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Suínos / Peixes

Suinocultura moderna: de onde, para onde

Nesse cenário moderno, o papel da nutrição na produção animal vai além de buscar a maior produtividade com o menor custo

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Artigo escrito por Giselle Gallio, promotora Técnica e Comercial – Aves e Suínos Paraná da Nutriquest Technofeed e mestranda em Nutrição Animal pela Unioeste

O acesso facilitado a informações e o “conhecimento técnico” de consumidores sobre sua alimentação estão forçando as cadeias produtivas a buscar tecnologias que, além de eficientes, também estejam de acordo com a opinião pública

Até início século XX, quando o suíno moderno passou a ser parte da cadeia produtiva brasileira de carnes, resultado do cruzamento de raças puras, a gordura era o principal produto da suinocultura, tendo esses animais, pouco mais de 40% de carne magra. Em um século, a genética, nutrição e demais tecnologias disponíveis, melhorando e otimizando a cadeia produtiva, gerou animais com 20% a mais de carne magra do que se buscava há 100 anos e dessa forma, participando com expressivos 13,5% do mercado de carnes brasileiras, colocando o Brasil no quarto lugar no ranking mundial de produção de carne suína.

Nesse cenário moderno, o papel da nutrição na produção animal vai além de buscar a maior produtividade com o menor custo. Tem-se a necessidade de acompanhamento de novas tecnologias, buscando uma produtividade com menor geração de resíduos e nesse formato, os aditivos fitogênicos com foco nutricional ou sanitário estão ganham espaço.

Alguns Números

O grande inimigo da suinocultura está relacionado ao volume de produção de dejetos ou mesmo de resíduos sólidos decorrentes de processos produtivos da cadeia. E nesse ponto, os avanços do conhecimento da nutrição desses animais tem papel fundamental nos controles necessários.

Apenas 19,4% da carne suína produzida no Brasil é exportada e tem a Rússia e China como principais compradores, com aproximadamente 65% do volume. E, da mesma forma que o mercado de aves ou bovinos, há necessidade de o Brasil manter sua produção em atendimento à legislação de outros países, de pelo menos, todo o volume destinado à exportação e, estes países têm regras a serem cumpridas, principalmente referentes à nutrição desses animais.

Entre 2012 e 2013, o Brasil teve uma redução de aproximadamente 11% no alojamento de matrizes e nos últimos quatro anos, manteve o número reduzido, se comparado aos anos anteriores. Porém, nesse mesmo período, a produção de carne suína brasileira teve um aumento de pelo menos 8,5%. Ou seja, o uso adequado da tecnologia permitiu a criação de fêmeas mais prolíferas, grandes responsáveis pela produtividade do setor.

Mercado Interno

Mais de 80% da produção de carne suína é destinada ao mercado interno e, tendo o Brasil sua legislação diferente dos principais importadores de carne, a nutrição desses animais ainda está buscando maior produtividade com menor custo e, dessa forma, o impacto ambiental referente à produção de ração e o metabolismo dos nutrientes não faz parte do polinômio produtivo.

O meio ambiente fala

Uma especialista em controle de qualidade de fábrica de alimentos para animais, cita em um dos seus artigos que o processo de limpeza de fábrica de ração se dá de modo mecânico, onde o arraste de sujidades é uma das principais formas de limpezas de equipamentos. Porém, também segundo a estudiosa, esta é uma forma de geração de resíduos sólidos, ou seja, ainda se faz necessária que a geração de resíduos e dejetos da cadeia produtiva seja de menor impacto ao ambiente.

Nutrição e não química

Aditivos químicos promotores de crescimento ou nutricionais podem não ser completamente metabolizados ou utilizados pelos animais, sendo excretados nas fezes ou urina. As saponinas, princípios ativos de alguns fitogênicos, são responsáveis pela redução de amônia e poluição do ar no interior de granjas podendo também ser uma ferramenta quando na redução de geração de gases tóxicos e metabolitos poluentes.

Os principais modos de ação pelo qual os produtos fitogênicos exercem os seus efeitos positivos sobre os rendimentos produtivos e a saúde dos animais são as suas ações antimicrobianas e estabilizadoras da microflora intestinal, antioxidantes, antiestresse, nutrigenômicas e imunomoduladoras, tendo especial relevância as suas propriedades antimicrobianas e imunomoduladoras quando são adicionadas em dietas pós-desmame para leitões.

Óleos essenciais e extratos vegetais

Os óleos essenciais e os extratos vegetais, mesmo que timidamente, entram na nutrição de suínos. O maior impasse hoje para a ampliação do uso de aditivos fitogênicos é o pouco material disponível para conhecimento dessas tecnologias.

Dentre as ações dos aditivos fitogênicos, são citados principalmente aumento da digestibilidade e absorção de nutrientes, absorção de nitrogênio, resposta imune, modificações histológicas gastrintestinais e atividade antioxidante.

Na nutrição, estudos com aditivos fitogênicos em substituição a vitaminas oferecem uma gama de produtos que tem como principal característica moléculas biodisponíveis, oferecendo ao animal além do efeito vitamínico, menor necessidade de gasto energético para metabolização. Estudos preliminares do uso de vitamina D fitogênica mostram que a substituição da forma química disponível no mercado pelo aditivo fitogênico manteve a os níveis minerais conforme o esperado no metabolismo dos animais.

Um dado bastante relevante é o fato de que, tanto os óleos essenciais quanto as vitaminas de origem herbal mostram seu efeito bactericida/bacteriostático ou metabólico respectivamente mesmo em doses mais baixas que quando avaliadas in vitro ou quando comparado à dosagem usual de seus análogos químicos. As fitomoléculas são dependentes de estrutura, metabolismo do animal.

Futuro

Os números de mercado e a tecnologia disponível oferecem à suinocultura brasileira grande espaço para crescimento, tanto em geração de conhecimento quanto em cifras. A necessidade de pesquisas de aditivos alternativos na produção animal não é recente, porém, a suinocultura, por motivos variados, permaneceu por um grande tempo à sombra de outras culturas de produção, mas que, aos poucos, toma seu papel e assume sua importância dentro da economia que se encontra.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2017.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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