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Trigo deve encerrar colheita com boa oferta no Brasil

Preços seguem sob pressão externa diante de estoques globais elevados e maior concorrência internacional.

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Foto: Gilson Abreu

Com a colheita praticamente concluída e padrão de qualidade elevado, o mercado brasileiro de trigo entra no fim de ano com oferta confortável. O cenário externo, no entanto, segue pressionando os preços, diante do aumento das projeções globais, estoques robustos e da intensificação da concorrência argentina, que caminha para uma safra recorde e adota medidas para estimular as exportações.

No Brasil, 98% da área de trigo havia sido colhida até 5 de dezembro, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos dois principais estados produtores, Rio Grande do Sul e Paraná, o índice chega a 99%. Em Santa Catarina, a colheita avança em ritmo mais lento que a média histórica, mas ganhou fôlego com a melhora das condições climáticas. A produtividade foi considerada positiva e o elevado padrão de qualidade do cereal garante tranquilidade no abastecimento interno.

Foto: Divulgação/OP Rural

No mercado internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para cima, mais uma vez, a produção global de trigo para a safra 2025/26, passando de 829 milhões para 838 milhões de toneladas — volume cerca de 5% superior ao da temporada anterior. As estimativas para a União Europeia e para a Argentina também foram elevadas, com avanços de 18% e 30%, respectivamente, em relação à última safra. Os estoques globais ficaram acima do esperado, subindo de 271 milhões de toneladas no relatório de novembro para 275 milhões em dezembro, o que elevou a relação estoque/consumo e tende a manter pressão sobre as cotações internacionais.

Na Argentina, a colheita avança com perspectivas positivas. Até 3 de dezembro, 45,3% da área havia sido colhida, segundo a Bolsa de Cereales. As lavouras apresentam excelente condição, embora o baixo teor de proteína comprometa o valor do produto. Ainda assim, a produção foi novamente revisada para cima, estimada em 27,7 milhões de toneladas, um novo recorde histórico.

Para reforçar a competitividade da agroindústria, o governo argentino reduziu as retenciones sobre o trigo de 9,5% para 7,5%. O aumento do excedente exportável, aliado ao estímulo às vendas externas, deve intensificar a entrada do trigo argentino no mercado brasileiro, ampliando a pressão concorrencial sobre o cereal nacional.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA

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Energia solar ganha força no campo e reduz custos da produção no Paraná

Com apoio do RenovaPR, produtores rurais investem em geração própria, cortam despesas com eletricidade e aumentam a competitividade da agropecuária estadual.

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Fotos: SEAB

O Paraná tem se consolidado como referência nacional na promoção das energias renováveis, com políticas públicas que estimulam a sustentabilidade, a redução de custos produtivos e a modernização do campo. Entre essas fontes, a energia solar se destaca por ser limpa, renovável e abundante, obtida a partir da luz e do calor do sol e convertida em eletricidade por meio de sistemas fotovoltaicos ou em energia térmica para aquecimento de água.

No Brasil, a energia solar fotovoltaica registrou crescimento expressivo nos últimos anos e ultrapassou 60 gigawatts (GW) de potência instalada em meados de 2025, tornando-se a segunda maior fonte da matriz elétrica nacional, atrás apenas das hidrelétricas. Esse avanço é impulsionado pela redução no custo dos equipamentos, pela maior conscientização ambiental e por políticas públicas de incentivo. No Paraná, o potencial solar é superior ao de diversos países europeus, fator que tem estimulado a adesão de produtores rurais, cooperativas e consumidores residenciais aos sistemas de geração própria.

Entre 2020 e 2024, o número de sistemas fotovoltaicos instalados no Estado cresceu mais de 660%, refletindo o compromisso do Paraná com uma matriz energética mais limpa e eficiente. Parte significativa desse avanço está ligada ao programa RenovaPR, que consolidou a energia solar e o biogás como ferramentas estratégicas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio paranaense, com impactos diretos na renda dos produtores, na competitividade das cadeias produtivas e na preservação ambiental.

Criado em agosto de 2021 pelo Governo do Estado, o RenovaPR incentiva a geração própria de energia por meio da Geração Distribuída (GD), nas modalidades solar e biogás. Executado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), o programa tem como meta instalar 100 mil unidades de geração até 2030. Atualmente, já soma mais de 39,5 mil unidades produtivas atendidas, oferecendo crédito facilitado, capacitação e assistência técnica aos produtores interessados.

A iniciativa tem impacto direto nos custos de produção, especialmente no campo, onde a energia elétrica pode representar até 30% das despesas totais. Ao reduzir esse peso, o RenovaPR fortalece a competitividade do setor agropecuário e contribui para a sustentabilidade econômica e ambiental das propriedades rurais. Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Márcio Nunes, cada projeto implantado reforça esse ciclo positivo. “O Paraná está mostrando que sustentabilidade também é economia: quando o produtor rural investe em energias renováveis, ele preserva o meio ambiente, reduz custos e vê sobrar mais dinheiro no bolso para investir na propriedade e gerar renda no campo”, afirma Márcio Nunes.

De acordo com o coordenador do Programa de Energias Renováveis do Paraná, Herlon Goelzer de Almeida, a geração própria de energia estimulada pelo RenovaPR ampliou significativamente a viabilidade da proteína animal produzida no Estado. “Na avicultura, uma das atividades mais eletrointensivas, conseguimos reduzir o impacto do custo da energia, que em 2019 era o segundo maior item de despesa e hoje ocupa a quarta ou quinta posição na composição dos custos de produção. Essa é uma das grandes virtudes do RenovaPR”, destaca.

Alvaro José Baccin, de Cascavel, trabalha com avicultura há dez anos. A granja dele tem seis aviários e capacidade de alojamento de 220 mil frangos. Há quatro anos ele instalou o primeiro projeto de energia solar num transformador de 75 KVA, e no ano seguinte o segundo. “Esses dois projetos, duas miniusinas, nós adquirimos com os recursos do BNDES, financiados pelo Banco do Brasil, e com o convênio no RenovaPR, com o Banco do Agricultor Paranaense. Nós pagamos os juros e somos reembolsados, dentro de dois meses. Então, desse modo, a gente acaba pagando só o principal. E isso daí torna viável o projeto, em função dessa vantagem que o governo do estado do Paraná nos ofereceu”, explica.  Baccin completa: “É um investimento interessante, eu acho que a propriedade tem o espaço para se fazer e o produtor que não fez ainda deve estar pensando em fazer, devia fazer o investimento. Se essa energia permanecer do jeito que está em custo atual, eu acho que foi uma boa vantagem”.

O agricultor Clóvis Motin produz rúcula, agrião e vários tipos de alface na propriedade de dois hectares no centro de Colombo, na Região Metropolitana. O cultivo é feito pelo sistema de hidroponia, técnica que dispensa o solo, e onde as raízes das plantas recebem uma solução aquosa balanceada com todos os nutrientes minerais essenciais para seu desenvolvimento. O sistema proporciona um crescimento controlado e eficiente, com vantagens como maior produção em menor área, proteção contra pragas e solo, e economia de água. Mas a hidroponia exige o bombeamento dessa solução o dia inteiro, o que torna a energia elétrica o custo mais alto da produção. Por isso, há três anos, Clóvis resolveu adotar o sistema de placas solares. “Quando eu optei por esse sistema disseram que em 10 anos o sistema se pagava, mas já em 4 anos vai se pagar. Eu gastava em torno R$ 2 mil de luz e com o sistema das placas agora eu pago no máximo R$ 300 por mês. Então diminuiu 80% meu consumo de energia de fatura e para mim foi bem vantajoso, bem proveitoso”, contabiliza. Com essa economia, ele tem investido na propriedade, aumentado as estufas e melhorado seus processos para oferecer um produto de maior qualidade.

Eduardo Biazzi de Lapena cria tilápias na propriedade de 4,8 alqueires em Bragantina, um distrito de Assis Chateaubriand. Como trabalha no modelo de integração, não tem gasto com ração e o maior custo de produção era a energia elétrica, com cerca de 70% do total. Há um ano implantou as placas solares e agora esse custo gira em torno de 30% a 40%. “A gente tem uma bomba no rio que usa bem raramente para renovar a água e encher os açudes, mas 99,9% do consumo de energia são os geradores que servem para fornecer oxigênio para os peixes em dias nublados, durante o dia para homogenizar a água e principalmente à noite”, comenta. Sem a energia solar, Eduardo gastava R$ 271 para produzir uma tonelada de tilápia. Com as placas, o gasto caiu para R$ 88 por tonelada. Numa conta simples, se a economia alcançada por Eduardo for projetada para toda a produção de tilápias no estado, que foi de  cerca de 192 mil toneladas em 2024 (segundo o Departamento de Economia Rural da Seab), seriam mais de R$ 35 milhões em economia que poderiam ser reinvestidos na cadeia de produção.

Parcerias

O RenovaPR é coordenado pelo Sistema Estadual de Agricultura (Seagri), por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e do IDR-Paraná, e conta com a parceria de diversas instituições públicas e privadas. O acesso ao programa ocorre por meio de empresas integradoras credenciadas e de linhas de crédito com juros reduzidos oferecidas pelo Banco do Agricultor Paranaense, seguindo as normas estabelecidas na legislação estadual.

Com iniciativas como o RenovaPR, o Paraná reafirma sua posição de liderança na transição para uma matriz energética mais limpa, sustentável e alinhada ao desenvolvimento econômico, fortalecendo o campo, gerando renda e contribuindo para a preservação ambiental.

Fonte: AEN-PR
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Brasil reforça parceria com a África do Sul em seminário técnico sobre segurança alimentar

Road Show Internacional 2025 destacou a regionalização como instrumento técnico para gestão de riscos sanitários e estabilidade do comércio, reunindo autoridades, indústria e importadores dos dois países.

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Foto: Shutterstock

A cidade de Pretória recebeu na quarta-feira (10) a quarta edição do Road Show Internacional 2025, uma iniciativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). O seminário, que reuniu cerca de 80 convidados, teve como foco o fortalecimento da cooperação sanitária e comercial entre Brasil e África do Sul, com destaque para a adoção da regionalização como ferramenta técnica de gestão de riscos sanitários.

Com o tema “South Africa–Brazil: A Successful Partnership – WOAH-based decisions for food security”, o evento contou com a presença do embaixador do Brasil em Pretória, Benedicto Fonseca Filho, do Secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, Luís Rua, e do Diretor-Geral do Departamento de Agricultura sul-africano, Mooketsa Ramasodi, além de representantes da indústria local, importadores, associações setoriais e técnicos dos dois países.

Presidente da ABPA, Ricardo Santin: “Queremos ser parceiros da produção local, especialmente em segmentos em que a demanda não pode ser atendida internamente” – Foto: Mario castello

A regionalização, prevista nos códigos da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA/WOAH), permite que, em casos de doenças de notificação obrigatória, como a Influenza Aviária, apenas a área afetada sofra restrições comerciais, preservando o fluxo de produtos das demais zonas livres. No evento, foi relembrado o impacto da suspensão total das exportações brasileiras em maio deste ano, quando a interrupção temporária das compras afetou diretamente o mercado sul-africano, com alta de preços e falta de insumos como o MDM, base da produção de alimentos processados e do abastecimento de programas sociais. “Queremos ser parceiros da produção local, especialmente em segmentos em que a demanda não pode ser atendida internamente. A regionalização é uma solução equilibrada, baseada na ciência e reconhecida globalmente, que permite garantir segurança sanitária sem comprometer a segurança alimentar”, afirmou o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Além do seminário, a missão brasileira incluiu reuniões bilaterais com autoridades sanitárias sul-africanas, com discussões sobre certificação digital, vigilância epidemiológica e protocolos de resposta a emergências sanitárias.

Para o gerente-executivo de mercados da ABPA, Estevão Carvalho, o diálogo técnico entre países é decisivo para evitar rupturas no abastecimento e garantir previsibilidade ao comércio. “A segurança alimentar é construída com confiança mútua e decisões baseadas em evidência. Quando dois países compartilham protocolos, transparência e visão de futuro, toda a cadeia – do produtor ao consumidor – sai beneficiada”, destacou Carvalho.

A etapa sul-africana se soma às edições anteriores do Road Show realizadas neste ano nas Filipinas, no México e no Peru. Em todos os casos, o foco tem sido o mesmo: promover a adoção de decisões sanitárias proporcionais, reforçar a confiança entre autoridades e garantir estabilidade no comércio internacional. Nas Filipinas, a regionalização já foi adotada em resposta a um foco sanitário no Brasil. No Peru, além do seminário técnico, a ABPA participou da feira Expoalimentaria com quatro empresas brasileiras, gerando mais de US$ 71 milhões em projeções de negócios.

O Road Show Internacional segue em 2026 com novos seminários previstos para mercados prioritários.

Fonte: Assessoria ABPA
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Show Rural 2026 terá passarela elevada e amplia estacionamento para 22 mil veículos

Estrutura de 70 metros vai ligar novo estacionamento ao parque e integra pacote de melhorias para a 38ª edição do evento, em fevereiro, em Cascavel.

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Foto: Divulgação/Coopavel

Uma passarela com 70 metros de extensão vai ligar o novo estacionamento do Show Rural ao parque que desde 1989 abriga um dos maiores eventos técnicos do mundo em transmissão de conhecimentos e inovações para a agropecuária. Essa é uma de muitas novidades que serão colocadas em atividade de 09 a 13 de fevereiro de 2026, quando será realizada a 38ª edição do evento, em Cascavel, no Oeste do Paraná.

Toda em metal e elevada, a estrutura vai ligar uma área que em fevereiro passado recebeu ônibus das mais diferentes regiões do País, que trouxeram produtores para conhecer as novidades apresentadas por 600 expositores da cadeia do agro. Com a cessão de uma nova área, de 45 mil metros quadrados, o estacionamento passa a ter capacidade para 22 mil veículos (cinco mil a mais que na 37ª edição) e 700 ônibus, diariamente – 300 a mais do que na realização anterior, enumera o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli.

“As obras de preparação do estacionamento e da passarela estão adiantadas. Vamos deixar tudo pronto em alguns dias”, comenta o coordenador geral Rogério Rizzardi. Com a mudança e ampliação, o espaço vai abrigar também expositores e imprensa. O antigo ambiente de recepção de expositores e imprensa passa a ser ocupado por empresas que há anos reivindicavam espaços maiores para instalar estandes com dimensões diferenciadas, conforme Rizzardi. “Precisamos agradecer ao empresário Assis Gurgacz que, gentilmente, cedeu essa nova área, viabilizando assim alterações importantes no estacionamento do evento”.

Gratuito

O Show Rural Coopavel tem um diferencial importante: as vagas de estacionamento podem ser ocupadas pelos visitantes sem nenhum custo. O mesmo acontece com o acesso ao parque, também gratuito. “Esse é mais um dos muitos investimentos que fazemos nesse grande evento, que tem por premissa o compartilhamento de inovações e conhecimentos que permitem ao produtor, com as novidades aprendidas, produzir mais, com menos custos, com qualidade superior e conectado aos critérios da sustentabilidade”, comenta Dilvo Grolli.

Com o tema A força que vem de dentro, o 38º Show Rural terá também, como novidades, a ampliação na cobertura de ruas (que alcançará 11 dos 15 quilômetros de vias que conectam todo o parque), ampliação dos prédios da administração e do Espaço Impulso (parceria com o Itaipu Parquetec) e criação de um boulevard entre esses ambientes, bem como ampliação do pavilhão da agricultura familiar (convênio com a Itaipu), implantação de duas novas lanchonetes, pavimentação asfáltica em mais 2,5 quilômetros de vias, reforma nos 14 conjuntos de banheiros e relocação da área de embarque e desembarque de máquinas e equipamentos.

Fonte: Assessoria Coopavel
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