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Tocantins busca no Paraná inspiração para fomentar cooperativismo na agricultura
Governador em exercício Darci Piana se encontrou com a comitiva do Tocantins durante a 25ª edição do Show Tecnológico de Verão, promovida pela Fundação ABC, em Ponta Grossa.
O governador em exercício do Paraná, Darci Piana, participou na quarta-feira (23) do primeiro dia do Show Tecnológico de Verão, da Fundação ABC, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. O evento, que funciona como uma exposição “prática” de novas técnicas agrícolas e tecnologias aplicadas ao setor, neste ano recebe uma comitiva do Tocantins interessada em conhecer a metodologia do agronegócio do Paraná, destaque internacional.
Segundo Darci Piana, o sucesso do Paraná neste setor, que tem se consolidado como um dos principais produtores de alimentos do mundo, está calcado na vocação paranaense para o agronegócio, nos investimentos em tecnologia e infraestrutura e no trabalho conjunto entre o setor público, cooperativas e produtores. “Esse desenvolvimento e essa tecnologia apresentados aqui demonstram a capacidade do nosso Estado, que tem mostrado competência e que conta com a dedicação do cooperativismo”, afirmou.
“O Paraná agora tem avançado também na industrialização do que é produzido no campo, que gera oportunidade para que os produtores ampliem seus rendimentos com base em subprodutos do que sai do campo”, salientou Piana. “O avanço tecnológico que temos fomentado também é fundamental para garantir esse crescimento constante, e o nosso papel, enquanto Governo do Estado, é fomentar esse desenvolvimento, e não atrapalhar”, acrescentou.
O secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura do Tocantins, Jaime Café, citou que o cooperativismo tem um potencial transformador para o pequeno produtor, que passa a ter condições de competir comercialmente em pé de igualdade com grandes produtores. “Temos um potencial produtivo muito grande, com terras boas, solo rico, e chuva em abundância, que é muito bom para agricultura e pecuária, mas ainda falta o sentimento do cooperativismo”, disse o secretário.
“Viemos buscar essa experiência no berço do cooperativismo brasileiro, uma cooperação que é fundamental para o desenvolvimento do agronegócio, especialmente para os pequenos produtores”, salientou Café, que é nascido em Planalto, na região Sudoeste do Paraná. “Tenho muito orgulho de ter nascido nessa terra”, afirmou.
Mudança de realidade
O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços do Tocantins, Carlos Humberto Lima, lembrou que o desenvolvimento completo da cadeia produtiva agropecuária gera avanços nas demais áreas sociais e econômicas. “A experiência paranaense no cooperativismo será bastante importante para podermos traçar os rumos do desenvolvimento do nosso agronegócio”, disse.
“E quando se pensa em expandir negócios e fronteiras, a gente entende que pode avançar no aspecto socioeconômico e atrair cada vez mais investimentos, usando essa mola propulsora do agronegócio para avançar também na indústria e na geração de emprego e renda”, afirmou Lima.
Agro está no DNA do Paraná
Para o chefe da Casa Civil do Paraná, João Carlos Ortega, o agro está no DNA do Estado. “Temos uma cadeia produtiva completa, sustentável e que gera emprego e renda, e temos uma gestão estadual que se preocupa com o fomento e incentivo ao desenvolvimento, industrialização, tecnologia e investimentos em obras e projetos estruturantes em todas as regiões”, disse o secretário, destacando que esse é um dos segredos do sucesso paranaense no setor.
Também presente no evento, o prefeito de Paraíso do Tocantins, Celso Soares, ressaltou a importância de expandir as potencialidades dos pequenos produtores. “Estamos no início desse trabalho de implementação do cooperativismo. Há cinco anos a cooperativa Frísia expandiu seus negócios e chegou ao nosso município, e tem levado conhecimento para lá. Inclusive, isso tem atraído a atenção de outros cooperados do Paraná, que têm voltado os olhos para o nosso município”, citou o prefeito. “Temos uma localização que é estratégica na questão logística e essa troca de experiências vai permitir que a gente não apenas atraia investimentos, mas melhore a vida dos pequenos produtores que já são da nossa região”.
Show tecnológico
O Show Tecnológico de Verão completa 25 anos em 2022 com um evento especial realizado no Campo Demonstrativo e Experimental da Fundação ABC. Trata-se de uma instituição de apoio à pesquisa, que trabalha a favor do agronegócio, em busca de novas tecnologias e soluções para produtores rurais.
Andreas Los, diretor-presidente da Fundação ABC, destacou o evento em modo presencial, após a realização remota da feira devido à pandemia. “Aqui, técnicos e produtores conseguem ver na prática, em um espaço de quase 500 hectares, a aplicação de técnicas e tecnologias que impulsionam a produção no campo”, disse.
Paraná e a província argentina de Córdoba querem estreitar laços econômicos e comerciais
Para realização do evento, a fundação recebe o apoio das cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal. Todos os protocolos de segurança para prevenção da Covid-19 estão sendo assegurados para garantir tranquilidade aos visitantes do Paraná e de outros estados, que são aguardados para esta edição.
Presenças
Também acompanharam a visita do governador em exercício a prefeita de Ponta Grossa, Elizabeth Schimidt; o diretor-presidente da Frísia, Renato Greidanus; e o director técnico da Seab, Benno Doetzer.
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Sete anos de promessas: A Rota do Milho e a falta de avanços
“O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta.”
Setembro de 2024 marca um triste aniversário: sete anos desde o encontro em Encarnación, no Paraguai, onde representantes políticos e setoriais de Brasil, Argentina e Paraguai se reuniram para abordar a implantação da Rota do Milho.
A proposta, tão simples quanto necessária, era estabelecer uma rota de transporte que reduziria drasticamente os custos logísticos para trazer milho do Paraguai até Santa Catarina, passando por Major Otaño, entrando na região de Misiones, na cidade de Eldorado, e chegando no Estado por Dionísio Cerqueira.
Naquele momento, acreditávamos que estávamos diante de uma solução definitiva para um problema que afeta diretamente a competitividade de nossa produção agropecuária. No entanto, passados sete anos, a Rota do Milho permanece como um projeto esquecido, engavetado pela inércia política.
Em 2016, Santa Catarina enfrentava um déficit de 3,5 milhões de toneladas de milho. Hoje, essa necessidade cresceu para 6 milhões de toneladas, tornando a situação ainda mais insustentável. A dependência do cereal, fundamental para a produção de proteína animal — especialmente suínos, aves e gado leiteiro — tornou-se um dos principais gargalos para o setor produtivo.
Apesar das inúmeras promessas e da presença de autoridades influentes naquela reunião, entre governadores, deputados e prefeitos, a verdade é que nada foi feito. Seguimos pagando caro para trabalhar, sacrificando a rentabilidade dos nossos produtores e a competitividade das nossas indústrias.
Chegou o momento de cobrar de forma incisiva. É inadmissível que as lideranças políticas, que juraram defender os interesses do setor agropecuário, tenham permitido que esse projeto caísse no esquecimento.
Onde estão os políticos que estavam em Encarnación em 2016? O que foi feito desde então? São perguntas que merecem respostas claras e objetivas. O agronegócio catarinense, que é a base da economia de tantas regiões, não pode continuar refém de uma política desinteressada, que só se mobiliza em tempos de interesse, mas não entrega resultados práticos para quem trabalha no campo.
Mas a janela de oportunidade foi aberta novamente. Hoje, tanto o Paraguai quanto a Argentina são governados por líderes de direita, que entendem a importância do agronegócio. O Paraguai, em especial, tem ampliado sua produção de milho e possui um governo comprometido com o crescimento do setor. E o que estamos esperando?
O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta. Chega de discursos vazios e promessas que se perdem no tempo. Temos de ver resultados práticos. Não podemos mais aceitar que a Rota do Milho siga apenas no sonho, enquanto produtores e indústrias pagam um preço altíssimo pela falta de milho mais acessível.
A abertura dessa rota não só reduziria os custos logísticos — que chegam a ser cinco vezes menores em comparação com o cereal vindo do centro do Brasil —, como também impulsionaria o desenvolvimento das regiões por onde o milho passaria. Todos os envolvidos sairiam ganhando: os produtores, as indústrias e as economias locais e nacionais.
Como representante do setor suinícola, vejo que o tempo das promessas vazias tem que acabar. Precisamos de ação, e precisamos agora. Chega de pagar caro pela ineficiência política. Se não houver uma mobilização séria, o agronegócio catarinense, que já atravessou três anos de crise severa, continuará sofrendo e perdendo competitividade.
Portanto, aos políticos que prometeram e não cumpriram, a mensagem dos nossos produtores é clara: a paciência acabou. Precisamos que vocês cumpram seu papel e coloquem em prática o que foi discutido em 2016.
Caso contrário, estarão condenando não apenas o setor agropecuário, mas também a própria credibilidade perante aqueles que vocês deveriam e dizem representar.
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Eduardo Berbigier assume comitês na Sociedade Rural Brasileira
A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio.
O advogado tributarista Eduardo Berbigier, com vasta experiência no setor tributário e do agronegócio, foi empossado nos comitês Jurídico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio. “É uma honra colaborar com o agronegócio nacional e contribuir para o desenvolvimento de políticas que beneficiem esse setor fundamental para a economia do país” afirmou Berbigier, cujo escritório O Berbigier Sociedade de Advogados, acumula 84 anos de atuação jurídica.
Notícias Safra 2024/2025
Conab aponta perspectiva com cenário positivo para milho e soja, além de novo aumento na área de arroz e feijão
Produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.
Em meio aos desafios climáticos que se apresentam a cada nova safra, arroz e feijão devem apresentar novo crescimento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros, como mostra a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária. A publicação, divulgada nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil (BB), aponta ainda que a produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.
De acordo com a análise da Conab, a projeção é de um incremento na área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 mais intenso do que o identificado na safra 2023/2024. Os preços e a rentabilidade da cultura encontram-se em um dos melhores patamares históricos para o produtor. Com isso, a perspectiva é de uma alta expressiva de 11,1% na área destinada para o grão, e uma produção que deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018. Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.
Dupla do arroz no prato dos brasileiros, o feijão também tende a apresentar aumento na área no próximo ciclo. Projeta-se um incremento de 1,2% em relação a 2023/2024. Como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. Com isso, a produção segue ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.
Cenário positivo
A Conab também prevê um novo aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a dois milhões de hectares, elevação de 3,2% em relação à safra 2023/2024. Na região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é onde se espera o maior crescimento em termos proporcionais. Os produtores têm investido na fibra, uma vez que o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade em termos de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional. Esses fatores influenciam na expectativa de produção da temporada 2024/2025, quando se espera uma colheita de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma.
Cenário positivo também é previsto para a produção de soja. Mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez. A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno. Esse panorama influencia na projeção de aumento da área plantada, podendo chegar a 47,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores brasileiros. A combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras resulta na projeção de uma colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.
Já para o milho, o cenário é de manutenção da área a ser cultivada. Apesar disso, a produtividade deve apresentar recuperação, o que contribui para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas. Mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024. No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal. Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.
Parceria com Banco do Brasil
Pela primeira vez, a Perspectivas para a Agropecuária é realizada em parceria com o Banco do Brasil. Trata-se da materialização do início de parceria inédita firmada entre a Companhia e o Banco do Brasil, por meio de Acordo de Cooperação Técnica, que abrangerá atividades de pesquisa, de desenvolvimento, de treinamento, de intercâmbio de tecnologias e de metodologias, de produção de informações agropecuárias e de ações promocionais conjuntas em feiras e eventos estratégicos para as instituições.
No trabalho, a instituição financeira abordou a importância do crédito rural como fomentador de uma agricultura que visa ao desenvolvimento dos negócios por meio de ações ambientais, sociais e de governança; de forma que haja adequação dos processos produtivos ao comportamento climático atual, diversificação da matriz energética, rastreabilidade, certificado de origem da produção, práticas conservacionistas, certificação, crédito para a recuperação ambiental, custeio anual ou que melhorem toda a gestão da atividade rural.
Outras informações sobre o panorama dos principais grãos cultivados no país estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2024/2025. O documento também traz a projeção de produção e de mercado para carnes bovinas, suínas e aves em 2025.