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Suspensão do seguro-defeso revolta pescadores

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A suspensão do seguro-desemprego do pescador artesanal, o seguro-defeso, anunciado na semana passada, tem tirado o sono dos pescadores da região Oeste do Paraná.Conforme o comunicado emitido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o benefício será suspenso por até 120 dias e, durante esse período, será realizado o recadastramento de pescadores artesanais, a revisão das áreas de abrangência do defeso, a contribuição dos pescadores para a Previdência e a regularização da aplicação dos recursos públicos pelo governo.
Na nota assinada pela ministra Kátia Abreu, foi informado que “a suspensão das instruções normativas coincide com o fim do período de proibição da pesca e da consequente liberação da atividade pelos próximos oito meses. Assim, não há prejuízo social para os pescadores e nem risco predatório para o meio ambiente”. 
Contudo, segundo o presidente da Cooperativa dos Pescadores Artesanais, Aquicultores e Agricultores Familiares de Santa Helena (Coopesca), Lírio Hoffmann, a situação é outra. “Não recebemos nenhum comunicado oficial do governo sobre o assunto, apenas um e-mail repassado entre os pescadores. Não sabemos o que fazer, pois, mesmo com a pesca liberada, muitos passarão por sérias dificuldades financeiras”, expõe.
Hoffmann, que também preside a Colônia Nossa Senhora dos Navegantes de Santa Helena, estima que no município pelo menos 112 pescadores serão prejudicados com a medida do governo, principalmente pelo comunicado não ter sido feito com antecedência.
“A obrigação do governo era de informar no mínimo seis meses antes que cortariam o seguro, pois grande parte já havia contribuído para receber o seguro e quase nenhum pescador tem redes em bom estado para continuar trabalhando durante a piracema”, critica.
Revolta
Com a mudança repentina na liberação do seguro-defeso,os pescadores não sabem a quem recorrer por ajuda. Hoffmann ressalta que muitos cooperados atribuíram a desinformação aos presidentes das colônias, já que estão em contato direto com entidades governamentais. “Eles acreditam que escondemos essa informação, mas, assimcomo eles, nós também não sabemos o que fazer. Conversando com o presidente da colônia de Itaipulândia, a situação é a mesma, todos estão impactados e sem informação”, revela.
A preocupação dos pescadores também está acerca de um auxílio financeiro disponibilizado pela Itaipu Binacional, que é cortado durante o período da piracema devido ao recebimento do seguro-desemprego. “Já tentei contato durante esta semana com os governos federal e estadual, mas nos telefones disponibilizados para nós ninguém atende”, lamenta.
Hoffmann comenta que há cerca de três anos o governo federal tem prometido a renovação da carteira de pescador profissional, documento que garante o acesso dos pescadores aos programas sociais, como microcrédito, assistência social e o seguro-desemprego. “O que nos deixa mais indignado é que gastamos tempo correndo atrás de vários documentos, autenticando e enviando, mas até agora não recebemos nenhum retorno das entidades responsáveis sobre a vinda da carteira de pescador”, destaca.
Pesca liberada
Na região da Bacia do Paraná, a piracema – período de desova dos peixes em que a pesca é proibida para preservar as espécies – estava programada para iniciar no dia 02 de novembro e se estenderia até 05 de março de 2016, tempo em que os pescadores receberiam o seguro, fixado em um salário-mínimo por mês. 
Durante os cinco meses da proibição, muitos pescadores “aposentariam” as redes, deixando o período para renovar as ferramentas utilizadas para a pesca, como redes e barcos, além de programar o pagamento de dívidas. Entretanto, mesmo com a liberação da pesca, os aquicultores não terão renda suficiente para o sustento, já que nos últimos meses do ano a procura pelo pescado é menor. 
“Se pescarmos ficará grande parte estocada,porque nem as peixarias virão para fazer compras. Mesmo com a liberação não será possível vender o suficiente para que cada um sustente sua família, pague suas dívidas e compre novas redes para o trabalho”, reclama o presidente da Colônia Nossa Senhora dos Navegantes de Santa Helena.
Ele diz que, durante todo o ano, a cooperativa incentivou os pescadores a pagarem o imposto para garantir o seguro, mas agora, aqueles que ainda não pagaram, estão em dúvida se realizam ou não o pagamento, já que não receberão nenhuma contrapartida. 
“A inadimplência dos pescadores com certeza vai ser enorme, pois muitos fizeram o Pronaf Pescador, que seria pago em janeiro, mas o dinheiro não vai entrar no bolso para liquidar a dívida”, prevê Hoffmann, fazendo referência ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar que disponibiliza apoio financeiro para modernização e ampliação de serviços realizados em comunidades rurais.
Impacto Ambiental
Além da falta da verba na renda dos pescadores, a mudança cria um problema de ordem ambiental. “A mudança no ecossistema também será brusca. Durante a desova, terá muito mais peixe para os pescadores, porém, daqui a três anos, o animal que deveria ter sido preservado hoje, fará muita falta. Enquanto outros países estão tentando preservar o meio ambiente, o Brasil está fazendo o contrário”, alerta o santa-helenense.
Protestos
A situação dos pescadores da Colônia Z13, de Guaíra, também não é diferente. Conforme o presidente José Cirineu, aproximadamente 460 pescadores, que residem nos municípios de Terra Roxa, Altônia, Itaquirai e Vila Alta, no Mato Grosso do Sul, serão afetados pela medida. “É uma irresponsabilidade do governo não conseguir nos oferecer direitos básicos e administrar o dinheiro público”, opina.
Ele menciona que, se a pesca for realmente liberada, os pescadores da Z13 terão garantia do sustento, mas ainda assim serão prejudicados financeiramente pois contribuíram para receber o seguro nos meses reservados para a piracema.
O presidente conta que na última quarta-feira (07) esteve reunido com o INSS em Cascavel para acertar os detalhes da liberação do benefício. Mas, em apenas três dias, o cenário mudou. “Não recebemos nenhum comunicado oficial, apenas jogaram essa bomba relógio na gente e agora vamos fazer barulho e reivindicar o que é nosso por direito”, avisa Cirineu.
Ele ressalta que no dia 23 acontecerá uma assembleia geral entre as colônias da região de Guaíra para decidir quais medidas serão tomadas pelos pescadores, contudo, o mais provável é que a Ponte Ayrton Senna seja fechada. 
“É uma irresponsabilidade do governo não conseguir nem pagar o benefício que nós contribuímos todos os anos para receber. Além disso, documentos básicos como a carteira de pescador profissional não é disponibilizada aos pescadores, sendo que os documentos já foram enviados há anos”, finaliza.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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