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Suínos / Peixes

Suinocultura dribla crise financeira e prova potencial da Carne Suína Brasileira

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 A crise econômica no país trouxe uma série de preocupações para a economia brasileira.  Apesar disso, para a cadeia da suinocultura, o ano de 2015 encerra com dados positivos e grandes conquistas.  Se por um lado a alta do dólar aumentou os custos de produção, de outro, o mercado interno se manteve com bons preços e alta demanda.  A carne suína vem ganhando espaço na mesa dos brasileiros e entrando como uma alternativa vantajosa, seja pelo seu sabor, qualidade ou custo-benefício. Aliado a estes fatores, a alta nos preços dos cortes bovinos oferece a proteína suína uma janela de oportunidades para se firmar no mercado nacional. 

Assim, a escolha do consumidor em levar carne suína no lugar de outras opções mais baratas é celebrada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), que por meio de iniciativas inovadoras e ações de promoção, como o conceito “Escolha + Carne Suína”,  contribuíram para a inserção da proteína na mesa dos brasileiros.

O recorde de abate de suínos, o segundo de 2015 de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no 3º trimestre corrobora o momento positivo. Foram 10,18 milhões de cabeças, com uma alta de 5,1% em relação ao 2º trimestre, alcançando o maior resultado desde o início da pesquisa, em 1997. Além disso, as fortes demandas nas exportações também auxiliaram no crescimento da atividade, com uma expectativa de exportação total em torno de 540 mil toneladas, superando as 494 mil toneladas de 2014. 

Segundo estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção brasileira de carne suína deverá atingir 3,643 milhões de toneladas em 2015, sendo este volume 4,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, que foi de 3,471 milhões de toneladas. Já o consumo per capita do Brasil chegará a 15 quilos, índice 2,7% superior em relação ao registrado em 2014. Ademais, para o próximo ano, o setor de suínos prevê um crescimento de 2% a 3% na produção nacional e também um leve aumento do consumo per capita no país. De acordo com a entidade, os números são resultado do trabalho integrado entre os elos da cadeia de produção da suinocultura.

Conforme especialistas do setor, o desempenho positivo mostra o potencial da proteína e a necessidade de manter os investimentos de promoção no mercado interno. Na visão do consultor de mercado Fabiano Coser, apostar no mercado e no marketing é o caminho a ser seguido. “Esse binômio é a chave do crescimento sustentável da atividade e a garantia de bons preços aos produtores, tanto no que se refere à ampliação do mercado externo, com o atendimento das regras dos mercados mais exigentes, quanto do mercado interno, dependente ainda de forte ação de marketing setorial”, diz.

Ainda na avaliação de Coser, a atual conjuntura deve perdurar pelos próximos anos, o que representa uma grande oportunidade para carne suína no mercado brasileiro. “O alto preço da carne vermelha aliado à forte retração da economia vai impulsionar o consumo das proteínas mais baratas, como suínos e aves, e neste aspecto a carne suína é a grande novidade para o consumidor brasileiro. Assim, caberá ao setor produtivo se organizar para aproveitar a janela de oportunidade que se abre no mercado interno, que busca novas opções de consumo, mas também demanda informação em relação ao produto”, avalia.

Compartilhando do mesmo pensamento, Fernando Barros, executivo de Atendimento para Perecíveis da Dunnhumby, empresa líder mundial em ciência do consumidor com atuação em mais de 30 países, afirma que os consumidores brasileiros vêm criando o hábito de consumo da carne suína, independente da alta nos preços da proteína bovina. “A tendência de migração para carne suína não é exclusiva para aqueles clientes que buscam preço baixo em suas compras, mas também ocorre nos consumidores menos sensíveis ao preço e que procuram também qualidade de produtos em suas cestas”, conclui.

Destaque nacional

Ciente da importância de integrar a cadeia e dar seguimento às atividades para o desenvolvimento setorial, em 2015 a ABCS fortaleceu suas ações para a promoção da carne suína. A 3ª Edição da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS) e o lançamento do conceito “Escolha + Carne Suína”, estão entre os destaques que representaram um marco no mercado de proteínas do Brasil.

Durante a SNCS, a parceria com o Grupo Pão de Açúcar, maior rede varejista da América Latina, proporcionou o destaque da proteína em mais de 500 lojas por todo o Brasil, que foram decoradas com campanhas educativas que destacavam o conceito “Escolha + Carne Suína” para oferecer uma diversidade de cortes suínos aos consumidores, provando o potencial do produto no mercado brasileiro. O resultado foi o aumento de mais de 20% nas vendas de carne suína nas lojas Extra e Pão de Açúcar.

A entidade também lançou um canal inédito de comunicação com o consumidor. O site maiscarnesuina.com.br traz informações sobre o sabor, a saúde e a qualidade da proteína e tornou-se referência na estratégia de marketing setorial.

A presença da proteína na mídia nacional foi outro grande feito do setor este ano. Com o agravamento da situação financeira do brasileiro, a carne suína surgiu como oportunidade de economia no supermercado.  O excelente custo benefício fez com que o produto ganhasse espaço por mais de uma vez em matérias do Jornal Nacional, do programa global Mais Você, em mídias impressas, digitais e em demais programas e telejornais especializados. Além disso, o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), uma parceria da ABCS com o Sebrae junto a suas afiliadas, realizou cerca de 300 ações em 14 estados e mais de 12 mil capacitações nesse ano promovendo a carne suína e educando o consumidor.

A coordenadora do PNDS, Lívia Machado, aposta no poder transformador das ações de marketing realizadas pela entidade e vê o crescimento da popularidade da carne suína na mesa do brasileiro um resultado do trabalho desenvolvido. “2015 foi um ano de muitas realizações para a suinocultura e para a ABCS. Temos visto resultados expressivos do trabalho desenvolvido ao longo dos anos, que foi potencializado com a criação do conceito ‘Escolha + Carne Suína’, que vem aproximando cada vez mais os consumidores da proteína.  Levamos a eles o significado do nosso produto”.

Com 60 anos recém completos, a ABCS mostrou que ainda tem fôlego para estar à frente da cadeia suinícola brasileira. Além da forte presença no cenário político junto a Frente Parlamentar da Suinocultura e do Departamento Nacional de Integração, a entidade incentivou a união dos produtores com empresas do setor em busca da sustentabilidade da atividade com a criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS), um catalisador das conquistas do setor, e bateu a meta estabelecida para 2015 com 470 mil matrizes e 13 empresas amigas. 

Para Marcelo Lopes, presidente da ABCS, as conquistas demonstram a força da união do setor suinícola brasileiro. “Cada vez mais nossa cadeia produtiva tem entendido a necessidade de se unir para fortalecer o setor por meio de ações que levem a carne suína para a mesa dos consumidores brasileiros. Não tenho dúvidas de que estamos no caminho certo e que esse continuará sendo o foco do trabalho da ABCS em 2016”, disse.

Fonte: Ass. Imprensa

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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