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Tendência de alta nos preços do leite cru é interrompida devido ao aumento das importações e enfraquecimento do consumo doméstico

Ainda que a produção nacional seja limitada pelo inverno seco no Sudeste e no Centro-Oeste nesta época do ano, os preços não devem seguir em alta em maio, sobretudo devido ao aumento da oferta de lácteos importados e ao enfraquecido consumo doméstico.

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Foto: JM Alvarenga

O comportamento dos preços do leite cru segue atípico em 2023. Com uma safra pouco expressiva, as cotações registraram alta no primeiro bimestre em função da oferta limitada; no segundo bimestre, o avanço da entressafra intensificou o movimento de valorização. Assim, no acumulado do ano, os preços do leite cru subiram 11,8%, atingindo R$ 2,8961/litro na “Média Brasil” líquida em abril – valor 9,3% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de abril/23). Contudo, a tendência altista deve se encerrar no terceiro bimestre – algo bastante incomum para o setor, uma vez que, historicamente, esse período é caracterizado pela elevação das cotações em decorrência da queda sazonal da produção.

Ainda que a produção nacional seja limitada pelo inverno seco no Sudeste e no Centro-Oeste nesta época do ano, os preços não devem seguir em alta em maio, sobretudo devido ao aumento da oferta de lácteos importados e ao enfraquecido consumo doméstico. Pesquisas do Cepea ainda em andamento apontam para possíveis reduções – em torno de 5% – no preço do leite ao produtor em maio.

O aumento das importações de lácteos é um fator importante nesse contexto porque, além de o volume estar superior ao de anos anteriores, os preços negociados seguem mais competitivos em relação aos nacionais – o que pressiona as cotações domésticas ao longo de toda a cadeia. Dados da Secex mostram que, em maio, as importações somaram mais de 208,8 litros em equivalente leite, altas de 42% frente a abril e de 219% em relação a maio/22. As compras realizadas entre janeiro e maio deste ano estão três vezes maiores que as registradas no mesmo período do ano passado (ver seção Mercado Internacional, na página 6). Essa quantidade representa aproximadamente 9,1% da captação formal de leite cru, tendo como base os dados da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE de 2022.

Vale destacar que, no mesmo período do passado, as importações representaram apenas 2,9% da captação nacional. Com o aumento da disponibilidade interna de lácteos e o consumo ainda fragilizado, já era possível observar, depois da segunda quinzena de abril, queda nos preços do leite spot e dos derivados lácteos. Em Minas Gerais, a média mensal do spot em maio recuou 16,6%, chegando a R$ 2,78/litro. A pesquisa do Cepea em parceria com a OCB mostra que as cotações médias do UHT, da muçarela e do leite em pó fracionado caíram 3,8%, 0,6% e 3,7%, respectivamente, no atacado paulista em maio.

Além disso, é preciso ressaltar que os preços de outras commodities também têm caído, o que impacta nos custos de produção do leite. A pesquisa do Cepea mostra que, em maio, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira caiu 2,3% na “Média Brasil”, influenciado pela retração nos preços do concentrado. Com isso, a relação de troca tem estado mais favorável ao produtor: em maio, foram necessários 25,8 litros de leite para a compra de uma saca de milho, uma melhora de 14,4% no poder de compra entre abril e maio e de 25,9% frente ao mesmo período do ano passado (ver seção Custos de Produção, na página 7). Nesse contexto, há maiores incentivos para investimentos na produção, o que pode sustentar a oferta no segundo semestre.

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Fonte: Assessoria Cepea

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Falta de chuva preocupa; cotações da soja têm novos aumentos

Paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo. 

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Foto: Geraldo Bubniak

A falta de chuva nas principais regiões produtoras de soja no Brasil vem deixando agentes em alerta, visto que esse cenário pode atrasar o início da semeadura na temporada 2024/25.

Segundo pesquisas do Cepea, nesse cenário, vendedores restringem o volume ofertado no spot nacional, ao passo que consumidores domésticos e internacionais disputam a aquisição de novos lotes.

Com a demanda superando a oferta, os prêmios de exportação e os preços domésticos seguem em alta, também conforme levantamentos do Cepea.

A paridade de exportação indica, ainda, valores maiores para o próximo mês, o que reforça a resistência dos sojicultores em negociar grandes quantidades no curto prazo.

Fonte: Assessoria Cepea
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Exportação de ovos cai 42% em um ano e processados têm menor participação desde dezembro de 2022

De acordo com dados da Secex, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023. 

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Foto: Rodrigo Félix Leal

As exportações brasileiras de ovos comerciais recuaram pelo segundo mês consecutivo, refletindo a diminuição nos embarques de produtos processados, como ovalbumina e ovos secos/cozidos.

De acordo com dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 1,239 mil toneladas de ovos in natura e processados em agosto, quantidade 4,7% menor que a de julho e 42% inferior à de agosto de 2023.

Das vendas externas registradas no último mês, apenas 24,6% (o equivalente a 305 toneladas) corresponderam a produtos processados, a menor participação dessa categoria desde dezembro de 2022, também conforme a Secex.

Fonte: Assessoria Cepea
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Preços do milho seguem em alta no Brasil

Atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.

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Foto: Gilson Abreu

Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho seguem em alta no mercado doméstico.

Segundo pesquisadores deste Centro, atentos às recentes valorizações externa e interna e preocupados com o clima nas principais regiões produtoras da safra de verão do Brasil, vendedores vêm limitando o volume ofertado.

Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea explicam que a procura internacional pelo milho brasileiro tem se aquecido, sustentada pela maior paridade de exportação.

Compradores internos também têm retomado as negociações, seja para recompor estoques e/ou por temerem novas valorizações nos próximos dias.

Quanto aos embarques, em agosto, somaram 6,06 milhões de toneladas do cereal, praticamente o dobro das 3,55 milhões escoadas em julho, mas ainda 35% inferiores aos de agosto de 2023, conforme dados Secex.

Fonte: Assessoria Cepea
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