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Suplementação de bezerros de corte em fase de aleitamento

Os bezerros intuitivamente procuram a suplementação após 40 dias de vida, sendo que o consumo médio de suplemento até a desmama irá variar de acordo com o produto utilizado (250 a 500 g/dia)

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A pecuária de corte nacional vem passando por inúmeras transformações nos últimos anos. A redução da duração do ciclo de produção vem se tornando uma necessidade constante para o incremento da produção de arrobas por hectare. A suplementação de bezerros ao pé (fase de aleitamento) pode ser considerada uma alternativa de manejo que proporciona um maior ganho de peso ao desmame (FAULKNER et al. 1994), aumento do escore de condição corporal das matrizes (PRICHARD et al. 1989), redução do estresse e possibilidade de expressão do potencial genético dos animais.

O bezerro neonato, devido à funcionalidade dos pré-estômagos, pode ser considerado um monogástrico, pois possui uma estrutura anatômica chamada de goteira esofágica, que envia o alimento líquido diretamente para o seu estomago verdadeiro (abomaso). Porém, com o início da ingestão de alimentos sólidos, a goteira começa a perder sua função, possibilitando, assim, o início do desenvolvimento dos pré-estômagos e papilas ruminais, influenciados pela ação dos ácidos graxos de cadeia curta provenientes da fermentação. Por causa disso, devemos fornecer o suplemento para o bezerro em cochos especiais, chamados de creep feeding, que possibilitam o acesso unicamente dos bezerros, em função da altura da proteção ao redor da estrutura.

A desmama tradicional, realizada por volta do sétimo mês de idade, segue a curva de lactação da vaca de corte. Além da raça ou grupo genético, a produção de leite de vacas sob pastejo depende tanto da qualidade e quantidade da forragem disponível quanto da reserva de nutrientes que armazena antes do parto, o que influenciará diretamente o peso à desmama (RODRIGUES & CRUZ, 2003). Em sua pesquisa, Robison et al. (1978) verificaram que até o quarto mês de lactação a energia para manutenção e ganho de peso dos bezerros é suprida exclusivamente com o leite; porém, apresenta déficit a partir do quinto mês de idade.

Os bezerros intuitivamente procuram a suplementação após 40 dias de vida, sendo que o consumo médio de suplemento até a desmama irá variar de acordo com o produto utilizado (250 a 500 g/dia). No experimento realizado por Nogueira et al. (2006), o consumo médio de suplemento pelos bezerros foi de 610 g/dia, perfazendo um consumo total de 82,3 kg até a desmama, sendo que o consumo médio diário mensal foi de 0,11, 0,25, 0,56, 1,01 e 1,20 kg para os meses de janeiro, fevereiro, março, abril e maio, respectivamente, aumentando com a idade dos bezerros. Contudo, o peso à desmama poderá variar de 15 a 30 kg superior à desmama dependendo do suplemento utilizado e do potencial genético dos bezerros.

Procópio et al. (2015, dados não publicados), avaliaram o Programa Suplementar Alimentar Intensivo (PSAI) em bezerros desmamados aos 7 meses de idade e obtiveram uma diferença de 33 kg para os machos (229 vrs. 196 kg) e 27 kg para as fêmeas (206 vrs. 179, para suplementados e não suplementados, respectivamente). Outro fato importante observado foi a distribuição dos pesos, onde 84,2% dos machos suplementados apresentaram um peso à desmama superior à 210 kg, enquanto 73,8 % das fêmeas foram desmamados com peso superior à 200 kg.

Com o objetivo de testar estratégias de manejo nutricional durante o aleitamento de bezerros F1 (Angus x Hereford), Faulkner et. al. (1994) avaliaram o impacto da utilização do creep feeding sobre o desempenho destes animais. Os autores observaram um efeito linear para o ganho de peso (p<0,001) e para peso ao desmame (p<0,05), sendo que, à medida em que foi maior o aporte de suplemento, o desempenho foi superior.

Ao avaliar o consumo de pasto de bezerros suplementados no sistema creep feeding, ou não suplementados, Fernandes et al. (2012) concluíram que o consumo de matéria seca da pastagem foi menor para os animais suplementados, evidenciando um efeito de substituição do pasto pelo concentrado. A substituição média foi de cerca de 0,78 g de consumo de pasto por g de concentrado ingerido e isso comprova que cerca de 78% do consumo de concentrado foi compensado pela redução no consumo de pasto dos animais.

A suplementação ainda na fase de aleitamento demonstra ser uma importante ferramenta complementar nos projetos que visam antecipar a idade ao abate de machos e a idade ao primeiro parto das fêmeas destinadas à reposição. Os dados aqui demonstrados sugerem que a suplementação de bezerros pela técnica do creep feeding pode ser utilizada para melhorar ou garantir o desempenho dos animais, pelo efeito aditivo ou pelo aporte satisfatório de nutrientes, no momento que a produção de leite começa a não mais atender as exigências nutricionais dos bezerros.

 

Marcos Vinicius Biehl é Médico Veterinário, Doutor em Ciências e Gestor Nacional de Cria da Premix

Fonte: Ass. de Imprensa

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Ministro da Agricultura reitera relevância da energia renovável

O Ministro participou de painel em conferência sobre investimentos na agricultura e reforçou que país concilia produção de alimentos com energia limpa.

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro:"O Brasil é o país da energia limpa, que vem do agro, não concorrendo com a produção de alimentos, mas complementando" - Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou na última segunda-feira (23) de uma conferência sobre investimentos em agricultura na sede da empresa global UBS, em São Paulo. Ele fez palestra no painel “Abastecendo o Futuro: o papel do agronegócio na aviação sustentável”.

Fávaro foi recepcionado pelo head de wealth management na América Latina do UBS, Marcello Chilov. O secretário de Política Agrícola do Mapa, Guilherme Campos, e o superintendente interino do Mapa em São Paulo, Fabio Paarmann, acompanharam o evento.

Também participaram do painel Erasmo Carlos Battistella, CEO e Presidente da Be8 e Gilberto Peralta, CEO da Airbus. Daniel Bassan foi o moderador.

Fávaro falou dos países que se reinventaram a partir da tecnologia, como Coreia do Sul e Japão, além do turismo, como o Qatar. “O Brasil é o país da energia limpa, que vem do agro, não concorrendo com a produção de alimentos, mas complementando”, disse ele. Ele destacou abertura de de 195 novos mercados em 20 meses.

Falou também das mudanças climáticas, que chegaram para ficar. “A produção agropecuária não é antagonista à sustentabilidade. Preservar a floresta é questão de sobrevivência”, disse ele.

Erasmo Batistella disse que o Brasil tende a se firmar como o país do SAF. SAF é o combustível sustentável de aviação, produzido a partir de recursos renováveis como óleos vegetais, biomassa, gordura animal, gases residuais, entre outros. Trata-se de uma alternativa mais sustentável ao querosene de aviação derivado do petróleo.

Gilberto Peralta concorda e falou que Brasil e Estados Unidos vão liderar a produção de SAF. “Brasil se tornará a Arábia Saudita do SAF”, afirmou.

Fonte: Assessoria Mapa
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Mato Grosso inclui “boi bombeiro” em lei sobre áreas de proteção

Objetivo é auxiliar no combate aos incêndios no Pantanal.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O governo de Mato Grosso sancionou a lei que inclui a figura do “boi bombeiro” em áreas de proteção permanente (APP), com o objetivo de auxiliar no combate aos incêndios no Pantanal, um dos biomas mais atingidos pelas queimadas.

Lei 12.653 de 2024, publicada no Diário Oficial do estado na última sexta-feira (24), permite o uso da “pecuária extensiva e a prática de roçada visando a redução de biomassa vegetal combustível e os riscos de incêndios florestais”.

A legislação foi resultado de uma negociação com o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), que pedia alterações em uma lei anterior (11.861 de 2022), alvo de ação direta de inconstitucionalidade. A pecuária extensiva em áreas de pastagens nativas já era permitida em áreas de proteção permanente na legislação aprovada em 2022. Porém, não havia referência ao uso do gado como instrumento para reduzir riscos de incêndio.

Em nota, o governo de Mato Grosso destacou que o uso da pecuária extensiva – que é quando o gado vive solto no pasto e exige maiores quantidades de terra –  em áreas de proteção permanente é permitido apenas em locais com pastagens nativas.

“Não é uma liberação irrestrita para criar gado no Pantanal, mas sim para que a atividade pecuária crie aceiros naturais, ajudando a reduzir a propagação dos incêndios”, diz a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso, acrescentando que “a lei traz restrições claras, de modo que a atividade promova o desenvolvimento sustentável, econômico e social da região”.

A tese do “boi bombeiro” ganhou repercussão nacional em 2020, quando ocorreu o maior incêndio da história do bioma que consumiu cerca de 30% do Pantanal brasileiro. Na época, a então ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Bolsonaro, Tereza Cristina, defendeu a expansão da pecuária para reduzir as queimadas. Essa tese, que sofre resistência de ambientalistas, parte do princípio de que o gado, ao consumir o material combustível da vegetação, pode reduzir a intensidade dos incêndios.

Fonte: Assessoria Agência Brasil
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Editais aceleram obras do calendário de 2024 do Novo PAC Embrapa

Sede da Embrapa Cocais terá instalações para uso conjunto com o IFMA.

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Fotos: Divulgação/Embrapa

A Embrapa Cocais e a Embrapa Café já estão com os editais prontos para a contratação de empresas que irão construir suas sedes definitivas. No caso da Unidade localizada no Maranhão, o Conselho de Administração (Consad) aprovou, na última sexta-feira (20), a doação, por parte da Secretaria de Patrimônio da União (SPU), de uma área com mais de 26 hectares, contíguos ao Instituto Federal de Educação do Maranhão (IFMA).

Também entra na praça nesta semana o edital para a edificação do Núcleo de Estudos Avançados do Café (Neac), que abrigará, em dois pavimentos, a Embrapa Café e o Agro-i (Centro de AgroInteligência, cuja criação foi anunciada no primeiro semestre e que contará com um núcleo central em Brasília e hubs distribuídos nas principais regiões brasileiras).

A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou a importância do Agro-i por ser uma iniciativa crucial para o futuro da agrointeligência no Brasil. “Nossa expectavida é que o Agro-i funcione como um centro de excelência, integrando dados, tecnologias e inovações para transformar a agricultura nacional”, afirmou. Ela enfatizou que a plataforma contribuirá para a modernização do setor agropecuário, uma vez que o uso de inteligência artificial, big data e outras tecnologias avançadas permitirá otimizar a produção agrícola, reduzir desperdícios e aumentar a sustentabilidade.

A criação desse centro, segundo Massruhá, está alinhada com a visão estratégica da Embrapa de promover uma agricultura mais eficiente, resiliente e sustentável, utilizando o poder da inovação para superar desafios globais como mudanças climáticas, escassez de recursos e segurança alimentar. A presidente também ressaltou a importância dos recursos destinados ao PAC para a retomada de obras previstas, como da da sede definitiva da Embrapa Cocais, no Maranhão, assim como a continuidade das obras da Embrapa Alimentos e Territórios. “Igualmente será de grande importância a Embrapa Café ter sede própria, consolidando um trabalho relevante que a Unidade tem feito ao longo dos anos”, finalizou a presidente.

A diretora de Pessoas, Serviços e Finanças, Selma Beltrão, diz que com esses dois editais em curso e com as obras da sede da Embrapa Alimentos e Territórios ocorrendo dentro do previsto desde 2023 (quando os primeiros recursos do Novo PAC começaram a ser liberados), há um cenário positivo quanto a essas três obras de grande porte do Novo PAC Embrapa, mesmo com o contingenciamento provisório de recursos por parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O que colabora com a expectativa de liberação de recursos para o andamento dessas obras e de outras atividades do programa é justamente a forma como a Empresa cumpre à risca o cronograma de execução das atividades.

Confira aqui a seguir o que diz Selma Beltrão sobre as obras do Novo PAC Embrapa, em particular as que se referem à construção das sedes da Embrapa Café, Embrapa Cocais e Embrapa Alimentos e Territórios:

Infraestrutura, prazos e premissas arquitetônica

Com as obras do Neac e Agro-i, a Embrapa passa a ocupar 25% dos 33 hectares do Parque Estação Biológica (PqEB). Segundo o gerente-geral de Infraestrutura e Sustentabilidade da Sede, Amancio Dias Chagas, a Empresa negociou com o governo do Distrito Federal a ampliação de 21% para 25% da área ocupada pelas Unidades localizadas no parque. “Está tudo dentro do cronograma e da legislação. Nos reunimos com a Diretoria e as Chefias das novas estruturas, bem como com a Chefia da Embrapa Agroenergia, para definir o melhor local”, explica Chagas. Ele destaca também a importância de, no caso da Embrapa Cocais, ter ocorrido a doação com a titularidade da área.

A arquiteta Beatriz Lorentz, supervisora de Engenharia e Arquitetura, explica que há um prazo legal de 45 dias para as empresas interessadas nos editais abertos analisarem as propostas de custos. “Nós fizemos um termo de referência e colocamos na praça. Primeiramente serão contratados os projetos complementares (de engenharia em si, estrutural, hidráulica, elétrica e o executivo, de arquitetura). A abertura das licitações para as contratações das empresas que venham atender os requisitos da Embrapa ocorrerá somente após o prazo estabelecido para a análise. “Esse prazo sendo executado, normalmente, em dez meses, e a partir daí coloca-se uma nova licitação para a contratação da obra em si, que dura em torno de dois a três anos”, resume Lorentz.

O estudo preliminar dos projetos das novas UDs seguiu um plano de necessidades, que representa tudo o que os públicos que vão trabalhar nas futuras instalações vão precisar e que apontaram como prioridades. “Por exemplo, a premissa de ter um formato de grão de café no projeto do Neac não é literal, mas está embutida. Estudamos não só em termos de planta, mas também com premissas de sustentabilidade e climatização”, comenta a arquiteta.

Na Embrapa Cocais a “inspiração”, ou o princípio do projeto, é a palmeira – planta típica da região. Ou seja, a identidade dos projetos é dada a partir dos elementos que “conversam” com a realidade das UDs.

Segundo Amancio Chagas, a economicidade é outro ponto levado em consideração. O acesso à Embrapa Café e ao Agro-i será o mesmo da Embrapa Agroenergia. Na Embrapa Cocais, será utilizada a mesma guarita do IFMA. “Isso otimiza custos na vida da Unidade”, argumenta Chagas.

Veja aqui a proposta do projeto para Embrapa Cocais

Aqui você confere a proposta para o NEAC (Embrapa Café e Agro-i)

Fonte: Assessoria Embrapa
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