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Sustentabilidade e cooperação: o futuro do setor agropecuário na América do Sul

Países sul-americanos se unem para promover a sustentabilidade no agro e fortalecer sua posição diante das barreiras comerciais europeias

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Foto: Divulgação/FPA

A primeira edição da Cúpula Sul-Americana AgroGlobal, promovida pelo Instituto Pensar Agropecuária (IPA), na sede da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), na última terça-feira (15), reuniu importantes lideranças do setor produtivo e parlamentares de países como Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. O evento, realizado em Brasília, discutiu temas centrais como o combate ao protecionismo europeu, a promoção do desenvolvimento sustentável e a busca por inovações tecnológicas para o agro.

O presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), ressaltou a importância do encontro, que visa fortalecer a cooperação entre países sul-americanos. “Estamos aqui para unir esforços em torno do desenvolvimento do nosso continente, buscando o protagonismo da América do Sul na produção agropecuária mundial, em especial na segurança alimentar global”, destacou Lupion.

Um dos temas centrais discutidos foi o desenvolvimento sustentável no agro, com a apresentação de práticas inovadoras para enfrentar os desafios ambientais e garantir a sustentabilidade da produção. Entre as inovações, o plantio direto, uma técnica agrícola que vem revolucionando o campo, teve destaque especial.

Santiago Guazzelli, representante da Associação Argentina de Produtores de Plantio Direto, destacou o impacto positivo dessa técnica no combate às mudanças climáticas e na promoção da agricultura sustentável. “O plantio direto, que elimina a necessidade de aragem do solo e mantém sua cobertura vegetal, é considerado uma revolução agrícola sustentável”, disse Guazzelli, destacando que “a técnica não apenas melhorou a produtividade, mas também reduziu a erosão em 25% e aumentou a estabilidade da produção em 13% em comparação com métodos convencionais.”

Os benefícios se estendem também para a redução do uso de insumos. De acordo com Guazzelli, o sistema diminui em 60% o uso de combustíveis fósseis e reduz pela metade o impacto ambiental relacionado ao uso de defensivos agrícolas, contribuindo para a preservação da biodiversidade. “Além disso, o método de plantio direto economiza 50% na aplicação de fertilizantes sintéticos, grandes emissores de gases de efeito estufa”, explicou.

Aliada contra as mudanças climáticas

O plantio direto é visto como uma ferramenta eficaz no combate às mudanças climáticas, duplicando a capacidade do solo de captura de carbono. Isso não só ajuda a remover o dióxido de carbono da atmosfera, como também reduz em 40% as emissões de CO2 da agricultura. Essa prática é essencial para transformar a produção agropecuária em um setor mais produtivo e menos poluente, proporcionando uma triplicação na eficiência energética – produzindo mais grãos por kg de CO2 equivalente emitido.

“Em tempos de intensas discussões sobre mudanças climáticas, o plantio direto surge como uma solução integrada que alia tecnologia e sustentabilidade”, afirmou Guazzelli.

União sul-americana

Outro ponto de destaque do evento AgroGlobal foi a união dos países sul-americanos para enfrentar as barreiras protecionistas impostas pela União Europeia. Pedro Lupion defendeu a criação de um bloco agropecuário unido, destacando que “o Brasil e seus vizinhos precisam demonstrar que sua produção é ambiental e socialmente responsável”. A cooperação entre os países é vista como crucial para fortalecer a posição da América do Sul no cenário global, especialmente no contexto do acordo Mercosul-União Europeia.

Sonia Tomassone, Relações Internacionais da Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas (CAPECO), reforçou a necessidade de união entre os países sul-americanos para enfrentar os desafios impostos pelos europeus. “A União Europeia quer nos dizer o que fazer. Temos que defender nosso sistema produtivo de forma firme e trabalhar juntos. Temos que explicar muito bem a nossa realidade. É difícil, porque eles são muito fechados, burocratas. Precisamos medir e mostrar ao mundo como somos sustentáveis. Ou nos unimos, ou enfrentaremos grandes problemas no futuro. Fazemos parte da solução, não do problema”, afirmou Sonia.

A perspectiva do setor de celulose

Gabriel Delgado, representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Brasil, abordou o impacto das novas legislações europeias no setor de celulose, onde o Brasil é um grande exportador. “Nossa região está em dificuldades, pois temos que nos adaptar às leis dos mais fortes. No setor de commodities, enfrentamos questões como a regra do desmatamento. Temos uma tradição de 30 anos neste setor e somos um exemplo de como é possível crescer e ganhar competitividade preservando o meio ambiente”, afirmou.

Delgado também destacou as dificuldades enfrentadas nas negociações com a União Europeia. “Em março, fomos a Bruxelas para discutir com a Comissão Europeia e o Parlamento sobre o pedido de adiamento da aplicação da lei de desmatamento. Se aplicada sem alterações, a Europa enfrentaria escassez de produtos essenciais, já que o Brasil é o maior exportador de celulose do mundo. A tentativa da Europa de legislar para o mundo inteiro é uma incongruência que não podemos aceitar”, concluiu.

Nilson Leitão, presidente da IPA, reforçou que a união dos países sul-americanos é a chave para enfrentar os desafios impostos pelo mercado europeu. “Juntos, temos mais força para negociar com a União Europeia e superar as barreiras que limitam o nosso acesso ao mercado internacional”, concluiu.

Fonte: Assessoria FPA

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Senado aprova projeto de lei para redução de gases de efeito estufa

Proposta busca promover transição para uma economia mais sustentável e combater as mudanças climáticas.

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Foto: José Fernando Ogura

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) atuou para aprovação do Projeto de Lei 4364/2023 na Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, nesta quarta-feira (16). A proposta, de autoria do senador astronauta Marcos Pontes (PL-SP), estabelece regras para incentivar ações de mitigação e remoção dos gases de efeito estufa no Brasil.

O projeto altera a Política Nacional sobre a Mudança do Clima para incluir ações prioritárias para reduzir a emissão de gases de efeito estufa por entidades públicas e privadas. A ideia é promover transição para uma economia mais sustentável e combater as mudanças climáticas.

Senador Marcos Pontes (PL-SP): “Temos que fazer o que está ao nosso alcance e uma delas é a redução de gases de efeito estufa” – Fotos: Divulgação/FPA

O senador destacou que precisamos tomar uma decisão a nível global e agir efetivamente para reduzir os fatores contribuintes para as mudanças climáticas. “Temos que fazer o que está ao nosso alcance e uma delas é a redução de gases de efeito estufa. Nós podemos ter muitas ações para isso, vai da maneira que produzimos e consumimos a energia, como a mobilidade é feita e que tipo de combustível é utilizado. Deve ser feito de forma técnica e gradual. Esse projeto tem essa finalidade”, frisou.

Entre os incentivos previstos no texto estão o fomento à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias para a produção de energias renováveis e o aumento da eficiência energética, assim como ações de restauração de vegetação nativa, combate e prevenção ao desmatamento ilegal e incentivo a técnicas de agricultura de baixo carbono. “O projeto fortalece o compromisso com a preservação ambiental, priorizando ações de controle e prevenção específicas para o desmatamento ilegal. Dessa forma, coibimos essa prática criminosa e garantimos maior efetividade na preservação da vegetação nativa”, ressaltou o senador Zequinha Marinho (Podemos-AC), vice-presidente da FPA no Senado, autor de uma emenda apresentada ao texto acolhida pelo relator.

Senador Zequinha Marinho (Podemos-AC), vice-presidente da FPA no Senado: “Projeto fortalece o compromisso com a preservação ambiental, priorizando ações de controle e prevenção específicas para o desmatamento ilegal”

Se não houver recurso para a votação no plenário, o projeto seguirá para análise na Câmara dos Deputados.

Dados do setor

Cabe destacar que no Brasil 66,3% da área são de vegetação protegida e preservada. Dessas, 9,4% são de vegetação nativa em unidades de proteção, 13,8% em terras indígenas, 9,9% em terras devolutas e não cadastradas (a falta de regulamentação proporciona o desmatamento e as ocupações) e 33,2% da vegetação preservada estão nos imóveis rurais (os que mais preservam).

Apenas 3,5% da área são cidades e infraestrutura e 30,2% da área são propriedades rurais, sendo 9% de lavouras e florestas plantadas, 8% pastagens nativas e 13,2% pastagens plantadas.

Fonte: Assessoria FPA
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Manejo de apanha de frango de corte é foco de treinamento do Qualificaves

Veio para atender a uma demanda de associados em oferecer capacitação diretamente aos colaboradores nas próprias empresas.

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Fotos: Divulgação/AVES

Para garantir bons resultados na produção do frango de corte é essencial conhecer as peculiaridades do manejo, visto que qualquer adversidade que a ave sofra poderá implicar a redução de desempenho no final do seu ciclo de produção. E foi com o objetivo de contribuir nesse processo que a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES) promoveu mais um Qualificaves, desta vez, com treinamento de manejo de apanha de frango de corte, exclusivo para associados.

Os treinamentos aconteceram nos dias 09, 11 e 14 de outubro, em parceria com a empresa Alltech e sua representante local Multi Representações. Anderson Lima, gerente de Vendas para Avicultura na Alltech, realizou os treinamentos in loco para um total de 58 participantes.

De acordo com o diretor executivo da AVES, Nélio Hand, esta edição do Qualificaves veio atender a uma demanda de associados em oferecer capacitação diretamente aos colaboradores nas próprias empresas. “A percepção é de que existe cada vez mais latente a preocupação com o colaborador, tanto com o seu bem-estar no dia a dia de trabalho, quanto para que possa apresentar uma produtividade qualitativa, mostrando ainda o papel fundamental que cada um possui no processo produtivo de uma proteína animal, resultado em qualidade e segurança alimentar para quem consome”.

O instrutor Anderson Lima abordou diversos temas fundamentais para a prática eficiente e responsável da apanha de frangos. “Existem vários pontos importantes a serem destacados na apanha de frango, desde o momento quando se reúne toda a equipe, a preparação do material, os equipamentos de proteção individual, os próprios equipamentos necessários para realizar a tarefa. Mas com certeza merece destaque nesta fase aquela que diz respeito especificamente à parte da coleta, que é o momento em que o frango sai de onde ele está, do solo, e vai até a caixa de transporte para a indústria”, comenta.

Ainda de acordo com Lima, que é zootecnista com mestrado e doutorado em Nutrição de Monogástricos pela Universidade Federal de Viçosa, para que se tenha um trabalho de altíssima qualidade é preciso valorizar os profissionais e o conhecimento da participação e da importância que os mesmos têm na atividade. “Isso deve ser feito com treinamentos constantes e, logicamente, correções de erros pontuais. Tudo isso é fundamental para que possamos alcançar os resultados técnicos necessários, e mais do que isso, os índices de produção que posicionam o Brasil como o segundo maior produtor de carne de frango do mundo e maior exportador do mundo”, conclui o instrutor.

Gerson Schwartz, gerente avícola da Proteinorte, destacou a importância das questões operacionais abordadas que, por vezes, passam despercebidas e podem causar perdas. “A capacitação mostrou que, com o serviço correto, a ave chega ao abatedouro com saúde e nós conseguimos manter o alto nível de qualidade, que é o que a nossa empresa preza”, comenta Schwartz.

“Os treinamentos periódicos visam ao bem-estar animal que têm, como consequência, uma excelente condição da carne que chega aos nossos consumidores”, apontou o coordenador avícola da Domart/Oi Alimentos Jean Guilherme Schneider.

Com essa capacitação, a AVES reforça seu compromisso com a excelência na produção avícola, promovendo práticas que asseguram eficiência e sustentabilidade em toda a cadeia produtiva.

Fonte: Assessoria AVES
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Quase 6 milhões de declarações foram entregues no ciclo 2024 do ITR

Veja o balanço do processo de recepção e processamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural e conheça as novidades planejadas para 2025.

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Foto: Divulgação/Serpro

O ciclo de entrega do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) 2024 foi concluído sem incidentes, marcando um dos períodos mais tranquilos de coleta de declarações dos últimos anos. Entre 12 de agosto e 30 de setembro, foram entregues 5.884.675 declarações, com 20.206 documentos a mais do que em 2023, o que representou um crescimento de 0,34% em relação ao ano anterior. O dia com maior volume de declarações foi o primeiro do ciclo, que registrou a entrega de mais de 500 mil documentos.

O Serpro é a instituição responsável por recepcionar, processar e armazenar os dados do ITR para a Receita Federal do Brasil. Para Fabricio Moreira Almeida, analista de Negócio da área de Soluções de Fiscalização, Atendimento e Serviços da estatal, o feedback da RFB foi bastante positivo neste ano. “Tivemos mais de meio milhão de declarações no primeiro dia e 284 mil no último dia, e todo o processo ocorreu sem intercorrências. O cliente destacou que este foi o ciclo mais tranquilo que já tivemos”, celebrou.

Outro marco importante do ITR 2024 foi a inovação no pagamento do imposto, que agora pode ser realizado via Pix, simplificando o processo para os contribuintes. Leandro Sicupira Cortes, líder do desenvolvimento da solução no Serpro, ressaltou a implementação dessa novidade e a robustez da infraestrutura tecnológica: “Montamos uma sala de monitoramento na primeira e na última semana de entrega. Não tivemos nenhum pico que afetasse a infraestrutura do Serpro, que foi bem dimensionada”.

Além das facilidades de pagamento, outra melhoria significativa foi a disponibilização, já no dia 1º de outubro, da multa por atraso na declaração, oferecendo mais agilidade e segurança ao processo para os contribuintes. “Foi a primeira vez que a multa ficou disponível assim que o prazo regulamentar terminou”, acrescentou Leandro.

Novidades para 2025: a chegada do ITR web

O líder do desenvolvimento da solução no Serpro destacou ainda que grandes inovações estão previstas para 2025, com o lançamento do ITR web, uma versão totalmente online da aplicação. Leandro Sicupira Cortes explicou que a prioridade agora é o desenvolvimento dessa nova plataforma: “Estamos investindo tempo nessa nova aplicação, usando as tecnologias mais modernas do Serpro. No ano que vem, na hora de declarar, o imóvel já vai estar com as informações cadastrais preenchidas, e o cadastro do contribuinte também, deixando para ele preencher apenas as informações de utilização das áreas do imóvel rural”.

Essa inovação vai proporcionar uma experiência ainda mais simplificada aos contribuintes, que poderão realizar todo o processo diretamente pela web, sem a necessidade de baixar um programa específico. A expectativa para o próximo ano é grande, e o desafio, segundo Fabricio Moreira Almeida, será continuar garantindo um ciclo de entrega tão tranquilo quanto o de 2024: “Esse é o nosso foco para 2025: a evolução do ITR para o ITR web”, afirmou.

O cálculo do imposto e a importância da declaração

O ITR, cuja tributação varia conforme o tamanho e o grau de utilização da propriedade rural, é essencial para quem deseja manter regularizada a situação de suas terras. Áreas com proteção ambiental ou cobertas por florestas, bem como pequenas glebas rurais sem outros imóveis e terrenos de instituições de ensino e assistência social, podem estar isentas de pagamento. “Quem não declara ou não paga o ITR não consegue vender o terreno rural nem obter financiamentos”, alerta Leandro Sicupira.

A apresentação intempestiva da DITR deve seguir os mesmos procedimentos para a apresentação tempestiva, ou seja, deve ser apresentada por meio do Programa ITR 2024 (disponibilizado no site da Receita Federal), ou pode, opcionalmente, ser apresentada pela internet por meio do programa Receitanet, ou entregue em uma unidade do órgão durante o respectivo horário de expediente, gravada em mídia acessível por porta universal (USB).

A multa para quem apresentar a DITR depois do prazo é de um por cento ao mês calendário ou fração de atraso, lançada de ofício e calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50,00 (cinquenta reais).

Fonte: Assessoria Serpro
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