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Tecnologias para tratamento de dejetos e uso racional de água e ração são aconselhadas em fórum sobre suinocultura de baixa emissão de carbono

No Brasil, são produzidos por ano cerca de 180 milhões de toneladas de dejetos e efluentes de suínos, bovinos e aves que, sem tratamento adequado, podem gerar impactos ambientais de grande magnitude

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As inovações tecnológicas de custo acessível para o tratamento de dejetos na suinocultura e que também podem gerar renda e novas fontes de energia para o produtor foram discutidas na última quinta-feira (17) durante o Fórum Sobre Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono. O evento ocorreu na sede da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia-SC. O fórum é resultado de pesquisas realizadas para avaliar e disseminar alternativas economicamente viáveis para o tratamento de dejetos na suinocultura, previstas pelo Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC). No Brasil, são produzidos por ano cerca de 180 milhões de toneladas de dejetos e efluentes de suínos, bovinos e aves que, sem tratamento adequado, podem gerar impactos ambientais de grande magnitude.

A programação começou com o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Sidney Medeiros, que apresentou o Plano ABC e o Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono. Medeiros lembrou que o Plano ABC faz parte de um compromisso assumido pelo Brasil em 2009 "de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020", o que representaria em torno de um bilhão de toneladas de gás carbônico que deixariam de ser emitidas.

O fiscal federal do Mapa mostrou que entre janeiro de 2013 e outubro de 2015 foram firmados 17 mil contratos pelo Programa ABC (linha de crédito do Plano ABC), mas, que destes, apenas 32 eram específicos para tratamentos de dejetos. "Mesmo sabendo que existem soluções viáveis, vimos que essas tecnologias não estão chegando aos produtores e é isso que temos que mudar", disse. Por isso, os responsáveis pelo Plano ABC estão investindo em ações como capacitação de técnicos e produtores rurais, transferência de tecnologia, regularizações ambiental e fundiária, assistência técnica e extensão rural, disponibilização de insumos, produção de sementes e mudas, crédito rural e pesquisa, desenvolvimento e inovação. Depois, apresentou as ações específicas do Projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, que incluem um levantamento das tecnologias que reduzam a emissão de carbono e que proporcionem um sistema de produção mais limpa e o estudo de viabilidade econômica para tecnologias de baixa emissão de carbono na produção de suínos.

Em seguida, o consultor do Mapa Cleandro Dias abordou as tecnologias de produção mais limpa na suinocultura brasileira. "Mais limpa significa menos poluente e podemos conseguir isso com o uso racional da água e da ração", disse. Dias também falou sobre a gestão ambiental das propriedades, que traz vantagens claras para a produção, "com a redução do consumo de matéria-prima, energia e água, reduzindo os custos de produção, de resíduos e de emissões". O consultor pediu atenção em especial aos bebedouros, excesso de água de limpeza, vazamentos no sistema de distribuição e infiltrações de chuva, apontados como as principais formas de desperdício de água; e apontou duas alternativas de economia: o uso de água residual do próprio tratamento de dejetos para a limpeza das canaletas e o armazenamento da chuva em cisternas.

"Já no uso racional da ração temos que estar atentos à qualidade das matérias-primas, formulação adequada, processos de produção, transporte e fornecimento e a digestão e absorção dos nutrientes pelos animais", disse, lembrando que a nutrição pode responder a quase 80% dos custos de produção. O consultor apresentou como alternativas tecnológicas programas alimentares por fases, enzimas, alimentação eletrônica (fase da gestação) e proteína ideal (aminoácidos sintéticos).

A programação do Fórum continuou com o tema geração de renda a partir dos dejetos da suinocultura: biofertilizante, biogás e energia elétrica e a viabilidade econômica para tecnologias de baixa emissão de carbono na produção de suínos, com o também consultor do Mapa Fabiano Coser. Ele apresentou a compostagem e o biodigestor como "processos básicos para o aproveitamento econômico dos dejetos suínos", mostrando como exemplos o Adumax, fertilizante orgânico desenvolvido com tecnologia da Embrapa Suínos e Aves, e o uso do biogás como energia térmica e elétrica (como, por exemplo, no aquecimento de leitões, na cozinha e nos chuveiros utilizados pelos funcionários nas propriedades e na distribuição de eletricidade pelas concessionárias de energia). Coser ainda falou sobre o uso de separadores nos dejetos que chegam aos biodigestores "para melhorar a eficiência do equipamento e a qualidade do biogás ao separar, por exemplo, pelos e fibras insolúveis".

Já o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves Paulo Armando de Oliveira apresentou alternativas de tratamento de efluentes na produção de suínos sob a ótica da redução da emissão de carbono, mostrando as indicações, limitações e oportunidades da biodigestão e da compostagem. "Saber qual rota tecnológica adotar, se a sólida ou líquida, depende basicamente da produção e da área disponível para lavoura nas propriedades", disse. O pesquisador falou sobre desafios a serem enfrentados pelo setor produtivo de suínos nas próximas décadas, como a questão agropecuária e meio ambiente, licenciamento ambiental, concentração de animais em pequenas áreas e aquecimento global e que a implantação de arranjos tecnológicos são o grande desafio para a sustentabilidade ambiental, econômica e social.

Paulo Armando de Oliveira ainda destacou a importância de se fazer a gestão da água na produção de suínos, que inicia com a instalação de hidrômetros para o controle de consumo; o uso de biogás para a geração de eletricidade, que exigiria no mínimo 25 metros cúbicos por hora para um gerador de 50 kVA (e que em operação por 10 horas por dia exigiria um plantel de 4,1 mil suínos), e energia térmica.

Por fim, Alexandre Petry, do Banco do Brasil, expôs as oportunidades de financiamento e linhas de crédito para tecnologias de baixa emissão de carbono oferecidas pela instituição.

Além de Concórdia, o fórum já teve edições em Marechal Cândido Rondon-PR e Belo Horizonte-MG. A próxima edição deve acontecer em Lucas do Rio Verde-MT. O projeto Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono, coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem apoio da Embrapa Suínos e Aves, do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS).

Fonte: Assessoria

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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