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Tempo seco já preocupa produtores de soja do Centro-Oeste
Um prolongado período sem chuvas generalizadas iniciado na virada do ano no Centro-Oeste do Brasil já começa a preocupar produtores de soja, que temem perda de produtividade na atual safra 2014/15. Meteorologistas explicam que um bloqueio atmosférico tem impedido o avanço de massas de ar frio do Sul, evitando a formação de chuvas generalizadas sobre o Centro-Oeste, além do Sudeste e do Nordeste do Brasil.
De acordo com a Famasul, "todas essas regiões vêm apresentando déficit hídrico. Chove apenas em microrregiões", disse nesta quarta-feira o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar Meteorologia. As piores condições estão sendo registradas em Goiás, que deverá representar 10 por cento da safra nacional. Algumas áreas no sudoeste do Estado estão sem chuvas desde o Natal. "Algumas regiões estão há 20 dias sem chuvas. E onde está chovendo, é bem abaixo do necessário", disse o consultor técnico do Senar Goiás, Cristiano Palavro.
O especialista destacou que as lavouras de soja costumam resistir, sem grandes problemas, a períodos de até 15 dias sem chuvas. Quando este prazo é ultrapassado, os prejuízos começam a ser percebidos. De acordo com Somar, Goiás recebeu na primeira metade do mês menos de 10 por cento da média histórica das chuvas para o mês de janeiro. O sul de Mato Grosso, onde a situação de estiagem é mais complicada, teve menos de 90 milímetros de chuva até agora, ante 256 mm da média para janeiro. Segundo Santos, da Somar, não deve chover em grandes áreas com bons volumes nos próximos dias. O bloqueio atmosférico sobre o Sudeste e o Centro-Oeste deve se dissipar somente a partir de 22 de janeiro, o que permitirá a volta de chuvas generalizadas a essas regiões, disse ele.
Lavouras homogêneas
O plantio das lavouras do Centro-Oeste foi atrapalhado em seu início por outro período de algumas semanas sem chuvas, entre meados de setembro e outubro. Com isso, o trabalho de semeadura foi bastante concentrado e as lavouras seguiram um desenvolvimento homogêneo. "A falta de escalonamento agrava o problema, a maioria das lavouras está na mesma fase", afirmou Palavro, do Senar. "Esse efeito negativo (da falta de chuvas) vai ser em cima de uma área mais expressiva." O diretor técnico da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Nery Ribas, destacou que o mês de janeiro é essencial para o desenvolvimento das vagens de soja.
"Com o início do plantio mais tarde, as plantas estão agora na fase de enchimento de grãos. A chuva é essencial para o desenvolvimento e isso define a produtividade da lavoura, o que pode comprometer a estimativa inicial", disse ele em nota. Ainda é cedo para mensurar os impactos do prolongado período sem chuvas em janeiro no Centro-Oeste, disseram os especialistas. Os levantamentos de consultorias privadas e do governo realizados nas últimas semanas apontaram para uma colheita recorde no país este ano, acima de 94 milhões de toneladas.
No Sul do país, onde as chuvas ficaram estacionadas devido ao bloqueio atmosférico, as condições das lavouras de soja são bastante favoráveis. No Paraná, segundo maior Estado produtor de soja no país, 89 por cento das áreas estão em boas condições, informou a Secretaria Estadual de Agricultura. No Rio Grande do Sul, "as condições climáticas estão favoráveis à evolução da lavoura, possibilitando-lhe muito bom desenvolvimento, sanidade e potencial produtivo", segundo a Emater/RS.
Fonte: Capital News

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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações
Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.
As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso
Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.
Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.
Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais
Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).
O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.
O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.
O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.
A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.
Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.
O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira
Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.
O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.
De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.
A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.
O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.
