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Tecnologia responsável: integrando a gestão de riscos ao ESG

Entre os 170 presidentes e diretores de empresas pesquisados pela Data Makers (2023) para avaliar a percepção dos líderes de negócios em relação a práticas ESG, 85% afirmaram que preservar a reputação da empresa é a motivação central por trás da adoção dessas práticas.

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A gestão de riscos, um pilar fundamental de qualquer empresa de tecnologia, está passando por uma transformação importante à medida que os princípios do ESG (ou ASG – Ambiental, Social e Governamental) se consolidam no mercado.

Agora, com novos parâmetros e requisitos a serem alcançados, é necessário alinhar essas duas frentes, de forma que coexista em um sistema que traga resultados.
Tradicionalmente, esse setor corporativo de riscos se concentrou em aspectos financeiros e operacionais, como riscos de mercado, regulatórios e cibersegurança. No entanto, em um ambiente cada vez mais consciente dos desafios ambientais e sociais, a tendência é que a área ganhe novos focos.

O aumento nos aportes em ESG abre espaço para a integração entre essas duas frentes, conforme indicado por 78% dos investidores entrevistados no levantamento da EY (2022), que incentivam novas aplicações na área. Eles também utilizam as divulgações ESG das empresas como parte de suas tomadas de decisões nos negócios.

Entre os 170 presidentes e diretores de empresas pesquisados pela Data Makers (2023) para avaliar a percepção dos líderes de negócios em relação a práticas ESG, 85% afirmaram que preservar a reputação da empresa é a motivação central por trás da adoção dessas práticas. O alinhamento da gestão de riscos com os princípios do ESG é vital por várias razões, entre elas:

1. Empresas de tecnologia dependem de sua reputação e credibilidade. Violações éticas ou ambientais podem manchar uma imagem construída ao longo de anos. O alinhamento dessas duas frentes protege o que foi construído durante os anos de trabalho.

2. Investidores estão cada vez mais direcionando seus recursos para empresas comprometidas com uma agenda de sustentabilidade. Uma sólida estratégia de gestão de riscos relacionados às práticas de sustentabilidade atrai investimentos e financiamento.

3. Regulamentações ESG estão em constante evolução. Uma gestão de riscos eficaz assegura que as empresas estejam em conformidade com essas regulamentações.

4. Preparação para Riscos Emergentes: o ESG não trata apenas de riscos imediatos, mas também de preparar uma empresa para ameaças emergentes, como mudanças climáticas e questões sociais, ajudando a identificar e mitigar esses riscos em evolução, mostrando a resiliência da companhia.

A gestão de riscos no setor de tecnologia não pode mais se limitar a preocupações puramente financeiras. A integração eficaz com os princípios do ESG é essencial para garantir a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo. As empresas de tecnologia que adotam essa abordagem não apenas estão mais bem preparadas para enfrentar os desafios emergentes, mas também estão alinhadas com os valores e expectativas de investidores, clientes e sociedade como um todo. Portanto, a união dos setores, se torna uma estratégia imperativa no atual cenário empresarial.

Fonte: Por Fernanda Siqueira, coordenadora de ESG da Odata
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Conhecimento e sucessão no campo

Os jovens estão voltando porque o campo vive um novo tempo.

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Presidente da Aurora Coop e vice-presidente para assuntos do agronegócio da Fiesc, Neivor Canton - Foto: Divulgação/Aurora Coop

O campo vive uma nova realidade. A ciência e tecnologia estão presentes em todas as atividades agrícolas, pecuárias, extrativistas, da fruticultura, da olericultura etc. Todas as atividades do agro foram tecnificadas – e essa foi a condição que o mercado impôs para a busca da eficiência, fulcrada na elevação sustentável da produção e da produtividade.

Alcançar esse estágio foi uma conquista obtida a muitas mãos. Os centros de pesquisa da agricultura tropical brasileira – com acentuado mérito para Embrapa – estão entre os protagonistas desse círculo virtuoso. Mas é preciso acrescentar o papel das cooperativas e suas agroindústrias como difusoras e incorporadoras das novas tecnologias no campo com o inegável apoio do Sistema S, notadamente o Sescoop (aprendizagem do cooperativismo), do Senar (aprendizagem rural) e do Sebrae (micro e pequenas empresas).

Centenas de programas de alto nível foram desenvolvidos diretamente nos estabelecimentos rurais nos últimos 30 anos, com milhares de ações de qualificação e requalificação de produtores e trabalhadores rurais com o apoio e patrocínio das cooperativas, das agroindústrias e do Sistema S. Exemplos marcantes são os programas De Olho na Qualidade, Qualidade Total Rural, Times de Excelência, Suíno Ideal, Franco Ideal e Bem-estar Animal, entre outros que, ao longo do tempo, evoluíram para o Encadeamento Produtivo e estão todos abrigados no guarda-chuva do Programa Propriedade Rural Sustentável Aurora. Ou seja, muito antes de seu surgimento conceitual, a agenda ESG era prática cotidiana dos atores que fazem do agro brasileiro um notável setor de vanguarda. Nesse particular, inclusive, é importante observar que os princípios basilares do cooperativismo universal, desde seu surgimento, continha com outra roupagem o DNA da filosofia ESG

É notório que a crescente incorporação de ciência e tecnologia conferiu ganhos de escala às propriedades rurais que passaram a ser geridas como verdadeiras empresas, comprometidas com a busca de resultados, em um regime de sustentabilidade e de proteção aos recursos naturais – condição sine que nom para a perenidade do negócio.

A conquista desse status trouxe um benfazejo efeito paralelo o qual, em verdade, representa o principal ganho de todos esses esforços: trata-se da presença dos jovens no ambiente rural. Os jovens estão voltando porque o campo vive um novo tempo. Permanecem as ameaças típicas do meio – fenômenos climáticos, doenças, pragas, crises de mercado, escassez de crédito etc. – mas o setor primário da economia modernizou-se e criou novas perspectivas de futuro para as famílias rurais, com evidente elevação da qualidade de vida.

A presença do jovem assegura sucessão nas propriedades rurais, equacionando uma questão que preocupava os formuladores de políticas públicas para o agro. O envelhecimento da população rural e a fuga dos jovens era um processo socioeconômico e demográfico visto, até recentemente, como uma questão dramática para o futuro do agronegócio verde-amarelo. Essa constatação reforça a convicção de que o caminho é persistir nos programas que levam conhecimento produzem efeitos sociais, ambientais e econômicos para o rico e multifacetado universo rural.

Fonte: Por Neivor Canton, presidente da Aurora Coop e vice-presidente para assuntos do agronegócio da Fiesc.
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Carne vermelha e saúde

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A literatura médica registra estudos com dispersão de resultados, alguns contraditórios ou antagônicos, relativos ao consumo de carne vermelha e problemas de saúde como doenças cardíacas, acidentes vasculares cerebrais e câncer.

Um desses estudos é uma revisão publicada em 2020, na revista JAMA (Journal of the American Medical Association), efetuada por pesquisadores das Universidades de Cornell e Northwestern, com cerca de 30.000 participantes. Em relação aos que não consumiam carne, os pesquisadores apontam que há um pequeno risco no consumo de duas porções semanais de carnes processadas, tendo sido 7% mais elevado para doenças cardiovasculares – ou uma diferença de risco absoluto de cerca de 2%. Duas porções de carne vermelha foram associadas a um risco 3% maior (cerca de 1% de risco absoluto). O consumo de carnes de aves foi associado a um risco similar, enquanto a de peixes não apresentou risco aumentado. Também encontraram um risco 3% maior de morte prematura, independente de causa, para porções de carne vermelha e processada, mas nenhuma diferença para aves ou peixes.

Mas há estudos que não encontraram associação entre o consumo de carne vermelha e problemas de saúde, como o assinado por 19 pesquisadores, publicado em 2019 na revista Annals of Internal Medicine. Trata-se de uma metanálise baseada em quatro revisões sistemáticas de ensaios e estudos científicos, que analisaram a ligação entre o consumo de carne vermelha ou processada e câncer, doenças cardiovasculares e a mortalidade por qualquer razão. Em uma das revisões, os cientistas analisaram 12 ensaios – totalizando 54.000 participantes – e não encontraram nenhuma associação significativa entre o consumo de carne e o risco de doenças cardíacas ou câncer.

Nas outras três revisões, analisaram estudos de mortalidade por todas as causas, totalizando quatro milhões de participantes. Eles encontraram uma redução muito pequena no risco, mas uma associação incerta. Os investigadores concluíram finalmente que as ligações eram pequenas, os riscos baixos e a qualidade das evidências era deficiente. Em decorrência, recomendaram que os adultos continuassem a comer carnes vermelhas e processadas nos níveis atuais e não viam razão para reduzir o consumo por questões de saúde.

A busca de uma nova abordagem

A profusão de estudos e a diversidade de resultados chamou a atenção dos pesquisadores da Universidade de Washington, que apontaram algumas variáveis não devidamente controladas, que poderiam interferir nos resultados, como: os que comem carne ingerem menos vegetais? Fumam mais ou menos? Exercitam-se ou são sedentários? Ao relatar seus hábitos alimentares, as pessoas estão sendo precisas?

Destarte, desenvolveram uma metodologia, denominada “ônus da prova de risco” (the burden of the proof of risk) que, segundo seus autores, representa um novo método estatístico para avaliar e resumir quantitativamente as evidências de risco em diferentes pares de risco-resultado. Usando a função proposta, qualquer pesquisador pode avaliar os dados publicados para um determinado risco à saúde e, em seguida, calcular um único número que se traduz em um sistema de classificação de uma a cinco estrelas.

De acordo com a metodologia, a classificação de uma estrela indica que pode não haver uma associação verdadeira entre o comportamento ou condição e o resultado de saúde. Duas estrelas indicam que o comportamento ou condição está associado a uma mudança de 0-15% na probabilidade de um resultado de saúde, enquanto três estrelas indicam uma mudança entre 15-50%, quatro estrelas de 50-85%, e cinco estrelas indicam mudanças superiores a 85%.

A nova abordagem e o risco de consumo de carne vermelha

Para equalizar as condições dos estudos e suas conclusões, os cientistas examinaram décadas de investigação sobre o consumo de carne vermelha e as suas ligações com a saúde, valendo-se do sistema de classificação descrito acima. Suas descobertas permitem uma visão mais objetiva sobre o consumo de carne vermelha e a saúde.

Quando os pesquisadores utilizaram esta função no consumo de carne vermelha e nas suas potenciais ligações a vários resultados adversos para a saúde, verificaram que nenhum estudo obteve uma classificação superior a duas estrelas. De outra parte, observaram evidências de risco à saúde por comer poucos vegetais. Eventualmente o risco de uma dieta rica em carne seria a substituição dos vegetais – o que exige estudos comprobatórios sobre esta hipótese.

A conclusão desse estudo é que existem fracas evidências de associação entre o consumo de carne vermelha não processada e câncer colorretal, câncer de mama, diabetes tipo 2 e doença cardíaca isquêmica. Além disso, não encontraram nenhuma evidência de associação entre carne vermelha não processada e acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico.

Pela profundidade e sólida fundamentação científica, a abordagem proposta possui o potencial de tornar mais assertiva a análise de associações de causa-consequência, nos processos de metanálise de estudos científicos.

Fonte: Por Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo, pesquisador da Embrapa, membro do Conselho Científico Agro Sustentável e da Academia Brasileira de Ciência Agronômica.
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Microsseguro rural é alternativa para pequeno produtor

Pequenos produtores agrícolas precisam de suporte. O microsseguro pode ajudar.

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Você sabe o que é o Microsseguro Rural? Neste artigo você encontra uma explicação técnica e também exemplos de como ele pode ser observado, na prática.  Contratamos um seguro para prevenir o orçamento empresarial ou familiar de um evento danoso sobre o qual, muitas vezes, preferimos nem pensar. Pessoas em geral alocam despesas com base em suas necessidades de sobrevivência. Logo, os eventos inesperados ficam no fim da lista, principalmente, para famílias de baixa renda.

Para esses casos foram criados os microsseguros, que começaram a ser usados no Brasil no início dos anos 2000, projetados para atender às necessidades específicas de pessoas de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade econômica, dando acesso a serviços financeiros, como crédito e seguros.

Não demorou para que a novidade chegasse ao campo, com a criação do microsseguro rural, cuja finalidade é atender pequenos agricultores e comunidades rurais de baixa renda, viabilizando a proteção financeira, em casos de eventos danosos, como perda da produção agrícola em decorrência de condições climáticas, tempestades, incêndio, ventos fortes.

O microsseguro rural pode oferecer diversas coberturas, a depender das necessidades dos agricultores. As mais comuns protegem contra perdas na produção, danos causados por eventos climáticos extremos, acidentes pessoais, doenças e morte.

Em todo o Brasil, muitas cidades são abastecidas por pequenos produtores agrícolas, que precisam de suporte para promover o desenvolvimento econômico e sustentável. O microsseguro pode ajudar.
Como funciona? Simples: o segurado faz o pagamento do prêmio e, em caso de sinistro, será indenizado. Como benefício, o microsseguro promove a estabilidade econômica e social nas áreas rurais, incentivando o desenvolvimento sustentável dessas regiões.

A diferença para o seguro agrícola tradicional é que este é voltado para grandes produtores rurais e empresas do agronegócio, enquanto o microsseguro rural é direcionado para agricultores familiares e pequenos produtores rurais. Além disso, difere do seguro popular, uma vez que é destinado às famílias de baixa renda, enquanto o microsseguro é para todos os tipos de consumidores.

Como qualquer outro seguro, é de suma importância o conhecimento das clausulas contratuais e a leitura e compreensão das condições gerais. Essas informações protegem a relação contratual entre o segurado e a seguradora, alcançando o princípio da boa-fé objetiva nos contratos de seguro.

O microsseguro rural é fiscalizado pela Susep, que, por meio de portarias e circulares, dispõe sobre os princípios e as características gerais para sua operação. Assim, mais uma vez, o mercado securitário impulsiona a economia brasileira, trazendo inovação e acessibilidade à população de baixa renda. É tema relevante, debatido no mundo como forma de diminuir a pobreza, pois permite a inclusão financeira, com mais crédito e proteção orçamentária aos menos favorecidos.

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