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Suinocultura tem alívio, mas segue no vermelho

Apesar de melhoras tímidas em 2023, produtores continuam freando investimentos para fechar as contas. Mercado externo não trouxe alento ao setor.

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Os produtores de suínos do Paraná seguiram firmes, ao longo de 2023, em uma caminhada rumo à saída da crise que assola a cadeia desde 2021. Mesmo com a melhoria no valor do animal pago pelas empresas integradoras, o resultado ainda está longe de ser lucrativo para os pecuaristas.

Para se manter na atividade, suinocultores precisam queimar gordura, segurar investimentos e até deixar de fazer algumas manutenções na propriedade para fechar as contas. Este cenário está detalhado no levantamento dos custos de produção da suinocultura, realizado pela Sistema Faep/Senar-PR, em novembro. “O levantamento de custos de produção tem uma série histórica com mais de 12 anos de dados. Nós investimos sistematicamente nisso porque conhecer quanto custa produzir faz parte da gestão de qualquer propriedade rural. Esses números são cruciais para a tomada de decisão, avaliação da saúde do negócio e para subsidiar as negociações a nível de Comissão para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração [Cadec]”, menciona o presidente do Sistema Faep/Senar-PR, Ágide Meneguette.

Para a presidente da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura da Faep, Deborah Gerda de Geus, o ano de 2023 começou preocupante e termina “menos pior”. Apesar da reação nos repasses aos suinocultores, o cenário ainda traz apreensão, na visão de Deborah, pois a maioria das granjas está com as contas no vermelho. “O setor segue em alerta, pois existem especulações de que os grãos podem subir, dependendo do resultado da próxima safra. E temos ainda outras questões, como o gargalo histórico da falta de mão de obra, os altos custos com energia, a economia do país que segue com demanda em baixa e a conjuntura internacional”, resume a dirigente.

Terminação como pior resultado
Dentre as fases produtivas analisadas, a terminação registrou os piores resultados para o saldo sobre o custo total de produção. Na região Oeste, o produtor integrado contabiliza prejuízo de R$ 24,15 por suíno terminado. Os integrados nos Campos Gerais também amargam rombo de R$ 20,46 por cabeça.

Fotos: Arquivo/OP Rural

Em Toledo, no Oeste, o valor recebido por suíno cobre apenas os custos variáveis, o que reflete diretamente na continuidade do produtor na atividade a longo prazo. Essa é a situação da pecuarista Geni Bamberg, que aloja 1,7 mil animais no sistema de terminação em uma propriedade de cinco hectares. “Para nós, foi um ano positivo porque houve melhorias, conseguimos reajustes na remuneração junto à integradora a nível de Cadec. Mas ainda seguimos com dificuldades. Temos que deixar de lado até mesmo algumas manutenções menos urgentes, como a trocas de equipamentos que vamos remendando, sem fazer benfeitoria na estrutura”, afirma Geni Bamberg, suinocultora em Toledo.

Geni encontra problemas para gerenciar a mão de obra, um dos principais gargalos enfrentado pelos suinocultores. Ela não consegue contratar um funcionário fixo e precisa recorrer a diaristas – disputados na região e nem sempre com disponibilidade. Diante deste cenário, Geni e o marido realizam as atividades na propriedade. “A gente precisaria ampliar a granja, para ter remuneração melhor e poder dividir com algum colaborador fixo, ou ainda atrair uma das nossas duas filhas que poderiam terminar os estudos e se interessar em voltar para a granja. Mas, nesse momento, não há viabilidade econômica para isso”, lamenta Geni.

Segundo o suinocultor Paulo Moresco, de Ipiranga, na região dos Campos Gerais, as dificuldades encontradas na atividade são ainda piores para quem está há mais tempo na atividade. “Hoje, o produtor antigo não tem condição de melhorar sua infraestrutura, fazer as reformas necessárias e adquirir novos equipamentos. Quando entram novas tecnologias, ele não consegue acompanhar”, observa.

Há 23 anos na atividade, Moresco aloja 1,8 mil suínos em fase de terminação. “Minhas estruturas ficaram velhas, tenho que me atualizar”, afirma o produtor, que investiu cerca de R$ 120 mil para automatizar suas granjas e, assim, reduzir a necessidade de mão de obra. “Mas para os produtores pequenos, sem escala, é inviável fazer melhorias como essas nas granjas”, avalia.

Prejuízo ainda dá o tom
O resultado dos produtores está alinhado com os números do levantamento de custos de novembro, que mostram, de modo geral, um saldo insuficiente com a venda dos lotes para cobrir os custos de produção. Dentre todas as fases e regiões analisadas, nenhum modal produtivo obteve saldo acima dos custos totais e apenas a UPD nos Campos Gerais conseguiu cobrir os custos operacionais.

“Hoje, a suinocultura integrada expressa inviabilidade produtiva e, a curto e médio prazos, o produtor que não tiver reservas ou outras fontes de renda para cobrir os prejuízos tende a deixar a atividade”, analisa Nicolle Wislek, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, responsável por acompanhar a cadeia de suínos.

Apesar das perspectivas negativas, a atividade apresentou melhoria em 2023 em relação aos anos anteriores. A produção entre janeiro e setembro foi 1,9% maior em relação ao mesmo período de 2022. No mesmo movimento, as exportações de suínos tiveram aumento de 8% entre janeiro e outubro. “Durante a realização dos painéis identificamos alguns sinais de recuperação da atividade, como, por exemplo, aumento no número de fêmeas alojadas nas granjas, diminuição no tempo de intervalo de lotes e, principalmente, retomada no peso de abate padrão”, relata Nicolle.

Ricardo Adams se dedica ao sistema crechário, no Oeste do Paraná – Fotos: Arquivo pessoal

Crise nos leitões
Ricardo Adams, de Toledo, na região Oeste, aloja 10,3 mil animais em três barracões, no sistema crechário. A propriedade possui cinco funcionários, número que Adams considera o mínimo para garantir os índices zootécnicos satisfatórios. Em 2023, os negócios melhoraram, mas os repasses ainda precisam de reajustes para as contas ficarem no azul. “Ainda precisa de cautela para fazer investimento e melhorar a propriedade. Estamos envolvidos na Cadec e há negociações para conseguirmos melhorias”, aponta o suinocultor.

Diante da preocupação com o andamento da safra de grãos, o pecuarista espera que 2024 siga o ritmo de otimismo. “Se continuar estáveis os valores da soja e do milho, o custo de produção vai baixar e melhora para o suinocultor. Mas o fato preocupante é a escassez de chuva no Mato Grosso, que pode afetar a produção de grãos em 2024, atingindo em cheio o custo de produção, levando os resultados a patamares negativos”, resume Adams.

A situação está parecida na propriedade de Eloi Favero, em Toledo, que mantém 800 matrizes em uma Unidade Produtora de Leitões (UPD), com um total de seis funcionários. Para o pecuarista, 2023 foi um ano de avanços, mas as contas ainda não estão fechando. “Deu uma pequena recuperada, mas nada de extraordinário”, resume. “O mercado ainda está se equilibrando e temos uma oferta alta. Além disso, ainda não estamos conseguindo vender para novos mercados mesmo com o reconhecimento do Paraná como área livre de febre aftosa sem vacinação”, problematiza.

Exportações em queda
De janeiro a junho deste ano, o Brasil enviou ao exterior 791,5 mil toneladas de carne suína, conforme números da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). As projeções de mercado apontam para um acréscimo de 10% em volume de janeiro a dezembro de 2023, em comparação com o período equivalente do ano anterior.

Vice-presidente da CT de Suinocultura da Faep, Wienfried Matthias Leh: “Não basta ter status sanitário e menor custo de produção do mundo para ter o mercado [internacional] na mão”

De acordo com dados da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), 55% das exportações brasileiras tinham destino à China em 2021. Esse percentual caiu para 36% em 2023, diante da recuperação da crise interna causada pela epidemia de Peste Suína Africana (PSA) em seu rebanho. Ainda, os resultados econômicos menores do que os esperados desaceleraram as compras chinesas de uma série de produtos, como a carne suína.

Na avaliação do vice-presidente da CT de Suinocultura da Faep, Wienfried Matthias Leh, que atua no regime de produção independente, existe um excedente na produção mundial, que acaba por derrubar as margens dos produtores. “A partir de 2018, do primeiro surto de PSA, a China saiu comprando e pagando caro pelo suíno. Isso criou uma confusão no mercado mundial. O mundo, preocupado em suprir o mercado chinês, produziu acima da necessidade”, analisa.

Segundo Leh, enquanto não conseguirmos regular essa oferta, “vai continuar esse sofrimento”. Na avaliação do suinocultor, nem mesmo o status de área livre de febre aftosa sem vacinação, conquistado pelo Paraná em 2021, é capaz de amenizar o problema. “Não basta ter status sanitário e menor custo de produção do mundo para ter o mercado [internacional] na mão. Existe um protecionismo, barreiras tarifárias que não permitem que nós sejamos fornecedores exclusivos”, salienta Wienfried Matthias Leh, vice-presidente da CT de Suinocultura da Faep.

Levantamento foca relações de integração
Para calcular os custos de produção da suinocultura, o Sistema Faep/Senar-PR promove duas reuniões por ano com suinocultores, revendas de insumos, representantes da agroindústria, instituições financeiras e demais agentes do setor, nas principais regiões produtoras do Estado. Nestes encontros ocorre a apuração dos custos de uma propriedade modal, ou seja, tipo de propriedade que mais se repete naquela região, de modo a compor o retrato mais fiel daquela realidade produtiva.

Pela segunda vez em 12 anos, esses painéis foram realizados de forma exclusiva com os membros das Cadecs, formalizadas junto a cada unidade produtiva das empresas integradoras. Os produtores independentes e cooperados não fazem mais parte deste levantamento.

O principal benefício do levantamento dos custos de produção é a possibilidade de municiar os produtores integrados com dados econômicos reais sobre a atividade para futuras negociações junto às integradoras, que ocorrem por meio das Cadecs.

Segundo o produtor Gilberto Rentz, que aloja 2,7 mil suínos na fase de crechário em Piraí do Sul, nos Campos Gerais, e integrante da Cadec formada junto à agroindústria da região, o trabalho realizado pela FAEP traz vantagens na hora da negociação. “A gente leva estes custos para serem discutidos com a integradora. É um embasamento importante que ajuda na argumentação, sem ser impositivo”, destaca.

Energia solar ajuda a reduzir custos
Historicamente, a energia elétrica é um custo que mais pesa no bolso dos produtores de suínos. Com o incentivo para o uso de fontes de energia renovável dentro das propriedades, com participação direta nas reivindicações do Sistema Faep/Senar-PR junto ao poder público, parte dos pecuaristas está investindo em projetos de geração de energia fotovoltaica.

Foto: Divulgação/Faep

De 2017 a 2023, o número de propriedades rurais paranaenses que passou a contar com esse sistema ou com usinas de biogás decolou de apenas 47 para mais de 25,6 mil. Uma parte do sucesso envolve o Programa Paraná Energia Rural Renovável (Renova Paraná), lançado em julho de 2021, que impulsionou a instalação de conjuntos de painéis fotovoltaicos e de biodigestores no campo.

Desde julho deste ano, Geni Bamberg colocou em funcionamento um conjunto capaz de gerar, por meio do sol, 1,2 mil kW/h por mês na propriedade. A benfeitoria custou R$ 50 mil, por meio do financiamento do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Renova Paraná, a juro zero. “Vamos pagar a primeira prestação somente em 2025. Antes, a conta dava R$ 500 por mês e agora pagamos R$ 20 de tarifa. Bem acessível para quitar as parcelas. Um excelente negócio”, compartilha.

A presidente da CT de suinocultura, Deborah Gerda de Geus, revela que muitos suinocultores pelo Estado têm seguido esse mesmo caminho. “Temos um movimento de investimentos em painéis de energia fotovoltaica. Os produtores estão visando ter uma fonte de renda no médio e longo prazos, para colher os frutos daqui seis ou sete anos”, avalia.

 

Fonte: Assessoria Sistema Faep/Senar-PR

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Foto: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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