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Bovinos / Grãos / Máquinas

Suplementação estratégica pode incrementar resultados na reprodução bovina

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Em um país de clima tropical, com variações significativas na qualidade e quantidade de forragem produzida durante o ano, a suplementação bovina é, muitas vezes, essencial para assegurar a eficiência da reprodução do rebanho. 
Por isso, durante o primeiro Simpósio Repronutri de Reprodução, Nutrição e Produção Animal, o médico veterinário Ed Hoffmann, professor do curso de medicina veterinária na Universidade de São Paulo (USP), discutiu uma questão de grande importância para quem decide atender às exigências nutricionais dos bovinos por meio da suplementação alimentar: quando fazê-lo?
Segundo o professor, alguns fatores devem ser considerados ao tomar essa decisão. Ele lembra que a pecuária brasileira é realizada, em grande parte, por meio do sistema extensivo de cria e que os animais apresentam diferentes exigências nutricionais durante as fases do ciclo reprodutivo. 
"Uma suplementação, por exemplo, em uma fase de lactação é diferente de uma fase logo após o desmame, que é diferente do terço final da gestação. Seria muito cômodo se nós pegássemos as exigências nutricionais das vacas, analisássemos o que o pasto está oferendo e déssemos a diferença como suplementação – mas isso não é economicamente viável. Então, nós temos que escolher momentos mais estratégicos", diz Hoffmann.

Então, quando?

Com essas questões em mente, o professor sugere um momento específico para suplementar os animais: logo após o desmame. "É um período em que a exigência nutricional da vaca cai bastante. Ela tem todo o metabolismo voltado para si própria. Então, eu alimento a vaca e ela acumula reservas em forma de gordura. É essa reserva que ela vai poder utilizar no pós parto com a lactação para compensar o balanço energético negativo dela", afirma. 
"Faço a suplementação por 75, 90 dias, que é o suficiente para ela recompor a sua reserva energética. Em números, ela deve recompor de 45 a 50 kg de reserva para ela poder ter uma lactação e um último trimestre de gestação adequados".
O tipo de suplementação, segundo o professor, também varia de acordo com a condição dos animais. "Às vezes, o balanço energético negativo é muito pequeno e a gente pode, por exemplo, suplementar os animais com um pouquinho de proteína – porque isso faz com que eles aumentem a ingestão de alimentos. Então, a gente consegue suplementá-los não dando uma ração, mas estimulando a ingestão maior. Com maior ingestão, eu consigo superar esses problemas. Isso, às vezes, pode ser feito com pequenas quantidades de proteína por dia. Em outras situações, eu já preciso entrar com rações balanceadas".

O que usar?

Para o veterinário, as vacas com uma boa condição corporal após o desmame, como a condição corporal 5, podem ser suplementadas com sal mineralizado com ureia, por exemplo, apenas para a manutenção do peso. 
Já a condição corporal 4 exige uma suplementação um pouco maior, para que os animais recuperem de 40 a 50 kg. Com a pastagem em boas condições, é possível suplementá-los com mineral proteico. 
"Ele tem um pouco de proteína verdadeira, que vai fazer aquele efeito de estimular a aumentar a ingestão de alimentos", diz. Para regiões que não têm mais pastagem nessa época, o professor recomenda uma suplementação maior, com soja, milho e outros resíduos industriais. 
Somado a esses fatores, a variação entre épocas do ano favoráveis à pecuária e os períodos que demandam mais esforços para atender as necessidades nutricionais dos bovinos faz com que seja preciso planejar a suplementação como forma de não perder dinheiro. 
"Por quatro meses, nós temos que fazer suplementações em algumas categorias animais e isso é inevitável. O planejamento possibilita que a gente faça isso com alimentos adquiridos na época certa, com custos melhores, administrados nas quantidades corretas", afirma. "Quanto mais planejado, melhor é o custo-benefício". 
O professor ressalta, ainda, a importância de se apostar em tecnologia e profissionalização para o sucesso da atividade. "Temos que aproveitar o momento para produzir mais, produzir melhor e produzir antes".

Fonte: Embrapa

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Bovinos / Grãos / Máquinas

Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

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O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
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Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

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Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
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Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

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Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
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