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Tecnologia permite armazenamento de energia em bateria para área rural

Sistema testado no Paraná surge como alternativa estratégica para produtores que dependem de fornecimento contínuo de energia elétrica.

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Copel e Seab alinham estudos de armazenamento de energia em bateria para a área rural - Fotos : JP Gomes / Copel

Em visita à Copel, técnicos da Secretaria do Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) conheceram os projetos de armazenamento de energia em baterias da companhia com vistas à elaboração de estudos de aplicação em escala na área rural.

A aplicação da tecnologia foi apresentada pelo diretor Comercial da Copel, Julio Omori, ao coordenador de Energias Renováveis e Conectividade Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Herlon Almeida e ao diretor do Departamento de Economia Rural, da Seab, Marcelo Garrido, em reunião na última sexta-feira (05). “A bateria garante o fornecimento de energia em momentos de indisponibilidade da rede, contribuindo para a estabilidade necessária a culturas que dependem de suprimento contínuo”, explica Omori. Combinada aos inversores híbridos, a solução amplia a flexibilidade operacional, permitindo operar tanto conectada à rede quanto de forma independente.

Segundo o coordenador de Energias Renováveis e Conectividade Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR), Herlon Almeida, a ideia é que os projetos de armazenamento energético no campo sejam integrados a uma etapa futura do Programa Renova Paraná (RenovaPR), de incentivo a produtores rurais para a geração própria de energia limpa, com a subvenção de juros de financiamentos pelo poder público, reduzindo custos aos participantes. Um kit de equipamentos de armazenamento de energia tem custo médio de R$ 40 mil. “Viemos conhecer os projetos para estabelecermos um horizonte de trabalho conjunto no apoio aos produtores”, disse Almeida, que esteve na Copel acompanhado do diretor do Departamento de Economia Rural, da Seab, Marcelo Garrido. “Temos hoje no Paraná 39,5 mil produtores que geram a própria energia. Estamos avançando no lançamento do Renova Paraná Trifásico, para dar suporte à estabilidade energética. Em uma terceira etapa, pretendemos incluir as baterias e auxiliar os interessados com a redução de custos de implantação dos equipamentos, a partir de uma parceria do Estado com a Copel”, explica o coordenador do IDR-Paraná.

Demanda por energia

Segundo Herlon Almeida, produtores de proteína animal e fumicultores, setores sensíveis a quedas de energia, são o foco do Renova Paraná na modalidade baterias.

A Copel já conta com um projeto-piloto com o uso de inversores híbridos e baterias para dar suporte à fumicultura em uma propriedade na cidade de Ivaí, na região Centro-Sul.

De acordo com Julio Omori, a energia armazenada em baterias supre demandas de necessidade de cargas críticas, como por exemplo em estufas de fumicultura em que não pode haver oscilações durante o processo de secagem. “Com o uso da bateria, o cliente pode escolher onde irá distribuir a energia armazenada em casos de interrupção do fornecimento da rede. No caso do projeto aplicado aos fumicultores, a carga é direcionada às estufas”, explica o diretor da Copel.

Capacidade

As baterias produzem 60 kWh que mantêm, por até dois dias, a estabilidade energética e a ativação de motores que fazem a circulação do ar quente garantindo a qualidade do fumo.

Inversores híbridos transformam a corrente contínua das baterias em corrente alternada, permitindo o funcionamento de motores e outros equipamentos. Assim, a energia armazenada pode ser usada sempre que for necessária.

Em Ivaí, o sistema de baterias está conectado ao sistema de comunicação da Rede Elétrica Inteligente por meio dos medidores inteligentes. O inversor híbrido conversa com o medidor e a Copel consegue acompanhar todo o desempenho do sistema remotamente. Com o sistema de bateria dentro da rede de medidores inteligentes da Copel é possível enviar comandos à bateria, seja para parar de carregar ou desligar.

Julio Omori ressalta que os projetos de baterias podem ser aplicados a diferentes cadeias produtivas como a do peixe, para atender a aeradores e em aviários, em que a própria planta pode ser utilizada para gerar energia e ao mesmo tempo ter um backup de armazenamento, entre outros.

Fonte: Assessoria da Copel

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A perigosa escassez de recursos

Na agricultura brasileira, um setor estruturalmente exposto ao clima, ao câmbio, às oscilações dos mercados, às epizootias, às políticas públicas e até aos conflitos internacionais, qualquer sinal de instabilidade rapidamente se transforma em risco.

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Foto: Gilson Abreu

A agricultura brasileira vive um momento decisivo. Em um setor estruturalmente vulnerável, exposto ao clima, ao câmbio, às oscilações dos mercados, às epizootias, às políticas públicas e até aos conflitos internacionais, toda instabilidade se converte rapidamente em risco. Hoje, esse risco assumiu proporções alarmantes. Há um sentimento de apreensão no ar. O número crescente de produtores rurais, de todos os portes, que recorrem à recuperação judicial (RJ) é o mais contundente sinal de que algo está profundamente errado.

Artigo escrito por José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).

Em todas as cadeias produtivas, sem exceção, os custos de produção explodiram. Insumos dolarizados, sementes, energia e mão de obra encareceram de forma generalizada. O resultado é cruel: margens comprimidas, negócios inviabilizados, atividades operando no vermelho. Ao mesmo tempo, a escalada da Taxa Selic tornou as dívidas mais pesadas e elevou drasticamente o custo do capital, ampliando o endividamento e asfixiando a capacidade de reação dos produtores.

A insuficiência de recursos para o crédito rural tornou-se o drama cotidiano do campo brasileiro. As linhas de custeio e investimento, que deveriam garantir estabilidade, continuidade e planejamento, chegam tarde, chegam em volume insuficiente ou simplesmente não chegam. A escassez de recursos é hoje o maior obstáculo para manter a produção ativa e evitar um colapso anunciado. Esse é um ponto para o qual o Governo Federal precisa voltar os olhos com urgência.

As consequências desse desequilíbrio surgirão em breve. Menor acesso ao crédito significa menor produção, safras em queda, oferta reduzida e, inevitavelmente, alimentos mais caros na mesa do consumidor. O Brasil já cometeu esse erro estratégico no passado e pagou caro com inflação ascendente. Repeti-lo agora seria imperdoável.

O subproduto desse cenário é a explosão dos pedidos de recuperação judicial, que já somaram 2.273 somente em 2024, um aumento de 62% em relação ao ano anterior, continua ascendente em 2025. A RJ, embora seja um instrumento legítimo que reequilibra a relação entre produtores e instituições financeiras, não pode se transformar em regra. Quando milhares de empreendedores do campo recorrem a esse mecanismo, o que está em crise não é apenas a capacidade de pagamento: é a política agrícola do País.

Os extremos climáticos, a volatilidade das commodities, a retração do crédito e a instabilidade econômica formaram uma tempestade perfeita. O produtor rural, que sustenta a segurança alimentar, o saldo da balança comercial e a economia de centenas de municípios, não pode ser deixado sozinho à deriva.

É uma questão de Estado ampliar imediatamente o volume de recursos subsidiados para o crédito rural. O crédito rural não é um favor, não é um privilégio: é uma política pública estruturada, que garante produção, abastecimento e estabilidade econômica. Sem ele, não há agricultura forte, não há interior vivo, não há futuro.

O Brasil precisa agir antes que a crise se torne irreversível. O campo pede socorro e ignorar esse pedido seria comprometer não apenas o presente da produção, mas o amanhã de toda a nação.

Fonte: Artigo escrito por José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).
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Fertilizantes mais baratos em novembro aumentam poder de compra do produtor rural

Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) cai 3,8%, impulsionado por recuo do dólar, queda nos preços de insumos e comportamento positivo das commodities agrícolas.

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Foto: Divulgação/OP Rural

O Índice de Poder de Compra de Fertilizantes (IPCF) registrou uma queda de 3,8% em novembro, encerrando o mês em 1,12 e reforçando um cenário mais favorável para o produtor rural. Quanto menor o IPCF, maior é o poder de compra do agricultor, e a combinação de mercado externo, câmbio e preços dos fertilizantes contribuiu para esse movimento positivo. A variação foi influenciada por três fatores principais: comportamento das commodities agrícolas, recuo do dólar e redução pontual na aplicação de fertilizantes.

Foto: Claudio Neves/Portos Paraná

As commodities apresentaram leve alta média de 0,8%, com destaque para a soja (+2,1%), impulsionada pelo suporte internacional e pelo aumento das compras chinesas após novos acordos comerciais com os Estados Unidos. O milho também avançou (+2,6%) devido à entressafra e à limitada oferta. Já algodão (-1,2%) e cana-de-açúcar (-0,4%) tiveram quedas moderadas. O câmbio contribuiu adicionalmente, com o dólar recuando 0,8% no período.

Os fertilizantes recuaram cerca de 2% no mês passado de Novembro, antes de novas altas do enxofre, que já ultrapassou os níveis de US$ 500 por tonelada no Golfo Árabe, acumulando altas sucessivas que impactam o fósforo. Além da assinatura antecipada do contrato de fornecimento de cloreto standard para 2026 para a China, em níveis superiores de preço ao de 2025. O acordo surpreendeu o mercado por ser sido fechado historicamente como um dos mais antecipado que já se observou.

As questões geopolíticas permanecem em evidência, com os recentes acordos comerciais envolvendo China, Estados Unidos e Brasil, o mercado agrícola global tende a maior estabilidade. China mantém compras relevantes, mas negociações globais trazem volatilidade.

Diante desse cenário, cresce a importância do planejamento. O plantio do milho safrinha deve se concentrar logo após a colheita da soja que deve atrasar, e a recomendação é que o agricultor organize suas compras e receba seus fertilizantes de forma antecipada. Além disso, como o uso de sulfato de amônio aumentou significativamente em relação à ureia, a movimentação nos portos tende a ser ainda maior. Antecipar operações pode garantir disponibilidade, eficiência logística e melhores condições comerciais.

Entendendo o IPCF

O IPCF é divulgado mensalmente pela Mosaic e consiste na relação entre indicadores de preços de fertilizantes e de commodities agrícolas. A metodologia consiste na comparação em relação à base de 2017, indicando que quanto menor a relação mais favorável o índice e melhor a relação de troca. O cálculo do IPCF leva em consideração as principais lavouras brasileiras: soja, milho, açúcar, etanol e algodão.

Fonte: Assessoria IPCF
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Nova diretoria do Nucleovet toma posse com Aletéia Balestrin na presidência

Aletéia assume presidência após 21 anos desde a última liderança feminina, com foco em representatividade, inovação e fortalecimento da entidade.

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Fotos: Karina Ogliari/MB Comunicação

Associados do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) se reuniram em assembleia geral no último domingo (07), para eleger e empossar a nova diretoria da entidade para o mandato do próximo biênio. A transição de gestão marca um momento importante: Aletéia Britto da Silveira Balestrin assume a presidência desde a primeira ocupação feminina do cargo, em 2003, corroborando com a representatividade e a diversidade na liderança do Núcleo.

Ao encerrar seu mandato, o então presidente, Tiago José Mores, destacou que o momento é, sobretudo, de reconhecimento coletivo. “Gratidão por tudo o que vivemos, construímos e superamos juntos ao longo desses dois anos à frente da presidência do Nucleovet”, afirmou. Ele ressaltou que conduzir a entidade foi um desafio profissional, pessoal e emocional, mas também uma das experiências mais ricas de sua trajetória. No pronunciamento, Mores fez questão de agradecer à diretoria que caminhou ao seu lado, lembrando que liderar é um exercício de escuta, confiança e divisão de responsabilidades. “Liderar não é caminhar na frente, sozinho. Liderar é caminhar junto”, comentou.

Ao encerrar seu mandato, o então presidente, Tiago José Mores: “Gratidão por tudo o que vivemos, construímos e superamos juntos ao longo desses dois anos à frente da presidência do Nucleovet”

Mores também agradeceu aos profissionais e voluntários que contribuíram nos bastidores, em projetos, decisões e eventos, e dedicou um agradecimento especial à família, pela compreensão diante das ausências e da rotina intensa. Ele ressaltou ainda que o período foi marcado por grandes realizações nos simpósios promovidos pela entidade, com destaque para o recorde de público no 14º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), que reuniu 1.200 participantes, e para o 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), que registrou incremento de 16,26% e alcançou 2.194 profissionais.

Ao assumir a presidência, Aletéia enfatizou o significado e a responsabilidade do novo ciclo. “Assumir a presidência do Nucleovet como mulher, após 21 anos desde que uma mulher ocupou essa posição, é uma experiência que envolve uma profunda alegria, uma grande responsabilidade e um imenso sentido de honra”, declarou.

Aletéia Britto da Silveira Balestrin assume a presidência: “Assumir a presidência do Nucleovet como mulher, após 21 anos desde que uma mulher ocupou essa posição, é uma experiência que envolve uma profunda alegria, uma grande responsabilidade e um imenso sentido de honra”

Segundo ela, a nova gestão assume o compromisso de conduzir o Núcleo com transparência, ética e sabedoria, representando a entidade e inspirando novas perspectivas dentro do setor. “Essa eleição representa não só um avanço pessoal, mas um momento importante para a representatividade e para a construção de uma liderança mais diversa e inclusiva no Nucleovet”, destacou, reforçando que a jornada será marcada pelo compromisso com excelência, inovação e respeito a todos que fazem parte da associação.

A posse de Aletéia também resgata um marco histórico da entidade. A primeira mulher a presidir o Nucleovet de Chapecó foi a médica-veterinária Luciane Surdi, durante o período de 2003/2004. Sua gestão ficou conhecida por impulsionar projetos de extensão rural e de saúde animal na região, reforçando o papel institucional do Núcleo no desenvolvimento do setor.

Diretoria

A nova composição da entidade foi oficialmente apresentada durante a assembleia. Presidente Aleteia Britto da Silveira Balestrin, Vice-presidente Marcelo Nogueira Rocha, 1ª tesoureira Claudia Moita Zechlinski dos Santos, 2º tesoureiro Evandro Gandini, 1º secretário Nilson Sabino da Silva e 2ª secretária Elis Frigotto. O Conselho Fiscal é composto por Pedro Roberto Silva Flores (titular), Bruno Giacomelli (titular), Sérgio Abreu Machado (titular), Camila Saremba (suplente), Joelson Marcolino Ramos (suplente) e Denis Cristiano Rech (suplente). O Conselho Deliberativo: Presidente Tiago José Mores, Vice-presidente Luis Carlos Farias, Secretária Gilmara Adada, membros titulares: Ivan Niederle Ulsenheimer, Silvana Giacomini Collet, Gisele Bordignon, Selvino Giesel, Paulo Eduardo Bennemann e Gustavo Zanella Doering, e membros suplentes Lucas Comunello, Wagner Consoni e Mércio Bruno Lodi.

Confraternização

Para marcar o encerramento das atividades do ano, o Nucleovet também promoveu a confraternização para os associados e familiares. Mais de 150 pessoas estiveram presentes no momento de integração que contou com almoço seguido de matinê e sorteio de brindes.

Fonte: Assessoria Nucleovet
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