Notícias
Tecnologias da Embrapa na 47ª Expointer apoiam a recuperação da agricultura gaúcha
Entiade também formaliza parceria com Emater/RS-Ascar para ações conjuntas de difusão de tecnologias sustentáveis voltadas à agropecuária gaúcha.
Até 1º de setembro, a Embrapa participa da 47º Expointer, em Esteio (RS), com lançamento e apresentação de tecnologias que podem impactar o desenvolvimento e a recuperação da agropecuária gaúcha, bem como ajudar a mitigar os efeitos da mudança do clima. As soluções atendem, principalmente, temas como agroflorestas, pecuária, fruticultura, olericultura, agricultura familiar e rastreabilidade. As iniciativas foram lançados em cerimônia realizada na quinta-feira (29) e foram coordenadas pela Secretaria Extraordinária para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, no Pavilhão Internacional.
Outro destaque é a cooperação-técnica que foi formalizado entre a Embrapa e a Emater/RS-Ascar para a realização de ações conjuntas para difusão de tecnologias sustentáveis voltadas à agropecuária gaúcha e ligadas à “Plataforma para Mitigação de Efeitos Climáticos Adversos na Agropecuária da Região Sul do Brasil para o enfrentamento das consequências das enchentes e das mudanças climáticas” e à iniciativa Recupera Rural RS.
Lançamentos
Em apoio à mitigação da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), a Embrapa Pecuária Sul (RS) lança a CarbonGado, uma calculadora que auxilia na estimativa e mitigação da emissão de gases de efeito estufa do rebanho bovino de corte, a partir de um algoritmo elaborado em parceria com a Universidade Federal do Pampa (Unipampa). E também disponibiliza a publicação “Análise das emissões de metano entérico do rebanho de bovinos de corte do Rio Grande do Sul”, que, entre outros aspectos, aborda algumas ferramentas para mitigação das emissões.
Além disso, a Unidade de Bagé ainda apresenta o Intergen Genômico (foto à esquerda), uma nova versão do software de avaliação genética de bovinos de corte, que passa a atender mais programas de melhoramento de raças bovinas; e também lança a 2ª edição do Sumário Brangus+, em parceria com a Associação Brasileira de Brangus (ABB), e o Sumário PampaPlus, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). Ambos auxiliam na avaliação e seleção de genéticas superiores para as respectivas raças.
Na fruticultura, a Embrapa Uva e Vinho (RS) lança, em parceria com a empresa Jardim dos Clones, a BRS Gala JVZ64 – cujo fruto será apresentado comercialmente como Purple Gala®. A cultivar é a primeira brasileira do grupo Gala do tipo “full color”, ou seja, com a casca de coloração vermelha compacta sem as tradicionais estrias. O material é mais precoce no desenvolvimento da cor do que as Galas tradicionais, facilitando o manejo e reduzindo a colheita escalonada dos frutos.
Outra cultivar em lançamento na fruticultura é a amora-preta BRS Karajá, da Embrapa Clima Temperado (RS), que se destaca pelo porte ereto e pela ausência de espinhos nas hastes, facilitando o manejo. Nessa mesma área, a Unidade também apresenta a publicação “Nogueira-pecã: Cultivo, benefícios e perspectivas”, que abriga informações técnicas sobre todo o contexto produtivo da nogueira-pecã e que pode auxiliar os produtores afetados pelas adversidades climáticas no manejo para recuperação dos pomares.
Por fim, a Embrapa Clima Temperado ainda lança o “Observatório das Agroflorestas do Extremo Sul do Brasil”, que reúne experiências bem sucedidas e informações sobre as Agroflorestas no território, dando subsídios ao investimento nesse tipo de sistema que pode ajudar na restauração ambiental. E também disponibiliza, em parceria com Embrapa Agricultura Digital (SP), Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e Arrozeira Pelotas, um primeiro lote de arroz rastreado por meio de ferramenta desenvolvida pela Embrapa que utiliza tecnologia blockchain, o Sibraar.
Assinaturas de parcerias
Além dos lançamentos, a Embrapa Pecuária Sul ainda assina carta de intenções com a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS) e com os sindicatos dos trabalhadores rurais de Pinheiro Machado (RS) e Caçapava do Sul (RS) para desenvolvimento do Projeto Qualigen, que tem por objetivo disponibilizar, aos produtores familiares, material genético de raças taurinas com genética superior, destaques em programas de avaliação e provas de desempenho.
Lançamento de eventos
A Embrapa Clima Temperado também lança, no ato do dia 29, o Agroecologia 2024, uma série de eventos simultâneos, realizados na Estação Experimental Cascata (EEC), em Pelotas (RS), que reúne tecnologias e iniciativas voltadas a uma agricultura de base ecológica. Neste ano, o tema transversal é “Recuperação com Agroecologia”. E, além dos eventos realizados ao longo do ano que recebem o selo “Agroecologia”, a programação oficial prevê três dias de atividades, a serem realizadas de 4 a 6 de dezembro de 2024.
Como as demais tecnologias apresentadas podem ajudar os agricultores?
Os materiais ligados à área de hortaliças, como as cultivares de batata Batata BRS F183 (Potira), Batata BRS F50 (Cecília) e Batata BRS Gaia; e as batatas-doce Batata-doce BRS Rubissol, Batata-doce BRS Cuia e Batata-doce BRS Amélia têm ligação direta com segurança alimentar. Ambas as espécies têm potencial de produzir cerca de 50 toneladas em um hectare, gerando alimento e renda em pouca área e em curto espaço de tempo – entre 100 e 120 dias.
Da mesma forma, na fruticultura, o morango BRS DC25 (Fênix), lançado na Expointer no ano passado, além de garantir alimento em pouco tempo, também pode ser produzido fora do solo a partir de algum investimento, contornando limitações de solo. Neste ano, a cultivar já está disponível aos consumidores nas principais regiões produtoras do País. A estimativa dos pesquisadores é de que cerca de 2 milhões de mudas tenham sido cultivadas.
Na área de recuperação de áreas degradadas, além do lançamento do “Observatório das Agroflorestas do Extremo Sul do Brasil”, a Embrapa ainda apresenta o Guia para identificação de mudas de espécies arbóreas indicadas para restauração florestal no Rio Grande do Sul. Disponível gratuitamente on-line, a publicação ajuda a identificar as principais mudas de ocorrência natural no Estado para uso na restauração de formações florestais.
Ainda no âmbito da recuperação, a Embrapa demonstra, no espaço da Emater/RS-Ascar, uma diversidade de cultivares de espécies forrageiras, bem como práticas e sistemas como o Planejamento Forrageiro, o Pasto sobre Pasto e o Mirapasto. Estas estratégias, de diferentes maneiras, garantem alimento para os animais ao longo do ano de forma sustentável e resiliente; e ainda ajudam a reverter a degradação das áreas. De modo geral, as forrageiras melhoram a qualidade físico-química do solo.
Notícias
Sete anos de promessas: A Rota do Milho e a falta de avanços
“O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta.”
Setembro de 2024 marca um triste aniversário: sete anos desde o encontro em Encarnación, no Paraguai, onde representantes políticos e setoriais de Brasil, Argentina e Paraguai se reuniram para abordar a implantação da Rota do Milho.
A proposta, tão simples quanto necessária, era estabelecer uma rota de transporte que reduziria drasticamente os custos logísticos para trazer milho do Paraguai até Santa Catarina, passando por Major Otaño, entrando na região de Misiones, na cidade de Eldorado, e chegando no Estado por Dionísio Cerqueira.
Naquele momento, acreditávamos que estávamos diante de uma solução definitiva para um problema que afeta diretamente a competitividade de nossa produção agropecuária. No entanto, passados sete anos, a Rota do Milho permanece como um projeto esquecido, engavetado pela inércia política.
Em 2016, Santa Catarina enfrentava um déficit de 3,5 milhões de toneladas de milho. Hoje, essa necessidade cresceu para 6 milhões de toneladas, tornando a situação ainda mais insustentável. A dependência do cereal, fundamental para a produção de proteína animal — especialmente suínos, aves e gado leiteiro — tornou-se um dos principais gargalos para o setor produtivo.
Apesar das inúmeras promessas e da presença de autoridades influentes naquela reunião, entre governadores, deputados e prefeitos, a verdade é que nada foi feito. Seguimos pagando caro para trabalhar, sacrificando a rentabilidade dos nossos produtores e a competitividade das nossas indústrias.
Chegou o momento de cobrar de forma incisiva. É inadmissível que as lideranças políticas, que juraram defender os interesses do setor agropecuário, tenham permitido que esse projeto caísse no esquecimento.
Onde estão os políticos que estavam em Encarnación em 2016? O que foi feito desde então? São perguntas que merecem respostas claras e objetivas. O agronegócio catarinense, que é a base da economia de tantas regiões, não pode continuar refém de uma política desinteressada, que só se mobiliza em tempos de interesse, mas não entrega resultados práticos para quem trabalha no campo.
Mas a janela de oportunidade foi aberta novamente. Hoje, tanto o Paraguai quanto a Argentina são governados por líderes de direita, que entendem a importância do agronegócio. O Paraguai, em especial, tem ampliado sua produção de milho e possui um governo comprometido com o crescimento do setor. E o que estamos esperando?
O diálogo entre as lideranças políticas precisa ser retomado imediatamente, mas com uma diferença: dessa vez, é preciso seriedade e ação concreta. Chega de discursos vazios e promessas que se perdem no tempo. Temos de ver resultados práticos. Não podemos mais aceitar que a Rota do Milho siga apenas no sonho, enquanto produtores e indústrias pagam um preço altíssimo pela falta de milho mais acessível.
A abertura dessa rota não só reduziria os custos logísticos — que chegam a ser cinco vezes menores em comparação com o cereal vindo do centro do Brasil —, como também impulsionaria o desenvolvimento das regiões por onde o milho passaria. Todos os envolvidos sairiam ganhando: os produtores, as indústrias e as economias locais e nacionais.
Como representante do setor suinícola, vejo que o tempo das promessas vazias tem que acabar. Precisamos de ação, e precisamos agora. Chega de pagar caro pela ineficiência política. Se não houver uma mobilização séria, o agronegócio catarinense, que já atravessou três anos de crise severa, continuará sofrendo e perdendo competitividade.
Portanto, aos políticos que prometeram e não cumpriram, a mensagem dos nossos produtores é clara: a paciência acabou. Precisamos que vocês cumpram seu papel e coloquem em prática o que foi discutido em 2016.
Caso contrário, estarão condenando não apenas o setor agropecuário, mas também a própria credibilidade perante aqueles que vocês deveriam e dizem representar.
Notícias
Eduardo Berbigier assume comitês na Sociedade Rural Brasileira
A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio.
O advogado tributarista Eduardo Berbigier, com vasta experiência no setor tributário e do agronegócio, foi empossado nos comitês Jurídico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira (SRB).
A posse, conduzida pelo presidente da SRB, Sérgio Bortolozzo, reforça o compromisso de Berbigier com a defesa dos interesses do agronegócio. “É uma honra colaborar com o agronegócio nacional e contribuir para o desenvolvimento de políticas que beneficiem esse setor fundamental para a economia do país” afirmou Berbigier, cujo escritório O Berbigier Sociedade de Advogados, acumula 84 anos de atuação jurídica.
Notícias Safra 2024/2025
Conab aponta perspectiva com cenário positivo para milho e soja, além de novo aumento na área de arroz e feijão
Produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.
Em meio aos desafios climáticos que se apresentam a cada nova safra, arroz e feijão devem apresentar novo crescimento no volume a ser colhido no ciclo 2024/2025. A alta é influenciada pela ligeira recuperação na área plantada dos dois principais produtos de consumo dos brasileiros, como mostra a 12ª edição das Perspectivas para a Agropecuária. A publicação, divulgada nesta terça-feira (17) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o Banco do Brasil (BB), aponta ainda que a produção de grãos na temporada 2024/2025 tem potencial para atingir 326,9 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na série histórica.
De acordo com a análise da Conab, a projeção é de um incremento na área destinada ao arroz na temporada 2024/2025 mais intenso do que o identificado na safra 2023/2024. Os preços e a rentabilidade da cultura encontram-se em um dos melhores patamares históricos para o produtor. Com isso, a perspectiva é de uma alta expressiva de 11,1% na área destinada para o grão, e uma produção que deve ficar em torno de 12,1 milhões de toneladas, recuperando o volume obtido na safra 2017/2018. Para a safra de 2024/2025, a perspectiva de maior disponibilidade interna do grão, aliada à demanda aquecida do mercado internacional pelo arroz brasileiro, e a projeção de arrefecimento dos preços internos, abre espaço para um possível aumento das exportações do produto, que podem chegar a 2,0 milhões de toneladas.
Dupla do arroz no prato dos brasileiros, o feijão também tende a apresentar aumento na área no próximo ciclo. Projeta-se um incremento de 1,2% em relação a 2023/2024. Como a produtividade das lavouras tende a apresentar ligeira queda, a colheita da leguminosa deverá se manter dentro de uma estabilidade próxima a 3,28 milhões de toneladas, a maior desde 2016/2017. Com isso, a produção segue ajustada à demanda e deverá continuar proporcionando boa rentabilidade ao produtor.
Cenário positivo
A Conab também prevê um novo aumento para a área destinada à cultura do algodão, podendo chegar a dois milhões de hectares, elevação de 3,2% em relação à safra 2023/2024. Na região do Matopiba, que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, é onde se espera o maior crescimento em termos proporcionais. Os produtores têm investido na fibra, uma vez que o produto apresenta boa rentabilidade em relação a outros grãos, grande facilidade de comercialização antecipada e excelente competitividade em termos de preço e de qualidade da pluma brasileira no mercado internacional. Esses fatores influenciam na expectativa de produção da temporada 2024/2025, quando se espera uma colheita de 3,68 milhões de toneladas apenas da pluma.
Cenário positivo também é previsto para a produção de soja. Mesmo com a pressão baixista nos preços nacionais e os desafios de rentabilidade, a oleaginosa continua a ser uma cultura lucrativa e com alta liquidez. A crescente demanda global, impulsionada pelo aumento do esmagamento e pela expansão da produção de biocombustíveis, tanto no Brasil quanto internacionalmente, alimenta expectativas de crescimento nas exportações e no esmagamento interno. Esse panorama influencia na projeção de aumento da área plantada, podendo chegar a 47,4 milhões de hectares. A produtividade tende a apresentar recuperação, após problemas climáticos nos principais estados produtores brasileiros. A combinação de maior área e melhor desempenho nas lavouras resulta na projeção de uma colheita em torno de 166,28 milhões de toneladas, 12,82% superior à safra 2023/2024.
Já para o milho, o cenário é de manutenção da área a ser cultivada. Apesar disso, a produtividade deve apresentar recuperação, o que contribui para uma expectativa de alta na produção, estimada em 119,8 milhões de toneladas. Mesmo com o crescimento na safra do cereal, as exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas no ciclo 2024/2025, queda de 5,6%, se comparada com as vendas da safra 2023/2024. No mercado interno, a demanda pelo grão deverá se manter aquecida, uma vez que o bom desempenho do mercado exportador de proteína animal deverá sustentar o consumo por milho, especialmente para composição de ração animal. Além disso, é esperado um aumento da procura do grão para produção de etanol, sendo estimado um crescimento de 17,3% para a produção do combustível produzido a partir do milho.
Parceria com Banco do Brasil
Pela primeira vez, a Perspectivas para a Agropecuária é realizada em parceria com o Banco do Brasil. Trata-se da materialização do início de parceria inédita firmada entre a Companhia e o Banco do Brasil, por meio de Acordo de Cooperação Técnica, que abrangerá atividades de pesquisa, de desenvolvimento, de treinamento, de intercâmbio de tecnologias e de metodologias, de produção de informações agropecuárias e de ações promocionais conjuntas em feiras e eventos estratégicos para as instituições.
No trabalho, a instituição financeira abordou a importância do crédito rural como fomentador de uma agricultura que visa ao desenvolvimento dos negócios por meio de ações ambientais, sociais e de governança; de forma que haja adequação dos processos produtivos ao comportamento climático atual, diversificação da matriz energética, rastreabilidade, certificado de origem da produção, práticas conservacionistas, certificação, crédito para a recuperação ambiental, custeio anual ou que melhorem toda a gestão da atividade rural.
Outras informações sobre o panorama dos principais grãos cultivados no país estão disponíveis na publicação Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2024/2025. O documento também traz a projeção de produção e de mercado para carnes bovinas, suínas e aves em 2025.