Suínos Em Santa Catarina
De geração em geração, família Lovatel impulsiona tradição em produzir alimentos com qualidade
A propriedade, de 52 hectares, utiliza pastagens perenes, tem mata nativa, área de preservação permanente, potreiros e áreas de lavoura para plantio de milho e pastagens de inverno.

A história da propriedade rural de Valdir Lovatel e família, na comunidade de Santa Bárbara, no município de Ouro, no Oeste catarinense, é marcada pela trajetória de três gerações dispostas a evoluir, trabalhar unidas, felizes e fazendo o que mais amam: serem agricultores.
Esse desejo de chegar cada vez mais longe fez com que as atividades braçais fossem substituídas por mecanizadas, que as ferramentas manuais dessem espaço para equipamentos modernos e que as dificuldades financeiras ficassem no passado e fossem apenas um incentivo para melhorar cada vez mais os resultados obtidos.

Valdir Lovatel e sua esposa Irês Tessaro (Foto: arquivo pessoal).
Trabalham na propriedade Valdir Lovatel e sua esposa Irês Tessaro, a filha do casal Loreni e seu marido Rivelino Zambão e as netas Tauana e Taila. Atualmente, as duas principais atividades econômicas são: produção de leite com 30 vacas em lactação – e a busca constante por melhores resultados na qualidade do produto – e suínos para terminação com 1.250 animais – com preocupação com o bem-estar animal e bom desempenho no resultado final do lote. A propriedade, de 52 hectares, é cooperada a Cooperativa Agropecuária de Lacerdópolis (Coolacer) e utiliza pastagens perenes, tem mata nativa, área de preservação permanente, potreiros e áreas de lavoura para plantio de milho e pastagens de inverno.
A família finalizou recentemente os cursos De Olho e Qualidade Total Rural (QTR) do Programa Encadeamento Produtivo desenvolvido pela Aurora Coop, pelo Sebrae/SC e por outros parceiros e, na sequência conquistou o certificado de Propriedade Rural Sustentável. “Somos felizes. Gostamos de ver a propriedade arrumada e com a
beleza da natureza que nos rodeia no dia a dia. Também buscamos evoluir e acompanhar as exigências do mercado. Queremos crescer, mas continuar produzindo com qualidade nossos alimentos”, comenta a neta Tauana Zambão.
O plano estratégico da empresa rural contempla a missão de ser uma propriedade certificada, que produz com responsabilidade alimentos, com cooperação aos parceiros no qual negociam a produção de leite e suínos. A visão é ser referência por satisfazer o mercado consumidor, fornecendo o produto que procuram com boa qualidade, segurança e de forma sustentável. Seus valores são: valorização do ser humano, respeito ao consumidor, transparência nos serviços, bem-estar animal, confiança e união.
Com a orientação do consultor credenciado ao Sebrae/SC, Lorival Zanluchi, foi elaborado o mapa estratégico com definições para finanças, cliente e sociedade, processos e pessoas. Na área financeira, por exemplo, a família utiliza planilhas para controlar os custos e as receitas para cada atividade desenvolvida. Nos cursos também analisaram os ambientes e elencaram os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças.
Para buscar melhores resultados realizaram a implantação de bebedouros de água com melhor acessibilidade para os animais; melhoraram as pastagens perenes com controle de invasores; mantiveram o controle atualizado de todas as atividades realizadas na propriedade; realizaram a pintura nas construções para melhorar a aparência e venderam alguns animais para reduzir a quantidade elevada e os custos.
Resultados
Na atividade da bovinocultura leiteira, a Contagem Padrão de Placas (CPP), que quantifica o número total de bactérias aeróbias do leite cru (capazes de estragar o leite ou provocar doenças no consumidor) a média foi de 5,7 no
comparativo de nove meses. “Avaliamos que esse indicador está muito bom, até porque a cooperativa não recebe o leite se o CPP estiver acima de 100. Com isso recebemos R$ 0,5 centavos/litro de bonificação do leite na nota fiscal”, explica a produtora.
Na Contagem de Células Somáticas (CCS), que se refere à quantidade de células de defesa (relacionadas com a saúde da glândula mamária) a média foi de 302,66 no mesmo período analisado de março a novembro de 2021 (a cooperativa exige que esteja abaixo de 500). “É difícil manter esse indicador equilibrado, por isso é necessário redobrar os cuidados com o rebanho”, comenta.
A média do indicador de produtividade foi de 18,7 por produção de litros/vaca lactante/dia. O indicador econômico e financeiro revelou que nos meses analisados a média de lucro foi de R$ 13.052,25.
Suinocultura
Na suinocultura de terminação a conversão alimentar ajustada reduziu de 3,16 para 2,98 em três lotes analisados, a mortalidade de 1,76% diminuiu para 1,68% e o ganho de peso diário (GPD) subiu de 0,886 para 0,947. Os indicadores econômicos e financeiros da atividade apontam um lucro médio de R$ 54.624,79 no período analisado.
Aperfeiçoamento
Tauana relembra que ao olhar outras propriedades de produtores que já tinham feito os cursos De Olho e Qualidade Total Rural vinha em mente o desejo de mudar, evoluir e buscar melhores resultados. “Estar em um ambiente de trabalho organizado e limpo é algo gratificante, representa um sentimento de bem-estar e conforto. Mobilizar a família para pegar e devolver no mesmo lugar leva tempo, mas com uma conversa contínua, a prática e de ver que tudo fica mais fácil, aos poucos todos se convencem. Também foi importante aprender e usar as planilhas para fazer o controle da bovinocultura de leite, que é uma atividade que possui muitos gastos e precisamos saber a viabilidade da atividade, estar atento ao intervalo entre partos e a quantidade de produção média por animal/ano”, relata.
A família focada nos resultados obtidos em cada lote, compara os números com a média da Aurora Coop, presta conta das despesas, considera a depreciação dos equipamentos e das instalações da propriedade. Também observa o balanço patrimonial de cada ano e compara o crescimento e os dados para verificar a evolução no decorrer do período.
Para Tauana, a busca pelo conhecimento deve ser constante, assim como o desejo de aprender com outras experiências facilita para compreender e analisar o sucesso alcançado. “Somos gratos a todos que contribuíram para o bom desempenho do curso, ao consultor Lorival, a professora Rudinéia Maria Lazaroto, aos demais participantes do De Olho, Qualidade Total Rural e ao Time de Excelência, a Coolacer e a Aurora Coop pela iniciativa de motivar os produtores rurais. Também agradeço a minha família, que é a minha base de vida, e ao meu namorado Claudinei que sempre me ajudou. Todos vocês são importantes em minha vida”, agradece a empreendedora rural.
Encadeamento produtivo
O “Encadeamento Produtivo Aurora Coop: Suínos, Aves e Leite” é desenvolvido em Santa Catarina com as parcerias do Sebrae, do Senar, do Sescoop, do Sicoob, da Cooperalfa, da Itaipu, da Auriverde, da Coolacer, da Copérdia, da Caslo, da Cooper A1 e da Coopervil. No Rio Grande do Sul, conta com a parceria do Sebrae, do Sicredi, da Cooperalfa, da Cooper A1 e da Copérdia. No Paraná participam o Sebrae, a Cooperalfa, a Copérdia e a Cocari e, no Mato Grosso do Sul, Sebrae, Cooasgo e Cooperalfa.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



