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Trigo tem tendência de alta nos preços mesmo com produção recorde, avalia especialista

A Conab diminuiu a produtividade esperada em vários Estados do país, com destaque para o Paraná e o Rio Grande do Sul. Essa projeção é reflexo da seca e das geadas ocorridas durante o desenvolvimento da cultura, estimada em 2,832 toneladas por hectare, 6,4% abaixo do relatório anterior, mas ainda 6% superior a de 2020.

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Arquivo/OP Rural

Com a colheita de trigo se aproximando do fim no Brasil, estimativas oficiais divulgadas em novembro indicam reajustes negativos para as ofertas brasileira e mundial. A Conab diminuiu a produtividade esperada em vários Estados do país, com destaque para o Paraná e o Rio Grande do Sul. Essa projeção é reflexo da seca e das geadas ocorridas durante o desenvolvimento da cultura, estimada em 2,832 toneladas por hectare, 6,4% abaixo do relatório anterior, mas ainda 6% superior a de 2020.

Especialista de Inteligência de Mercado da StoneX Brasil, Ana Luiza Lodi. – Foto: Divulgação/StoneX

Em entrevista ao Jornal O Presente Rural, a especialista de Inteligência de Mercado da StoneX Brasil, Ana Luiza Lodi, afirmou que mesmo com as estimativas da Conab indicando quebra na produção brasileira, a projeção continua sendo recorde, acima de sete milhões de toneladas no país. “De qualquer forma o cenário é de demanda aquecida, com a manutenção de preços domésticos fortalecidos, com destaque para a importação, que também deve crescer no comparativo anual”, avalia.

Em termos globais, o USDA também reduziu as estimativas de produção, o que pode levar os estoques de passagem em 2021/2022 para os menores volumes desde 2015/2016. Por sua vez, no Brasil a produção do cereal está projetada em 7,9 milhões de toneladas, superior aos 7,7 milhões apontados em setembro, enquanto as importações em 2021/2022 permeiam a casa dos 6,5 milhões de toneladas. Os estoques finais são projetados em 1,01 milhão de toneladas. “Mesmo se mantendo uma projeção da produção de trigo no Brasil em crescimento, o país continuará dependente de importações para atender o consumo doméstico, cuja previsão também é de expansão”, diz a analista da StoneX.

De acordo com a analista da StoneX, no mercado global, os preços do trigo encontram-se suportados, diante de um menor excedente exportável – países que são exportadores significativos de trigo. Além disso, destacam-se mudanças na dinâmica do mercado de trigo, como países do Norte da África e do Oriente Médio buscando o cereal mais na Europa, após as taxações russas. Nos EUA, o furacão Ida afetou a logística de grãos nos portos exportadores do Golfo. “Com isso, as perspectivas são de queda dos estoques mundiais, que acabam ficando muito concentrados na China e na Índia, em relação ao ciclo anterior”, afirma.

Preços em alta

Entre os fatores que tem interferido no preço do trigo, a analista da StoneX pontua a queda da produção de países exportadores como EUA, Canadá e União Europeia, enquanto a Rússia apresenta aumento da produção e elevação da taxa de exportação, somada a queda das exportações estadunidenses. “Até o final de 2021 os preços devem seguir em tendência de alta, a curto prazo não há perspectiva de alguma queda considerável, tendo em vista que há sinais de demanda aquecida no mercado internacional, associado a um cenário ajustado de oferta e demanda, produção aquém do estimado anteriormente e altas consecutivas sobre a taxa de exportação russa”, expõe.

Produção recorde do trigo argentino

Com o avanço da colheita, a produtividade média passou para 2,4 toneladas por hectare e diante dessa melhora nos rendimentos obtidos e esperados nas regiões Centro e Sul do cinturão agrícola na Argentina, a Bolsa de Grãos de Buenos Aires eleva estimativa da safra 2021/2022 para 20,3 milhões de toneladas. O recorde anterior da colheita de trigo argentino foi na casa de 19 milhões de toneladas, na safra de 2018/2019. A estimativa das exportações do país é de 13,5 milhões de toneladas. “Assim como a Argentina é nosso principal fornecedor de trigo, o Brasil é o principal mercado do cereal argentino. Uma produção maior na Argentina tende a ser positivo, pois o país tem diversificado os destinos do trigo nos últimos anos, além de haver preocupações com o excedente exportável ao redor do mundo. Dessa forma, uma produção argentina maior garantiria as necessidades do Brasil sem maiores problemas. Contudo, a aprovação de uma variedade de trigo transgênico na Argentina pode afetar as exportações para o Brasil, uma vez que há uma grande resistência em se passar a usar essa variedade de trigo no mercado doméstico brasileiro”, menciona Ana.

Cotações domésticas

As perspectivas para o balanço de oferta e demanda, o câmbio, a oferta argentina, além do mercado global devem continuar tendo efeito sobre as cotações domésticas. “Há preocupação quanto à aprovação de uma variedade de trigo transgênico na Argentina, com a possibilidade de moinhos brasileiros buscarem outras origens para substituir o cereal argentino, por se recusarem a usar essa variedade”, alerta a analista da StoneX.

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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