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TMG apresenta portfólio durante o Showtec 2015

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A Tropical Melhoramento & Genética, TMG, estará presente de 21 a 23 de janeiro do Showtec 2015, promovido pela Fundação MS, em Maracaju-MS. Durante os três dias de evento, além da exposição de diversas empresas, serão realizadas palestras técnicas, com temas que englobam desde a produção de grãos de alta qualidade até as tendências econômicas, além de debates e exposições voltadas para toda a cadeia produtiva do agronegócio. Na ocasião a TMG apresenta seu portfólio de cultivares de soja.

De acordo com o Desenvolvimento de Mercado da região, Josivaldo Amarila, participar de eventos como esse é importante tanto para a empresa quanto para os clientes da TMG. “Podemos mostrar quais são os diferenciais nas nossas cultivares. Em destaque para a tecnologia INOX e IPRO na TMG 7062 IPRO INOX, TMG 7060 IPRO INOX e TMG 2158 IPRO. O pacote tecnológico presente nestas cultivares contribuem para o aumento de produção e economia no uso de fungicida, proporcionando assim maior segurança e rentabilidade ao produtor”.

O Showtec – Destinado aos produtores e empreendedores rurais, técnicos agrícolas, acadêmicos, entre outros, o Showtec é uma feira anual onde são apresentados produtos e serviços ligados ao setor agropecuário, lançamentos, inovações tecnológicas, sistemas de produção, palestras técnicas e resultados de pesquisas que contribuem para a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

Sobre a TMG – A TMG é uma empresa de capital nacional que dedica-se à criação e ao desenvolvimento de novas cultivares de soja e algodão. Sua sede é em Cambé (PR) e possui filial em Rondonópolis (MT). As tecnologias da TMG estão presentes nos estados: BA, GO, MA, MG, MS, MT, PI, PR, RS, SC e SP.

Fonte: Ass. Imprensa

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Notícias Em quase uma década

Caatinga retira da atmosfera 5,2 toneladas de carbono por hectare ao ano

Dados colocam a Caatinga entre os sumidouros mais eficientes de carbono entre as florestas secas do mundo. A chuva foi o fator mais importante para as trocas de carbono no bioma. Estudo abre caminhos para programas de crédito de carbono na região.

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Torres de fluxo, geram dados que indicam a Caatinga entre os sumidouros mais eficientes de carbono, entre as florestas secas do mundo - Fotos: Magna Moura

Em comparação com outros 30 locais secos ao redor do mundo, a Caatinga demonstra elevada eficiência no uso de carbono, superando até mesmo as florestas da Amazônia. Esse foi o resultado de uma pesquisa inédita que investiga os fluxos de carbono no bioma, considerando diversas condições de clima, solo e vegetação. O objetivo é quantificar e avaliar a evolução sazonal e anual das trocas de carbono na Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro.

O trabalho, liderado pelo Observatório Nacional da Dinâmica da Água e do Carbono no Bioma Caatinga (OndaCBC), envolve uma rede multidisciplinar de pesquisadores de diversas instituições, como a Embrapa Semiárido (PE), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e Instituto Nacional do Semiárido (INSA). Os estudos realizados ao longo de quase dez anos revelaram que a Caatinga conseguiu retirar da atmosfera uma média de 527 gramas de carbono por metro quadrado ou 5,2 toneladas por hectare.

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O professor Bergson Bezerra, da UFRN, líder da rede de torres de fluxos do OndaCBC, explica que, ao ser comparada com as florestas secas ao redor do mundo, de todos os pontos que foram analisados, o valor máximo obtido foi 548 gramas de carbono por metro quadrado, registrado em uma floresta no Peru. “Os demais valores são inferiores a esse; inclusive houve áreas que se comportaram como fonte de CO2. Portanto, a Caatinga está seguramente entre os maiores sumidouros entre as florestas secas do mundo”, completa.

As florestas tropicais sazonalmente secas, como a Caatinga, desempenham um papel crucial como sumidouros de carbono, ou seja, depósitos naturais que absorvem e capturam o CO₂ da atmosfera, reduzindo sua presença no ar, com implicações para o clima local, regional e global. Esses processos são influenciados pela distribuição espaço-temporal e pelos volumes de chuva, que afetam diretamente a cobertura vegetal.

Bezerra acrescenta que, na Caatinga, a temperatura, a radiação e a umidade permanecem praticamente constantes ao longo do tempo, com pequenas variações que não afetam muito as trocas de CO2. No entanto, foi constatado que, nesse bioma, as chuvas, mesmo que em pequenas quantidades, são o fator mais importante para as trocas de carbono. “Isso porque as chuvas estimulam o crescimento vegetal, aumentando, assim, a capacidade do bioma de absorver CO2 da atmosfera, agindo como um sumidouro altamente eficaz desse gás”, completa.

Rede de torres
Desde 2010, o Observatório Nacional da Dinâmica da Água e do Carbono no Bioma Caatinga, que é integrado ao programa de Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTs), realiza a coleta de dados em várias torres micrometeorológicas, conhecidas como torres de fluxo, localizadas em municípios de Pernambuco (Serra Talhada, São João e Petrolina), Paraíba (Campina Grande) e Rio Grande do Norte (Caicó e Serra Negra). A mais antiga e completa dessas torres está instalada na Embrapa Semiárido, em Petrolina (PE), que monitora há 13 anos uma área de Caatinga nativa, na sede da instituição.

Foto: Marcelino Ribeiro

A pesquisadora da Embrapa Magna Soelma Beserra de Moura destaca que, para avaliar todo o potencial da Caatinga como sumidouro de CO2, foram comparados os dados gerados pela rede de torres, na qual a da Embrapa teve um papel importante. Também foram utilizados dados disponibilizados na rede internacional de fluxo, a FluxNet, que engloba dados mundiais de fluxos de energia, carbono e água.

Esses dados abrangem áreas de países como Estados Unidos, Canadá, México, a região do Sahel na África, Espanha, Austrália e até mesmo uma região subpolar semiárida na Rússia.

Moura ressalta que o trabalho é contínuo e envolve análises periódicas tanto de dados ligados às variáveis meteorológicas, como chuva, radiação solar, temperatura, umidade relativa, vento e pressão do ar, quanto às medidas de concentrações do vapor d’água, do dióxido de carbono, velocidade vertical do vento e temperatura em altas frequências. A partir desses dados, são realizados os cálculos das trocas de energia, água e, principalmente, do CO2.

“Antes do Observatório, não tínhamos dados consistentes e organizados em uma rede de estudos sobre o quanto a Caatinga poderia atuar como sumidouro de carbono. Com este trabalho em rede, por meio das torres, estamos obtendo fortes evidências de que esse bioma é um sumidouro altamente eficiente, que contribui significativamente para a absorção de CO2 atmosférico, ajudando a retardar a taxa de crescimento da concentração atmosférica desse gás, um dos principais causadores do efeito estufa”, destaca Moura.

Foto: Marcelino Ribeiro

Caatinga é fonte valiosa para a bioeconomia
Ocupando cerca de 11% do território nacional, em uma área de aproximadamente 850 mil quilômetros, a Caatinga é um ecossistema brasileiro caracterizado por uma biodiversidade adaptada às condições de clima semiárido, com altas temperaturas e baixas precipitações. Antes considerado um ambiente com baixa diversidade de espécies, os estudos atuais têm revelado uma ampla riqueza de flora e fauna endêmicas no bioma.

Além disso, o pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA) Aldrin Perez Marin acrescenta que a Caatinga desempenha uma série de serviços socioambientais essenciais, como regulação do clima, controle de erosão, polinização, controle de pragas e doenças. Apresenta, ainda, potenciais socioeconômicos significativos por meio do aproveitamento de frutos nativos, plantas ornamentais e fitoterápicos, representando uma importante fonte de recursos para as comunidades locais.

Para Marin, os resultados alcançados pelo trabalho do Observatório destacam a eficiência da Caatinga na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, o que fortalece o argumento para a necessidade de políticas públicas de conservação e preservação desse bioma, assim como para a promoção do seu manejo sustentável.

“As pesquisas em andamento têm o potencial de subsidiar políticas públicas para a implementação de programas de neutralização da degradação do solo, recuperação de áreas

degradadas e conservação de áreas intactas. A descoberta do potencial de sequestro de carbono pela Caatinga pode subsidiar programas de crédito de carbono na região, gerando benefícios econômicos, ambientais e sociais a curto e médio prazo”, prevê Marin.

Ele ressalta ainda que outros estudos também têm revelado que a Caatinga é um ambiente rico, com relevante biodiversidade. Por tudo isso, o pesquisador espera que todo esse trabalho possa servir de alerta e de estímulo para novas pesquisas, além de demonstrar a importância de se preservar esses ecossistemas secos, muitas vezes negligenciados, mas vitais para a manutenção do meio ambiente e das populações.

Fonte: Assessoria Embrapa Semiárido
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Notícias

Robô gera economia de 37 toneladas de ração por ano na suinocultura brasileira

Economia está relacionada, principalmente, à redução do desperdício e à melhoria na conversão alimentar dos suínos. Robô distribuidor de ração mostra que a interação entre homem e máquina aumenta a eficácia da produção animal.

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Um robô que distribui ração é um dos benefícios da automação na suinocultura brasileira, cujos impactos positivos já podem ser fortemente sentidos na realidade atual das propriedades rurais. Além de possibilitar uma economia superior a 37 toneladas de ração por ano, a novidade digital poupa tempo e esforço físico dos criadores, possibilitando que se dediquem à gestão das granjas. O robô é um dos resultados da parceria entre a Embrapa Suínos e Aves e a empresa Roboagro e comprova que a digitalização no campo não tira o lugar de pessoas, mas, pelo contrário, agrega conhecimento intelectual às suas rotinas, permitindo que dediquem mais tempo ao desenvolvimento da produção animal.

O robô é responsável pela distribuição de ração em instalações de suínos em terminação, tarefa que se repete de três a cinco vezes ao dia. Ele não substitui as pessoas que trabalham na criação, uma vez que o olhar humano é fundamental no acompanhamento do funcionamento da máquina. “A diferença é que agora temos tempo para observar, analisar e agir, quando é necessário. Sem o trabalho de colocar a ração nos comedouros, sobra tempo para ver o que está acontecendo em cada baia”, conta Bruna Brandão, que trabalha em uma granja de suínos em Missal, região oeste do Paraná.

Fotos: Osmar Dalla Costa/Embrapa

Ela e o esposo, Carlos, começaram a operar o robô em 2023. O casal é responsável por manejar mais de 3 mil suínos em terminação, distribuídos por três diferentes galpões, em uma granja integrada da Frivatti (frigorífico de suínos). A novidade provocou mudanças na rotina de Bruna e Carlos e exigiu uma série de adaptações. “Tivemos que aprender a programar o robô, o que não foi difícil. O que mais mudou, eu acredito, é a atenção que temos que ter na observação dos suínos e no funcionamento da máquina. Tudo tem que estar bem ajustado para que o robô faça aquilo que está planejado e nós possamos alcançar os resultados esperados”, afirma Bruna Brandão.

Integração entre homem e máquina aumenta a precisão
Essa observação pode ser sintetizada na palavra “precisão”. O robô distribuidor de ração aumenta a eficácia de um dos pontos mais críticos da criação de suínos, permitindo que possa ser controlada e medida diariamente. “Nós sabemos que perder ou ganhar dinheiro com suínos está muito vinculado à forma como o produtor maneja a ração. O robô garante que essa tarefa seja feita da forma mais eficiente possível dia após dia, sem oscilações de manejo, desde que o produtor perceba que precisa trabalhar de forma complementar à máquina”, enfatiza o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves Osmar Dalla Costa.

Trabalhar complementarmente à máquina significa, justamente, observar o que está acontecendo nas instalações, analisar se algo não está dentro do esperado e agir para corrigir o que está fora do padrão aplicado. É assim que produtor e máquina podem alcançar a precisão. “Nós temos em torno de mil robôs já atuando no campo. A partir dessa experiência, posso afirmar que estamos ajudando o produtor a alcançar um nível de precisão na gestão da granja que antes não era possível”, conta Giovani Molin, da Roboagro. Segundo ele, o robô faz com que o produtor deixe de ser um “tratador de animais” e se transforme em um real gestor de granjas de suínos.

Estudos de inovação recentes da Embrapa Suínos e Aves sobre a introdução de robôs na produção de suínos apontam uma janela interessante para vislumbrar como a automação ajuda a construir um novo mundo rural. “A lógica que sustenta essa mudança é o que já estamos vendo os robôs fazerem. Eles reduzem a carga de esforço físico dos produtores e permitem que as pessoas envolvidas com a produção animal observem e pensem mais sobre o que está acontecendo nas instalações”, acrescenta Dalla Costa.

Economia de ração pode chegar a 37 toneladas
Os estudos mostram também que os robôs ajustados para servirem a ração em comedouros lineares com trato na parte inferior das baias podem economizar até 37,6 toneladas de ração por ano em três lotes de mil suínos em terminação. “Apuramos que cada animal consome 12,5 kg a menos de ração para atingir o mesmo peso de abate quando o robô é configurado para servir a ração de forma controlada em comedouros lineares com trato na parte inferior, quando comparado com o sistema de alimentação à vontade nos comedouros tulha”, revela o pesquisador.

A economia, de acordo com Dalla Costa, está relacionada, principalmente, à redução do desperdício e à melhoria na conversão alimentar dos suínos. “Comparamos o sistema de fornecimento de ração com robô e comedouros lineares com trato na parte inferior e ração controlada com outros quatro sistemas de distribuição”, explica. Os outros quatros tipos de fornecimento de ração foram: sistema linear automatizado com comedouro tipo drop e ração controlada; tratamento com sistema linear tipo manual e ração controlada; comedouros lineares com trato na parte superior alimentados com robô e ração controlada; e sistema automatizado com comedouro tipo tulha e ração à vontade. “O robô distribui a ração por peso, diferentemente de outros sistemas automatizados, que fazem a distribuição por quantidade. Além disso, em comparação com a manual, o robô alcança maior homogeneidade na distribuição. Com isso, os suínos recebem somente a ração necessária em cada baia, o que reduz o desperdício e melhora a conversão alimentar”, pontua o pesquisador.

Os robôs também otimizam o uso da ração por mais dois motivos. Primeiro, eles facilitam a distribuição controlada da ração durante o dia. Tratar os animais na hora certa e nos intervalos recomendados aumenta a conversão alimentar (calculada a partir da quantidade de ração consumida para cada quilo de carne adquirido pelo animal), fator decisivo para alcançar bons resultados na suinocultura. “Em média, a distribuição controlada pelo robô reduz em 5% o consumo de ração na comparação com a distribuição à vontade”, observa Molin. Além disso, a distribuição controlada pelo robô permite diferenciar, sem dificuldades, o peso de ração levada para cada baia. Ou ainda oferecer porções distintas para os animais dependendo do horário (em períodos mais quentes, os animais, geralmente, comem menos).

Segundo, os robôs registram e disponibilizam todas as informações necessárias para gerir a ração servida aos animais. A emissão de relatórios diários do consumo de ração ajuda ainda a adotar uma postura preventiva no gerenciamento dos lotes de suínos. “O consumo de ração revela se o lote está evoluindo como o esperado. Qualquer anomalia apontada nos relatórios diários pode ser resolvida antecipadamente”, complementa Dalla Costa. Para Bruna Brandão, os relatórios diários fornecidos pelo robô também servem para confirmar que o trabalho está sendo bem feito dentro da granja. “Depois que entendemos como interagir com o robô, ficou melhor pra todo mundo”, comemora.

Um robô sobre trilhos
O robô distribuidor de ração, continuamente aprimorado pela Embrapa e a Roboagro, funciona, na prática, como um “vagão com baterias sobre trilhos”. Os trilhos são colocados nos corredores dos galpões onde estão os suínos e permitem que o robô entre e saia das instalações sem dificuldades. Um único equipamento pode tratar até quatro galpões, com um ou mais pontos de abastecimento de ração. “Mesmo instalações já existentes podem receber o robô. Claro que serão necessárias adaptações, de acordo com a realidade de cada uma, mas o equipamento não serve somente para galpões novos”, complementa Molin.

“No caso da Embrapa, onde temos um robô em nossas granjas experimentais, foram feitas obras de adaptação. Mas o importante é que o uso de um equipamento inteligente para distribuição de ração está ao alcance de praticamente todo mundo do ponto de vista estrutural”, defende Dalla Costa. Para quem vai construir um novo galpão, há um manual de construção indicado pela Roboagro, que permite que o robô trabalhe melhor e alcance maior durabilidade. Em média, um único equipamento pode alimentar até 3 mil animais diariamente. Mesmo que haja certa flexibilidade de adaptação do robô às necessidades de cada granja, a indicação é que plantéis maiores recebam mais de um equipamento.

Apesar da flexibilidade de instalação que o robô apresenta, há um aspecto ainda mais importante para determinar se vale a pena adotar essa solução. A própria Roboagro recomenda que somente propriedades com, no mínimo, 400 animais recebam o robô distribuidor de ração. “Segundo nossos estudos, essa é a quantidade ideal de animais para que o produtor alcance, em médio prazo, retorno financeiro satisfatório em relação ao investimento”, destaca o representante da empresa.

A Roboagro oferece duas opções para quem quer adquirir os robôs. Uma das possibilidades é a compra, na qual o preço inicial parte de aproximadamente R$ 70 mil por robô e aumenta de acordo com a quantidade de animais e acessórios. A outra é a locação, na qual o produtor não precisa fazer investimentos e paga um valor por animal alojado na granja mensalmente. Do ponto vista do seu uso no dia a dia, a experiência da Embrapa Suínos e Aves com o robô distribuidor de ração é positiva. Como o robô possui baterias, ele não é suscetível à falta de energia elétrica no momento em que os animais precisam receber a ração. Além disso, há um modelo já implantado de treinamento para uso do robô e para assistência técnica no caso de falhas de operação.

Nova rotina de trabalho
O uso de robôs institui uma nova rotina de trabalho dentro das granjas especializadas na criação de suínos. Por um lado, tarefas que antes duravam várias horas deixam de ocupar tão significativamente o dia do produtor. Por outro, novos afazeres passam a compor a lista de ações do dia a dia. Um exemplo de rotina trazida pelos robôs é o cumprimento do planejamento detalhado da distribuição de ração. Para que o robô traga os resultados esperados, é preciso reprogramá-lo constantemente, adequando a distribuição de ração à curva de crescimento dos animais. Essa nova rotina requer que os produtores associem conhecimentos de informática (para calibrar o robô) com padrões de manejo (para entender as necessidades dos animais de acordo com pesos e idades).

Na prática, as horas de trabalho economizadas pelo robô precisam ser direcionadas para outros esforços, como o da aprendizagem constante. Em média, os robôs distribuidores de ração poupam duas horas de trabalho braçal por dia dos produtores. Tempo que passa a ser dedicado ao seu aprimoramento. “Temos acompanhado, nos campos experimentais da Embrapa, as novas rotinas que o robô traz para a suinocultura. A maior parte das mudanças é positiva. Além disso, o uso de robôs na produção de suínos abre uma perspectiva de atração de um novo tipo de mão de obra para atividade, o que é fundamental pensando no futuro”, completa Dalla Costa.

Robô em números

  • Cada robô distribuidor de ração pode alimentar até 3 mil suínos em terminação.
  • Cada robô pode servir até três galpões com suínos numa mesma propriedade.
  • Na comparação com a distribuição manual de ração, o robô pode alcançar até 5% de ganhos.

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
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Notícias Balanço Social

Embrapa gera R$ 85,12 bilhões de lucro social em 2023

Para cada real investido, empresa devolveu R$ 21,23 à sociedade. Contudo, resultado apresentou queda de 30% em relação a 2022.

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Os estudos de avaliação multidimensional de impactos revelaram também a geração de mais de 66 mil empregos - Foto: Shutterstock

Em 2023, o lucro social da Embrapa foi de R$ 85,12 bilhões. Esta é a principal informação da última edição do Balanço Social da Empresa, publicado neste mês. Desse total, R$ 80,55 bilhões referem-se aos benefícios econômicos de uma amostra de 182 tecnologias avaliadas pela instituição. Consideram-se ainda R$ 3,4 bilhões relativos à estimativa dos impactos gerados por cultivares Embrapa e parceiros e cerca de R$ 1,1 bilhão calculado a partir dos indicadores sociais e laborais da Embrapa. Os estudos de avaliação multidimensional de impactos, presentes no documento, revelaram também a geração de mais de 66 mil empregos.

“Estes estudos de avaliação de impactos da Embrapa são elaborados anualmente por 42 das Unidades de pesquisa da empresa e demostram, principalmente, os benefícios econômicos incorporados pelo setor produtivo com a adoção das soluções tecnológicas geradas. Esses valores são calculados por meio da soma do rendimento adicional obtido pelos adotantes dessas soluções”, explica Graciela Vedovoto, analista responsável pela área de avaliação de impactos na Superintendência de Estratégia (Suest). “A Embrapa possui uma longa experiência em avaliações de impactos econômicos, sociais, ambientais e do ponto de vista do desenvolvimento institucional”, afirma Graciela. Sob a perspectiva econômica, a série histórica do lucro social gerado pela Embrapa é apresentada no gráfico abaixo.

Como pode ser observado nesse gráfico, o lucro social da Embrapa em 2023, em termos reais, teve uma diminuição de 30% em relação ao ano anterior. Essa diminuição se deve, em grande medida, ao impacto econômico da tecnologia de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) na cultura da soja, responsável por mais da metade do lucro social da Embrapa naquele ano. De acordo com o relatório de 2022, o impacto da FBN foi de R$ 72 bilhões, o que representou uma elevação de 89% em relação a 2021.

Esse aumento ocorreu, principalmente, por conta do aumento do preço dos fertilizantes nitrogenados, resultado do contexto mundial de guerra envolvendo países produtores de fertilizantes. Em 2023, com a situação amenizada, o preço da ureia, um importante componente dos fertilizantes nitrogenados, voltou aos patamares normais, indicando o reequilíbrio desse mercado; como resultado, o impacto da FBN, que poupa fertilizantes nitrogenados, também retornou aos patamares anteriores.

Patamares normais de crescimento

A relação entre o lucro social e a receita operacional líquida (ROL), presente no Balanço Social, é  outro importante indicador de desempenho da contribuição da Embrapa à sociedade.

Quando relacionamos, em 2023, o lucro social de R$ R$ 85,12 bilhões com a receita operacional líquida de R$ 4,01 bilhões, temos então o índice de retorno social de R$ 21,23 para cada real aplicado na Embrapa. Essa relação, que foi atípica em 2022, chegando a 34,7, voltou aos patamares normais de crescimento em 2023.

A série histórica completa da relação entre o lucro social e a receita operacional líquida se encontra na figura apresentada a seguir. Observando a linha de tendência (em vermelho) associada a essa relação constata-se um crescimento positivo ao longo dos últimos 27 anos de apuração.

Nesse caso, é importante ressaltar que os impactos estimados anualmente são resultados de investimentos em pesquisa realizados na Embrapa em décadas anteriores. Assim, considerando a média da relação entre lucro social e o resultado operacional líquido (ROL) desde 1997, verificamos que, para cada real investido pelo governo, há um retorno de R$ 13,17 para a sociedade.

Aumento de 5% nos estudos de impacto

Apesar desse contexto da FBN, o Balanço Social de 2023 teve um aumento de 5% em relação aos estudos de impacto. Outros fatores, já observados em 2022, como o crescimento da área de adoção de tecnologias emblemáticas, foram verificados em 2023. Este é o caso dos inoculantes solubilizadores de fosfato.

Em 2020, para fins de avaliação, se considerou uma área de 339.610 ha, enquanto em 2021 foram analisados impactos econômicos abrangendo uma área de 2.450.150 ha.

Já em 2022, essa tecnologia foi adotada em 2.766.310 ha, e, em 2023, sua adoção alcançou quase 4 milhões de hectares. Ou seja, um aumento de mais de 1.000% em quatro anos. Os estudos em curso vêm ainda demonstrando a adoção dos inoculantes solubilizadores de fosfato em outras culturas, como a da cana-de-açúcar.

Impacto de longo prazo

Em termos gerais, o principal impacto de longo prazo gerado pelos conhecimentos e tecnologias da Embrapa para a agropecuária nacional foi a redução de custos dos alimentos, em decorrência do aumento sustentável da sua oferta. Isso resultou na diminuição do valor da cesta básica em mais de 50% nos últimos 50 anos.

Essa queda nos preços reais dos alimentos ao longo das últimas décadas possibilitou a elevação do salário real, especialmente o das classes de mais baixa renda.

Esse é o ganho social mais importante advindo da pesquisa agrícola. Em um país com disparidades sociais e de renda, não existe política distributiva mais eficaz do que aquela que reduz o preço da comida para a população pobre.

Impactos sociais

Sob a perspectiva social, foram gerados mais de 66 mil empregos a partir da adoção das tecnologias da Empresa. Tais empregos gerados e descritos no Balanço Social são adicionais, ou seja, gerados em 2023 por meio do aumento da adoção das soluções tecnológicas da Embrapa. Nesses casos, foi possível estimar a geração de empregos ao longo da cadeia produtiva de cada uma das soluções relacionadas. Os estudos de impactos sociais, que mensuram a geração de empregos, são específicos e amostrais.

Na figura a seguir, é possível verificar que as soluções tecnológicas relacionadas a manejo animal e vegetal são as que mais geraram postos de trabalho em 2023.

É possível ainda analisar a geração de empregos do ponto de vista da localidade, ou seja, dos estados onde estão localizados os centros de pesquisa da Embrapa.

Assim, verifica-se um predomínio da geração de empregos nas regiões Nordeste e Norte, conforme pode ser observado na figura seguinte. Há ainda tecnologias que geram empregos em todo o território nacional, sendo estas agrupadas com as tecnologias dos centros das regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Estimativas de adoção

A Embrapa também estima, anualmente, a adoção de centenas de suas soluções tecnológicas. Reunindo-se as tabelas de impactos e de adoção, é possível verificar o registro de 462 soluções tecnológicas, resultado da soma da adoção mensurada nos 182 estudos de avaliação multidimensional de impactos e de 240 estimativas de adoção de uma segunda amostra de tecnologias. A adoção pode ser mensurada de diversas formas: hectares, cabeças, downloads, usuários, equipamentos, toneladas, etc. Um aspecto interessante da mensuração de um conjunto tão amplo de tecnologias é a verificação do uso concomitante de tecnologias. Um exemplo desse aspecto é a adoção de tecnologias desenvolvidas para o cultivo da soja.

As informações levantadas nesse caso permitem uma comparação entre a área plantada de soja no Brasil em 2023 e a adoção de algumas tecnologias da Embrapa. Assim, verifica-se que quase toda soja plantada no Brasil utiliza sementes inoculadas que permitem a fixação de nitrogênio. Há também o uso de tecnologias relacionadas ao tratamento do solo e, por fim, uma política pública cuja participação da Embrapa se dá na definição dos principais parâmetros: o vazio sanitário. Informações como essas permitem localizar onde está a Embrapa no cultivo da soja: nota-se uma pequena participação no mercado de sementes em detrimento do vasto uso de tecnologias relacionado ao tratamento da planta e do solo.

Plataforma e-Campo

O Balanço Social incorpora nesse ano mais uma dimensão de avaliação: a capacitação on-line por meio de sua plataforma e-Campo. Lançada em 2018, esta plataforma oferece capacitações on-line criadas pela Embrapa e parceiros.

Os cursos são produzidos por equipes multidisciplinares com base em metodologias e estratégias adequadas à capacitação de adultos, respeitando-se a experiência do(a) participante e priorizando a aplicação prática dos conteúdos.

Em 2023, o e-Campo ofertou 143 capacitações, das quais 119 gratuitas, e obteve 206.435 inscrições. Desde seu lançamento, já recebeu 1.076.453 inscrições.

Produção técnica e científica

O Balanço Social também apresenta indicadores de uso da produção técnica e científica da Embrapa sob duas óticas: da comunidade científica e do público em geral, em particular da comunidade da assistência técnica rural pública e privada.

A citação de um artigo é um indicador tradicional e historicamente reconhecido do impacto desse conhecimento na comunidade científica, o qual vem sendo analisado pela Embrapa desde meados dos anos 2000, tomando-se como referência a base de dados internacional Web of Science (WoS). O número total de artigos científicos da Embrapa na WoS passou de 13.799 em 2013 para 31.070 em 2022.

O total de citações desses artigos aumentou de 108.246 em 2013 para 559.751 em 2022. Nesse período houve um importante crescimento qualitativo, visto que, enquanto os artigos cresceram a uma razão de 2,25, as citações cresceram 5,17 vezes. Assim, as citações por artigo se multiplicaram por 2,30. Veja esses números na tabela e na figura apresentadas a seguir.

Além das citações, a Embrapa também acompanha os downloads de suas publicações técnicas e científicas disponíveis na internet. O download é uma proxy do uso dos conhecimentos gerados e divulgados pela Empresa, especialmente, no âmbito da assistência técnica pública e privada. Para isso, são contados os downloads das publicações presentes nas bases de dados Ainfo Digital, Alice e Infoteca-e, considerando-se um download por IP (Internet Protocol – protocolo de rede). Entre 2014 e 2023, foram realizados 205.651.543 downloads das publicações da Embrapa a partir dessas três bases de dados.

Compromisso com a sustentabilidade

O compromisso da Embrapa com a sustentabilidade está presente há mais de 25 anos em seus diversos planos diretores. Entre suas consequências, destaca-se a concessão à Empresa, em 2022, do prêmio Champion Award, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), por sua contribuição ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). As 182 tecnologias avaliadas neste Balanço Social foram alinhadas aos 17 ODS da ONU. Destacaram-se as contribuições para os ODS 2 (Fome zero e agricultura sustentável), ODS 8 (Trabalho decente e crescimento econômico) e ODS 12 (Consumo e produção responsáveis).

Outros resultados importantes

A apresentação de resultados no Balanço Social não se esgota com os tipos de avaliação realizados anteriormente. Destacam-se, ainda, os casos de sucesso apresentados nesta edição. São soluções emblemáticas, como o manejo sustentável dos açaizais nativos da Amazônia, o boi safrinha do Cerrado, o crescimento do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) em Goiás, o maracujá-azedo ‘BRS Gigante Amarelo’, a cenoura ‘BRS Carmela’, as soluções para saneamento rural, as uvas e vinhos brasileiros, o curso on-line de compostagem orgânica e o bioinsumo Auras, usado para combater o estresse hídrico nos veranicos.

Outros pontos significativos são as 1.100 ações de relevante interesse social e os 367 prêmios e homenagens, sendo boa parte deles (165) recebidos em todo o País, em reconhecimento aos 50 anos da Embrapa, ocorridos em 2023. Toda essa honrosa distinção reflete a gratidão à Embrapa, por sua contribuição à sociedade brasileira, mas também representa uma enorme responsabilidade pelo que a Empresa é ainda capaz de fazer nos próximos 50 anos.

Fonte: Assessoria Superintendência de Estratégia da Embrapa
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