Avicultura
Taninos: uma novidade na avicultura
Pertencentes à categoria de metabólitos secundários de plantas e formados principalmente por componentes fenólicos, são utilizados para defendê-las e adaptá-las ao ambiente.

Por muito tempo vimos taninos como fatores antinutricionais. Mas estudos recentes têm mostrando efeitos antioxidantes, antimicrobianos, anti-inflamatórios e anti-virais. Encontrados em diferentes concentrações nas plantas, os taninos estão presentes nas folhas, frutos, sementes, raízes e cascas, como por exemplo na castanha portuguesa (Castanea sativa). Pertencentes à categoria de metabólitos secundários de plantas e formados principalmente por componentes fenólicos, são utilizados para defendê-las e adaptá-las ao ambiente.
Existem três tipos diferentes de taninos: hidrolisáveis, condensados e complexos. Cada um deles difere em seu grau de polimerização, massa molar, estrutura e funcionalidade. Atualmente, temos fontes comerciais conhecidas para cada um dos dois principais tipos de tanino: hidrolisáveis e condensados.
Os taninos hidrolisáveis são ésteres de açúcar, geralmente de ácido gálico ou ácido elágico e são encontrados, principalmente, nas paredes celulares e nos espaços intercelulares de plantas dicotiledôneas. A fonte natural mais utilizada comercialmente e provavelmente a mais estudada no que diz respeito aos efeitos proporcionados ao desempenho e saúde dos animais é a castanheira portuguesa – uma fonte de tanino 100% hidrolisável disponível no mercado. Taninos hidrolisáveis recebem esta nomenclatura porque os seus polímeros podem ser hidrolisados produzindo moléculas mais simples. Isso denota uma característica muito importante desse tipo de taninos: a maior biodisponibilidade. Explicando, maior biodisponibilidade quer dizer que taninos hidrolisáveis podem ser degradados e absorvidos no trato gastrointestinal dos animais, implicando em uma série de efeitos mais pronunciados de combate aos radicais livres (ROS), ou seja, elevado poder antioxidante e maior efeito anti-inflamatório.
Já os taninos condensados são proantocianidinas não hidrolisáveis e resultam da polimerização do flavan-3-ol. A literatura mostra que as leguminosas são fontes ricas de taninos condensados, sendo o tanino extraído do Quebracho Argentino (Schinopsis lorentzii) uma das fontes de tanino condensado disponíveis no mercado.
Taninos condensados são polímeros mais complexos e de baixa biodisponibilidade para os animais. Ou seja, são taninos que atingem as porções mais distais do intestino, onde podem ser degradados via fermentação. Entretanto, não são absorvidos na corrente sanguínea dos animais. São taninos com maior adstringência, provocada pela maior capacidade de complexação às proteínas da digesta.
Aves
Em aves os taninos hidrolisáveis são usados principalmente por suas propriedades antimicrobianas e antioxidantes. Estudos demonstram que o tanino proveniente da castanheira portuguesa melhora o consumo de ração e a absorção de nutrientes em concentrações de 0,1% a 0,45%. Por outro lado, uma dose muito alta, de 0,71 a 1,5%, reduz a eficiência alimentar. Também, segundo pesquisas, a adição de 0,15%, 0,20% e 0,25% melhorou o desempenho de frangos de corte. Enquanto doses acima de 0,25% pioraram o desempenho.
Um exemplo de utilização do tanino seria contra o Clostridium perfringens. Esta é uma das principais bactérias responsáveis por diarreias em animais jovens. Ao suplementar taninos hidrolisáveis, podemos reduzir significativamente a presença dessa bactéria no trato digestivo dos frangos de corte. Entre as causas de diarreia em animais jovens há outras bactérias e protozoários que podem ser inibidos pela suplementação de taninos hidrolisáveis, como por exemplo, Eimerias.
Retirando antibióticos

Myriam Dahbi – Foto: Divulgação/Salus
Os taninos hidrolisáveis continuam sendo a fonte mais efetiva para melhorar o desempenho zootécnico. Pesquisadores demonstraram que a adição de 1kg/t de um produto comercial com concentração de 75% de taninos hidrolisáveis melhorou significativamente o ganho de peso e a conversão alimentar de frangos de corte desafiados com clostridium, substituindo o melhorador de desempenho antibiótico virginiamicina. Por tanto, os taninos podem ser utilizados para reduzir a quantidade de anti-microbianos utilizados na alimentação animal e são uma solução natural para combater patógenos, contribuindo assim para promover a sustentabilidade da produção animal.
Taninos Hidrolisáveis Taninos Condensados
– Fonte comercial mais estudada: Castanheira Portuguesa (Castanea sativa) – Advém, principalmente, de Quebracho (Schinopsis lorentzii)
– Maior biodisponibilidade – Menor biodisponibilidade
Maior efeito antioxidante e anti-inflamatório – Menor menor efeito antioxidante e anti-inflamatório
– Efeito antimicrobiano – Efeito antimicrobiano
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Avicultura
Avicultura gaúcha divulga dados preliminares com aves natalinas e reafirma força do setor em 2025
Mesmo diante de adversidades climáticas e sanitárias, Rio Grande do Sul mantém produção robusta, estabilidade de mercado e posição estratégica no cenário nacional.

A avicultura gaúcha volta a demonstrar sua capacidade de superação, organização e protagonismo econômico. Em 2025, o comércio de aves natalinas no Rio Grande do Sul deve movimentar R$ 1,438 bilhão, resultado que representa um crescimento de 2% em relação a 2024, mesmo em um cenário marcado por desafios climáticos e sanitários que exigiram cautela e planejamento do setor.
Levantamento preliminar da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) aponta uma produção estimada de 56,4 mil toneladas de perus e aves natalinas, volume que, embora apresente uma leve retração de 2,4% frente ao ano anterior, confirma a robustez da cadeia produtiva, que adequou estrategicamente sua oferta sem comprometer o desempenho econômico.
Os dados refletem um mercado equilibrado e maduro. O preço do quilo do peru registrou reajuste médio de 4%, oscilando entre R$ 29,00 e R$ 31,00, enquanto as demais aves natalinas apresentaram estabilidade, com variação média de apenas 0,5%. As aves mais tradicionais seguem com preços entre R$ 13 e R$ 14,5 por quilo, mantendo competitividade e acesso ao consumidor.
Para o presidente executivo da Asgav, José Eduardo dos Santos, os números evidenciam a capacidade de resposta do setor frente às adversidades. “A avicultura gaúcha mostrou, mais uma vez, maturidade e responsabilidade produtiva. Adequamos volumes, preservamos mercado e mantivemos estabilidade comercial. Isso demonstra eficiência, planejamento e uma cadeia altamente profissionalizada, capaz de enfrentar crises e lutar por competitividade”, afirma.
Rio Grande do Sul é o segundo exportador nacional de carne de peru
A força do Rio Grande do Sul também se destaca no cenário nacional e internacional. O Estado é o segundo maior exportador de carne de peru do Brasil, com embarques anuais de aproximadamente 22,8 mil toneladas, reforçando sua relevância estratégica para a balança comercial e para o abastecimento global.
No mercado interno, o consumo de carne de peru permanece estável, com 0,297 quilo por habitante ao ano, consolidando o caráter sazonal, porém estratégico, do produto no período natalino.
Segundo a Asgav, o desempenho positivo ocorre apesar do elevado nível de exigência produtiva das aves natalinas, que demandam manejo diferenciado, maior consumo de ração, embalagens especiais, ampliação da capacidade de armazenagem, resfriamento, congelamento, logística dedicada e processos adicionais, como tempero e padronização — fatores que elevam os custos e exigem alto grau de gestão.
Ainda assim, a cadeia avícola gaúcha segue avançando, gerando renda, emprego e desenvolvimento regional. Para José Eduardo dos Santos, o setor reafirma sua relevância estrutural para o Estado. “A avicultura é um pilar da economia gaúcha. Mesmo em anos difíceis, seguimos entregando resultados, garantindo segurança alimentar, empregos e competitividade. Isso é fruto de investimento, tecnologia e, sobretudo, da capacidade do produtor e da indústria gaúcha de se reinventar”, conclui.
Com números consistentes, planejamento e visão de longo prazo, a avicultura do Rio Grande do Sul reafirma em 2025 sua pujança econômica, seu papel estratégico no agronegócio brasileiro e sua capacidade de transformar desafios em resultados.
Avicultura
Frango congelado apresenta oscilações ao longo da semana no mercado interno
Levantamento do Cepea/Esalq indica variações pontuais nas cotações nos últimos dias com leve recuo no fechamento da semana e estabilidade no acumulado mensal.

Os preços do frango congelado no estado de São Paulo apresentaram oscilações pontuais ao longo da última semana, com leve movimento de baixa no fechamento do período, segundo levantamento do Cepea/Esalq.
Na última sexta-feira (12), o produto foi negociado a R$ 8,11 por quilo, registrando queda diária de 0,25%. No acumulado do mês, entretanto, o preço permaneceu estável, sem variação percentual.
Nos dias anteriores, o mercado mostrou pouca movimentação. Em 11 e 10 de dezembro, a cotação ficou em R$ 8,13/kg, sem alterações diárias e com alta mensal de 0,25%. Já no dia 9, o preço também foi de R$ 8,13/kg, com avanço diário de 0,49%, sinalizando uma reação pontual das cotações.
No início da semana, em 08 de dezembro, o frango congelado foi comercializado a R$ 8,09/kg, com recuo diário de 0,12% e queda mensal de 0,25%.
O comportamento dos preços indica um mercado relativamente equilibrado, com pequenas oscilações diárias e ausência de tendência definida no acumulado do mês, refletindo cautela nas negociações e ajustes pontuais entre oferta e demanda.
Avicultura
Produção brasileira de ovos para consumo desacelera no terceiro trimestre
Levantamento do IBGE e Cepea indica leve queda trimestral na oferta porém aponta recorde histórico no acumulado de 2025 com impacto direto nos preços pagos ao produtor.

Dados do IBGE analisados pelo Cepea mostram que, entre julho e setembro, foram produzidas 1,02 bilhão de dúzias de ovos para consumo, queda de 1,4% frente ao trimestre anterior, mas alta de 2,5% na comparação com igual intervalo de 2024.
No acumulado do ano, a produção nacional soma 3,04 bilhões de dúzias, volume recorde para o período de toda a série histórica do Instituto, iniciada em 2012. Assim, pesquisadores do Cepea explicam que, mesmo com a leve retração na quantidade produzida, os valores dos ovos seguiram enfraquecidos ao longo do terceiro trimestre.
De acordo com levantamentos do Centro de Pesquisas, entre julho e setembro, a média dos ovos brancos tipo extra, a retirar (FOB) em Bastos (SP), foi de R$ 149,15/caixa com 30 dúzias, queda de 14% em termos reais (dados deflacionados pelo IGP-DI de nov/25), em relação ao trimestre anterior.
Para os ovos vermelhos, houve desvalorização real de 16% em igual comparativo, à média de R$ 164,45/cx na região paulista.



