. Entre seus avanços mais recentes, destaca-se a Biotech Vac Salmonella, considerada a vacina mais inovadora do mercado no controle das salmonelas paratíficas.
Ana Lora é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade de Passo Fundo (UPF) e possui pós-graduação em Sanidade Avícola pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), formação que complementa sua experiência prática e reforça sua qualificação para atuar na linha de biológicos da empresa.
Com sua chegada, a Vetanco reafirma o compromisso de seguir inovando no desenvolvimento de soluções para a saúde animal, fortalecendo sua equipe técnica e ampliando sua atuação junto ao setor avícola brasileiro.



