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Tejon fala sobre o produtor do futuro e as oportunidades do agro brasileiro

Em sua palestra discorreu sobre a sabedoria dos ciclos, de que as crises sempre estarão presentes e que, em vez do que a maioria pensa, elas são oportunidades de crescimento.

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José Luiz Tejon, da infância humilde a um dos grandes nomes do agro no mundo - Fotos: Divulgação/Coopavel

Ao mesmo tempo em que faz as suas exigências, o mundo abre um universo de possibilidades para os produtores rurais e para o agronegócio brasileiro, que tem nas mãos a chance de decidir se quer liderar a produção de alimentos no planeta. Essa foi uma das reflexões que o professor-doutor em Educação e um dos grandes nomes brasileiros do agro, José Luiz Tejon, apresentou em palestra promovida pela CBN na Univel, nesta semana, a líderes, agropecuaristas e convidados. O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, e o presidente do Sindicato Rural, Paulo Orso, foram convidados para contribuir com o tema Liderança nas cadeias produtivas.

Tejon abriu sua apresentação fazendo menção a Shunji Nishimura, fundador da Jacto, uma das potências brasileiras na fabricação de máquinas agrícolas, e que deixou lições valiosas aos seus colaboradores, entre eles a um jovem filho de um casal de espanhóis que foi criado por pais adotivos em Santos, no litoral paulista. Ao citar Shunji, Tejon falou sobre a sabedoria dos ciclos, de que as crises sempre estarão presentes e que, em vez do que a maioria pensa, elas são oportunidades de crescimento. É graças à crise que evoluímos, como diz a essência da palavra que tem origem no grego. “Esse momento tão conturbado é a possibilidade definitiva de o Brasil assumir sua condição de potência agroalimentar e de energias renováveis”, afirmou ele.

Há 50 anos, ninguém acreditava que no cinturão dos trópicos, onde o Brasil está inserido, seria possível produzir. E o Brasil, além de conseguir, desenvolveu técnicas e conhecimentos que fazem dele uma referência. E diante do cenário, Tejon citou uma frase do mais famoso primeiro-ministro inglês, Winston Churchill: “Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”. Há 45 anos, a produção brasileira era de 40 milhões de toneladas, hoje está em 271 milhões e deverá ultrapassar as 300 milhões logo. Tejon e Dilvo fazem há anos uma espécie de estimativa sobre as futuras safras e eles afirmam que as 420/440 milhões de toneladas chegarão em no máximo oito a dez anos.

US$ 1 trilhão

O agronegócio brasileiro responde atualmente por 27,4% do PIB, hoje de cerca de US$ 500 bilhões, mas ele poderá em breve, com o planejamento certo, alcançar a marca de US$ 1 trilhão. Tejon apresentou números mostrando a importância da cadeia do agro: 4% são produzidos antes da porteira, 26% dentro da porteira 26% e depois dela, 70%. “O Brasil assume papel estratégico na produção de alimentos. Precisamos, de alguma forma, ajudar a resolver o desafio de termos no mundo quatro bilhões de pessoas com necessidades alimentares”.

Diante de tudo isso, o cooperativismo assume papel fundamental, porque ele gera oportunidades e prosperidade, afirmou o palestrante. O futuro, seguiu Tejon, será dos velozes, daqueles que entenderem e se adaptarem mais rapidamente às oportunidades. O novo produtor, diante de uma agricultura focada na palavra saúde, precisará ser um estudioso de genética, administração, meteorologia, logística, sistemas de tecnologia, gestão de solos e águas, liderança, saúde animal, antropologia, entre outros. “Por isso, ele precisará estar bem acompanhado e assessorado, cultivando a visão de integração das cadeias produtivas, inovação e superação. E as oportunidades serão imensas”, afirmou ele.

Amazônia

O presidente Dilvo Grolli apresentou números do agro brasileiro e disse que o país, ao ter 60% de sua área territorial preservada, dá ao meio ambiente e ao mundo um exemplo de responsabilidade ambiental que não é observado em nenhum outro lugar. “A Amazônia é nossa, dos brasileiros. E ela só está preservada porque está aqui, no Brasil. Há muito ela estaria devastada caso estivesse em qualquer outro continente”, assegurou.

O Paraná tem 28% de suas matas preservadas, colaboração dos produtores rurais, destacou Dilvo. O Brasil produz, sozinho, cerca de 9% de todo alimento do mundo e vai alcançar as 320 milhões de toneladas já em 2025.

O Estado paranaense, com apenas 2,3% do território brasileiro, deu tão certo nessa cadeia econômica devido à forte presença das cooperativas. Dez das 15 maiores do país estão no Estado, e cinco delas no Oeste. “Elas conectam a produção com a economia e o social”, afirmou Dilvo, mostrando a participação delas nas principais atividades: 70% da soja paranaense passam pelas cooperativas, a exemplo de 62% do milho, 55% do trigo, 56% do suíno, 44% do frango, 35% do leite e 30% do peixe. “A liderança se faz com pessoas comprometidas, com conhecimento e inspiradoras”. Por sua vez, Paulo Orso destacou a união, a força de trabalho e a dedicação de pessoas que fazem o agro brasileiro acontecer e ser modelo para o mundo.

 

Fonte: Ascom Coopavel

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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