Conectado com

Suínos

Suinocultura: Região Oeste do Paraná está em alerta para impedir doença grave

Publicado em

em

Um evento realizado em Toledo, na última sexta-feira(09), trouxe ao município o gerente de Serviços Técnicos e Gestão Sanitária da Agroceres PIC, o médico veterinário PhD e epidemiologista Daniel Linhares. A empresa promoveu encontro com técnicos da área de suinocultura e alguns suinocultores para falar sobre a principal doença que está em foco atualmente na suinocultura mundial, a Diarreia Epidêmica Suína (PorcineEpidemicDiarrhea – PED). A preocupação, diz Linhares, é que a região Oeste do Paraná tem uma grande concentração de suínos, o que facilita a disseminação do vírus da PED. O inverno pode facilitar o processo de contaminação, o que aumenta ainda mais o estado de alerta no Sul do Brasil.
A polêmica em torno da doença ganhou proporções de discussão mundial depois de uma epidemia nos Estados Unidos que atingiu cerca de 2,5 milhões de fêmeas e mais de sete milhões de leitões morreram vítimas da doença. A estimativa é de que em torno de 12 milhões de suínos foram acometidos pela PED em cerca de um ano.
O especialista da Agroceres PIC esclareceu que a PED não é uma doença nova – ela já causou muita dor de cabeça ao setor produtivo por volta da década de 70, na Europa e Ásia. Contudo, os vírus circulantes nesses continentes são diferentes entre si. Na Europa, percebe-se uma menor virulência, enquanto na Ásia as consequências são muito mais graves, apresentando sintomas mais severos. Os vírus circulantes atualmente nos Estados Unidos, pontua Linhares, são geneticamente muito semelhantes aos da Ásia, especialmente China, de onde há suspeita que o vírus saiu para infectar rebanhos no país norte-americano. Ele chama atenção para o fato que o vírus causador da PED acometeu os Estados Unidos em quatro sistemas de produção diferentes ao mesmo tempo, sem que houvesse ligação entre eles. E o que é ainda mais instigante: os norte-americanos não têm importação de animais ou produtos animais da China. Sendo assim, foi por outra via que o vírus foi levado às granjas e hoje já atinge cerca de 60% do rebanho dos Estados Unidos. “Há muitas dúvidas e perguntas a serem respondidas com relação à doença”, lamenta.

Gravidade

O epidemiologista da Agroceres PIC, que acompanhou in loco a situação nos Estados Unidos, explica porque a PED preocupa tanto: para o Brasil, expõe Linhares, há uma preocupação em manter o país livre de muitas doenças que a Europa e os Estados Unidos são positivos, para garantir o diferencial do país no mercado. De outra parte, ele relata que a PED tem uma manifestação clínica muito agressiva, sendo que há perdas médias de 2,5 leitões por porca (em granjas de três mil matrizes, seriam 7,5 mil leitões não desmamados em uma janela de cinco a seis semanas). Houve granjas de seis mil matrizes sem desmamar leitão por quatro semanas consecutivas. O prejuízo chega, portanto, a aproximadamente 10% da produção anual dos Estados Unidos em pouco mais de um mês. A mortalidade em algumas granjas nos Estados Unidos, cita Linhares, foi de 100% nas primeiras semanas de infecção e 80% a 70% nas semanas seguintes.
Alguns frigoríficos, inclusive, chegaram a parar a linha de produção por falta de animais para o abate. De acordo com o Rabobank (banco dos Estados Unidos), em 2013, o abate de suínos no país caiu em torno de 12,5% e em 2014 deve reduzir de 12,5% a 15% devido às consequências da Diarreia Epidêmica Suína. O preço do suíno no mercado futuro (transação comum nos EUA) teve queda significativa na oferta de leitões no mercado. “A virulência e o impacto econômico que a doença causa são extremamente graves”, reforça.
A alta transmissibilidade do vírus é outro fator que torna a PED uma doença “perigosa” para a suinocultura. O especialista da Agroceres PIC relata que junto com as fezes do suíno é jogada uma grande quantidade de vírus para o ambiente, que possuem uma alta capacidade de sobrevivência. Linhares faz um comparativo: a maioria dos vírus não mantém por muito tempo, à temperatura ambiente, partículas o bastante para causar infecção. Contudo, estudos demonstram que o vírus da PED continuam sendo viáveis até 14 dias depois, além de ser necessária apenas uma baixa carga viral para causar a infecção no suíno.

Transmissão

O médico veterinário expõe que os vírus ficam alojados nas células do intestino dos animais, onde se replicam e depois são eliminados pelas fezes. Assim, os animais precisam ingerir via oral alguma partícula viral. O vírus da PED tem se disseminado de maneira indireta, entre as possíveis formas estão os humanos que transitam nas granjas e todo produto, seja de nutrição, sanitário ou de simples manejo, que entra nas propriedades. Assim, em uma granja infectada, o vírus está em todo lugar – no ar, no pó, nas paredes, na ração, na roupa das pessoas etc. “Tem alguma forma de transmissão do vírus que ainda não está totalmente explicada. Mas as vias indiretas são um grande gargalo para a prevenção e controle da doença”, enfatiza.
Os animais adultos infectados que superam a doença têm desenvolvido uma certa imunidade à reinfecção. Porém, Linhares alerta que a maior parte dos leitões não resiste à virulência da doença. Nesse contexto, o epidemiologista da Agroceres PIC acentua a importância da biossegurança na granja, cumprindo rotinas importantes como o vazio sanitário de quem chega do exterior. “O vírus continua atuante por duas semanas, então, quem entra em uma granja e tudo que o acompanha, vai carregar o vírus ainda por pelo menos 14 dias. Em teoria está infeccioso e precisa cumprir o vazio sanitário”, alerta.

Fonte: O Presente Rural

Continue Lendo

Suínos

Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Suínos

Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

Publicado em

em

Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.