Notícias Oscar do Leite
Tapete vermelho para os melhores da cadeia do leite
Cooperativa Castrolanda homenageia os destaques do segmento no Troféu Agroleite.
Os destaques da cadeia produtiva do leite voltaram a cruzar o tapete vermelho do “Oscar do Leite”. A cerimônia de entrega do Troféu Agroleite aconteceu na noite desta quarta-feira (17), no Memorial da Imigração Holandesa, em Castro (PR), a Capital Nacional do Leite. Considerada a maior premiação do segmento do Brasil, a homenagem é um momento ímpar dentro da programação do Agroleite e aguardada com muita expectativa por diversas personalidades e empresas nacionais e multinacionais.
A iniciativa é promovida pela Cooperativa Castrolanda com o objetivo de reconhecer e incentivar as melhores práticas do setor. Durante a cerimônia, o presidente da Castrolanda, Willem Berend Bouwman, fez questão de parabenizar todos os presentes, não apenas os vencedores da premiação, por sua contribuição para o setor. “Se vocês estão aqui é porque fizeram diferença na cadeia do leite, porque trouxeram benefícios, contribuíram, facilitaram a vida do nosso produtor, potencializaram a nossa produção”, mencionou.
O presidente ainda frisou que o Agroleite é de todos os parceiros, empresas e produtores que a cada ano participam e fazem o evento acontecer e ficar tão bonito.
O diretor executivo da Castrolanda, Seung Hyun Lee, destacou que a cadeia leiteira da Castrolanda, em parceria com as cooperativas Frísia e Capal, é motivo de orgulho e simboliza a forca da cooperação. “Desde a fundação da primeira unidade de beneficiamento de leite em 2006 a nossa cadeia vem crescendo consistentemente. Mesmo nesse ano em que a captação de leite caiu 10%, na Castrolanda, se compararmos o primeiro semestre desse ano com o primeiro semestre do ano passado, nós crescemos 10%. Isso mostra a força que essa cadeia tem”, evidenciou em sua fala.
O troféu foi concedido em 15 categorias distintas: Genética, Nutrição, Saúde Animal, Bem-Estar, Sementes, Ordenha e Refrigeração, Máquinas e Equipamentos, Produtor de Leite, Agente Financeiro, Laticínio, Embalagem, Associação de Produtor, Pesquisa e Desenvolvimento, Personalidade do Ano e Mídia. Foram vencedores, respectivamente: Semex, Cargill, Ouro Fino, Allflex, Pioneer, DeLaval, New Holland, Fazenda Colorado, Sicredi, Xandô, Tetra Pak, Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil, Rodrigo de Almeida, Geraldo Borges e Revista Balde Branco.
Além desses, o Comitê Organizador também entregou o Troféu Agroleite Honorário ao senhor Frans Borg, em reconhecimento ao seu esforço e contribuição para a cadeia leiteira nos 24 anos em que esteve na presidência da Cooperativa Castrolanda. “De coração agradeço esse troféu. O Agroleite não foi desenvolvido por mim, ajudei com algumas ideias, algumas sonhadoras, mas as coisas foram se concretizando. Muita gente se dedicou a esse projeto, a cooperativa é apenas a coordenadora, as empresas ajudaram a investir nessa ideia e ela foi coroada. Gostaria muito de poder compartilhar esse troféu com a Leila, que na verdade faz acontecer o Agroleite”, disse Frans após receber a homenagem.
Em 2022 o Troféu Agroleite completou 20 edições. As empresas indicadas ao prêmio são apontadas através de votação prévia na internet e o resultado comunicado para os três finalistas. O anúncio dos vencedores é realizado durante a programação do Agroleite em evento especial.
Homenageados
Premiado na categoria Genética, o presidente da Semex Brasil, Nelson Eduardo Zielsdorff, disse ser uma satisfação retornar ao Agroleite em Castro após dois anos sem evento. “Nada melhor do que recomeçar o Troféu Agroleite que comemora 20 anos, recebendo nosso décimo troféu. Gostaria de agradecer toda equipe, principalmente nossos clientes dessa região maravilhosa dos Campos Gerais, parceiros, amigos, e a toda equipe de colaboradores da Semex. Um troféu extremamente especial para uma noite tão especial”, declarou.
A Cargill foi homenageada na categoria Nutrição. “Nosso agradecimento aos clientes e parceiros, especialmente a nossa equipe que faz acontecer no dia a dia. É o vigésimo troféu, cada ano aumenta nossa responsabilidade”, frisou o líder de produto da Cargill, Marcos Aurélio Nicoluzzi.
A Ourofino foi agraciada com o troféu da categoria Saúde Animal. “Para nós da Ouro Fino é uma grande honra receber esse troféu, mas nos sentimos mais honrados em sermos parceiros relevantes de vocês. Na Ouro Fino acordamos todos os dias muito cedo, como os produtores, e trabalhamos muito sério. Em nome de todo o time quero agradecer a confiança no dia a dia”, salientou o CEO da Ourofino Saúde Animal, Kleber Gomes.
Na categoria Bem-Estar Animal, a Allflex recebeu o “Oscar do Leite”. “É uma honra muito grande. Quero agradecer todos os produtores, todos os clientes e parceiros que confiam na nossa marca e nossa solução. Participamos aqui com duas marcas, a MSD e Allflex, e estamos muito honrados de ter esse reconhecimento, graças ao trabalho de toda a nossa equipe que acorda cedo todos os dias para agregar ao negócio de vocês”, enalteceu o gerente de Soluções Estratégicas, Denis Antônio.
A Pioneer foi homenageada na categoria Sementes. “Parabéns a todo o Agroleite, seguimos fortes no nosso compromisso de continuar investindo muito na cadeia do leite através da nossa pesquisa e desenvolvimento de milhos de alta tecnologia. Gratidão forte aos produtores que abrem a porteira de suas propriedades para que possamos fazer nosso trabalho”, ressaltou o líder área Sul da Pioneer Sementes, Rafael Seleme.
Na categoria Ordenha e Refrigeração recebeu o “Oscar do Leite” a empresa DeLaval. ““Parabenizo a Castrolanda pela organização do Agroleite e do Troféu. Agradeço aos produtores e parceiros que confiaram e votaram na gente. Esse troféu não é meu, não é da DeLaval, esse troféu é de cada técnico, cada vendedor, que está acordado de madrugada, no meio da noite, pronto para estar ao lado de vocês na hora que precisar”, relatou o gerente comercial da DeLaval, André Lima.
A New Holland levou o troféu da categoria Máquinas e Equipamentos. “Quero dar os parabéns para a equipe da Tratornew concessionária há 25 anos. A New Holland tem 47 anos no Brasil e a Tratornew está 25 anos com a gente, concessionário com excelência. Agradeço todos os cooperados e clientes que votaram e tem confiança na marca, esse é o nono troféu consecutivo que ganhamos e esperamos estar aqui representando novamente no próximo ano”, disse o gerente de Marketing da New Holland, Paulo Máximo.
Na categoria Produtor de Leite a homenageada foi a Fazenda Colorado. “Muito prazer reencontrar cada amigo aqui. Essa é uma noite especial, para quem é do agronegócio, sabe o que é estar aqui depois de 2/3 anos difíceis. Parabenizo a equipe da Colorado que está lá trabalhando. Com muito prazer e muito orgulho dedico esse prêmio à família Passeti de Souza que não pode estar aqui hoje, mas que festeja com vocês cada conquista do agronegócio e da cadeia do leite. Vitoriosos são todos vocês que fazem isso ser prazeroso para cada um. Obrigado em nome da Fazenda Colorado”, destacou o gestor Sérgio Soriano.
A Cooperativa Sicredi recebeu o troféu da categoria Agente Financeiro. “Muito orgulho de ser indicado pela Sicredi Campos Gerais para receber esse prêmio. Dentro da central Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, a Sicredi Campos Gerais está no top five. Fazem um trabalho extraordinário, com mais de 110 mil associados, mais de 40 agências, e os prêmios são compartilhados com os mais de 800 colaboradores. Parabéns a Castrolanda, parabéns pelos sonhos que estão acontecendo”, evidenciou o presidente da Central Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro do Sicredi, Manfred Alfonso Dasenbrock.
A Xandô ganhou o reconhecimento na categoria Laticínios. “Eu agradeço muito e estou muito emocionado com esse troféu, é o segundo que a Fazenda Colorado recebe. Muito obrigado a todos, esse pequeno laticínio está produzindo e está conseguindo bastante qualidade e crescendo. É um pequeno laticínio da Fazenda Colorado”, mencionou o diretor da Fazenda Colorado, Antônio Carlos Sobreira.
Na categoria Embalagem, a Tetra Pak foi a premiada. “Estava com saudade de estar nesse evento, evento que nós esperamos sempre com muita ansiedade. Nos últimos dois anos ficamos distantes e é muito bom rever os amigos. Em nome da Tetra Pak agradeço a todos os cooperados, todos os funcionários, clientes, que tem confiança em manter nossa empresa como seu fornecedor de embalagens, de equipamentos e serviços, ainda mais num ano tão especial. Neste ano a Tetra Pak completa 65 anos de Brasil mantendo o compromisso de proteger os alimentos, como o leite, as pessoas e o planeta”, frisou o diretor de Vendas Região Sul, Gustavo Minasi.
A Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil foi a homenageada da categoria Associação de Produtor. “Desculpem a emoção. Há mais ou menos 20 anos atrás, estávamos numa feira em Francisco Beltrão e criamos o slogan “Jersey a raça que faz amigos”. Quero dizer que esse troféu é daqueles que estavam junto comigo naquele momento, alguns não estão mais presentes aqui, estão lá em cima, é um troféu dos amigos do Jersey, da raça Jersey, dos nossos associados, nossos colaboradores e todos aqueles que estão conosco”, evidenciou o presidente Associação dos Criadores de Gado Jersey do Brasil, Nelci José Pedrozo Mainardes.
Na categoria Pesquisa e Desenvolvimento, o doutor em Ciência Animal e Pastagens, Rodrigo de Almeida, recebeu o “Oscar do Leite”. “Agradeço a minha instituição de origem, a Universidade Federal do Paraná, tenho 24 anos de docência e sem dúvida esse é um dos momentos mais prazerosos. Todo o reconhecimento a essa instituição pública e gratuita, tudo que tenho devo a essa instituição. Gostaria de enaltecer o Grupo do Leite da UFPR, tenho muita sorte de ter um grupo de orientados e ex- orientados brilhantes que fazem o trabalho duro, e hoje esse prêmio é de todos eles”, enalteceu.
Na categoria Personalidade do Ano, o homenageado foi o presidente Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Geraldo Borges. “Agradecer a todos que votaram não só em mim, mas também na Abraleite que foi finalista em outra categoria. É uma honra para nós, produtores de leite, porque estou aqui falando por uma classe, saber que a Abraleite, em um evento tão importante foi finalista e eu, que nem esperava, também fui finalista. Esse troféu é de todos nós que acreditamos e lutamos pela cadeia produtiva do leite e pelo nosso agro nacional”, ressaltou.
E na categoria Mídia, a premiada foi a Revista Balde Branco. “Neste tempo de reencontro, tenho a grande honra e orgulho de agradecer em nome da equipe da Balde Branco, neste fabuloso evento, todo o apoio de anunciantes e leitores nesses 58 anos da revista. Vamos em frente”, declarou o editor chefe João Antônio dos Santos.
Feira
O Agroleite 2022 iniciou na terça-feira (16) e encerra no sábado (20). O evento é realizado na Cidade do Leite, recinto de exposições da Castrolanda, e Parque de Exposições Dario Macedo. O expediente dos expositores inicia às 08 e encerra às 18 horas diariamente e os portões de acesso fecham às 19 horas. A entrada é gratuita.
Notícias
Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
Notícias
Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.