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Tempo seco persiste na região central e favorece colheita da segunda safra
Chuvas seguem concentradas nos extremos do Brasil; mapas apontam bom cenário para o cultivo de inverno e clima favorável à safra de grãos nos EUA.

O clima deve ser seco na região central nas próximas semanas, com chuvas apenas sobre os extremos do Brasil. As temperaturas mínimas caíram, conforme a sazonalidade, mas sem ocorrência de extremos. Nova queda acentuada das temperaturas mínimas deve ocorrer na virada de maio. Os mapas projetam bons volumes de chuva para o trimestre junho, julho, agosto, o que deve favorecer os cultivos de inverno do Brasil. Nos Estados Unidos, o clima seguirá benéfico para o desenvolvimento da safra de grãos.
Nas próximas semanas, as chuvas seguirão concentradas sobre os extremos do país, com os maiores volumes acontecendo em partes das regiões Norte e Sul. O tempo seco na região central favorecerá o avanço da colheita da segunda safra.
Oficialmente, o inverno no Brasil inicia na segunda quinzena de junho, mas algumas ondas de frio devem ocorrer antes disso. As regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste devem registrar temperaturas mais elevadas ao longo do dia em comparação às demais regiões do país, nos próximos dias. Há possibilidade de frio mais acentuado na virada do mês de maio, entre os dias 30 de maio e 2 de junho.
Olhando mais à frente, os mapas projetam bons volumes de chuva para os meses entre junho e agosto, principalmente na região Sul, parte de São Paulo e Mato Grosso do Sul, favorecendo a manutenção da umidade do solo para o plantio e o desenvolvimento das culturas de inverno.
Nos Estados Unidos, os próximos 15 dias devem ser de chuvas acima da média na parte leste do cinturão de grãos, enquanto a metade oeste deve ter chuvas irregulares. Ainda assim, o panorama segue positivo para o avanço do plantio e desenvolvimento das lavouras, sem indícios de estresse hídrico até o momento.

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Setor leiteiro do Rio Grande do Sul articula simpósio sobre sanidade em 2026
Encontro deve reunir técnicos do serviço veterinário público e privado indústrias e produtores para reforçar a responsabilidade compartilhada no fortalecimento do PNCEBT e na sanidade dos rebanhos.

Integrantes do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira definiram na última sexta-feira (12) a realização de um simpósio em 2026 para tratar sobre o avanço do Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT). O objetivo é reunir técnicos do serviço veterinário oficial público e privado, representantes de indústrias e produtores para tratar sobre responsabilidade compartilhada.
A pecuária leiteira representa pouco mais de 15% do rebanho bovino do Rio Grande do Sul (RS). O PNCEBT do estado é um dos mais rigorosos do país. Só no ano passado foram testados, em procedimento de rotina, mais de 385 mil animais. A prevalência da doença nos testes realizados foi de 0,49%. “As doenças chegam no rebanho através de outros animais, em geral os que entram para a reprodução, que ficam mais tempo na propriedade. Por isso, a realização do teste e o saneamento da propriedade são fundamentais para reduzir a ocorrência”, afirma a coordenadora do PNCEBT, Ana Cláudia Groff. Segundo ela, o maior volume de testes é realizado onde há concentração de indústrias, especialmente na metade Norte do estado.
A reunião contou com a participação de representantes do setor industrial, como a Santa Clara e a CCGL, que já estabeleceram bonificação para o leite recebido de propriedades certificadas como livres de tuberculose e brucelose. O presidente do Conselho Técnico Operacional da Pecuária Leiteira, Marcos Tang, pontuou a importância de valorizar os produtores que realizam os testes e contribuem para o saneamento do rebanho. “É importante que eu cuide bem do meu rebanho, mas meu vizinho também tem que cuidar”, destacou.
O presidente do Fundesa-RS, Rogério Kerber, afirmou que um evento para esclarecer sobre questões técnicas e legais sobre a legislação do PNCEBT será fundamental para ampliar a conscientização e as oportunidades de melhorar a sanidade dos rebanhos. Segundo Kerber, instituições como Senar e Emater também serão convidadas para contribuir com a multiplicação dos temas junto aos produtores, pela penetração que têm nas comunidades de produção leiteira do RS. A data do simpósio ainda não foi definida.
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Armazenamento de energia em baterias se torna aliado estratégico e impulsiona agronegócio
Soluções do mercado de energia, como as microrredes com armazenamento em baterias (BESS – Battery Energy Storage System), começam a transformar a realidade de fazendas e cooperativas

O agronegócio brasileiro vive uma transformação silenciosa, mas decisiva: a energia tornou-se um dos fatores mais estratégicos para a competitividade no campo. Com a expansão das áreas irrigadas, que podem triplicar o valor da terra e elevar significativamente a produtividade, produtores rurais enfrentam agora o desafio de garantir fornecimento elétrico estável e contínuo. Em diversas regiões, o limite técnico de fornecimento das distribuidoras de energia impede a expansão de projetos e dificulta o avanço de novas tecnologias agrícolas.
Nesse cenário, soluções do mercado de energia, como as microrredes com armazenamento em baterias (BESS – Battery Energy Storage System), começam a transformar a realidade de fazendas e cooperativas. Elas permitem armazenar energia gerada nos períodos de menor demanda ou maior produção fotovoltaica e utilizá-la nos horários de pico, reduzindo custos e assegurando o funcionamento de pivôs, bombas e sistemas de refrigeração mesmo em regiões com redes instáveis.
Segundo estudo da Greener, no último ano, a demanda por componentes para sistemas de BEES no Brasil cresceu 89% em relação a 2023. O levantamento da consultoria mostra que, até 2024, o país acumulou 685 MWh de capacidade instalada, sendo que 70% atende a sistemas isolados. Somente no último ano, foram 269 MWh adicionados, um crescimento de 29% frente ao registro de 2023. A queda de cerca de 85% no custo das baterias nos últimos dez anos também tem tornado o investimento mais acessível, consolidando o modelo híbrido de microrredes — fotovoltaico + BESS + diesel — como uma alternativa mais econômica e sustentável do que o uso isolado de geradores a combustão.
“Hoje, muitos produtores querem expandir suas áreas irrigadas e ver seus projetos em andamento, mas são limitados pela capacidade da distribuidora de energia de fornecer mais energia. As baterias representam a possibilidade de crescer com autonomia, previsibilidade e eficiência, sem depender exclusivamente da rede”, explica Diogo Zaverucha, diretor da Unidade de Negócios de Armazenamento de Energia da Brasol, companhia com atuação consolidada em ativos de transição energética, tendo a Siemens e BlackRock como principais acionistas.
Em regiões como o MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), já há propriedades rurais operando com microrredes que integram essas tecnologias. Além da economia, o modelo oferece backup instantâneo em caso de interrupções do fornecimento da distribuidora de energia, reduz o desgaste de equipamentos causados por variações de tensão e frequência da rede e diminui a sobrecarga nas redes locais. “O BESS dá ao produtor a capacidade de manter suas operações críticas mesmo em situações de instabilidade elétrica, além de otimizar o uso da energia solar gerada na própria fazenda”, complementa Diogo.
Além do ganho operacional, há um impacto ambiental direto. A substituição parcial dos geradores a diesel por sistemas híbridos pode reduzir significativamente as emissões de CO₂ no campo e contribuir para o avanço da agenda ESG do agronegócio.
Para a Brasol, que opera um portfólio nacional de infraestrutura energética com foco em geração solar, subestações, carregamento de veículos elétricos e baterias, o campo é a próxima fronteira da transição energética no Brasil. “O agronegócio está se tornando também uma agroindústria elétrica. Irrigação, climatização, refrigeração e eletrificação de máquinas são atividades cada vez mais intensivas em energia, e o BESS é o elo que garante segurança e competitividade nesse processo”, conclui o diretor.
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Paraná regulamenta lei que proíbe reconstituição de leite em pó importado
Medida é considerada vitória pelo Sistema Faep e busca proteger produtores locais diante da crise da cadeia leiteira e do avanço das importações.

O Governo do Paraná regulamentou, na última quinta-feira (11), a Lei 22.765/2025, que proíbe a reconstituição de leite em pó e outros derivados de origem importada no estado. A medida é vista pelo Sistema Faep como uma vitória para os produtores paranaenses. A nova legislação é fruto da atuação da entidade junto à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e da administração estadual pela aprovação da medida.
A cadeia do leite vive um momento delicado atualmente. Segundo levantamento da Câmara Técnica do Conseleite Paraná, em agosto de 2024, muitos produtores receberam menos de R$ 2 por litro, valor insuficiente para cobrir os custos de produção, estimados em R$ 2,62. Um dos grandes motivos para estra crise foi o aumento das importações de leite em pó e queijo, especialmente de países do Mercosul, além da baixa capacidade de compra do consumidor brasileiro.

Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema Faep: “Estamos ao lado dos produtores de leite paranaenses e comemoramos essa conquista”
Para o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette, a regulamentação traz fôlego, principalmente, às pequenas e médias propriedades, que representam a maior parte da produção estadual“. “Estamos ao lado dos produtores de leite paranaenses e comemoramos essa conquista. É um avanço importante para que o setor volte a se equilibrar”, afirma. “Essa é uma medida importante. Vamos seguir trabalhando para mais conquistas, visando minimizar a crise do setor”, complementa.
Com a nova regra, ficam proibidas operações industriais, comerciais ou de beneficiamento que envolvam a adição de água ou outros líquidos ao leite em pó, composto lácteo, soro de leite ou produtos similares importados, quando o produto final tiver como destino o consumo no Paraná.
Atuação
Desde 2023, o Sistema Faep alerta para a necessidade de medidas efetivas contra os efeitos das importações. A entidade teve papel decisivo na aprovação do Decreto 5.396/2024, que incluiu o leite em pó e a muçarela importados na alíquota comum de ICMS.
Em âmbito nacional, o Sistema Faep reforça o pedido de revisão urgente da investigação de dumping sobre o leite em pó vindo do Mercosul, defendendo políticas que garantam concorrência justa e sustentem a pecuária leiteira brasileira.
Presente nos 399 municípios do Paraná, a atividade leiteira é essencial para a geração de renda e emprego no campo.
Para valorizar essa produção e reconhecer a qualidade do leite paranaense, o Sistema FAEP participa, junto de outras entidades parceiras, do Prêmio Queijos do Paraná, que destaca os melhores queijos do estado com medalhas de bronze, prata, ouro e super ouro.




