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Suinocultura independente está cada vez mais concentrada em São Paulo

O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, fala sobre o modelo independente e suas possibilidades de crescimento e inovação no Estado mais rico do Brasil e oitavo na produção de suínos, com 3,22% do total produzido no país em 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

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Foto: Shutterstock

A suinocultura é uma importante atividade econômica no Estado de São Paulo, responsável por produzir mais de 200 mil toneladas de carne suína anualmente. No entanto, a produção não recebe novos investidores há mais de 15 anos e concentra-se em poucos produtores independentes, que enfrentam desafios como o altos custos de produção e a falta de área para cultivo de grãos. Apesar disso, há perspectivas positivas para o setor, como a verticalização da produção com frigoríficos próprios e a utilização de dejetos suínos para produção de adubo orgânico e energia. Nesta reportagem concedida ao jornal O Presente Rural, o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, fala sobre o modelo independente e suas possibilidades de crescimento e inovação no Estado mais rico do Brasil e oitavo na produção de suínos, com 3,22% do total produzido no país em 2021, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

“A produção de suínos em são Paulo basicamente é toda independente. Mais de 95% da suinocultura paulista é independente. O cenário foi construído em função dos custos de terra e das atividades econômicas que o produtor rural paulista tem em sua propriedade. São poucos produtores que têm como primeira atividade a suinocultura. Esse cenário foi formado consorciando a suinocultura a outras atividades agrícolas”, destaca o presidente.

Presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira – Foto: Divulgação/APCS

Ele explica que o Estado não recebe novos investidores há cerca de 15 anos e que nos últimos tempos as granjas estão cada vez mais concentradas em grandes empreendimentos. “Temos hoje no rebanho paulista em torno de 75 mil matrizes, produzimos em torno de 200 a 220 mil toneladas de carne suína e o Estado consome em torno de 900 mil toneladas de carne suína. A suinocultura em São Paulo não cresce a mais de 15 anos. Não temos nenhum novo investidor na suinocultura paulista há cerca de 15 anos, temos apenas mudanças de mãos. Os grandes estão incorporando as granjas, num processo de arrendamento das instalações. Por isso podemos afirmar que a suinocultura paulista está concentrada em poucos produtores”, aponta.

Ferreira explica, no entanto, que alguns produtores estão criando seus próprios frigoríficos para verticalizar a produção. “É uma suinocultura independente, praticamente todos têm o ciclo completo. Agora, no entanto, como diferencial, alguns produtores já têm seu próprio frigorífico. Isso demonstra que a tendência para a suinocultura paulista é a verticalização”, acentua.
Para o presidente da APCS, a proximidade do grande centro consumidor, com possiblidade de entregar carne fresca praticamente todos os dias, ajuda a suinocultura do Estado. “Estamos próximos do consumidor. Não existe outro estado tão próximo ao consumidor final. Com a produção primária e o frigorífico, temos a facilidade de colocar na prateleira das grandes redes ou açougues um produto muito in natura, abatido no início do dia e entregue no final do mesmo dia”, destaca Ferreira.

Futuro

O presidente explica ainda que a tendência para o suinocultor se manter na atividade é reduzir a venda de carcaças e trabalhar com a produção de cortes, agregando valor ao produto, além de outros gatilhos para a sobrevivência nas oscilações do mercado independente. “A tendência é continuar uma suinocultura cada vez mais tecnificada, cada vez mais empresarial, buscando trabalhar com cortes em frigoríficos, já que entendemos que a carcaça é um subproduto. Entendemos que para o suinocultor paulista sobreviver, ele vai ter que necessariamente ter sua propriedade consorciada com uma atividade agrícola, para que possa usar os dejetos dos suínos e para fazer a fertirrigação das lavouras. Além disso, ele tem que estar muito próximo do frigorífico para que consiga abater com custo logístico mais baixo possível. Em terceiro, estamos muito próximos do consumidor, isso é um atrativo para a suinocultura paulista. Não acredito que esse modelo vai mudar nos próximos anos”, elenca o presidente.

Para ele, só grandes empresários, com visão, vão sobreviver no mercado da suinocultura de São Paulo. “A suinocultura paulista vai sobreviver a mais essa crise em função que que estão no setor quem tem poder empresarial, levam atividade à risca, principalmente preocupados com custos de produção dentro de uma realidade do preço de venda. Enquanto houver mercado de carne in natura ou resfriada a suinocultura paulista vai sobreviver”, argumenta.

Ele destaca, ainda, que eficiência é palavra de ordem para quem produz em um Estado que não é autossuficiente em grãos. “O que nos preocupa é o custo de produção, já que a área de terra para cultivos, principalmente de milho e soja, é pequena. Então sempre vamos depender de grãos de outros estados. Por isso tem que ter eficiência na granja, produzir com menor custo possível”, argumenta, dando destaque também para um olhar profundo sobre o mercado. “Temos que olhar o mercado, que sempre forma o preço final, seja o mercado brasileiro, seja o mercado globalizado. Acredito na suinocultura para o futuro observando três questões: produção de proteína animal, produção de dejetos transformados em adubo orgânico e a utilização dos dejetos via biodigestor para produção de energia”, argumenta.

Para a liderança da suinocultura paulista, outra chance dos suinocultores tem relação com o maior consumo de carne suína visto nos últimos anos. “Temos capacidade de crescimento no consumo de carne suína per capita nos próximos dez anos. É a carne mais viável em termos de sabor. A aceitação que ela está tendo perante o consumidor nunca tínhamos visto nas últimas décadas, por isso acreditamos em um cenário positivo para o setor em São Paulo e no Brasil”, menciona o presidente da APCS.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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