Notícias Desafio novo
“Temos a responsabilidade de fazer as coisas cada vez melhores”, diz diretor-secretário da Copagril
Para Ademir Griep, presença diáira na cooperatia é importante pela necessidade de tomdas de decisões constantes e rápidas.

Ademir Luis Griep nasceu em 10 de abril de 1981, em Marechal Cândido Rondon (PR). É filho de Egon e Evanir Griep. Tem duas irmãs, a Elisete Andréia Griep Kracke e a Ana Sabrina Borchert. Ademir é casado com Catia Tamaris Fosch Griep.
Desde que nasceu, passou a residir na Linha Água Verde, hoje localizada no município de Quatro Pontes (quando pertencia a Marechal Cândido Rondon fazia parte da Linha Arroio Fundo). Iniciou sua formação escolar na Escola Rural Municipal Francisco Alves, da Linha Heidrich. A 5ª e a 6ª série do Ensino Fundamental cursou no Colégio Estadual Eron Domingues e o restante, até a conclusão do Ensino Médio, no Colégio Estadual de Quatro Pontes.
Graduou-se em Administração de empresa, com ênfase em gestão ambiental, pela Faculdade Luterana Rui Barbosa, aproveitando um convênio que a instituição mantinha com a ACJC. Cursou MBA em gestão empresarial pela Fundação Getulio Vargas.
Desde criança, Ademir ajudou os pais e irmãs nas atividades da propriedade. Tratava os suínos, ajudava na roça, manejava o trator entre outros serviços. Hoje continua trabalhando na propriedade, que é exemplo na produção de suínos, aves e lavouras. Sempre dinâmico, estimulou seus familiares a investir na produção de aves, em 2007.
Na atividade suinícola, a família Griep mantém um crechário com capacidade, por lote, de 6,5 mil animais. Na produção de aves, alojam 83 mil aves por lote. E na lavoura, composta por 21 alqueires, plantam basicamente soja e milho. Todos os trabalhos são administrados por ele, a esposa Catia e o pai Egon.
Associativismo
Ademir começou a se envolver cedo com as atividades da comunidade. Foi membro da diretoria da Comunidade Evangélica Boa Esperança da Linha Heidrich, que pertece a
Igreja Evangelica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB). Também integra as Associações de Moradores da Linha Heidrich e da Linha Água Verde. É associado do Sindicato Rural Patronal, da Associação Municipal dos Suinocultores, onde faz parte da diretoria das mesmas e atual presidente da Paróquia Evangélica de Quatro Pontes.
Em 2005, associou-se ao Comitê de Jovens Copagril Ordem e Progresso, de Quatro Pontes, do qual foi presidente, secretário e tesoureiro por diversos mandados. Como membro desta, foi eleito presidente da Associação dos Comitês de Jovens da Copagril (ACJC) em 2008.
Associou-se à Copagril com 18 anos de idade. Em poucos anos também começou a participar dos comitês de núcleo, representando a região de Quatro Pontes.
Como membro do comitê, pode candidatar-se a conselheiro fiscal, sendo eleito para os mandatos de 2011, 2012, 2014.
Em 2015 concorreu à vaga no Conselho de Administração, para a qual foi eleito e cumpriu o mandato até 2019, ano em que foi reeleito, permanecendo no cargo até 31 de
janeiro de 2023, quando aconteceu nova Assembleia Geral Ordinária para eleição da diretoria e nesta foi eleito diretor- secretário da Copagril, para o quadriênio 2023-2026.
Ser eleito diretor-secretário da Copagril foi parte de sua dedicação à cooperativa. Teve no apoio de inúmeras lideranças a segurança necessária para se candidatar ao cargo e foi eleito na Assembleia Geral Ordinária do dia 31 de janeiro de 2023.
Ademir disse que se sente preparado para a missão. “As lideranças vinham pedindo minha participação e me sinto capacitado para o cargo”, enfatiza.
No cargo há mais de 60 dias, ele diz que promoveu grandes mudanças na sua rotina diária. “É um desafio novo. Deixei a administração da minha propriedade para
a minha esposa a fim de poder ajudar na administração da cooperativa. Ainda que vinha de atividades do Conselho de Administração, estas eram apenas mensais, agora eu dedico todos os dias para a Copagril”, pontua.
Para Ademir, a presença diária na cooperativa é importante, pela necessidade de tomadas de decisões constantes e rápidas. “As decisões são pontuais e precisamos fazê-las da maneira mais correta possível, pois de nosso empenho dependem muitas famílias, sejam associados, funcionários ou clientes da Copagril. Sabemos da importância da Copagril na região em que ela está inserida e que na maioria dos municípios em que está presente é a maior empresa local. Isso nos traz uma responsabilidade ainda maior de fazer as coisas da melhor maneira e sempre lastreado pela honestidade”, ressalta.

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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.
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Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio
Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.
Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.
Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.
Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”
Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.
Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.
Marco jurídico recente
Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.
Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.
Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.
Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu
A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.
Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.
Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.
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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.



