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Tecnoshow Comigo comemora R$ 11,1 bilhões em comercialização na edição que celebra os 20 anos da feira
Vigésima edição foi marcada por incertezas a respeito do acesso a crédito por parte do governo federal, mas produtores apostaram nos investimentos em tecnologias superando o valor comercializado no ano passado, quando a Tecnoshow movimentou R$ 10,6 bilhões.
Durante os cinco dias da edição comemorativa dos 20 anos da Tecnoshow Comigo, o em volume de negócios totalizou R$ 11,1 bilhões. O número alcança uma diversidade de máquinas, implementos, genética animal, veículos e outros produtos, além de insumos comercializados, tanto para a agricultura, quanto para a pecuária, que foram trazidos por 650 expositores alocados no Centro Tecnológico Comigo (CTC), em . Hoje, a Tecnoshow Comigo está entre as três maiores feiras de tecnologia rural do país e é a maior do Centro-Oeste.
“Tivemos na Tecnoshow empresas trazendo tecnologias diversas, novas moléculas. E mesmo com nossa preocupação com o momento econômico que atravessamos, com preço decrescente das commodities, carros e caminhões com preços em queda, mas com as máquinas caindo muito pouco. Nossa preocupação era se os empresários conseguiriam fazer negócios na feira”, disse o presidente do Conselho Administrativo da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antonio Chavaglia, acrescentando: “Tínhamos receio de não atingir um bom resultado. No entanto, houve muitas mesas de negociações, alguns financiamentos próprios, somando investimentos que totalizaram R$ 11,1 bilhões. Consideramos fantástico esse resultado!”, celebrou.
A data da próxima Tecnoshow Comigo também foi anunciada e será de 08 a 12 de abril de 2024. A cada ano a feira se renova e investe em infraestrutura. Em 2023, a Comigo promoveu uma série de investimentos no espaço do CTC – onde o evento é realizado em uma área de 65 hectares -, com expansão do estacionamento, melhorias em restaurantes e áreas de descanso, novo plantio de grama em cerca de sete mil metros quadrados, com ampliação da rede elétrica e hidráulica e ampliação da área de desembarque para comportar as grandes máquinas comercializadas na Tecnoshow Comigo. “Queremos que na edição de 2024 tenhamos novas empresas com novas tecnologias para os nossos visitantes. E da nossa parte, temos a expectativa de uma promessa do Governo do Estado de duplicar a pista à frente do CTC, com a construção de duas rotatórias para a entrada e a saída de veículos. O projeto foi entregue para a Goinfra e nossa expectativa é de que sejamos atendidos no próximo ano”, ressaltou.
Rio Verde no foco das atenções
O secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Turismo de Rio Verde, Denimárcio Borges de Oliveira, destacou a criação de empregos, sobretudo na rede hoteleira e de serviços, durante os cinco dias de realização da feira. “O impacto acontece em todo o município. Só no aeroporto, há um aumento de 4,5% no fluxo de aeronaves. Considerando a geração de empregos, são 12.800 empregos diretos e indiretos gerados e um aumento na arrecadação de 9%, com 100% da rede hoteleira ocupada e R$ 92 milhões de impacto no comércio local”, frisou.
Chavaglia reforçou que Rio Verde é beneficiada pela movimentação que a feira gera no município, mas que essa economia também reforça a movimentação em cidades próximas, como Jataí, Santa Helena de Goiás, Acreúna, Montividiu, entre outras. “Recebemos em Rio Verde, na nossa Tecnoshow Comigo, empresários, sociedade e até embaixadores que ficaram gratificados com o que viram aqui. Nosso agradecimento pela presença de todos”, completou.
Capital simbólica
A Tecnoshow Comigo e Rio Verde, por consequência, se tornaram sede simbólica da Capital goianiense durante os dias 27 e 31 de março, período de realização da feira, com a transferência dos três poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – instalados na área do CTC.
O governador Ronaldo Caiado, que esteve presente na feira na solenidade de abertura, no dia 27 de março, enfatizou a importância do cooperativismo e de iniciativas como a Tecnoshow para a difusão de conhecimento e, consequentemente, aprimoramento da prática produtiva rural. “Dizer da emoção que nos toma ao assistirmos Goiás sendo referência nacional na ação de cooperativismo e a mobilização que foi feita, sem dúvida alguma tem a competência e a capacidade de Antonio Chavaglia em mostrar que o cooperativismo é o melhor caminho para que a gente possa superar as dificuldades para implantar tecnologias, trazer a renda para o campo e ao mesmo tempo também a qualificação dos nossos produtores rurais”, frisou.
Representando o poder legislativo, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Bruno Peixoto, ressaltou o trabalho conjunto ao Governo de Goiás para destravar amarras que ainda travam o setor. “Hoje, boa parte das licenças ambientais em Goiás são emitidas em 48 horas e, em breve, não apenas para o pequeno e médio produtor, mas todos os produtores do Estado terão a agilidade de ter a licença em, no máximo, 48 horas. São ações assim que vão contribuir de maneira significativa”, exemplificou.
Já a juíza da Comarca de Rio Verde, Lília Maria de Sousa, que na solenidade representou o desembargador Carlos Alberto França, presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, e o poder judiciário goiano, disse que a feira revela a força da região, fruto de pessoas comprometidas com a tecnologia e desenvolvimento. “A Tecnoshow Comigo coloca a cidade em evidência no cenário nacional.” Ela ainda reafirmou o compromisso do judiciário goiano com o Estado.
A solenidade de abertura e transferência da capital também reuniu representantes do Legislativo nacional e estadual. Estiveram presentes o senador da República, Wilder Morais; a deputada federal Marussa Boldrin, representando a bancada goiana na Câmara Federal; e representando a Alego, além do presidente, os deputados estaduais Karlos Cabral (presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Alego) e Lucas do Vale (presidente da Frente Parlamentar da Agricultura e da Pecuária da Alego), além de outros deputados, vice-governador Daniel Vilela e outras autoridades. O destaque também foi a participação na Tecnoshow deste ano de representantes de 14 embaixadas dos seguintes países: Azerbaijão, Botsuana, Cabo Verde, Coreia do Sul, Cuba, Hungria, Indonésia, Irã, Malawi, Singapura, Suíça, Trinidad Tobago, Turquia e Quênia.
Difusão de Tecnologias e acesso a conhecimento
Destaque em todas as edições realizadas da Tecnoshow Comigo, nos últimos 20 anos, a difusão de conhecimento por meio da programação de palestras também teve espaço importante em 2023. Foram mais de 100 palestras realizadas nos três espaços destinados a esse fim pela Comigo (auditórios 1, 2 e Sede de Pesquisa CTC), além de outras áreas destinadas a palestras e rodas de conversa, organizadas por expositores como Embrapa, Sistema Faeg/Senar e Sebrae Goiás, Governo de Goiás, Prefeitura de Rio Verde, entre outros.
As maiores palestras foram concentradas no Auditório 1, com capacidade para 700 pessoas, trazendo grandes debates para os holofotes da Tecnoshow Comigo. Passaram por lá, nesta vigésima edição da feira, importantes nomes e especialistas como jornalista Kellen Severo (tema: cenário econômico), Antonio Luiz Fancelli (manejo fisiológico e nutricional da soja), Rodrigo Albuquerque (evolução da pecuária), Carmen Perez (bem-estar animal), Etori Baroni (cenário de preços), Alessandra e Fábio Nishimura (sucessão familiar) e Camila Telles (jovens no agro).
Diversidade de expositores e recorde de visitantes
Toda essa programação e destaques obtidos pela Tecnoshow Comigo fazem também com que o número de expositores e de visitantes cresça ano após ano. Em 2002, quando a Comigo iniciou as primeiras ações de difusão de tecnologia, foram 50 expositores e público de quatro mil pessoas. Neste ano, em sua vigésima edição, o CTC recebeu 650 expositores (número aumentou em relação ao ano passado, quando foram 620) e um público visitante de 138 mil pessoas. “Deixamos nossa gratidão aos expositores, ao público e a Deus que nos permitiu realizar essa feira e conseguirmos alcançar esses números.”, comemorou Antonio Chavaglia.
Ele também destacou a diversidade entre os expositores, atendendo culturas diversas, desde os grãos, como a soja, milho, sorgo, algodão e girassol, até pastagens, culturas para alimentação animal, cana-de-açúcar, biodiesel, entre outros. Além disso, na parte destinada à exposição de animais, foram cerca de mil animais expostos, incluindo bovinos, equinos, muares, ovinos e peixes, além de expositores com foco em genética animal, insumos, serviços e dinâmicas de pecuária realizadas.
A feira também teve espaço para a exposição de empresas ligadas à logística, transporte e armazenamento, bem como de serviços, energia solar e irrigação. Abrigou ainda uma diversidade de startups e grandes empresas de tecnologia, oferecendo soluções aplicadas e novos dispositivos, ligados a tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das Coisas (IoT), 5G e Big Data, drones e robôs, realidade virtual e aumentada, entre outras.
Instituições ligadas ao agro também garantiram espaço como expositores na feira, a exemplo da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), Sistema Faeg/Senar e Sebrae Goiás, Senai Goiás, Prefeitura de Rio Verde e Governo de Goiás. Ainda, completando a variedade de tecnologias apresentadas estiveram presentes centros de pesquisa e tecnologia, como o próprio Centro Tecnológico COMIGO (CTC), Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Universidade de Rio Verde (UniRV), Embrapa, Emater, entre outras, demonstrando in loco, seja nos estandes, seja nas áreas de experimentos (plots agrícolas) soluções provenientes da pesquisa científica, tecnológica e de inovação voltadas para o agro.
Ações sustentáveis e preocupação com o futuro
A preocupação com o meio ambiente, de maneira a promover práticas sustentáveis, permeou a feira tanto em palestras direcionadas ao público visitante, incluindo debates sobre manejo correto, boas práticas, mudanças climáticas etc., quanto em ações da própria Tecnoshow Comigo para diminuir os impactos da feira e gerar consciência ambiental nos visitantes.
Uma das novidades da Tecnoshow Comigo 2023 foi o lançamento do Protocolo Emissão de Gases de Efeito Estufa. A proposta é monitorar os gases emitidos durante a feira, além das compensações ou sequestro de carbono proporcionados pelo evento. Somada a outras ações ao longo da feira, a Tecnoshow se firma como um evento que tem compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Existem dois cálculos: primeiro, o que foi emitido de gases de efeito estufa. Em segundo, o quanto é sequestrado de gás carbônico. A partir da coleta destes números será feito um balanço de captação de carbono.
Até o final da feira também foram entregues 20 mil mudas para os visitantes, com a média de entregas de 4 mil por dia, incluindo espécies nativas do Cerrado, como Ipê, Jacarandá e Aroeira. E, ainda, está sendo feita e processada a coleta de material reciclável pela Cooperativa de Trabalho de Catadores de Material Reciclável em Geral do Sudoeste Goiano, a Coop-Recicla, que separa os recicláveis e fica responsável pela correta destinação. Neste ano, a Tecnoshow Comigo já coletou 61,7 toneladas de resíduos sólidos recicláveis, diminuindo o impacto ambiental e ainda gerando renda para os trabalhadores da cooperativa.
Espaço Tecnoshow 20 anos
Em homenagem à 20ª edição da feira, a Comigo também fez um resgate histórico do sucesso do evento ao longo de duas décadas. Em um local chamado de ‘Espaço Tecnoshow 20 anos, uma história de evolução’ foram instalados diferentes painéis, com imagens e dados, além de vídeo, possibilitando ao visitante saber como a feira surgiu, em 2002, e como chegou ao patamar de referência em vitrine tecnológica do agro brasileiro. Para se ter uma ideia, no início o evento era chamado de Encontro Tecnológico Comigo, já realizado na sede do CTC. Surgiu a partir de articulação entre diretoria da Comigo, cooperados e empresários do setor, que almejavam ter um evento voltado para troca de conhecimento, informações e ferramentas que pudessem abordar especificidades da agricultura e pecuária da região, além apresentar novidades em maquinários existentes no mercado.
Conforme acrescentou Antonio Chavaglia, após 20 anos de realização da Tecnoshow Comigo, a feira deixa um legado para o futuro ao investir na difusão de tecnologia rural. “Ainda estamos em um ano de incertezas e esperamos que isso seja solucionado para que a gente possa voltar a investir. Da nossa parte, vamos continuar trazendo novas tecnologias e oferecendo o que há de mais moderno ao produtor em máquinas, equipamentos, insumos e qualificação. Espero que Deus continue nos iluminando”, finalizou.
Números da feira em 2023
• R$ 11,1 bilhões em negócios
• 138 mil visitantes
• 650 expositores
• 65 hectares de área
• Mais de 100 palestras e dinâmicas
• 5.990 participantes das palestras
• 3 auditórios para apresentações e palestras (1, 2 e Sede de Pesquisa CTC)
• 3 mil participantes das dinâmicas de pecuária
• 11 pavilhões (animais e empresas)
• 40 mil m² de plots agrícolas
• Cerca de mil animais (bovinos, equinos, muares, ovinos e peixes)
• Mais de 200 pesquisadores
• Mais de 3 mil máquinas e equipamentos
• 3 restaurantes e outras áreas de alimentação
• Mais de 25 mil refeições servidas
• 80 mil veículos estacionados, sendo 450 ônibus
• Doação de 20 mil mudas de árvores nativas
• 70 mil mudas e 60 vasos de diferentes tamanhos, com flores variadas para compor toda a jardinagem
• Coleta de 61,7 toneladas de resíduos sólidos recicláveis
• Cerca de 12,8 mil empregos diretos e indiretos (pré e durante evento)
• Mais de 40 helicópteros
• 250 pousos e decolagens no aeroporto de Rio Verde
• 100% de ocupação na rede hoteleira de Rio Verde
• 9% de incremento na arrecadação de impostos municipais
• R$ 92 milhões de impacto no comércio local
• Presença de instituições de pesquisa científica
• Presença de instituições financeiras e de liberação de créditos
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.