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Suplementação de metionina: potencializando os resultados no teor de sólidos no leite
Suplementação se faz necessária para que animal, cada vez mais produtivo e com maior exigência nutricional, atinja seu total potencial de produção

Artigo escrito pela equipe técnica da Novus
A suplementação com metionina para ruminantes traz benefícios ao desempenho animal, melhorando produção de leite e teor de sólidos pelo adequado balanceamento de aminoácidos. Sabe-se que a metionina é o principal aminoácido limitante à produção animal. A maioria dos alimentos fornecidos aos animais no Brasil não possuem níveis adequados de metionina para atender à real exigência dos animais. Com isto, a suplementação se faz necessária para que o animal, cada vez mais produtivo e com maior exigência nutricional, atinja seu total potencial de produção. Além disso, a suplementação com metionina auxilia na redução da incidência de distúrbios metabólicos no período de transição e início de lactação de vacas de alta produção, trazendo grandes benefícios para saúde e reprodução dos animais.
Diversas fontes de metionina estão disponíveis no mercado, sendo o HMTBa (metionina hidróxi-análoga) uma das mais estudadas por grupos de pesquisa pelo mundo. Portanto, possui comprovada eficiência, além de melhor custo:benefício para aumento de produção e sólidos do leite. O HMTBa é uma molécula que além de aumentar o teor de proteína do leite, também eleva o teor de gordura do leite ou mantém seu nível em dietas de alto risco. É o que demonstram estudos publicados recentemente no Journal of Dairy Science, em parceria com a Pennsylvania State University. No 1º estudo, foi testada a resposta de HMTBa (inclusão a 0,1% na MS) no teor de gordura do leite, mediante o fornecimento de dietas de baixo, moderado e alto risco para a queda na gordura do leite. Até os primeiros 28 dias do experimento, foi fornecida dieta de baixo risco (adequada inclusão de fibra e baixa inclusão de ácidos graxos insaturados), sendo que neste período não houve diferenças com o uso de HMTBa. No entanto, após o início do fornecimento de dietas com menor teor de fibra e maior inclusão de ácidos graxos insaturados, houve melhoras significativas na manutenção do teor de gordura do leite com o uso da molécula, chegando a aumento de 0,8 pontos percentuais. O 2º estudo realizado testou novamente níveis nutricionais arriscados para a indução da queda da gordura do leite, demonstrando resultados positivos com a utilização de HMTBa a 0,1% de inclusão na MS.
A razão para este efeito está na utilização parcial do HMTBa pela microbiota ruminal, o que aumenta a síntese de proteína microbiana. Desta maneira, os autores relatam que o aumento na microbiota ruminal auxilia a manter a via de biohidrogenação normal no rúmen, reduzindo a formação de C18 trans-10, metabólito trans intermediário indesejado relacionado com a queda da gordura do leite. Também ocorre aumento de bactérias celulolíticas, melhorando a digestibilidade da fibra principalmente, o que pode ser um mecanismo auxiliar para manter a gordura do leite por aumento na proporção de acetato e butirato ruminais, precursores da síntese de gordura no leite.
Uma série de estudos relata que parte do HMTBa já começa a ser utilizado no rúmen, sendo absorvido na parede ruminal ou utilizado pela microbiota, enquanto outra porção tem by-pass variando de 40-63% conforme a taxa de passagem de cada animal. Ou seja, 40-63% de HMTBa chega até o intestino e é absorvido como metionina, enquanto uma porção é utilizado pelas bactérias ruminais, aumentando a síntese de proteína microbiana e a digestibilidade dos componentes da dieta. Além disso, a proteína microbiana tem perfil aminoacídico similar à proteína do leite, com proporção ideal de metionina: lisina, o que promove desempenho.
Em revisão de metanálise com 64 estudos, na qual diversas fontes de metionina foram avaliadas, o uso de HMTBa demonstrou melhora em 1,73 g na proteína do leite e em 5,38 g na gordura do leite por grama de metionina metabolizável fornecida, além de aumentar a produção de leite. Em comparação com as demais fontes de metionina, HMTBa demonstrou o maior benefício para a gordura do leite, independente da dieta utilizada ou condições de cada experimento. Estes resultados concordam com os estudos já apresentados, nos quais os benefícios da fonte de HMTBa parcialmente degradável no rúmen são vantajosos.
Portanto, o uso de metionina hidróxi-análoga (HMTBa) garante resultados positivos à produção e composição do leite, além de melhorar a reprodução e saúde dos animais.
Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2019.

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Exportações recordes de carne bovina reforçam preços no mercado interno
Com 96% do volume anual já embarcado até outubro, o ritmo forte das exportações e o avanço nas vendas de animais vivos reduzem a oferta doméstica e sustentam as cotações, apesar da resistência recente de compradores a novos ajustes.

As exportações brasileiras de carne bovina continuam avançando em ritmo expressivo e já impulsionam diretamente o mercado interno. De acordo com a análise quinzenal do Cepea, os embarques acumulados até outubro alcançaram 96% do total exportado em 2024, configurando um novo recorde para o setor.

Além da carne bovina, as vendas de animais vivos também registram alta. No acumulado do ano, o volume enviado ao exterior chegou a 842 mil toneladas, crescimento de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse fluxo intenso para o mercado externo reduz a oferta doméstica e, somado à baixa disponibilidade de animais terminados, mantém as cotações firmes no mercado interno. A demanda por carne bovina e por boi gordo permanece consistente, com estoques enxutos e vendas estáveis.
Por outro lado, compradores começam a demonstrar resistência a novas elevações, indicando uma possível acomodação dos preços no curto prazo.
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Retirada da sobretaxa pelos EUA devolve competitividade à carne brasileira
Decisão tem efeito retroativo, pode gerar restituição de valores e reorganiza o fluxo comercial após meses de retração no agronegócio.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) manifestou grande satisfação com a decisão dos Governo dos Estados Unidos de revogar a sobretaxa de 40% imposta sobre a carne bovina brasileira. Para a entidade, a medida representa um reforço da estabilidade do comércio internacional e a manutenção de condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para o Brasil.

Foto: Shutterstock
A sobretaxa de 40% havia sido imposta em agosto como parte de um conjunto de barreiras comerciais aos produtos brasileiros, afetando fortemente o agronegócio, carne bovina, café, frutas e outros itens. A revogação da tarifa foi anunciada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva, com vigência retroativa a 13 de novembro. A medida também contempla potencial restituição de tarifas já pagas.
De acordo com veículos internacionais, a retirada da sobretaxa faz parte de um esforço para aliviar a pressão sobre os preços de alimentos nos EUA, que haviam subido em função da escassez de oferta e dos custos elevados, e reduzir tensões diplomáticas.
Reação da ABIEC
Na nota divulgada à imprensa na última semana, a ABIEC destacou que a revogação das tarifas demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, resultando num desfecho construtivo e positivo.
A entidade também afirmou que seguirá atuando de forma cooperativa para ampliar oportunidades e fortalecer a presença da carne bovina brasileira nos principais mercados globais.
Comércio exterior
A retirada da sobretaxa tem impacto direto sobre exportadores brasileiros e o agronegócio como um todo. Segundo dados anteriores à

Foto: Shutterstock
aplicação do tarifaço, os EUA representavam o segundo maior destino da carne bovina do Brasil, atrás apenas da China.
O recente bloqueio causava retração nas exportações para os EUA e aumentava a pressão para que produtores e frigoríficos redirecionassem vendas para outros mercados internacionais. Com a revogação da sobretaxa, abre uma nova perspectiva de retomada de volume exportado, o que pode fortalecer as receitas do setor e ajudar a recompor a fatia brasileira no mercado americano.
Próximos desafios
Apesar da revogação das tarifaço, a ABIEC e operadores do setor devem seguir atentos a outros desafios do comércio internacional: flutuações de demanda, concorrência com outros países exportadores, exigências sanitárias, regime de cotas dos EUA e eventual volatilidade cambial.
Para a ABIEC, o caso também reforça a importância do protagonismo diplomático e da cooperação institucional, tanto para garantir o acesso a mercados como para garantir previsibilidade para os exportadores brasileiros.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Abates de bovinos disparam e pressionam preços no mercado interno
Alta oferta limita valorização do boi gordo, apesar de exportações recordes e forte demanda internacional.





