Bovinos / Grãos / Máquinas
Trigo exclusivo para o gado é boa opção no pousio
Cultivar é específica para a alimentação animal, contendo maior valor nutricional ao tempo em que exige menos da terra
Economia, praticidade e melhoramento na produção são alguns quesitos que o produtor busca no momento de cuidar da propriedade. E os produtores de bovinos, que buscam por qualidade, seja na produção de corte ou leite, sabem que a alimentação do animal é um dos pilares do sucesso na atividade. Uma das novas alternativas que há no mercado é o trigo TBio Energia, uma variedade especial do cereal cultivado somente para a alimentação dos animais. A cultivar, para ser plantada no inverno, é uma boa opção para áreas de pousio. É indicada para os produtores das regiões mais frias do país, como os Campos Gerais e Sul do Paraná, além de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Para o consultor técnico de O Presente Rural, médico-veterinário Pedro Henrique Tomasi, o trigo para alimentação animal exige menos da terra que outras forragens, como a aveia, e pode oferecer mais nutrientes ao rebanho.
O trigo para nutrição do gado é uma alternativa para o produtor fazer forragem no período de inverno. E como a variedade é destinada somente para a alimentação do rebanho, o produtor acaba agregando mais valor à propriedade, já que o milho que seria triturado para servir de ração aos animais pode ser usado como grão para venda, como explica o supervisor Comercial do RS e SC da Biotrigo, Tiago De Pauli. “O produtor pode fazer um bom volume de silagem no inverno com o trigo e no verão ele pode deixar esse milho para ele trabalhar, para agregar mais valor econômico para a propriedade, em vez de triturar para silagem, ele vai vender para grão”, afirma. De Pauli ainda complementa afirmando que produzindo a cultivar no período de inverno, que é o período de diversas áreas de pousio, o produtor vai otimizar a utilização da propriedade, não competindo mais com a cultura de verão. “O trigo entra dentro de uma janela sazonal excelente, quando não tem nada dentro de uma lavoura. Então, ele tem muito mais alternativas de fazer dinheiro dentro da propriedade utilizando esse material”, afirma.
Segundo o supervisor, as variedades que existem atualmente no mercado são de duplo propósito, permitindo o pastejo e depois a colheita do grão. Porém, para ele, mesmo essa variedade não consegue entregar ao bovino o mesmo valor nutricional da nova cultivar. “É uma grande ferramenta. É mais uma opção do produtor escapar do período de falta de alimento”, argumenta.
De Pauli comenta que o trigo sempre foi uma boa alternativa forrageira e uma planta nutricionalmente equilibrada para os animais, conseguindo oferecer bons teores de nutrientes. “O que faltava era uma variedade que não tivesse aristas, que é uma parte diversificada da planta, que quando o animal consome danifica tanto a boca quanto o esôfago, além de ter difícil digestão. Então, criamos esse material, sem as aristas, para que houvesse um melhor aproveitamento”, explica.
O profissional comenta ainda que o material foi testado em várias linhas, buscando a que melhor entregasse a produção de biomassa junto com a questão de qualidade bromatológica. “Esse material vem entregando na faixa de 35% a 45% de matéria seca, que é um volume bastante bom. Já a questão de proteína está na faixa de 12% a 13%, também muito bom, até mesmo superior ao próprio milho”, diz.
A melhora na questão nutricional é outro reforçada pelo profissional. “A quantidade de fibra dele é muito boa, porque ele tem um FDN e um FDA mais baixo, e isso aumenta os nutrientes digestíveis totais, que é a porcentagem que o animal consegue aproveitar por quilo ou grama de produto”, complementa.
Custo x benefício
De Pauli afirma que o custo para a produção da nova variedade é similar ao valor de uma lavoura de trigo para grão. “O produtor terá que comprar a semente, realizar uma adubação adequada, fazer talvez uma ou duas aplicações de fungicida, dependendo da região, e fazer a cobertura de nitrogênio para manter o potencial e a folha verde”, comentou. “Comparar ao valor dos custos de silagem com custo de lavoura para grãos é muito similar, assim como a do milho. Não vai aumentar”.
Conforme De Pauli, a cultivar também é mais resistente a doenças. “Esta cultura tem mais resistência às manchas folhares e à ferrugem, além de doenças de espigas também presentes no trigo silagem por causa das micotoxinas”, comenta. “Ela vem dentro de um pacote de segurança muito bom”, diz.
Trigo no Cerrado
O profissional ainda falou sobre a região onde a variedade pode ser cultivada. Ele explica que atualmente este cultivar é resistente a climas mais frios, específica para locais como o Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Porém, o supervisor informa que já estão sendo feitos testes para que o material passe a ser mais tolerante ao calor, podendo ser, assim, utilizado nas grandes bacias leiteiras que existem no Brasil, como em Minas Gerais e no restante do Cerrado. “Logo será um produto de abrangência nacional”, afirma.
Panificação
Outro ponto destacado por De Pauli foi o uso deste trigo para a utilização na panificação. “Esta variedade foi produzida especificamente para silagem. No momento da avaliação, nós selecionamos o material que tem o melhor tipo de amido para a nutrição animal, sendo que este amido não é bom para a panificação”, conta. O profissional ainda complementa que esta cultura tem uma qualidade industrial muito ruim. “Este não é o foco deste trigo”, finaliza.
Mais informações você pode encontrar na edição impressa de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2016 ou online.
Fonte: O Presente Rural

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Mato Grosso registra maior exportação de carne bovina de sua história
Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas em novembro. No acumulado de janeiro a novembro, o estado atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mato Grosso encerrou novembro com o maior volume de exportação de carne bovina já registrado pelo estado. Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas no mês, um recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o estado também superou todas as marcas anteriores e atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, que já havia sido o melhor desempenho até então.
Em novembro deste ano, o estado ultrapassou a carne bovina exportada durante 2024, quando foram vendidas 759,3 mil toneladas da proteína bovina. Esse avanço reforça a posição de Mato Grosso como o maior exportador brasileiro de carne bovina e um dos principais fornecedores globais.

Fotos: Shutterstock
“Esses números mostram, mais uma vez, a força da pecuária mato-grossense no cenário internacional. Não se trata apenas de volume: estamos exportando uma carne cada vez mais competitiva, sustentável e alinhada às exigências dos principais mercados do mundo. O desempenho histórico de novembro comprova que o setor está preparado para crescer com responsabilidade, ampliando acesso a novos destinos e fortalecendo a confiança global na carne produzida em Mato Grosso”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento expressivo dos embarques para a China, que segue como principal destino e responde por 54,8% de toda a carne bovina exportada pelo estado em 2025. O país asiático mantém forte demanda por proteína de alta qualidade, o que favorece a competitividade de Mato Grosso.
Além da China, mercados como Rússia e Chile ampliaram suas compras ao longo do ano. O movimento reflete, em parte, o ganho de competitividade da carne mato-grossense, beneficiada pela eficiência produtiva, rastreabilidade crescente e fortalecimento das práticas socioambientais.

“Quando vemos China, Rússia, Chile e outros mercados ampliando suas compras, isso significa que a carne mato-grossense está ganhando competitividade pela qualidade, pela previsibilidade e pela sustentabilidade do sistema produtivo. É um momento que consolida o estado como protagonista global e abre espaço para avançarmos ainda mais em valorização e diferenciação da nossa proteína”, destaca Bruno Andrade.
Além de impulsionar o setor produtivo, o desempenho histórico reforça a importância econômica da pecuária para Mato Grosso. Em 2025, o estado movimentou mais de US$ 3 bilhões com exportações de carnes, contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira e para a geração de renda em toda a cadeia — da pecuária de corte à indústria frigorífica.
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Exportações de carne bovina mantêm ritmo acelerado em 2025
Volume e receita avançam mais de 30% com destaque para China, Estados Unidos e União Europeia, consolidando ano de crescimento histórico para o setor.

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo avanço em novembro, mantendo o ritmo acelerado observado ao longo de 2025. No mês, o Brasil embarcou 356 mil toneladas, crescimento de 36,5% em relação às 261 mil toneladas exportadas em novembro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, houve aumento de 51,9%, passando de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,87 bilhão. O volume mensal é um dos maiores já contabilizados, com 318 mil toneladas de carne in natura.
A China permaneceu como o principal destino no mês, com 178,8 mil toneladas e US$ 974,6 milhões, mantendo participação superior à metade da receita exportada. Em seguida, destacaram-se a União Europeia, com 15,5 mil toneladas (US$ 131,2 milhões), e a Rússia, que registrou 20,3 mil toneladas e US$ 86,6 milhões. O Chile importou 14,8 mil toneladas (US$ 85,8 milhões), enquanto os Estados Unidos somaram 12,6 mil toneladas (US$ 84,3 milhões), mesmo após as flutuações decorrentes do ambiente tarifário no terceiro trimestre. Também apresentaram resultados relevantes os mercados do México, Filipinas, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Egito.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 18,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,66 milhões t). A receita alcançou US$ 16,18 bilhões, alta de 37,5% na comparação anual. O desempenho parcial já supera o total exportado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bilhões), consolidando 2025 como um dos anos de maior expansão na série.
A China também lidera o acumulado do ano, com 1,52 milhão de toneladas e US$ 8,08 bilhões, representando 48,3% do volume e 49,9% do total faturado. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 244,5 mil toneladas e US$ 1,46 bilhão, seguidos pela União Europeia, Chile, México, Rússia, Egito, Hong Kong, Filipinas e Arábia Saudita. Diversos mercados ampliaram de forma expressiva suas compras em relação a 2024, com destaque para Indonésia (+579%), Palestina (+66%), Canadá (+96%), Filipinas (+35%), Egito (+56%), México (+105%), China (+43%), Rússia (+306%), Chile (+38%) e União Europeia (+52%).
O desempenho dos embarques para os Estados Unidos ao longo do ano também se manteve positivo, mesmo com oscilações mensais. Entre janeiro e novembro, as exportações para o mercado norte-americano somaram 244,5 mil toneladas, aumento de 109% sobre o mesmo período de 2024 (117 mil t). A receita alcançou US$ 1,464 bilhão, alta de 53,3%. Com isso, o resultado acumulado já se aproxima do total exportado em todo o ano passado (247 mil t; US$ 1,47 bilhão), consolidando a relevância do mercado, mesmo diante de ajustes tarifários transitórios.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados de novembro demonstram a resiliência do setor frente às variações cambiais, oscilações na oferta global e alterações regulatórias observadas em alguns mercados ao longo do ano. A entidade aponta que o crescimento sustentado decorre de fatores estruturais, como produtividade, condições sanitárias reconhecidas internacionalmente, capacidade de atendimento contínuo e diversificação dos destinos.
A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação do acesso do produto brasileiro aos mercados internacionais.
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Oscar da Pecuária 2025 premia destaques que impulsionam a evolução da raça Nelore no Brasil
Evento da ACNB homenageia empresas, criadores e personalidades que marcaram o ano com inovação, protagonismo e contribuição decisiva para o fortalecimento da pecuária nacional.

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) entregou o “Oscar da Pecuária”, durante a Nelore Fest 2025, realizada no dia 6 de dezembro, em São Paulo. Foram homenageadas empresas parceiras, criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano por sua contribuição ao contínuo fortalecimento da raça Nelore.
“A proposta do Oscar da Pecuária é reconhecer pessoas, empresas e iniciativas que, ao longo do ano, elevaram o padrão do Nelore no Brasil. São contribuições marcadas pelo protagonismo. Cada homenageado representa um pilar do avanço concreto da raça Nelore e da pecuária brasileira”, afirma Victor Paula Silva Miranda, presidente da ACNB.
A Matsuda Sementes e Nutrição Animal recebeu o prêmio de “Excelência no Agronegócio”, enquanto o Banco Bradesco foi reconhecido com o prêmio “Compromisso com o Agronegócio”, em reconhecimento à sua atuação no apoio aos produtores e aos investimentos do setor. Na comunicação, o programa Giro do Boi, do Canal Rural, foi homenageado com o prêmio de “Promotor da Raça”, e Paulo Henrique Arantes Horto – presidente da Programa Leilões – recebeu o prêmio de “Incentivador da Raça”.
A cerimônia também destacou o protagonismo feminino na pecuária, com o prêmio “Mulher de Destaque na raça Nelore”, concedido a Eny de Miranda Heringer, Elizete Assad Garetti e Arlinda Cristina Oliveira Cruvinel Borges.
Foram homenageados, ainda, criadores de excelência que fazem parte da história do Nelore e contribuem para a expansão da pecuária no Brasil, com a entrega do prêmio “Contribuição para a Evolução da Raça”. São eles José Luiz Niemeyer dos Santos, Alberto Laborne Valle Mendes, Carlos Viacava e Jonas Barcellos Corrêa Filho.
“Essa premiação simboliza o compromisso permanente da ACNB com a valorização de quem impulsiona a pecuária nacional. A Nelore Fest vai além da celebração de resultados. É um momento de reconhecer trajetórias, parcerias e entregas consistentes que contam, de forma coletiva, a evolução do Nelore no país. Ao homenagear diferentes elos da cadeia produtiva, reforçamos a importância da união e do trabalho contínuo em favor de uma pecuária cada vez mais forte, eficiente e sustentável”, conclui Victor Miranda.
