Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária

Tecnologias digitais e cuidado com pastos estão entre os desafios da produção de carne bovina

Essa é apenas uma das previsões traçadas por cientistas para o setor brasileiro de produção de carne bovina para os próximos 20 anos

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

Em um provável cenário de mais cabeças de gado sem ampliação das áreas de pastagem, a busca por forrageiras mais produtivas e pela recuperação de pastos degradados deverá ser intensificada. Essa é apenas uma das previsões traçadas por cientistas para o setor brasileiro de produção de carne bovina para os próximos 20 anos. As percepções dos especialistas integram o documento “O futuro da cadeia produtiva da carne bovina: uma visão para 2040”, elaborado pelo Centro de Inteligência da Carne Bovina (Cicarne) da Embrapa Gado de Corte, MS, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A publicação tem como objetivo subsidiar a definição de agendas estratégicas para formulação de políticas públicas e privadas, bem como a agenda programática de inovação para as instituições de pesquisa científica e tecnológica. O estudo entrevistou 153 especialistas em duas rodadas usando a técnica Delphi. Foram identificados 745 drivers de futuro e 96 eventos possíveis de ocorrer até 2040. Também foram traçados os cenários mais prováveis de ocorrer para cada um dos oito tópicos do trabalho: saúde e genética; nutrição e forrageiras; manejo e gestão; estrutura; frigorífico; consumo; comercialização; e regulamentação. “É como se tivéssemos feito oito trabalhos em um”, conta Fernando Dias, pesquisador da Embrapa em modelagem de sistemas produtivos.

Dividido em oito capítulos, o relatório com quase 150 páginas descreve os cenários para a cadeia em 2040 nas áreas de insumos (saúde-genética e nutrição), produção (manejo-gestão e estrutura), frigorífico, comercialização, consumo e regulamentação. Há também o delineamento das tendências para cada uma dessas áreas, a consolidação das tendências em megatendências e, por fim, a definição de temas a serem priorizados nas agendas de inovação de instituições de pesquisa até 2040: tipologia de sistemas de produção e desenvolvimento de pacotes tecnológicos; transferência de tecnologia em plataformas digitais; controle biológico de parasitas; redução de gases de efeito estufa; bem-estar animal; rastreabilidade; cultivares forrageiras mais produtivas; manejo e recuperação de pastagens; sistemas integrados; pecuária 4.0; e biotecnologia.

“A evolução da pecuária de corte brasileira trouxe uma nova realidade que induz as instituições públicas e privadas aos desafios de desenvolverem novos processos, métodos, sistemas, produtos e serviços que aumentem a eficiência e a competitividade da cadeia produtiva”, afirma o pesquisador da Embrapa Guilherme Cunha Malafaia, um dos responsáveis pelo Cicarne. “Os desafios são de grande complexidade e demandarão uma enorme capacidade de adaptação das organizações e um ajuste cada vez mais fino de agendas programáticas de pesquisa, desenvolvimento e inovação e de transferência de tecnologia,” prevê o cientista.

O pesquisador ressalta que a bovinocultura de corte no país corresponde hoje a 27,3% das propriedades rurais brasileiras, com concentração de mais de 30% da produção nacional nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. “É uma força não somente econômica, mas social”, expõe.

Para chegar aos temas, Malafaia e os pesquisadores Fernando Dias e Paulo Henrique Biscola, também participantes do Cicarne, tiveram a contribuição de especialistas do setor, entre eles cientistas, auditores fiscais governamentais, pecuaristas e consultores.

O Centro de Inteligência ainda definiu como prioridade a sistematização das práticas operacionais em sistemas produtivos (protocolos), a qualificação de mão de obra, a racionalização do uso de recursos naturais, as ferramentas de comunicação, o desenvolvimento de pecuária sustentável de baixo custo de implantação, os parâmetros objetivos na avaliação de carcaça, a carne orgânica, a monetização de valores intangíveis na bovinocultura de corte e a necessidade de pautar políticas públicas alinhadas às tendências.

Sistemas de produção heterogêneos no País

Os dois primeiros temas a serem priorizados nas agendas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) – tipologia de sistemas de produção e desenvolvimento de pacotes tecnológicos – se complementam. No Brasil, há uma pluralidade de sistemas de produção de pecuária de corte. Sistemas (extensivos, intensivos e semi-intensivos), escalas (pequena, média ou grande), práticas sustentáveis de manejo e nível tecnológico são aspectos que influenciam qualquer tomada de decisão quando se fala em adoção de tecnologias, assim como os aspectos sociais, econômicos e culturais.

Os sistemas extensivos são praticados em todo o território nacional, com destaque para o Cerrado de Roraima e Amapá, os campos inundáveis da Ilha de Marajó, do baixo Amazonas e Maranhão, a Caatinga do Semiárido, o Pantanal e o sul da Campanha Gaúcha. Já os semi-intensivos estão concentrados no centro-sul e em pequenos núcleos das regiões Norte e Nordeste. Os intensivos, por sua vez, predominam nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Tocantins e Pará.

Essa diversidade de sistemas de produção deve ser considerada no desenvolvimento de pacotes tecnológicos adequados a cada situação. Especialista em cadeias produtivas do agronegócio, Malafaia salienta que “a pecuária de corte brasileira é heterogênea, com diversidade de sistemas produtivos, característicos de cada Bioma. É preciso entender a complexidade desse setor, identificando as prioridades e demandas produtivas de forma regionalizada. Isso permitirá a construção de agendas programáticas mais assertivas, alinhadas com os reais desafios da pecuária de corte em cada Bioma”.

Integração dos resultados

Pesquisador da Embrapa em transferência de tecnologia, Paulo Biscola defende que, uma vez identificados e priorizados os desafios tecnológicos para os sistemas produtivos, os resultados das pesquisas necessitam de uma combinação entre si, o que gera complementaridade e potencializa o impacto da solução. “Possuímos inúmeras soluções tecnológicas para os sistemas de produção de pecuária de corte, o que está faltando é entender como elas interagem entre si e com os diversos sistemas produtivos,” declara.

Ele frisa que ter esse entendimento possibilita criar pacotes tecnológicos aderentes às realidades, desenvolver os protocolos produtivos e, em determinadas situações, até mesmo buscar certificações. O protocolo Carne Carbono Neutro é um exemplo. “A forma de disponibilizar esses pacotes tecnológicos precisa levar em consideração a transformação digital que mudará substancialmente a forma de acesso ao conhecimento”, recomenda Malafaia.

O cientista, por fim, frisa que os cenários são dinâmicos e sujeitos a ajustes ao longo do tempo. “Os estudos de futuros apresentam alto grau de incerteza e complexidade, não sendo possível saber o que de fato vai ocorrer, principalmente quando se trabalha com horizontes temporais distantes. Tendências podem ser alteradas e eventos podem, de forma inusitada, surgir e mudar de forma substancial tudo aquilo que foi desenhado. Entretanto, é importante sempre olhar para o futuro com o objetivo de subsidiar decisões no presente”, evidencia.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

É preciso repensar a exportação de gado vivo

A exportação com valor agregado não é apenas uma escolha ética, mas uma estratégia inteligente para garantir que o país prospere de maneira sustentável no cenário internacional

Publicado em

em

Foto: Arquivo OPR

O episódio recente na Cidade do Cabo trouxe à tona o velho debate sobre a exportação de gado vivo pelo Brasil. Enquanto a cidade sul-africana se via envolta em um odor desagradável proveniente do navio cargueiro, carregado com 19 mil cabeças de gado procedentes do Brasil, o incidente reacendeu as controvérsias em torno dessa prática.

Este não é apenas um problema local, mas um reflexo de questões mais amplas que precisam ser abordadas. O transporte de animais vivos por longas distâncias sempre esteve no centro de debates sobre ética, bem-estar animal e sustentabilidade. No entanto, o momento atual exige uma revisão mais profunda do modelo de exportação brasileiro.

A discussão vai além das fronteiras da Cidade do Cabo e alcança os campos e fazendas do Brasil. Enquanto o país mantém seu papel como um dos principais exportadores globais de gado vivo, com clientes por todo o Oriente Médio, é crucial avaliar os impactos sociais, econômicos e ambientais dessa prática.

O bem-estar dos animais é uma preocupação evidente. O transporte em massa, muitas vezes em condições adversas, levanta questões éticas sobre a humanidade com que tratamos os seres vivos que são parte integrante de nossa indústria agropecuária. A reputação do Brasil como um país comprometido com práticas sustentáveis e éticas está em jogo, à medida que as imagens de navios cheios de animais estressados se espalham pelo mundo.

Além disso, há a questão da imagem internacional. A exportação de carne processada em vez de gado vivo pode ser uma alternativa mais vantajosa em termos de reputação global. O Brasil precisa posicionar-se como um líder não apenas em termos de quantidade, mas também em qualidade, responsabilidade ambiental e respeito aos direitos dos animais.

Investir em práticas que agreguem valor à cadeia de produção pode ser mais benéfico a longo prazo para a economia brasileira do que simplesmente exportar grandes volumes de animais vivos. Isso proporciona uma resiliência econômica diante das flutuações do mercado e destaca o país como um produtor comprometido com a sustentabilidade e o bem-estar.

O episódio na Cidade do Cabo deve servir como um chamado à ação. O Brasil tem a oportunidade de liderar não apenas em produção, mas em responsabilidade e inovação no agronegócio. A exportação com valor agregado não é apenas uma escolha ética, mas uma estratégia inteligente para garantir que o país prospere de maneira sustentável no cenário internacional.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na bovinocultura acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por: Editor-Chefe Do Jornal O Presente Rural, Jornalista Giuliano De Luca
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Eficiência nutricional é sustentabilidade e lucro

A jornada rumo à eficiência alimentar é de comprometimento, aprendizado contínuo e inovação constante

Publicado em

em

Foto: Arquivo OPR

A pecuária, essencial para suprir a crescente demanda alimentar, enfrenta o desafio constante de otimizar seus processos para garantir eficiência econômica e sustentabilidade ambiental. Nesse contexto, a eficiência alimentar surge como um pilar fundamental, demandando precisão e inovação para enfrentar os desafios do presente e construir um futuro mais sustentável.

O aprimoramento da eficiência alimentar não é apenas uma busca por redução de custos, mas uma necessidade intrínseca para garantir a utilização máxima dos recursos disponíveis. Este desafio se torna mais crucial diante da demanda global por proteínas animais, onde cada grama de alimento consumido pelos animais precisa ser convertida da maneira mais eficiente possível em produtos para consumo humano.

No âmbito da pecuária leiteira, onde a pressão sobre os recursos naturais é significativa, a eficiência alimentar não é apenas uma estratégia econômica, é uma resposta ao apelo pela produção sustentável. Estratégias que envolvem o manejo nutricional, a busca por dietas balanceadas e a incorporação de tecnologias tornam-se essenciais para atingir esse equilíbrio entre produtividade e responsabilidade ambiental.

Os desafios são muitos, desde a coleta precisa de dados até a compreensão profunda da estrutura da fazenda. A implementação bem-sucedida da eficiência alimentar requer não apenas conhecimento técnico, mas também uma visão holística da propriedade, alinhada com metas claras e sustentáveis.

Os produtores, verdadeiros pilares da pecuária, enfrentam diariamente desafios complexos. A qualidade do volumoso, a gestão de custos e a questão da mão de obra são aspectos cruciais que precisam ser equacionados para que a eficiência alimentar se torne uma realidade concreta.

A precisão na implementação dessas práticas não é apenas uma estratégia, é uma necessidade para garantir o bem-estar dos animais, a saúde do negócio e a preservação dos recursos naturais. A eficiência alimentar não é um conceito abstrato, é a resposta tangível para a pecuária moderna que busca maximizar resultados sem comprometer o equilíbrio ambiental.

Diante desses desafios, é imperativo que todos os envolvidos na pecuária estejam engajados na busca constante por práticas mais eficientes. A jornada rumo à eficiência alimentar é de comprometimento, aprendizado contínuo e inovação constante. Ao enfrentarmos esses desafios com resiliência e determinação, estamos não apenas construindo um setor mais eficiente, mas também um futuro mais sustentável para a produção pecuária.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na bovinocultura acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por: Editor-Chefe Do Jornal O Presente Rural, Jornalista Giuliano De Luca
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Coasul: A ascensão silenciosa de uma gigante cooperativa

Trajetória meteórica da cooperativa destaca não apenas seu impressionante crescimento financeiro, mas também sua capacidade de inovação e adaptação em um mercado altamente competitivo

Publicado em

em

Foto: Divulgação

Longe dos holofotes que tradicionalmente iluminam as grandes cooperativas brasileiras, uma nova gigante vem silenciosamente tomando forma. A Coasul, com sede na cidade de São João, no Sudoeste do Estado, tem experimentado um crescimento que desafia até mesmo gigantes consolidadas como Lar, Coamo, Aurora e Frimesa.

Em 1996, quando a cooperativa experimentou sua primeira aceleração, a Coasul contava apenas com seis unidades de negócios. Hoje, esse número multiplicou-se para 96. Os anos entre 2010 e os dias atuais marcaram um segundo boom, período em que seu faturamento disparou 15 vezes, saltando de R$ 360 milhões para R$ 5,64 bilhões.

A trajetória meteórica da Coasul destaca não apenas seu impressionante crescimento financeiro, mas também sua capacidade de inovação e adaptação em um mercado altamente competitivo. Atuando fortemente em 32 municípios, onde é líder em negócios agropecuários, como soja, milho, trigo, feijão, rações para bovinos e produção de frangos, a Coasul emerge como uma força a ser reconhecida não apenas no cenário regional, mas também no panorama nacional do cooperativismo agropecuário.

O jornal O Presente Rural entrevistou com exclusividade o vice-presidente da Coasul, Paulo Roberto Fachin, que compartilha detalhes sobre as estratégias adotadas pela cooperativa para consolidar sua presença entre as gigantes do cooperativismo brasileiro.

“A Coasul surgiu em 1969 para resolver o problema de comercialização do excedente de trigo produzido na região. A cooperativa permaneceu pequena até 1996, com apenas seis unidades de negócios. A Coasul era pequena, mas estava capitalizada, diferente de outras cooperativas da região, que no final dos anos 90 começaram a deixar de existir. Foi a partir de 1996 que começamos a adquirir mais unidades de negócios e a Coasul começou sua expansão”, conta o vice-presidente Fachin.

Nos anos seguintes, a cooperativa ganhou terreno e cooperados. O volume de negócio aumentava e a Coasul já se destacava em industrialização de rações, mas ainda faltava alguma coisa. Em 2010 foi inaugurada então a unidade para beneficiar frangos de corte, aproveitando o know-how e a estrutura de avicultores que anos antes haviam ficado desamparados com a falência de antigas integradoras.

A partir de 2010, revela o presidente, a Coasul entrou em sua segunda e mais acelerada fase de crescimento. “Desde o início a Coasul já enxergava que a industrialização era o caminho, tanto que fomos uma das fundadoras da Sudcoop, que hoje é a Frimesa. Éramos muito pequenos na época, então a Sudcoop acabou ficando apenas com as cooperativas do Oeste. Por não termos continuado na Sudcoop, em 2010 a Coasul inaugurou sua indústria de frango. Isso foi um dos motivos que aceleraram nosso crescimento”, explica Fachin.

Hoje a Coasul abate 165 mil frangos por dia, cinco dias por semana, e comercializa sob a marca LeVida. Mas não penas o frango foi responsável por tirar a Coasul de um faturamento de R$ 360 milhões para R$ 5,64 bilhões em 2023. A produção de grãos e a indústria de rações para bovinos também se agigantava. Atualmente a Coasul produz 27 mil toneladas de ração por mês, consolidada entre as maiores indústrias do segmento no Brasil, e tem sob seu guarda-chuva o cultivo de aproximadamente 350 mil hectares de grãos.

“A partir de 2010 entramos em uma ascendente também em grãos e rações e nosso faturamento cresceu 15 vezes nesse período. Foi um ritmo de crescimento mais rápido do que muitas grandes cooperativas. Crescemos em área de ação, mas especialmente em participação de mercado. Temos como métrica ser líder onde estamos presentes para depois pensar em expandir para outros municípios, temos que ter o maior market share onde atuamos, isso reduz nossos custos operacionais. Quanto mais produtores a Coasul atende, mais dilui seus custos. Com essa receita fomos agregando cooperados. Hoje temos 200 mil hectares de soja, 60 mil hectares de trigo, 35 mil de feijão safrinha, que é produzido após a soja, e 50 mil hectares de milho nas duas safras, entre grãos e silagem.

O COOPERADO CRESCE PARA A COOPERATIVA CRESCER

Ter mais de 16 mil cooperados produtores de grãos exigiu da Coasul a formação de um vigoroso time de assistentes técnicos para o homem do campo. O vice-presidente explica que fortalecer a profissionalização é também uma das chaves para o crescimento. Isso porque a proposta da Coasul, explica Fachin, é não apenas fortalecer a cooperativa, mas fomentar o crescimento do próprio cooperado “ao menos no ritmo de crescimento da cooperativa”.

“Nossos produtores recebem assistência técnica especializada, Do total de cooperados, 12,5 mil são pequenos produtores, que têm assistência técnica constante. A Coasul tem um departamento técnico robusto, unidades de negócios próximas do cooperado, temos investido em treinamento e em pesquisas em nosso campo experimental onde desenvolvemos as melhores práticas agrícolas. Temos investido na conservação de solo, que é o maior patrimônio do cooperado. Tudo para ele crescer. A Coasul cresce sem perder a essência da valorização do pequeno e fazer ele produzir cada vez mais. Nossa preocupação é expandir o cooperado, não a cooperativa. Ele tem que crescer ao menos no ritmo do crescimento da cooperativa”, aponta.

FIDELIZAÇÃO

Outra fonte para a trajetória meteórica de crescimento da Coasul é a estratégia de fidelização que a cooperativa adota, premiando aqueles que fazem mais negócios. A novidade é que o produtor acompanha por um aplicativo em tempo real quanto vai receber de volta no fim do ano.

“Queremos que o produtor tenha retorno financeiro com suas atividades. A gente começa o ano garantindo sobras mínimas. Por exemplo, garantimos R$ 2 para cada saca de soja comercializada. Se o produtor vender mil sacas, já entra no app e sabe que tem garantido R$ 2 mil no fim do ano. Se o produtor estiver dentro do nosso no programa +coop, garante mais R$ 1,20 para cada saca. Se for do Pronaf, garante mais R$ 1,50. Ou seja: ele pode ter até R$ 4,70 de volta por cada saca vendida. Cada cultura tem sua regra, cada atividade agro tem sua regra definida para garantir esse retorno ao produtor”, exemplifica.

Outro ponto importante para a cooperativa, explica Fachin, é a remuneração do capital social, que precisa, segundo ele, ser bastante clara para garantir fidelização dos produtores.

“Esse ano a Coasul garante que ganho do capital social vai ser de 10%. Isso gera um grau de pertencimento ao produtor, tem que participar do resultado de forma clara e transparente”, frisa. Para 2024 a Coasul espera entregar R$ 80 milhões em sobras.

Quanto mais trabalha com a Coasul, mais ganha. “O produtor que realiza todas as operações na Coasul recebe de volta, facilmente, R$ 1,2 mil por alqueire. É uma estratégia de sucesso para aumentar a fidelização. Quanto mais transparência nas sobras e participação no resultado financeiro, maior é nossa fidelização. Quanto mais distribuímos, mais crescemos”, aponta o vice-presidente da Coasul.

DO TIME DAS GIGANTES

Ao seguir uma trajetória que transcende os padrões convencionais do cooperativismo, a Coasul destaca-se como uma história inspiradora de resiliência, inovação e comprometimento. Enquanto as grandes cooperativas tradicionais continuam a dominar os holofotes, a Coasul emerge como uma força silenciosa, mas inegavelmente poderosa, consolidando seu lugar no seleto grupo das gigantes do cooperativismo brasileiro.

NÚMEROS DA COASUL

16.397 associados

3.650 funcionários

Recebimento de 22 milhões de sacas de grãos

Faturamento de R$ 5,64 bilhões

UNIDADES DE NEGÓCIOS

39 Unidades de Recebimento de Grãos

40 Lojas de Insumos/Entrepostos

Abatedouro de Aves

2 Fábricas de Rações

Unidade de Beneficiamento de Sementes

3 Supermercados

8 Postos de Combustíveis

TRR de Combustíveis

Transportadora de Cargas

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na bovinocultura acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo
Imeve Suínos março

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.