Suínos Nutrição
Suplementação hidroeletrolítica energética: mais vigor para os leitões
Um dos principais desafios do desmame é o consumo de alimento, no caso ração, que é naturalmente baixo nessa fase da vida dos leitões

Artigo escrito por Analia Maria Ribeiro da Silva, nutricionista no Departamento de Suinocultura da Agroceres Multimix
O desmame é um período de mudanças bastante crítico para os leitões, quando ainda são muito jovens, com três a quatro semanas de idade. Os eventos, como: separação da mãe, mudança de ambiente, mistura com outros indivíduos, troca de alimentação líquida para sólida, perda de imunidade passiva enquanto ainda estão desenvolvendo a imunidade ativa e predisposição a infecções entéricas, induzem grande estresse nos leitões, com reflexos negativos em seu padrão de qualidade.
Praticamente em todos os sistemas de produção, mesmo os leitões que tinham comportamento ativo, eram fortes, espertos e vigorosos na maternidade, se mostram apáticos, prostrados e, inclusive, debilitados nos primeiros dias após o desmame, como consequência dos desafios impostos por esse processo.
Um dos principais desafios do desmame é o consumo de alimento, no caso ração, que é naturalmente baixo nessa fase da vida dos leitões. Por mais que eles tenham sido apresentados à ração pré-mater, que é importante para adaptação ainda na maternidade e para terem contato com o alimento que consumirão na creche, muitas vezes podem não aprender a comer ou apresentar um consumo muito baixo, não se nutrindo ou satisfazendo com ela, uma vez que os leitões têm o leite como principal alimento e fonte de energia. Por esse motivo, é comum que mais de 90% do lote desmamado passe as primeiras 30 a 36 horas após o desmame sem se alimentar (Gráfico 1).

Assim, além do consumo de ração já ser naturalmente baixo, o estresse do desmame potencializa o quadro e o consumo pode ser inexistente, comprometendo o desempenho. Nos dias subsequentes ao desmame, é comum haver retração no ganho de peso, muitas vezes perda, e significativa piora da qualidade dos leitões, como consequências do extremo quadro de deficiência energética a que ficam sujeitos. Enquanto na maternidade o consumo de energia pelos leitões é da ordem de 300 kcal de energia metabolizável/kg de peso metabólico/dia, esse consumo cai para menos de 50 kcal de energia metabolizável/kg de peso metabólico/dia nos dois primeiros dias após o desmame, retornando ao normal apenas duas semanas depois.
O fato de os leitões ainda estarem acostumados com o alimento líquido – o leite -, por ocasião do desmame, também contribui sobremaneira para o déficit energético. A memória do consumo de leite para obtenção de energia tende a direcionar o leitão para um maior consumo de água à custa do consumo de ração, na tentativa de se alimentar e compensar o baixo consumo de energia (Gráfico 2).

Não é incomum que leitões desmamados bebam até quatro litros de água por dia nos primeiros dias pós-desmame. Mesmo com essa predisposição de consumo, como a taxa de renovação de água no organismo desses animais é maior do que em suínos mais velhos, a quantidade ingerida ainda pode não ser suficiente para manter normal o volume de fluido corporal, favorecendo a desidratação.
A desidratação é problemática para leitões desmamados por dois motivos:
- Os leitões nesta fase necessitam de uma relação consumo de água/consumo de ração maior que 2:1 a 3:1, que é a comumente observada para suínos em engorda. Desta forma, o consumo inadequado de líquido pode desestimular os leitões a procurarem ração e a consumirem, impactando em maior atraso no consumo;
- Pode agravar quadros de diarreia, provocados por desordens entéricas comuns no pós-desmame, influenciadas pela baixa imunidade ativa e agentes infecciosos envolvidos, pela própria troca da alimentação e deficiência enzimática e pelo baixo consumo em si e os danos à mucosa intestinal, comprometendo ainda mais a condição dos leitões com a perda de líquidos e eletrólitos.
Neste contexto de baixo consumo de alimento, déficit energético e predisposição à desidratação que comprometem a qualidade e a vitalidade dos leitões, soluções que estimulem e favoreçam o consumo de água aliado à suplementação energética e eletrolítica são benéficas.
Através de suplementação específica baseada na reposição hidroeletrolítica energética, fornecida na forma de solução pura ou na mistura com ração para o fornecimento de papinha, é possível:
- Estimular o consumo de líquido e garantir a hidratação;
- Proporcionar aporte de energia de rápida absorção e reverter o déficit energético;
- Promover a reposição de eletrólitos e o equilíbrio homeostático;
- Estimular mais rapidamente o consumo de ração, dando suporte às funções da mucosa intestinal e à manutenção da saúde intestinal;
- Aliviar os efeitos do estresse do desmame.
Com isso, é possível garantir a vitalidade e o vigor dos leitões e dar condições para que eles estejam mais preparados para vencer os desafios desse período crítico que é o desmame, dentro dos padrões de qualidade desejados.
Outras notícias você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2020 ou online.

Suínos
Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro
Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.
Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.
Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton
De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.
A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.
Impacto social e ambiental
Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.
A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.
O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.
Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.
O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.
Futuro sustentável
Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”
Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”
O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.
Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.
Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.



