Suínos No interior do Paraná
Suinocultura da Unioeste recebe selo Frimesa por excelência em bem-estar animal e rastreabilidade
Setor de suínos do campus de Marechal Rondon passa a integrar programa que exige altos padrões de segurança e sustentabilidade.

A suinocultura desenvolvida pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), no campus de Marechal Cândido Rondon, acaba de alcançar um novo patamar de reconhecimento. No dia 25 de junho, o Setor de Crescimento e Terminação de Suínos da instituição foi oficialmente certificado pelo Programa Suíno Certificado Frimesa — iniciativa que estabelece padrões rigorosos de qualidade, rastreabilidade e bem-estar animal na produção de carne suína.
O programa, voltado a granjas que buscam garantir excelência na produção, exige uma série de adequações estruturais, treinamentos contínuos e auditorias técnicas para assegurar conformidade com critérios de sustentabilidade e segurança alimentar. A certificação é resultado de um esforço coletivo que envolveu corpo docente, estudantes e parcerias institucionais, com destaque para o apoio da cooperativa Copagril e de empresas do setor privado.
O setor certificado está localizado na Fazenda Experimental Professor Antônio Carlos dos Santos Pessoa, na Linha Guará, e abrange os galpões de crescimento, terminação e uma creche, cuja inauguração está prevista para o início de agosto. A estrutura é fruto de uma colaboração entre recursos públicos e investimentos da iniciativa privada, reforçando o modelo de cooperação para inovação no campo.
A coordenação do setor de suínos está sob responsabilidade do professor Dr. Paulo Levi de Oliveira Carvalho desde 2013. Além de ministrar a disciplina de suinocultura nos cursos de Zootecnia e Agronomia — tanto na graduação quanto na pós-graduação —, Carvalho lidera o Grupo de Estudo e Pesquisa em Suínos da universidade. Em mais de uma década de atuação, o setor tem sido palco para dezenas de trabalhos acadêmicos, incluindo trabalhos de conclusão de curso, dissertações de mestrado, teses de doutorado e pesquisas de pós-doutorado, além da publicação de artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais.
Segundo o docente, a conquista da certificação representa a consolidação de um projeto de longo prazo. “ É uma conquista que vem se buscando a muitos anos, com a parceria da Copagril, empresas privadas e além da dedicação dos alunos e funcionários, principalmente na busca de recursos para as adequações e treinamentos”, afirmou.
A Unioeste, com esse reconhecimento, se consolida como uma referência em ensino, pesquisa e extensão voltados à suinocultura, contribuindo ativamente com o avanço técnico e científico do setor no Oeste do Paraná e no Brasil.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



