Notícias
Tecnologias digitais e o futuro da sustentabilidade no campo
Tecnologias digitais estão impulsionando uma nova era no agronegócio, unindo rastreabilidade, eficiência e sustentabilidade ambiental.

O agronegócio brasileiro está no centro de uma transformação que vai muito além da produtividade. Sustentabilidade, transparência e inovação passaram a caminhar juntas e, cada vez mais, as tecnologias digitais estão no coração desse movimento.
De sensores no solo a satélites que monitoram o clima, o campo se tornou um ambiente conectado. Mas há algo ainda mais profundo acontecendo: a chegada de soluções descentralizadas, como o blockchain, que estão redesenhando a maneira como se mede, comprova e recompensa o impacto ambiental.
Sustentabilidade e rentabilidade caminham juntas
Por muito tempo, sustentabilidade foi tratada apenas como uma exigência ambiental. Hoje, é também um ativo econômico. Boas práticas de manejo e produção responsável são diferenciais competitivos para acessar crédito, atrair compradores e garantir a permanência em mercados internacionais cada vez mais exigentes.
A chamada economia verde está em expansão. No campo, ela se traduz em agricultura de baixa pegada de carbono, uso racional da água e energia, rotação de culturas e recuperação de áreas degradadas. Contudo, o diferencial da nova fase é a capacidade de medir e comprovar resultados, um desafio que as tecnologias digitais estão ajudando a resolver.
Atualmente, o produtor moderno deixou de ser somente um gestor de lavoura, passando a administrar dados, indicadores e evidências que comprovam eficiência ambiental e financeira. E é nesse ponto que as soluções digitais se tornam indispensáveis.
Digitalização e tomada de decisão inteligente

O avanço da digitalização rural transformou a rotina das propriedades agrícolas. Hoje, sensores conectados por Internet das Coisas (IoT) monitoram o solo, o consumo de água e as condições climáticas em tempo real. Esses dados são enviados para plataformas em nuvem que cruzam informações e geram relatórios sobre produtividade, eficiência e impacto ambiental.
Além disso, a inteligência artificial já auxilia cooperativas e produtores a planejar o uso de insumos, otimizar colheitas e prever riscos. O resultado é um campo mais eficiente, com menos desperdício e decisões embasadas em dados — algo essencial em tempos de custos elevados e margens apertadas.
Esse movimento cria um novo ecossistema rural, em que sustentabilidade e tecnologia se complementam. Mas o próximo passo vai além: garantir transparência e rastreabilidade para que toda a cadeia produtiva — do produtor ao consumidor — confie nas informações.
Blockchain e rastreabilidade: confiança da fazenda ao consumidor
A rastreabilidade sempre foi um desafio para o agronegócio. Como garantir que o produto final carrega informações verdadeiras sobre origem, qualidade e práticas ambientais? É nesse ponto que entra o blockchain, uma tecnologia descentralizada capaz de registrar e validar dados permanentemente.
Na prática, cada etapa da produção — da semeadura à exportação — pode ser registrada em um bloco de informação criptografado. Esses registros formam uma cadeia inviolável, visível a todos os participantes do processo. O resultado é um sistema de rastreabilidade à prova de fraudes e de difícil manipulação.
É a mesma base tecnológica que sustenta o universo das criptomoedas, mas aplicada ao campo. Plataformas agrícolas já utilizam blockchain para garantir a integridade de dados ambientais e, em alguns casos, emitir tokens verdes — representações digitais de práticas sustentáveis, como reflorestamento ou compensação de carbono.
Nesse contexto, termos como BTC/USD – comumente usados para medir o valor de referência das moedas digitais – ilustram como o conceito de digitalização monetária e rastreamento descentralizado se estende a outras áreas da economia, inclusive à agrícola. A tecnologia, mais do que a moeda em si, é o que impulsiona a transparência e a confiança entre produtores e consumidores.
Medição e compensação de carbono: o impacto da inovação

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Um dos avanços mais significativos está na medição de emissões e compensações de carbono. Ferramentas digitais baseadas em blockchain e em dados de satélite permitem que produtores registrem, de forma verificável, quanto carbono suas práticas agrícolas absorvem ou deixam de emitir.
Essas informações são essenciais para certificações ambientais e programas de crédito de carbono. Cada tonelada de CO₂ capturada pode gerar um ativo digital (o chamado “token ambiental”) — que representa uma unidade de benefício ambiental comprovada. Esses tokens são registrados em plataformas descentralizadas, reduzindo a burocracia e aumenta a confiabilidade das medições.
Embora o mercado de compensação ainda esteja em desenvolvimento no Brasil, ele avança rapidamente com a adoção dessas tecnologias. A digitalização traz credibilidade aos relatórios ambientais e abre espaço para que pequenos e médios produtores também participem de iniciativas de sustentabilidade remunerada.
Novas oportunidades para o produtor rural
A adoção de práticas sustentáveis e tecnologias digitais não é apenas uma questão de reputação — é também uma oportunidade econômica concreta.
Produtores que monitoram e documentam suas práticas ambientais têm maior acesso a linhas de crédito verde, taxas diferenciadas e parcerias com empresas que valorizam sustentabilidade em suas cadeias de fornecimento. Além disso, cooperativas e startups do agronegócio estão criando ecossistemas colaborativos para incentivar a troca de dados ambientais e a emissão de certificados digitais.
Essas iniciativas fortalecem a imagem do agro brasileiro e aproximam o país das metas globais de descarbonização. A tecnologia atua como elo entre a eficiência produtiva e o compromisso ambiental, demonstrando que a rentabilidade e a preservação podem caminhar lado a lado.
O campo mais transparente e conectado

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
O futuro da sustentabilidade no campo é digital. E não se trata de substituir o trabalho humano, mas de aprimorá-lo com informações confiáveis, decisões mais rápidas e resultados mensuráveis.
A descentralização de dados e a rastreabilidade via blockchain oferecem uma nova camada de confiança. Já as plataformas de medição de carbono e de certificação digital ajudam o produtor a transformar boas práticas em valor real para o negócio.
Mais do que acompanhar uma tendência, o agronegócio brasileiro está liderando essa transição. A tecnologia está provando ser possível unir produtividade, transparência e preservação ambiental, pilares essenciais para o futuro da agricultura sustentável.

Notícias
Paraná agiliza recebimento de embalagens de agrotóxicos com nova normativa conjunta
Resolução Sedest/IAT nº 10/2025 moderniza treinamentos, amplia autonomia dos postos de recebimento e reforça a capacitação obrigatória para garantir descarte seguro em todo o Estado.

A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest) e o Instituto Água e Terra (IAT) publicaram uma normativa em conjunto que busca agilizar o recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos no Paraná. O procedimento, coordenado no Estado pelo IAT, pelo Instituto Nacional de Processamento De Embalagens Vazias (InpEV) e pelas 17 associações de revendedores de agrotóxicos estaduais, é essencial para garantir que o descarte do material seja feito de forma apropriada, apenas por canais autorizados e licenciados pelo órgão ambiental.
A Resolução Conjunta reforça a necessidade de capacitação obrigatória dos funcionários responsáveis pelo processo, com a possibilidade de execução de parte do treinamento de forma online.
Além disso, o processo é agora ministrado pelos gestores das unidades de recebimento e supervisionado pelo IAT, sem a necessidade de o órgão ambiental estar presencialmente no local. “A capacitação é extremamente importante para estarmos sempre com equipes qualificadas para garantir que o sistema funcione de forma apropriada. Anteriormente, o IAT e as associações tinham que marcar as datas dos treinamentos em conjunto, o que era mais demorado. Agora, o próprio InpEV ou as associações podem marcar o treinamento, enquanto a parte do IAT pode ser feita de forma online, sem necessidade de estarmos presencialmente no local”, explica o engenheiro agrônomo da Divisão de Resíduos Sólidos do IAT, Rui Mueller.
As capacitações são marcadas conforme a necessidade dos postos de recebimento e costumam reunir participantes de várias regiões do Estado. O treinamento é composto por uma etapa teórica, onde são abordados aspectos técnicos das embalagens e do sistema de recebimento, e uma etapa prática, em que os participantes trabalham o manuseio das embalagens e o preenchimento dos recibos com informações do material recebido. Para concluir o processo, é feito um teste de aptidão, e os funcionários que adquirem uma nota apropriada recebem um certificado emitido pelo IAT.
Recebimento
No Paraná, o recebimento das embalagens pode ser feito em uma série de espaços autorizados, seguindo os critérios da Resolução CONAMA nº 465/2014 e do processo de licenciamento ambiental do IAT.
Ao todo, existem aproximadamente 50 postos de recebimento fixos no Estado, além de vários espaços itinerantes, que fazem um tratamento prévio dos resíduos recebidos pelos agricultores. As embalagens são então encaminhadas para uma de 12 centrais de recebimento, que fazem um preparo para diminuir o volume do material e facilitar o transporte para a destinação final. Cerca de 90% dos resíduos são transferidos para recicladoras licenciadas de todo o País, enquanto o restante é incinerado.
Além da necessidade de adequação dos locais, o processo de recebimento também envolve a conscientização direta dos agricultores usuários de agrotóxicos sobre a importância e as formas corretas da devolução do material. Mueller aponta que no caso de as embalagens não serem descartadas de forma apropriada, ou serem encaminhadas para algum ponto de coleta não autorizado, o próprio agricultor pode ser responsabilizado. Seguindo os critérios da Portaria IAT nº 492/2025, a multa para a entrega irregular de embalagens de agrotóxicos é de R$ 5 mil, com um acréscimo de R$ 100 por embalagem fora dos padrões exigidos.
“Hoje, graças a uma série de ações, temos um número muito pequeno de agricultores que fazem o descarte de forma errada. As associações também fazem uma capacitação específica para os revendedores, para que os agricultores sejam informados no momento da compra sobre os critérios adequados para a devolução das embalagens. Além disso, as ações de fiscalização do IAT também contribuem para esse processo”, complementa o engenheiro agrônomo.
Notícias
ANDA elege novo Conselho de Administração para o triênio 2026–2028
Elias Alves Lima assume a presidência com foco em competitividade, segurança de suprimento e sustentabilidade no mercado de fertilizantes.

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) definiu os integrantes do Conselho de Administração que atuará entre 2 de janeiro de 2026 e 12 de dezembro de 2028. Elias Alves Lima, também presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), foi eleito para comandar a entidade, sucedendo Eduardo de Souza Monteiro, que encerra seu mandato neste ano.
Gustavo Rodrigues Zaitune, representante do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Estado de São Paulo (Siacesp), assumirá a vice-presidência. A nova gestão terá o desafio de manter o protagonismo institucional da ANDA em um cenário de mudanças no mercado de fertilizantes e maior demanda por competitividade, segurança no abastecimento e práticas sustentáveis.
Também foram eleitos para o Conselho: Alberto Pinheiro Marra, Alceu Elias Feldmann, Aluísio Schwartz Teixeira, Daniel Clairton Schneider, Eduardo de Souza Monteiro, George Wagner Bonifácio e Sousa, Luiz Carlos Corrêa Rodrigues, Luiz Felipe Schiavon, Maicon Luiz Cossa, Marcelo Francisco Altieri Bequio, Marcelo Oliveira Silvestre e Marcus Lage Guerra.
Notícias
Balança comercial abre dezembro com forte avanço das exportações
Na primeira semana do mês, agropecuária, indústria extrativa e manufaturados puxam o crescimento, enquanto importações também avançam e mantêm saldo positivo.

Na 1ª semana de dezembro de 2025, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,9 bilhão e corrente de comércio de US$ 12,9 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 7,4 bilhões e importações de US$ 5,5 bilhões.
No ano, as exportações totalizam US$ 325,3 bilhões e as importações, US$ 265,5 bilhões, com saldo positivo de US$ 59,8 bilhões e corrente de comércio de US$ 590,7 bilhões. Esses e outros resultados foram divulgados na segunda-feira (08), pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

Nas exportações, comparadas as médias da 1ª semana de dezembro/2025 (US$ 1,486 bi) com a de dezembro/2024 (US$ 1,184 bi), houve crescimento de 25,4%. Em relação às importações houve crescimento de 14,3% na comparação entre as médias da 1ª semana de dezembro/2025 (US$ 1,101 bi) com a do mês de dezembro/2024 (US$ 964,06 milhões).
Balança Comercial Preliminar Parcial do Mês – 1º Semana de Dezembro/2025
Assim, até a 1ª semana de dezembro/2025, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2.587,63 milhões e o saldo, também por média diária, foi de US$ 384,67 milhões. Comparando-se este período com a média de dezembro/2024, houve crescimento de 20,4% na corrente de comércio.
Exportações e importações por Setor
No acumulado até a 1ª semana do mês de dezembro/2025, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores exportadores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 111,59 milhões (58,9%) em Agropecuária; de US$ 103,3 milhões (42,8%) em Indústria Extrativa e de US$ 84,28 milhões (11,3%) em produtos da Indústria de Transformação.
No acumulado até a 1ª semana do mês de dezembro/2025, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores importadores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 3,01 milhões (13,3%) em Agropecuária; de US$ 12,88 milhões (33,3%) em Indústria Extrativa e de US$ 126,07 milhões (14,1%) em produtos da Indústria de Transformação.



