Notícias
Tocantins e Minas Gerais passam a integrar Boletim Logístico com informações de mercado de frete
Em Minas Gerais, a oferta de veículos para transporte de cargas em dezembro foi inferior ao necessário.
A partir desta edição, o Boletim Logístico produzido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) passa a contar com as informações do mercado de frete das principais rotas utilizadas pelos produtores de Tocantins e de Minas Gerais para o escoamento da produção de grãos nos estados. Os dados são coletados a partir de pesquisas efetuadas pelos técnicos da estatal.
Em Minas Gerais, a oferta de veículos para transporte de cargas em dezembro foi inferior ao necessário, o que pressionou o valor do frete para cima, seguindo o mesmo movimento observado em novembro. Como consequência, ocorreu a elevação de preços em algumas praças, principalmente para aqueles clientes que detêm lotes com maiores volumes. A necessidade de espaço de armazenamento para a safra 2022/23, as boas cotações da soja e milho nos mercados interno e externo e a incerteza em relação ao dólar frente ao real são os fatores que influenciam o mercado.
Já em Tocantins, os preços praticados em dezembro atingiram R$ 50 por tonelada, considerando os valores contratados diretamente com as transportadoras. Houve queda de 8% nos preços em relação ao mês anterior, motivados pela baixa procura dos serviços. Os fretes contratados foram em boa parte para o transporte interno do milho em grãos. A colheita da soja está prevista para o início de fevereiro e o cenário é de redução de preços, por conta da demanda. A maior queda registrada nos fretes em dezembro foi nos trechos de Campos Lindos, com destino à Araguaína (TO) e Porto Franco (MA), estimando-se queda de 38% no frete em relação ao mês anterior. No estado ainda tem muito milho estocado em silos bolsas, mas os produtores têm freado a comercialização no aguardo de melhores preços.
De acordo com a pesquisa, os preços do frete praticados em dezembro do último ano em Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul mantiveram patamares semelhantes ao mês anterior. Já no Distrito Federal, o período atual é marcado pela entressafra, razão pela qual o mercado continua desaquecido, justificando as quedas nos preços rodoviários, com os volumes de embarques nos períodos fracos comparados aos dos meses anteriores. O clima mais chuvoso na região também é outro fator que limita embarques de grãos.
Em Goiás, a demanda está normal para a época, estimando-se o aparecimento de uma boa oferta de fretes e caminhões para os próximos 20 dias, quando se inicia a colheita da soja na região. Foi identificada preocupação no setor quanto à falta de caminhões disponíveis para o período que se aproxima, uma vez que a demanda por transportes na colheita se sobrepõe à demanda por transportes de insumos para a segunda safra de milho. Outro fator que preocupa tanto os produtores quanto os transportadores da região de Rio Verde é o atual período chuvoso, que coincide com a colheita da soja. No trecho entre Bom Jesus de Goiás e Araguari (MG) o preço do frete chegou a cair 69%.
No Paraná, a demanda por fretes aumentou muito em função da combinação entre os acréscimos no transporte do milho e a coincidência da redução na oferta de caminhões, em razão das comemorações de final de ano e da migração para outras regiões, como o caso de Guaíra. No trecho que liga Campo Mourão, Cascavel e Ponta Grossa ao porto de Paranaguá foi observado aumento de 25% no preço do frete em relação ao mês anterior.
As cotações do período na Bahia apresentaram tendências variando de estabilidade à queda, sinalizando o efeito da oscilação de demanda de transporte e a baixa oferta de serviço, conforme a região produtora do estado. No trecho baiano do Sealba há equilíbrio entre a oferta e demanda de transporte de milho e hortifrutis e as cotações apresentam-se estáveis. No extremo oeste, registra-se queda nos preços, pressionados pela redução da demanda, devido à redução dos estoques da safra anterior. Já no Piauí, o mercado de fretes em dezembro continuou com poucas movimentações. O fato pode ser explicado, principalmente, pela diminuição dos estoques. A tendência é esperada para o período.
Colunistas
Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.
A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.
O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.
Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.
Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.
É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.
Notícias
A importância da pesquisa agropecuária
A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.
Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.
Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.
Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.
A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.
A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.
Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).
As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.
Notícias Atenção produtor rural
Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc
Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.
O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.
De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.
A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.
O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.
A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).
O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).
No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.
A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.
O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.