Suínos
Suinocultura é mais que suinocultor e agroindústria
A cadeia de valor da suinocultura é formada muito mais do que por suinocultores e agroindústrias. Produtores de grãos, técnicos, médicos veterinários, zootecnistas, empresas de equipamentos para os galpões, caminhoneiros, criadores de softwares, pesquisadores… A própria imprensa especializada, como O Presente Rural. A suinocultura envolve centenas de milhares de pessoas, todos os dias, direta e indiretamente no Brasil.

A cadeia de valor da suinocultura é formada muito mais do que por suinocultores e agroindústrias. Produtores de grãos, técnicos, médicos veterinários, zootecnistas, empresas de equipamentos para os galpões, caminhoneiros, criadores de softwares, pesquisadores, donos de restaurantes, produtores de aditivos alimentares, fiscais sanitários, estivadores e empresas de transporte marítimo… A própria imprensa especializada, como O Presente Rural. A suinocultura envolve centenas de milhares de pessoas, todos os dias, direta e indiretamente no Brasil.

Diretor do Negócio de Suínos da Seara, Fábio Soares – Foto: Divulgação/Seara
Para entender um pouco mais sobre toda essa cadeia, O Presente Rural entrevistou Fábio Soares, diretor do Negócio de Suínos da Seara. “É um importante setor que movimenta a economia do país, gerando milhares de empregos e renda para toda a cadeia produtiva, que vai do produtor rural ao consumidor”, sustenta o diretor.
A JBS é a líder global em alimentos à base de proteína e a suinocultura representa um importante setor nessa cadeia de valor. No segmento de suínos, a companhia conta, no Brasil, com a Seara, que é uma de suas principais Unidades de Negócios. De acordo com o último balanço, a Seara – que opera na produção de suínos, alimentos preparados e aves – registrou uma receita líquida de R$ 9,6 bilhões no terceiro trimestre 2021, crescendo 38% na comparação anual. Até o final de 2022, a empresa completará investimentos de R$ 3 bilhões, que irão gerar um faturamento adicional de R$ 7 bilhões.
Os números da empresa demonstram a importância da suinocultura para milhares de famílias. “A marca Seara conta, atualmente, com cerca de 86 mil colaboradores, sendo mais de 12 mil dedicados à produção industrial e outros 3,5 mil no campo. Todos os suínos são criados por mais de 2,6 mil produtores em granjas com controle de ambiência, critérios de bem-estar animal, ou seja, com as melhores condições de alimentação, ventilação, umidade, temperatura e biosseguridade. Esses produtores ficam, geralmente, nas mesmas localidades ou regiões próximas das plantas frigoríficas”, destaca Soares.
São oito unidades de processamentos de suínos no Brasil, que estão localizadas nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. A matéria-prima que sai das fazendas percorre um longo caminho até chegar a várias partes do mundo. “Com o desenvolvimento de linhas de valor agregado, baseado sempre em qualidade, os produtos da Seara estão tanto nas prateleiras dos pequenos mercados, quanto nas das grandes redes varejistas, além de serem exportados para cerca de 130 países”, destaca o diretor.
Ele menciona que a suinocultura ajudou a viabilizar financeiramente pequenas propriedades rurais. “A garantia de qualidade da cadeia de produção está baseada na relação diferenciada entre Seara e seus 2,6 mil fornecedores integrados, que produzem com exclusividade para a companhia. É uma parceria em que os produtores recebem todos os insumos – leitões, 100% da ração e assistência técnica. Ao produtor cabe a responsabilidade sobre a mão-de-obra e o cuidado com os animais. Desse modo, formamos uma parceria em que há viabilidade econômica para os integrados e à indústria”, cita.
Investimentos
Na parte de suínos, a Seara tem investido na expansão da produção de algumas de suas unidades e no lançamento de produtos de maior valor agregado e na ampliação da participação no mercado nacional e internacional, diz Soares.
A suinocultura usa cada vez mais tecnologias para ter uma produção de precisão. Isso significa mais gente dentro da cadeia de valor. “A JBS faz investimentos contínuos em pesquisas e tecnologias de ponta. A cultura inovadora da companhia está presente no desenvolvimento de novos produtos, no monitoramento de matérias-primas e nas operações fabris. A Seara, por exemplo, emprega sistemas de rastreabilidade aos seus mais de 2,6 mil produtores integrados para buscar a melhor gestão da cadeia, focada na qualidade, sanidade e bem-estar animal”.
O papel de cada ator do negócio tornam, na opinião de Fábio Soares, a suinocultura “um importante setor que movimenta a economia do país, gerando milhares de empregos e renda para toda a cadeia produtiva, que vai do produtor rural ao consumidor. Isso faz com o que o país produza produtos suínos de qualidade, com marcas conceituadas, como a Seara, que atendem o mercado interno e também enviam seus produtos para todo o mundo. A carne suína brasileira é reconhecida pela qualidade e custo competitivo”.
Futuro
O engajamento cada vez maior de empresas como a Seara em questões relativas a sustentabilidade também expande a cadeia de valor e torna as atividades ainda mais harmônicas entre todos que contribuem para que a carne chegue ao prato do consumidor. “Temos nos dedicado a garantir as condições necessárias para que nós e nossos parceiros da cadeia de valor continuemos prosperando. Temos como missão alimentar o mundo com o que há de melhor. Fizemos da sustentabilidade a nossa estratégia de negócio, promovendo a transição para uma economia de baixo carbono em toda a nossa cadeia de valor. Assim, a JBS tornou-se a primeira grande empresa do nosso setor a assumir o Compromisso Net Zero, comprometendo-se, até 2040, a zerar o balanço das emissões de gases causadores do efeito estufa em toda a nossa cadeia de valor”, destaca Soares.
Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.
Colunistas
Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.
O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock
Reposicionar para crescer
Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.
Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.
O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.
Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.
Digital: o novo campo do agro
As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels
compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.
Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.
Promoções e estratégias de varejo
Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.
Marketing como elo da cadeia produtiva
A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.



