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Tilapicultores cultivam alevinos em ambiente controlado

Sistema de bioflocos em estufas permite produção o ano todo reutilizado a água. Perspectiva de crescimento da tilapicultura estimulou produtores rurais para o novo empreendimento

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O Paraná é líder nacional na produção de tilápias. No Oeste, polo no Estado, a produtividade e o número de tilapicultores aumenta ano a ano, a ponto de faltar alevino para alojar nos tanques escavados da região. Até o fim deste ano, a Copacol, cooperativa de Nova Aurora líder na produção do Estado, deve abater cerca de 140 mil tilápias por dia. Com a inauguração do novo frigorífico de peixes da C. Vale, em Palotina, até 2018 outras 75 mil devem ser processadas diariamente. Junte isso a outras 20 toneladas produzidas a cada dia por pequenas cooperativas de Toledo para formar um cenário de grande desenvolvimento e oportunidades.

Oportunidade que os piscicultores independentes Eduardo Fritzen e Sandro Augsten não dixaram escapar. Eles produzem cerca de cem toneladas de tilápia por ano, mas viram a chance de aumentar a rentabilidade no negócio de pescados investindo na produção de alevinos. Mais que isso, o projeto inédito no Paraná e um dos poucos do Brasil promete produzir alevinos até 40% maiores, reduzindo em 40% o uso de ração e viabilizando a produção o ano todo, mesmo nos meses frio.

A produção é feita em tanques escavados, com alguns diferenciais importantes. O mais gritante deles é a estufa sob os açudes, que proporciona um ambiente térmico controlado. Mas o grande destaque é o sistema de bioflocos. Além de ração, a água alimenta. Eduardo explica que isso acontece porque na água usada nos tanques são adicionados nutrientes e bactérias que auxiliam a larva no ganho de peso. “É praticamente uma sopa de bactérias e algas que potencializa o crescimento do animal”, comenta. “Produzimos alevinos entre 30 e 40% maiores e gastamos cerca de 40% menos com arraçoamento. É um método novo, que estamos apostando muito”, argumenta.

Como Funciona

O aumento das densidades de estocagem nos tanques causam um acúmulo de nitrogenados proveniente da excreção dos animais e da decomposição da matéria orgânica, como ração não consumida. Para eliminar esses nitrogenados, prejudiciais à produção intensiva, são usados os biogflocos, que são pequenas partículas que ficam suspensas na água ou fixadas nas paredes dos tanques. O Sistema trabalha com a assimilação dos compostos nitrogenados (amônia, nitrito e nitrato) por esse floco com o auxílio da biomassa microbiana formada no próprio ambiente de cultivo.

Depois que as pós-larvas deixam o matrizeiro próprio, elas são alojadas em oito grandes tanques cobertos com uma estufa que mantém a temperatura da água entre 28 e 30º Celsius. Essa temperatura, explica Eduardo, é ideal para o bom desenvolvimento do alevino. O fundo é de lona, evitando o lodo para aproveitar o potencial genético dos alevinos.

A “mágica” acontece com a água, batizada com diversos tipos de bactérias e algas que servem para alimentar e melhorar o desempenho de crescimento dos peixes, reduzindo os níveis de compostos nitrogenados no ambiente. “Esse sistema de bioflocos cria um ambiente ideal para o peixe se alimentar, seja pela água ou com alimento”, destaca o empresário rural. Em 21 dias, o animal está pronto para ser vendido.

A água utilizada em todo o processo passa por filtragem e recirculação, que retira cargas orgânicas e biológicas indesejadas, como amônia, e ganha mais bactérias e algas para o próximo lote. A água recircula entre os tanques cobertos com estufa e um tanque externo. “Tratamos para manter a água com a quantidade ideal de algas. A cada dois dias são feitas análises totais para saber se estamos com a quantidade ideal de macro e micronutrientes. Isso é um ponto muito importante nesse modelo de produção de bioflocos”, revela o produtor.

Por conta disso, praticamente não há renovação de água, tornando o sistema muito mais ambientalmente correto, pois não coloca água com materiais indesejáveis nos rios. Ainda sob esse aspecto, menor renovação de água significa que a sanidade do ambiente em que os animais se desenvolvem é muito mais controlada, evitando a proliferação ou entrada de doenças.

Oportunidade

A propriedade tem capacidade para produzir 38 milhões de alevinos por ano. De acordo com Eduardo, a expectativa é comercializar o grande excedente – já que uma pequena parte vai ser usada para os próprios açudes de engorda dos empresários – para produtores independentes e cooperativas do Paraná e de outros estados. São 2,4 milhões de alevinos prontos para serem levados para a terminação por mês, pesando em média entre 2,5 e 3 gramas.

“Vimos uma boa oportunidade de mercado. Por exemplo: nesse ano de 2017, faltou alevino em nossa região. Há um mercado muito grande a ser explorado”, pontua. “Escolhemos o sistema de bioflocos especialmente para termos peixes de mais vigor e garantir um fluxo de caixa constante, já que posso produzir o ano todo. A gente consegue programar a produção para termos peixe toda semana”, considera o tilapicultor.

Ciclo Completo

As metas dos empresários são bastante ousadas. O projeto não para por ai. A terraplanagem para duplicar a produção de alevinos já está feita. Um novo galpão, idêntico ao primeiro, de 115 metros x 11 metros (1.265 metros quadrados), deve ser construído em breve. De acordo com Eduardo, há mercado para absorver toda a produção já planejada.

Os produtores vão além. Querem não só produzir os alevinos com suas próprias matrizes, mas também ampliar a engorda e fazer o abate e possivelmente a comercialização dos produtos com marca própria. “Queremos chegar das matrizes à industrialização”, aponta Eduardo Fritzen.

Mais informações você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de novembro/dezembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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