Bovinos / Grãos / Máquinas
Tratamento industrial garante sementes mais homogêneas
Vantagem de o produtor comprar semente já tratada é que ele economiza tempo e recursos, além de receber um produto com a dose exata do que é recomendado
Há cerca de quatro anos o produtor Simon Veldt, de Itaí, interior de São Paulo, utiliza em sua propriedade sementes tratadas na Cooperativa Agroindustrial Holambra, da qual é cooperado. A diferença na produtividade e qualidade, segundo ele, foi perceptível logo na primeira safra. Antes, fazia o tratamento na fazenda mesmo, sem a alta tecnologia oferecida pela cooperativa. E ele não é o único. Nos últimos anos, diversos produtores têm escolhido as sementes tratadas por cooperativas ou empresas para a próxima safra.
Com quatro propriedades que somam aproximadamente 1,8 mil hectares, Veldt planta diversas variedades, como soja, milho, trigo, feijão e algodão. A escolha de comprar sementes tratadas pela cooperativa e não as tratar na própria propriedade não foi à toa. De acordo com ele, a qualidade das sementes era perceptível. “O preço que eu gastava antes comprando a semente para tratar, e agora com ela já tratada é praticamente o mesmo”, conta. Veldt comenta que muitos produtores acham caro comprar a semente já tratada, porém, não fazem as contas dos benefícios. “Muitos pensam que tratar na própria propriedade é mais barato, sem pensar que tem o custo da máquina, produto e mão de obra, por exemplo. Muitos não colocam esses custos no papel”, afirma.
O produtor ainda observa que o tratamento feito “em casa” não proporciona uma cobertura tão uniforme, o que acaba fazendo com que algumas sementes fiquem muito bem cobertas, enquanto outras não recebem nenhum tratamento. “E isso no campo é uma planta que nasce pior, que se der uma praga será a primeira que vai morrer”, argumenta.
Veldt diz que já é sabido pelo produtor rural que uma planta que nasce atrasada só vai “comer e beber e não produzir nada”. “Ela vai ficar sempre atrasada. Mas, se fazer o tratamento, ela nasce uniforme. E isso proporciona um aumento de 10% na produtividade, sem gastar nada a mais”, afirma. É perceptível que o produtor é fã de carteirinha das sementes tratadas com alta tecnologia em máquinas industriais. Para ele, a economia de tempo no tratamento é recompensada ainda com uma maior produtividade na fazenda.
Além de utilizar sementes tratadas de forma uniforme, Veldt ainda conta que faz duas safras por ano, intercalando entre as culturas que melhor produzem na região, como milho, trigo, feijão e algodão. “Todos os meses estamos plantando e colhendo alguma coisa”, conta. Para ele, essa diversificação é importante, principalmente porque ajuda a combater doenças e ajuda na nutrição do solo. O produtor utiliza ainda de tecnologias como a agricultura de precisão, além de pivôs para a irrigação nos tempos de pouca chuva.
Tratamento
O tratamento de sementes não é nenhuma novidade para o produtor rural. Mas muitos ainda ficam receosos quando esta semente tratada vem diretamente da cooperativa ou de alguma empresa. Porém, a utilização delas tem sido indispensável, principalmente no Brasil com a safra recorde de grãos de 237 milhões de toneladas, 27,1% superior a safra passada, de acordo com o último levantamento a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A proteção das sementes é um passo importante para que o produtor possa iniciar bem sua lavoura, evitando riscos, assegurando boa plantabilidade e explorando o potencial produtivo da planta. “O tratamento proporciona segurança e proteção para as sementes, protegendo o investimento feito pelo produtor, além de favorecer um bom stand inicial e a emergência das plantas de maneira uniforme”, comenta o diretor da Bayer SeedGrowth, área de tratamento de sementes, Roberson Lima. Ele explica que a vantagem de o produtor comprar uma semente já tratada é que ele economiza tempo e recursos, além de receber um produto com a dose exata do que é recomendado. “A intenção é levar valor para dentro da cadeia rural”, afirma.
Lima diz que a base produtiva para o produtor é a semente, já que é ela que define o desempenho da produção, por ser de boa qualidade, protegida e devidamente tratada. “Estas sementes precisam oferecer soluções completas, de alta performance e amplo aspecto de controle para o produtor”, comenta. Entre os benefícios citados de uma semente corretamente tratada estão a uniformidade, controle e retardo de pragas e doenças, bom stand final e a diminuição de perdas.
De acordo com Lima, o modelo de tratamento de sementes industrial foi desenvolvimento para atender ao produtor rural, que tem uma série de processos na fazenda que precisam ser feitos. “Uma vez que ele tem o tratamento de sementes industrial, o produtor tem mais facilidade no processo na fazenda, ele não precisa tratar a semente lá. Esse é o primeiro propósito, além da necessidade que ele tem de controlar pragas e doenças”, afirma. Além disso, quando o produtor escolhe esta semente, ele também define o potencial produtivo que pretende. “E aí é importantíssimo o tratamento de sementes, para poder proteger esse investimento que é feito pelo produtor”, comenta Lima. O profissional explica que o primeiro passo para o produtor ter uma boa produtividade é ter uma lavoura bem estabelecida, e para isso, é fundamental que se tenha um bom tratamento de sementes logo no começo, “para começar bem forte”, diz.
As sementes de tratamento industrial oferecem diversos benefícios para o produtor, auxiliando a resolver muitas questões em todas as regiões. “Problemas de pragas e doenças, estresse hídrico, produtos que ajudam no arranque inicial da planta, manutenção de stand, todos esses são fatores muito importantes para a produtividade na fase inicial da lavoura”, destaca.
Recobrimento
Um dos pontos chave para que semente ofereça todos estes benefícios ao produtor é o correto recobrimento durante o tratamento. “Esta parte é tão importante quanto os produtos de proteção. O correto cobrimento oferece ao produtor uniformidade na superfície da semente, controle da emissão de poeira, fluidez, plantabilidade e secagem do tratamento”, conta Lima.
Ele explica que a tecnologia de recobrimento envolve a semente com uma fina película permeável. “Recobrimentos são recomendados, cultura por cultura, para serem aplicados em combinação com inseticidas e fungicidas no tratamento de sementes. São formulações a base de água, contendo polímeros, corante e surfactantes”, explica. Lima informa que os recobrimentos garantem uma distribuição homogênea e boa fixação dos ingredientes ativos nas sementes, reduzindo a emissão de poeira durante o processo de tratamento e no manuseio das sementes no campo.
Além disso, de acordo com ele, a tecnologia também melhora a distribuição do produto agroquímico sobre a superfície das sementes, proporcionando uma melhor proteção. “A superfície do recobrimento é lisa e uniforme para permitir alta fluidez e plantabilidade das sementes”, conta. Lima confirma que os recobrimentos são seguros para as sementes, já que não interferem na germinação. “Sementes revestidas (recobrimentos) aparentam um melhor visual, sendo uma importante ferramenta de diferenciação para empresas de sementes”, conta. Ele diz que a tecnologia de recobrimento permite a aplicação de produtos nas sementes. “O processo de recobrimento utiliza pó secante, o que garante a fluidez e reduz a umidade do lote”, finaliza.
Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2017 ou online.
Fonte: O Presente Rural
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran