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Suínos Prejuízo milionário

Suinocultura independente pode encolher com grave crise

O caos chegou e os prejuízos são milionários nas granjas independentes de suínos do Brasil, em razão das quedas do valor pago pelo quilo do suíno vivo ao produtor, somadas ao aumento de custo dos insumos, com destaque para o milho, em um quadro ainda mais agravado pela frustração de safras com as estiagens na região Sul.

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Arquivo/OP Rural

O que se previa nos últimos tempos, infelizmente, está se confirmando: a suinocultura independente, aquela que arca com todos os custos de produção e que faz ciclo completo na criação comercial de suínos, sem qualquer ligação com empresas integradoras, e que comercializa diretamente seus animais com frigoríficos de pequeno e médio porte, está desaparecendo, envolta em gravíssima crise financeira, que terá transtornos ainda não calculados, mas que certamente irão impactar vários setores da economia, com os quais a atividade se relaciona, desde a logística de transporte de animais até o varejo, chegando aos consumidores. A opinião é do especialista em Agronegócio e consultor da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Cesar da Luz.

“Os produtores independentes de suínos estão contabilizando diariamente imensos prejuízos financeiros e vendo o caos tomar conta das granjas e o desespero aumentar a cada hora, pois a crise na atividade traz consigo um quadro lamentável: os animais confinados não têm mais ração, começam a perder peso e isso pode levar a uma espécie “abate sanitário”, sem proporções na história recente da suinocultura.

Os suinocultores não conseguem mais repor seus estoques de ração, porque seus recursos financeiros foram acabando com a alta dos insumos. Os preços do milho e do farelo de soja dispararam, enquanto o preço do suíno vivo despencou desde meados de dezembro, quando a cotação entrou em queda livre. E essa combinação de fatores negativos implantou um verdadeiro caos nas granjas independentes, que não conseguem mais seguir arcando com os prejuízos que já são milionários.

Ao ser vendido, um animal com peso de 100 quilos resulta em um déficit de cerca de R$ 400 para o produtor. Isso dá ideia da dimensão do prejuízo das granjas, que se elevou a um patamar insuportável, dependendo do volume de animais da granja, de matrizes e leitões, até animais terminados que não conseguem ser absorvidos pelo mercado de abate, que está com excedente de produção. Ou seja, há muitos animais acima do peso ideal de abate esperando para serem carregados aos frigoríficos, inclusive das integradoras.

Com excesso de oferta, o quadro foi agravando a crise no embate entre os custos de produção e o preço de venda do suíno vivo. Para acelerar o processo de quebra nas granjas de suínos independentes, veio a estiagem na safrinha de milho na região Sul, especialmente no estado do Paraná, segundo maior produtor do grão, elevando ainda mais o preço do milho, principal componente da ração animal.

Há dias os produtores vêm adotando diversas ações na tentativa de encontrar meios que atenuem a crise, mas no fim de janeiro ela chegou ao ápice neste quadro de dificuldades instaladas nas granjas desde o ano passado, período que foi marcado por quedas acentuadas no preço do suíno, diferentemente dos anos anteriores, 2019 e 2020, quando os suinocultores puderam se recompor um pouco das perdas passadas. Agora, não se consegue visualizar uma solução para o problema, e como última medida de contenção, aparece o chamado “abate sanitário”, medida que requer autorização das autoridades sanitárias dos governos estaduais.

As entidades que compõem o sistema suinícola, incluindo as associações estaduais do Rio Grande do Sul (Acsurs), Santa Catarina (ACCS), Paraná (APS), Mato Grosso (Acrismat), Minas Gerais (Asemg) e São Paulo (APCS), que concentram os maiores produtores independentes de suínos do país, assim como a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), já tentaram de tudo para salvar a atividade das granjas independentes e fizeram várias demandas e manifestos junto ao governo federal, através do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mas as medidas adotadas, como a manutenção da isenção das alíquotas de contribuição incidentes na importação do milho (PIS/Cofins) até dezembro de 2022 não foram suficientes para reverter o quadro, devido a esse conjunto de fatores que, combinados, tornaram a crise praticamente irreversível”.

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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