Notícias Ganhos agronômicos e ambientais
Tecnologias podem ajudar produtor a aproveitar melhor o adubo fosfatado
O fósforo é um dos nutrientes que as plantas precisam para pleno desenvolvimento. Ele é insubstituível, e, por esse motivo, lavouras deficientes não conseguem expressar seu potencial máximo, resultando em baixa produção.
O produtor brasileiro só tem a ganhar se colocar em pauta no seu planejamento aproveitar melhor os adubos fosfatados. Isso pode reduzir a quantidade de insumos aplicados nas lavouras e consequentemente impactar, por exemplo, até no volume de fertilizantes importados hoje pelo país. Em contraponto, há oportunidades de desenvolvimento e inovação com produtos diferenciados, incorporando tecnologias avançadas como “coating”, por exemplo. Essas ferramentas inovadoras levam a ganhos agronômicos e ambientais.
O fósforo é um dos nutrientes que as plantas precisam para pleno desenvolvimento. Ele é insubstituível, e, por esse motivo, lavouras deficientes não conseguem expressar seu potencial máximo, resultando em baixa produção. “Os solos brasileiros têm níveis muito baixos de fósforo devido ao material de origem (rochas) e à forte interação dele com as argilas presentes neles”, explica Roberto Reis, doutor em Nutrição de Plantas.
Devido à alta necessidade pelas plantas e à baixa disponibilidade natural do mineral em solo brasileiro, torna-se necessário a reposição do mesmo, por exemplo com a adubação. Assim, em solos tropicais, é comum a aplicação de fertilizante fosfatado em altas doses, bem acima das necessidades das plantas. “Isso se deve à alta fixação do fósforo no solo, resultando em baixo teor dele disponível na lavoura. Como grandes quantidades aplicadas do mineral, via fertilizantes, não são aproveitadas pelas plantas, a eficiência do uso desse insumo na agricultura brasileira é muito abaixo do desejável, ficando entre 15 a 50%”, explica Reis.
Os fertilizantes fosfatados têm como matéria-prima básica a rocha fosfática. Em 2020, as reservas mundiais eram de 71 bilhões de toneladas (t), sendo as principais fontes: Marrocos e Saara Ocidental, seguidos por China, Egito, Argélia e Síria.
Já Brasil, Jordânia, Vietnã, Arábia Saudita, Egito, Peru, África do Sul, Finlândia, Austrália, Israel e Senegal produzem entre uma tonelada e 10 milhões toneladas por ano. Em contrapartida, em 2020 a demanda global por fósforo foi de 46 milhões/t. E essa demanda mundial tem crescido a uma taxa anual de 2,2%.
Além disso, o preço de venda se manteve constante no período até́ 1973, com uma média de US$ 4,2/t. Mas, a partir daquele ano, o valor subiu para até US$ 124/t. “Aumentos nos preços dos fertilizantes impactam negativamente nas exportações do agronegócio brasileiro, tornando o produto nacional menos competitivo, uma vez que a maior parte do custo de produção deriva do preço do fertilizante importado”, salienta Reis.
A produção nacional de concentrado fosfático, em 2019, foi de apenas 5,3 milhões de toneladas, historicamente inferior à demanda.
É para se pensar e agir
Em dez anos, o Brasil dobrou a quantidade de fertilizantes importados. A falta de uma política para o setor desde a década de 1980 – atualizada recentemente com o Plano Nacional de Fertilizantes 2050 – tornou o país extremamente dependente, fazendo com que a indústria nacional decrescesse 30%. “Enquanto isso as importações aumentaram 66% nos últimos 20 anos e os custos dos fertilizantes na produção alcançaram mais de 40% em culturas como soja, milho e algodão nesse período. A crescente dependência de importação de fosfatados (44%, em 2000 e 72%, em 2020) evidencia uma ameaça que poderá prejudicar a posição competitiva do agronegócio brasileiro”, alerta Reis.
Por isso, ainda segundo o especialista, “a diminuição da dependência externa, por meio desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao ambiente de produção brasileiro (tropical), dará ao produtor rural preços mais estáveis, maior oferta de produtos e tecnologias, além claro, do aumento de produtividade”, ressalta.
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IPPA registra alta de 5,5% em outubro de 2024, porém acumula queda de 2,5% no ano
Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%).
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) subiu 5,5% em outubro, influenciado pelos avanços em todos os grupos de produtos: de 1,9% para o IPPA-Grãos; de fortes 10,7% para o IPPA-Pecuária; de expressivos 10,4% para o IPPA-Hortifrutícolas; e de 0,5% para o IPPA-Cana-Café.
No mesmo período, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresentou alta de 1,5%, demonstrando que, de setembro para outubro, os preços agropecuários mantiveram-se em elevação frente aos industriais da economia brasileira.
No cenário internacional, o índice de preços calculado pelo FMI subiu 1,4% quando convertido para Reais, acompanhando a valorização da taxa de câmbio oficial divulgada pelo Bacen. Isso indica um comportamento relativamente estável dos preços internacionais dos alimentos.
No acumulado de 2024, o IPPA/CEPEA registra queda de 2,5%. Entre os grupos de alimentos, houve retrações no IPPA-Grãos (-8,3%) e no IPPA-Pecuária (-2,7%), enquanto o IPPA-Hortifrutícolas avançou 34,6% e o IPPA-Cana-Café cresceu 7%.
Em comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais apresenta estabilidade no ano, enquanto os preços internacionais dos alimentos, convertidos para Reais, acumulam alta de 6,1%.
A despeito desses movimentos divergentes com relação ao IPPA/CEPEA, ressalta-se que, sob uma perspectiva de longo prazo, o que se observa é a convergência ao mesmo nível, após elevação acelerada dos preços domésticos nos últimos anos.
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ABCZ participa da TecnoAgro e destaca sustentabilidade no agro
Tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
Nesta semana, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) marca presença na TecnoAgro 2024, evento realizado no Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG). Com o tema “Agro Inteligente”, a iniciativa promovida pelo Grupo Integração e tem como objetivo impulsionar o desenvolvimento do agronegócio e explorar o potencial econômico das cidades da região.
A abertura do evento aconteceu na manhã da última quinta-feira (21), reunindo autoridades e representantes dos setores ligados ao agro. A ABCZ esteve em destaque logo após a solenidade, quando o Superintendente Técnico, Luiz Antonio Josahkian, participou do painel “O Futuro da Pecuária”. O debate, mediado pela jornalista Adriana Sales, também contou com a presença da Prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, e do Professor da ESALQ/USP, Sérgio de Zen.
A discussão abordou a responsabilidade do Brasil diante da crescente demanda global por proteína. “Temos o potencial para liderar o aumento da demanda por proteína animal. Contamos com terras disponíveis, mão de obra qualificada e políticas públicas que fortalecem continuamente o setor. O Brasil se destaca como um dos poucos países que ainda investe em qualificação profissional através de políticas públicas, com o apoio de órgãos como as Secretarias de Estado, o Senar e as extensões rurais Além disso, temos uma vocação natural para a produção de alimentos, com recursos essenciais, como a água, que é um insumo cada vez mais valorizado e disputado globalmente”, destacou Josahkian.
Complementando o debate, Sérgio de Zen enfatizou a necessidade de modelos produtivos mais sustentáveis. “É perfeitamente possível aumentar a demanda na redistribuição de renda e atender ao crescimento populacional sem recorrer ao desmatamento. Isso pode ser alcançado por meio do uso mais eficiente das tecnologias e dos sistemas de produção já disponíveis”, afirmou.
O evento, que segue até amanhã (22), reúne mais de 50 palestras voltadas para a sustentabilidade no agronegócio. Entre os destaques da programação técnica desta sexta-feira, o Zootecnista e Gerente do Departamento Internacional da ABCZ, Juan Lebron, participará da palestra “Recuperação de Pastagem, Genética, Nutrição e Saúde: Pilares da Sustentabilidade na Pecuária”, ao lado de especialistas como Guilherme Ferraudo e Thiago Parente.
Além das contribuições técnicas, a ABCZ participa com um estande apresentando produtos e serviços da maior entidade de pecuária zebuína do mundo.
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Altas no preço do boi seguem firmes, com escalas ainda menores que em outubro
Frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
O movimento de alta nos preços da pecuária segue intenso. Segundo pesquisadores do Cepea, semana após semana, frigoríficos renovam o fôlego para conceder novos reajustes positivos aos animais para abate e o mesmo acontece entre os pecuaristas nas negociações de reposição.
No final da cadeia produtiva, o consumidor também se mostra resiliente diante dos valores da carne nos maiores patamares dos últimos 3,5 anos.
No mesmo sentido, a demanda de importadores mundo afora tem se mantido firme.
Pesquisadores do Cepea observam ainda que as escalas de abate dos principais estados produtores, em novembro, estão ainda menores que em outubro.
No mercado financeiro (B3), também cresceu forte a liquidez dos contratos de boi para liquidação neste ano, pelo Indicador do boi elaborado pelo Cepea, o CEPEA/B3.