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Suínos Rio Grande do Sul

Suinocultura precisa reequilibrar oferta e demanda, defende Folador

Conforme o presidente da Acsurs, a crise tem acometido drasticamente agroindústrias e produtores independentes, e até mesmo integrados estão recebendo menos ou apenas “empatando” os resultados.

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Foto: Arquivo/OP Rural

A suinocultura brasileira vem aumentando sua produtividade ano após ano, mas a demanda por toda essa carne suína, no consumo interno e nas exportações, não cresceu da mesma maneira, desbalanceando o mercado e reduzindo o preço pago ao produtor rural, que já sofre com a alta nos custos de produção. O resultado são margens de lucro negativas, que se estendem desde o final de 2021 e devem acompanhar o setor ao menos até o primeiro trimestre de 2023. A opinião é do presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, que defende um reequilíbrio que passaria necessariamente por mais vendas ou diminuição do volume produzido.

“No Rio Grande do Sul fechamos o ano de 2022 com crescimento de 4,5% a mais que em 2021, assim com o Brasil, que deve fechar 2022 com crescimento em torno de 5%. Enquanto tivermos o pé da produção na frente da demanda, dificilmente vamos recuperar preços dos suínos. Em 2023 vamos crescer algo em torno de 3%. Continuamos com a produção à frente da demanda. O que vai equilibrar é a velha lei da oferta e demanda”, destaca o presidente da Acsurs.

Para Folador, um aquecimento no consumo, especialmente por conta do movimento de exportações, poderia balancear melhor o cenário econômico. “O que pode resolver o problema da suinocultura brasileira é uma maior demanda, tanto no consumo interno quanto nas exportações”, avalia.

Os preços baixos pagos ao produtor devem permanecer no início deste ano. “Entramos 2023 com preço do suíno baixando, a oferta de animais continua parecida com a do final de 2022. O preço derreteu, caiu, pressionando as margens negativas do produtor. O produtor vem com essa margem negativa desde 2021 e vai ao menos o primeiro trimestre em 2023. Se nada de diferente acontecer, as indicações mostram margem negativa para o suinocultor no primeiro trimestre”, reforça.

O segundo trimestre, explica o presidente da Acsurs, sempre tem um aquecimento de consumo no mercado interno, o que pode ser positivo, junto com a perspectiva de mais exportações para novos destinos, como México e Chile. “A partir do segundo trimestre podemos ter uma surpresa positiva se ampliarmos o volume de exportações. Se isso acontecer, vai aliviando a pressão interna entre oferta e demanda”, aponta Folador.

Custos

O cenário não é favorável, segundo o presidente, porque os custos de produção continuam a patamares elevados. “No primeiro semestre, minha visão é que teremos custo de produção muito parecido com o que fechamos o ano de 2022, com pouca variação para mais ou para menos. Os preços do milho é do farelo de soja não tendem a baixar muito. No Rio Grande do Sul temos a terceira seca consecutiva, com quebra de safra. Neste ano estimamos que a quebra deva ficar entre 30 e 40%. O farelo de soja tem mostrado enfraquecimento nas cotações, mas também vejo manutenção nesses patamares elevados, com poucas variações. Será um primeiro semestre muito desafiador em relação a custos”, menciona o líder associativista. “Mesmo se tivermos uma excelente colheita de milho no Centro-Oeste em julho ou agosto, vamos ter milho a cerca de R$ 90 a saca. Além disso, temos que ver também a exportação de milho, que é outro ponto determinante para que tenhamos mais ou menos pressão para o preço no mercado interno”, destaca.

Em 2023 o mercado da suinocultura deve ser muito parecido com o que foi 2022, com a possibilidade de ser melhor e com mais exportações. “Não consigo visualizar nada muito diferente em 2023 do que foi 2022, a não ser uma questão de demanda maior, principalmente exportações. Precisamos vender mais para ajustar oferta e demanda para voltar a viabilizar economicamente a suinocultura”, menciona o presidente.

Independentes

Ainda de acordo com Folador, a crise tem acometido drasticamente agroindústrias e produtores independentes, mas até mesmo integrados estão recebendo menos ou apenas “empatando” os resultados. “O principal problema está na suinocultura independente. O Rio Grande do Sul tem um plantel de cerca de 360 mil matrizes, das quais 60 mil estão nas mãos do produtor independente, que está tendo prejuízos. Não é diferente com as agroindústrias de maneira geral. O produtor integrado, verticalizado, dentro das agroindústrias e do sistema cooperativo, pode não estar ganhando muito, mas também não está tirando dinheiro do bolso para cada suíno entregue. Ele também está apertado, mas não tem prejuízo econômico direto”, aponta. “Essa crise de custos que a suinocultura vem vivendo desde o último trimestre de 2021 pegou toda a cadeia produtiva da suinocultura, do produtor independente ao setor agroindustrial, que tem que carregar todo sistema de integração no seu caixa”, sustenta.

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Fonte: O Presente Rural

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Colunistas

Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

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Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
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