Conectado com

Notícias

Tilápia cai no gosto do consumidor brasileiro

Ao longo da última década, os peixes de cultivo, especialmente a tilápia, mas também outros nativos como o tambaqui e seus híbridos, têm conquistado cada vez mais espaço na dieta dos brasileiros.

Publicado em

em

Fotos: Shutterstock

Duas décadas atrás, a produção mundial de peixes de cultivo atingia a marca de 40 milhões de toneladas por ano. Agora, em 2024, esse número está projetado para alcançar 100 milhões de toneladas, representando um aumento de duas vezes e meia em apenas 20 anos. Essa previsão, feita há oito anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), está se confirmando, evidenciando um avanço expressivo na piscicultura em escala global.

A piscicultura é, de fato, a atividade animal que mais cresce em todo o mundo, e esse crescimento já é uma tendência estabelecida há algum tempo. Mesmo com algum atraso, esse cenário de desenvolvimento da piscicultura chegou ao Brasil.

Conquista do consumidor interno alavanca crescimento

Até o final do século XX, a atividade piscícola no Brasil era predominantemente artesanal e carecia de organização, com algumas exceções. Mais preocupante ainda era a falta de reconhecimento por parte dos consumidores, que muitas vezes preferiam peixes importados em detrimento dos produtos nacionais. Argumentos como o “gosto de barro” e preocupações com a procedência limitavam a aceitação dos peixes cultivados no mercado interno.

Presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros: “Nenhum outro produto demonstrou um avanço tão expressivo quanto a tilápia, consolidando ainda mais sua posição como uma das proteínas mais populares e demandadas no mercado brasileiro” – Foto: Divulgação/Peixe BR

No entanto, ao longo da última década, temos testemunhado uma mudança significativa nesse cenário. Os peixes de cultivo, especialmente a tilápia, mas também outros nativos como o tambaqui e seus híbridos, têm conquistado cada vez mais espaço na dieta dos brasileiros.

Assim como ocorreu em outros mercados importantes anteriormente, o Brasil presencia o fortalecimento da cadeia produtiva de peixes de cultivo. “O crescimento da produção e da demanda pela tilápia, em particular, é expressiva, marcando uma fase promissora para a indústria aquícola brasileira”, evidencia o presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros.

Organização da cadeia fomenta seu desenvolvimento

Durante a última década (2014 a 2023), período em que a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR) atua no fomento, valorização e defesa da produção nacional, a oferta de peixes de cultivo no Brasil aumentou em 53%, passando de 579 mil toneladas em 2014 para 887 mil toneladas em 2023.

Nesse mesmo intervalo de tempo, a produção de tilápia mais que dobrou, registrando um crescimento de 103,2%, saindo de 285 mil toneladas para 579 mil toneladas. Além disso, o consumo de tilápia cresceu de forma consistente, aumentando em 93,2%.

Enquanto isso, outras fontes de proteína também apresentaram crescimento durante esse período, com exceção da carne bovina. A produção de carne suína, por exemplo, aumentou significativos 48,6%, enquanto a produção de ovos cresceu em 55,9%. “Mas nenhum outro produto demonstrou um avanço tão expressivo quanto a tilápia, consolidando ainda mais sua posição como uma das proteínas mais populares e demandadas no mercado brasileiro”, enfatizou Medeiros.

Fatores que impulsionam crescimento da tilápia

Conforme o presidente da Peixe BR vários fatores têm impulsionado o crescimento da tilápia no mercado brasileiro. Em primeiro lugar, se destaca a adaptação dessa espécie às condições ambientais do Brasil. “Essa harmonia entre a tilápia e o ambiente brasileiro resultou em um produto nacional que é reconhecido como um dos melhores do mundo em termos de sabor, suculência e valor nutricional”, afirma Medeiros. “Como resultado desse reconhecimento, a tilápia brasileira está gradativamente conquistando espaço em mercados internacionais de produtos premium, como os Estados Unidos”, aponta.

Além disso, o Brasil possui uma combinação única de recursos naturais, como terras férteis, abundância de água e um clima propício, que favorecem a produção de tilápia em larga

escala. Isso, aliado à competência incontestável dos produtores brasileiros, que trabalham com alto nível de profissionalismo, tem sido fundamental para o sucesso da tilápia no país. “Esses produtores se tornaram os principais responsáveis pela liderança da tilápia em praticamente todas as regiões do Brasil. De fato, graças ao desempenho exemplar dessa indústria, o Brasil ascendeu para a posição de quarto maior produtor de tilápia do mundo, com ambições de alcançar posições ainda mais elevadas no ranking nos próximos anos”, exalta.

Sete a cada 10 pessoas comem tilápia

Em 2022, o Instituto Axxus conduziu uma pesquisa para compreender a percepção dos brasileiros em relação à tilápia. Os resultados revelaram que sete em cada 10 pessoas consultadas apreciam esse peixe. Essa alta aceitação reforça o sucesso contínuo da tilápia entre os consumidores e impulsiona um ritmo consistente de crescimento na produção.

Mesmo em 2023, um ano marcado por desafios climáticos e sanitários, a oferta de tilápia aumentou em 5,28%. Esse crescimento resultou em um aumento no consumo interno. “Em 2014, o brasileiro consumia em média 1,47 kg de tilápia por ano. No ano passado, esse número saltou para 2,84 kg por pessoa. Esse aumento significativo reflete a crescente preferência dos consumidores pela tilápia, sugerindo um potencial substancial para um crescimento contínuo no futuro”, afirma Medeiros.

A nível mundial, o consumo médio per capita de peixes é de 20 kg/hab/ano. No Brasil, a demanda por pessoa é de 10 kg, indicando um mercado nacional com espaço para crescimento. Os peixes de cultivo, incluindo a tilápia, os peixes nativos e outras espécies, representam atualmente 4,35 kg por habitante por ano no país. “Esses números demonstram que os consumidores brasileiros estão cada vez mais valorizando a tilápia, contribuindo para posicionar o Brasil de forma merecida no mercado mundial de produção aquícola”, ressalta.

Fonte: O Presente Rural com assessoria Peixe BR

Notícias

Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

Publicado em

em

Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

Publicado em

em

Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

Publicado em

em

Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.