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Bovinos / Grãos / Máquinas Mudanças na dieta

Sustentabilidade, bem-estar e One Health: o futuro da produção de leite

É fundamental que os sistemas de produção estejam alinhados aos princípios de One Health, adotando práticas que promovam o bem-estar animal e a preservação ambiental, ao mesmo tempo em que assegurem a sustentabilidade econômica.

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Divulgação American Nutrients

Artigo escrito por Ana Luísa da Costa, Médica Veterinária com pós-graduação em nutrição de bovinos leiteiros, consultora técnica na área de bovinocultura de leite para American Nutrients

A abordagem One Health integra as dimensões da saúde humana, animal e ambiental, promovendo práticas seguras e sustentáveis na produção de alimentos. Na bovinocultura de leite, esse conceito visa assegurar o bem-estar dos animais, proteger o meio ambiente e garantir a segurança alimentar, ao mesmo tempo em que mantém a viabilidade econômica dos produtores.

Diante da estimativa de que a população mundial alcance cerca de 9 bilhões de pessoas nas próximas décadas, torna-se essencial adotar sistemas produtivos mais eficientes, incluindo o sistema de produção de leite. Nesse contexto, o setor enfrenta desafios significativos, especialmente em relação ao impacto ambiental da atividade, com destaque para a emissão de gases de efeito estufa (GEEs), como o metano (CH4), considerado o segundo GEE mais relevante, atrás apenas do dióxido de carbono (CO2). A agricultura é responsável por aproximadamente 30% das emissões globais de metano, sendo que a produção de leite é responsável por aproximadamente 20% das emissões totais de gases de efeito estufa da pecuária e o gado de corte cerca de 41% das emissões.

O metano é gerado no rúmen como subproduto da fermentação anaeróbia realizada por microrganismos sobre os carboidratos complexos da dieta dos ruminantes. Esse processo resulta na formação de ácidos graxos voláteis (AGVs), dióxido de carbono (CO₂) e hidrogênio molecular (H₂). A remoção do H₂ é essencial para a manutenção das condições anaeróbias no rúmen, sendo realizada por um grupo de microrganismos denominado arqueas metanogênicas, que utilizam este gás juntamente ao CO₂ para formar CH₄. Embora esse mecanismo seja fisiologicamente necessário, representa uma perda energética significativa, estimada entre 6% e 12% da energia bruta ingerida, impactando negativamente na eficiência produtiva, especialmente na produção de leite. O metano é eliminado principalmente por eructação e uma pequena fração excretada por flatulência.

Diante desses desafios, é fundamental que os sistemas de produção estejam alinhados aos princípios de One Health, adotando práticas que promovam o bem-estar animal e a preservação ambiental, ao mesmo tempo em que assegurem a sustentabilidade econômica. Diversas estratégias vêm sendo estudadas e aplicadas para mitigar as emissões de GEEs, especialmente do metano, tanto pelo seu impacto ambiental quanto pela relação direta com perdas produtivas.

Entre essas estratégias destaca-se a mudança na dieta com o uso de ionóforos, substância utilizada como promotor de crescimento com potencial de reduzir a produção de metano, em torno de 3,6 a 10,7%, sem comprometer o desempenho do animal. Todavia, o uso excessivo de antibióticos na alimentação animal tem sido amplamente questionado, principalmente pelos riscos associados à resistência bacteriana e à segurança alimentar, sendo que o uso de ionóforos já foi banido na União Europeia. Existem no mercado outras alternativas para reduzir as emissões de metano entérico, dentre elas a suplementação dos animais com moléculas sintéticas que inibem a produção de metano no rúmen, reduzindo em torno de 30% das emissões de metano. Todavia, por ser uma molécula sintética, o processo de produção gera 52kg de CO2 equivalente por kg de molécula produzida, o que inviabiliza o uso para reduzir as emissões de GEE.

Nesse cenário, cresce o interesse por alternativas naturais mais seguras e sustentáveis, como os aditivos de origem vegetal que modulam a fermentação ruminal, melhorando o metabolismo dos animais e reduzindo os impactos ambientais. Um ótimo exemplo são os taninos, compostos fenólicos naturais presentes em plantas, que têm demonstrado efeitos antimicrobianos, antiparasitários, antioxidantes, anti-inflamatórios e imunomoduladores. Os taninos atuam na modulação da microbiota ruminal, promovendo uma fermentação mais eficiente, melhorando o aproveitamento de proteínas, elevando a produtividade e contribuindo para a redução das emissões de metano.

Estudos realizados in vitro e in vivo com aditivo natural a base de levedura de Saccaromyces cerevisiae e polifenóis reduziu as emissões de metano entérico em níveis superiores aos obtidos com a monensina, com destaque para uma redução de 29,6%. Além disso, o aditivo melhorou a digestibilidade da matéria seca e da matéria orgânica da dieta de vacas em lactação, e reduziu a relação acetato:propionato, indicando o melhor aproveitamento dos nutrientes fornecidos e maior eficiência energética..

A suplementação com o aditivo também resultou em aumento na produção de leite e redução na contagem de células somáticas, reforçando seus benefícios zootécnicos. Alterações positivas no microbioma ruminal foram observadas, com mudanças na diversidade e abundância de grupos microbianos. A comunidade bacteriana tornou-se mais especializada, favorecendo microrganismos que desviam o hidrogênio para a síntese de propionato, o que reduz a produção de metano e aumenta a disponibilidade de glicose para a síntese de leite e manutenção das funções vitais do organismo. Por ser composto por moléculas naturais, o processo de fabricação do aditivo tende a apresentar baixa pegada de carbono, aproximando-se da neutralidade de carbono.

Um aspecto crucial na avaliação de aditivos para mitigação de metano na pecuária é a análise da pegada de carbono do produto, pois as emissões associadas à sua produção não devem ser superiores a redução que proporciona durante o seu uso. Sendo assim, a utilização de compostos naturais que reduzem a emissão de metano e otimizam a produção de leite são importantes para a sustentabilidade e viabilidade econômica da cadeia produtiva. Considerando que o metano possui potencial de aquecimento global 28 a 36 vezes superior ao CO₂, sua mitigação na pecuária leiteira por meio de aditivos naturais, como os polifenóis e compostos de leveduras, representam uma abordagem alinhada ao conceito One Health, promovendo simultaneamente a saúde animal, humana e ambiental.

O futuro da produção de leite já começou: com soluções nutricionais sustentáveis que reduzem as emissões de metano, otimizam a digestibilidade dos nutrientes e melhoram a eficiência produtiva.

As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: cq@americannutrients.com.br

Fonte: Comunicação American Nutrients com Ana Luísa da Costa

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil apresenta na COP30 ações que unem produtividade e redução de metano na pecuária

Iniciativas do Mapa destacam inovação, assistência técnica e parcerias internacionais para ampliar tecnologias sustentáveis e fortalecer a pecuária de baixa emissão.

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Foto: Shutterstock

Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentou, nesta segunda-feira (17), na Blue Zone da COP30, as principais ações brasileiras que associam ganho de produtividade à redução das emissões de metano na pecuária. A agenda reuniu representantes de financiadores como Global Methane Hub e Environmental Defense Fund (EDF), além de organizações multilaterais como a FAO, a Climate and Clean Air Coalition (CCAC) e a Clean Air Task Force (CATF).

O Mapa foi representado por Bruno Brasil, diretor do Departamento de Produção Sustentável, que destacou a integração entre inovação, assistência técnica e práticas sustentáveis para acelerar a transição climática no campo.

Foto: Mapa

Segundo ele, a adoção de tecnologias alinhadas ao Plano ABC+ e a estratégias de intensificação sustentável reforça o papel do Brasil como referência global em pecuária de baixa emissão. “A experiência brasileira demonstra que o ganho de produtividade na pecuária é uma medida efetiva na redução da intensidade de emissões de metano, conciliando sustentabilidade e renda para o produtor rural”, destacou Bruno Brasil.

Durante o encontro foram discutidas possibilidades de financiamento para serviços de ATER digital com foco em ampliar o acesso de produtores a soluções tecnológicas e sustentáveis. As instituições presentes reforçaram a importância de parcerias internacionais para fortalecer iniciativas que apoiam a redução do metano e a adaptação climática na agropecuária.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bovinos / Grãos / Máquinas Irregularidades sanitárias

Cargueiro barrado na Turquia inicia retorno após dois meses sem desembarque

Retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro. As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição.

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Cerca de três mil vacas estão há dois meses confinadas em um navio que não obteve autorização para desembarcar sua carga na Turquia, após autoridades identificarem graves irregularidades na documentação sanitária e na identificação dos animais. A inspeção turca constatou que 146 bovinos estavam sem brincos de identificação ou com numeração ilegível, enquanto 469 apresentavam marcas que não correspondiam às listas oficiais de importação, falhas que acenderam o alerta para riscos sanitários, incluindo a possível transmissão de doenças. Também foi reportada a morte de 48 animais durante a viagem.

O cargueiro Spiridon II deixou Montevidéu, Capital do Uruguai, em 20 de setembro, e chegou à região do porto de Bandırma em 22 de outubro. Desde então, não recebeu permissão para desembarcar as vacas, destinadas à produção de leite. Após semanas ancorado, o navio deixou Bandırma na última sexta-feira (14), cruzou o Estreito de Çanakkale e agora navega de volta rumo ao Uruguai. Segundo dados da plataforma MarineTraffic, o retorno deve durar cerca de um mês, com chegada prevista para 14 de dezembro.

Fotos: Reprodução

Odor forte e infestação de moscas

As condições a bordo têm sido descritas por testemunhas como degradantes, com forte odor, infestação de moscas e carcaças acumuladas no convés, em processo avançado de decomposição. Além das mortes registradas, a organização Animal Welfare Foundation (AWF) relatou, com base em informações obtidas localmente, o nascimento de cerca de 140 bezerros durante a travessia.

Retorno a Uruguai

A especialista em bem-estar animal Maria Boada, da AWF, alertou que muitos dos bovinos não devem resistir a uma segunda viagem de um mês até Montevidéu e que o navio aparenta ter estoque insuficiente de alimento. Ela também afirmou ser provável que os animais mortos tenham sido descartados no mar.

Foto: Reprodução

A veterinária australiana Lynn Simpson, referência internacional em transporte marítimo de animais, lançou novos alertas ao relatar vazamento de fluidos provenientes de carcaças em decomposição no convés, destacando riscos ao bem-estar animal, à saúde pública e à segurança ambiental.

Esta não é uma situação isolada envolvendo a exportação de animais vivos. Ao redor do mundo, casos como esse se repetem, cada vez com maior frequência, devido à péssima condição dos chamados navios boiadeiros. A exportação de animais vivos é uma das atividades de maior impacto negativo da pecuária, as más condições de higiene e bem-estar nos navios causam intenso sofrimento animal e oferecem riscos à saúde pública e ao meio ambiente.

Outros casos

Em 2024, o navio transportador de animais vivos Al Kuwait atracou no porto da Cidade do Cabo para carregar ração. A chegada do curral flutuante poluiu o ar da capital legislativa da África do Sul e seu cartão-postal mais característico com o cheiro fétido de esterco de 19.000 touros embarcados no Brasil para serem enviados ao Iraque. O episódio foi exposto pela National Council of Societies for the Prevention of Cruelty to Animals (NSPCA).

A equipe da NSPCA que embarcou no navio descreveu o que testemunhou como abominável. Além de animais mortos, outros animais feridos e doentes foram encontrados a bordo, alguns dos quais tiveram que ser sacrificados. Havia escassez de medicamentos necessários para lidar com os problemas de saúde animal encontrados, entre eles um surto de conjuntivite bovina. Tampouco havia assistência médica suficiente: apenas dois veterinários, auxiliados por quatro tratadores, acompanhavam os 19.000 touros.

Em 2019, o Queen Hind naufragou no Porto de Midia na Romênia, pouco após zarpar carregado com milhares de ovinos vivos. Em 2022, o Al Badri 1, também carregado, adernou e afundou em um berço de atracação do porto de Suakin, no Sudão. O navio que afundou no porto romeno, o Queen Hind, esteve no Brasil apenas alguns meses antes do acidente. Investigações subsequentes indicaram diversas irregularidades, inclusive a existência de compartimentos de carga ocultos. Tanto o Haidar quanto o Queen Hind e o Al Badri 1 eram navios convertidos.

Em 2018, uma operação de exportação de bovinos vivos causou intensa poluição do ar na cidade de Santos-SP, em decorrência do acúmulo de fezes e urina dos animais na embarcação, o navio de bandeira panamenha MV Nada. Os 27 mil bois pertenciam à Minerva e tinham por destino a Turquia. A empresa foi multada pela prefeitura municipal por infração ambiental e maus tratos animais.

Em 2015, na cidade de Barcarena (PA), o navio Haidar, com quase 5 mil bois vivos, 28 tripulantes a bordo e 700 toneladas de óleo, naufragou no Porto de Vila do Conde. A decomposição dos corpos dos animais mortos e o vazamento de óleo do navio provocaram um dos piores desastres ambientais da história do estado. As carcaças e o óleo que vazou do Haidar deixaram um rastro de contaminação que alcançou a cidade de Belém, cerca de 60 km rio abaixo.

Em 2012, 2.750 bois morreram asfixiados a bordo do navio de bandeira panamenha MV Gracia Del Mar, em decorrência de uma pane no sistema de ventilação durante a viagem. Os animais, fornecidos pela Minerva, foram embarcados no porto de Vila do Conde, em Barcarena-PA, e tinham por destino o Egito.

No Porto de São Sebastião, o terceiro do país que mais exporta animais vivos, a população relata como fica a cidade nos dias de operação: o trânsito fica congestionado pelo grande fluxo de caminhões; o mau cheiro das fezes e da urina dos animais empesteia o ar e prejudica o turismo na região. Este cenário foi retratado no documentário “Elias: O Boi que Aprendeu a Nadar”, da Mercy For Animals.

Fonte: O Presente Rural com Animal Welfare Foundation
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Casos de raiva no Paraná exigem cuidados redobrados nas propriedades

Crescimento dos focos da doença mobiliza autoridades, Sistema Faep e produtores na vacinação obrigatória, reforço da vigilância e ações de educação sanitária em diversas regiões.

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Fotos: Arnaldo Alves

O Paraná tem registrado casos de raiva herbívora em rebanhos de animais de produção, o que acende o alerta para a necessidade de ações de controle da zoonose (doença infecciosa transmitida entre animais e seres humanos).

Por isso, as autoridades sanitárias, com apoio do Sistema Faep e produtores rurais, têm promovido uma série de medidas de controle, como vacinação obrigatória, reforço na vigilância e campanhas de educação. “Nas últimas décadas, o Sistema Faep investiu, de forma sistemática, na sanidade animal e na segurança das atividades agropecuárias. Agora, nas ações contra a raiva, não é diferente. Temos colaborado ativamente nas campanhas de disseminação de informações e de conscientização. É preciso ampliar a importância do controle dessa doença e garantir a proteção dos nossos rebanhos comerciais”, enfatiza o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Foto: Licia Rubinstein

A presença da raiva no Paraná é recorrente, o que exige atenção constante dos produtores. Porém, há uma região que concentra boa parte dos casos. Em 2024, o Estado confirmou 227 focos de raiva, sendo mais da metade em propriedades localizadas na área de abrangência das regionais de Cascavel e Laranjeiras do Sul. A situação se repete em 2025. Até setembro, já foram contabilizados 166 focos em 41 municípios, sendo 81 na região Oeste.

De acordo com chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, esse número elevado motivou a publicação da Portaria 368/2025, que torna obrigatória a vacinação contra raiva em 30 municípios da região Oeste do Paraná (veja a lista mais abaixo) para bovinos, búfalos, cavalos, asnos, mulas, ovinos e caprinos a partir de três meses de idade. “Simultaneamente, intensificamos a mobilização com o projeto ‘Adapar Educa a Campo’, que tem percorrido municípios da região para fortalecer a conscientização e engajamento local. Essas ações visam a contenção de focos ativos e a prevenção em áreas vizinhas para evitar a expansão da doença”, detalha Dias.

Em outubro, o órgão e o Sistema Faep realizaram reuniões e encontros em propriedades rurais, assentamentos e prefeituras, com um público estimado em 1,1 mil pessoas. Além disso, a campanha teve divulgação nos veículos de comunicação do Oeste. “O Sistema Faep apoiou diretamente essa ação. Esse projeto-piloto, cuja proposta é expandir para outras áreas da defesa agropecuária, promoveu a integração entre a agência e a sociedade por meio da educação sanitária”, explica Nicolle Wilsek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP.

Confira os municípios onde a vacinação é obrigatória

  • Boa Vista da Aparecida
  • Braganey
  • Campo Bonito
  • Capanema
  • Capitão Leônidas Marques
  • Cascavel
  • Catanduvas
  • Céu Azul
  • Diamante d’Oeste
  • Foz do Iguaçu
  • Guaraniaçu
  • Ibema
  • Itaipulândia
  • Lindoeste
  • Matelândia
  • Medianeira
  • Missal
  • Planalto
  • Pérola d’Oeste
  • Quedas do Iguaçu
  • Ramilândia
  • Realeza
  • Rio Bonito do Iguaçu
  • Santa Lúcia
  • Santa Tereza do Oeste
  • Santa Terezinha de Itaipu
  • São Miguel do Iguaçu
  • Serranópolis do Iguaçu
  • Três Barras do Paraná
  • Vera Cruz do Oeste

Saiba como identificar casos de raiva

Foto: Fabiano Bastos

A raiva em herbívoros é transmitida, entre outras formas, por morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue de animais). Entre os sintomas da doença estão o isolamento do animal, apatia ou agitação, perda de apetite, salivação intensa e dificuldade para engolir, fezes secas e escuras, e progressiva paralisia dos membros. “Diante desses sinais clínicos, a doença é praticamente irreversível e fatal para os animais acometidos”, alerta Rafael Gonçalves Dias, chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar.

Se um produtor suspeitar de raiva em algum animal do rebanho, a orientação é: isolar o animal suspeito, notificar imediatamente à Adapar e não mexer ou manipular o animal sem proteção. “É importante que quando o animal morrer, o produtor solicite a visita da Adapar para coletar uma amostra. Além disso, ações importantes são reforçar a vacinação no entorno da propriedade, identificar possíveis abrigos de morcegos e monitorar os demais animais da propriedade”, orienta Dias.

Outros cuidados

O chefe do Departamento de Saúde Animal da Adapar enfatiza que, mesmo em municípios onde a vacinação não é obrigatória, o ato de imunizar o rebanho previne que animais suscetíveis sejam infectados caso o vírus chegue até aquela área. “Mesmo sem obrigatoriedade legal, vacinar ajuda a formar uma ‘cobertura imunológica’, que reduz o risco de propagação desde as áreas de foco. Vacinar antecipadamente constitui uma medida preventiva responsável e vantajosa, independentemente de obrigatoriedade legal”, reforça.

Segundo Nicolle Wilsek, técnica do Sistema FAEP, há medidas complementares que ajudam na prevenção da raiva e de outras doenças que podem afetar os rebanhos. “É preciso seguir boas práticas sanitárias, como manter o registro detalhado de vacinações, investir em capacitação contínua, incluir cláusulas de sanidade em transações de animais e promover a conscientização de cuidados pessoais no manejo”, destaca.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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