Notícias Semana Nacional da Carne Suína
Suinocultura brasileira estreia no meio digital com lançamento da SNCS
O evento deu start na campanha que se estende até o dia 15 de outubro em mais mil lojas de norte a sul do Brasil

A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) reuniu na quinta-feira (1°) as principais lideranças da suinocultura e do varejo brasileiro, junto a parceiros institucionais, para o Lançamento da Semana Nacional da Carne Suína (SNCS) no Youtube. O evento digital e ao vivo foi transmitido para mais de 150 pessoas no YouTube e deu o pontapé inicial na campanha que começa hoje e vai até o dia 15 nas 8 maiores redes de varejo do país.
A SNCS é uma iniciativa que visa dialogar com o consumidor através do varejo, unindo consequentemente todos os elos da cadeia suinícola. O presidente da ABCS, Marcelo Lopes assumiu mais uma vez o compromisso em realizar essa missão. “A ABCS tem levado até o varejo e ao consumidor que a carne suína é saudável e segura. E se hoje nós conseguimos fazer isso é por que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (FNDS) abre essa possibilidade.” Marcelo Lopes abriu o evento ao lado da diretora de marketing e projetos da ABCS, Lívia Machado, relembrando a trajetória da SNCS e prestando uma homenagem a um importante responsável por sua estruturação, Leonardo Miyao que ajudou a constituir a iniciativa e faleceu no início deste ano. Em seguida o Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), José Guilherme Leal destacou a contribuição da Semana Nacional para todo o setor: “a campanha valoriza toda a cadeia da suinocultura brasileira, onde podemos falar da importância do nosso produto e produtores.”
Com a palavra, o Deputado Federal Alceu Moreira (MDB) um dos principais defensores do agronegócio no Câmara elogiou a atuação da ABCS. “Vocês fizeram o que boa parte do agronegócio não conseguiu fazer, que é comunicar e inserir a carne suína na cultura das pessoas. Quero parabenizar a todos os suinocultores pela qualidade, abastecimento, manejo e bem-estar animal. A suinocultura é um eixo enorme da economia brasileira, nós estamos em todos os lugares.” César Risette, gerente do Sebrae Nacional também se pronunciou dizendo que a SNCS “é uma história de sucesso.” Seguido pelo superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) Márcio Milan que ressaltou o histórico de realizações alcançadas: “são 14 anos trabalhando com os pilares de educação, comunicação e transparência.” E justamente por valorizar esse alicerce que este ano a SNCS se reinventou, se adaptando ao novo momento e migrando para o digital. O novo modelo não trouxe apenas desafios, mas possibilidades, como a de alcançar um número ainda maior de pessoas. Lívia Machado comemora os mais de 1.500 colaboradores capacitados ao longo dos treinamentos. “Focamos em levar saúde e sabor. Acreditamos em melhorar a experiência humana, capacitar, educar e transformar. Esta jornada foi incrível.” Além disso, o uso da gastronomia como instrumento foi ainda mais evidente nesta versão, segundo o chef de cozinha Jimmy Ogro que ministrou a oficina Paixão por Carne Suína, “precisamos mostrar outras possibilidades, educar é transformar as pessoas, dentro de casa, fora dela e também no trabalho.”
Pronunciamento das redes participantes
E para selar o elo entre a cadeia e as gôndolas, foram apresentadas as campanhas de marketing de todas as redes com direito a pronunciamentos de cada uma delas. Janaína Borges Brito, gerente de marketing do Oba Hortifruti, reiterou a parceria: “estamos separados fisicamente mas juntos com um único propósito de levar informação com transparência e qualidade, trabalhando com essa proposta de desmistificação da carne. Fazer parte de um projeto como esse é sensacional pra quem busca evolução no mercado, crescimento da categoria e crescimento de vendas.”
Márcio Santana, diretor comercial do Lopes Supermercados, também espera um crescimento em vendas da rede que participa pelo terceiro ano seguido da iniciativa. “Treinamos os nossos açougueiros, diversificamos os cortes de carne suína e esperamos que o consumo cresça em cerca de 50% ou mais, pois sabemos que a categoria tem espaço para crescimento. O Lopes acredita nessa iniciativa.”
Mariangela Ikeda, diretora comercial do Hortifruti e Natural da Terra, rede falou sobre a identificação da proposta com a missão da rede “que é ofertar uma vida mais natural. É papel do varejo alimentar fomentar iniciativas mais sustentáveis, seguras e saudáveis. É muito bacana ver o quanto esse conhecimento passa dentro das empresas e gera uma motivação. Cada vez conseguimos evoluir mais o conceito e o valor que essa proteína tem. As lojas estão lindas, todas vestidas. O consumidor consegue visualizar toda essa diferença.”
Patricia Mendes diretora de perecíveis do GPA reitera a união do Extra e Pão de Açúcar com a ABCS. “Não temos dúvidas que será um grande sucesso. A Semana vai ser sim digital, mas todos os nossos açougueiros estão preparados para entregar uma boa experiência para o consumidor, transformando o ato de comprar numa atividade prazerosa. A nossa parceria com a ABCS não acontece só durante a semana, nós já viemos com uma história de crescimento e aumento de consumo através do PDS. E agora construímos um plano de compras que visa a sustentabilidade e sem deixar de considerar as especificidades da cadeia produtiva. Vamos fazer dessa Semana uma grande potencialização de oportunidades.”
Mensagem corroborada pelo diretor comercial do Carrefour, Ernesto Dizioli. “É uma responsabilidade do varejista colocar esse produto em destaque aumentando o número de cortes, pois os consumidores buscam nas nossas prateleiras novas opções e novas receitas. Esse momento traz pra nós também uma responsabilidade social, hoje o carrefour tem um selo controle de qualidade desde o nascimento do suíno até a chegada em loja, mas hoje todas as redes têm produtos de qualidade graças aos produtores. O Carrefour já está crescendo na categoria, mas espera crescer ainda mais 25% neste período.”
Alessandro Fernandes, gerente de perecíveis do Grupo Big encerrou o pronunciamento das redes falando sobre o propósito da campanha. “Conectar toda a cadeia não é uma missão fácil, mas a ABCS faz isso com maestria. Nós reconhecemos um potencial de crescimento dessa proteína é gigante no Big. Teremos o enfoque no digital, mas priorizando o time em loja, pois a paixão que vocês transmitem para os colaboradores vai fazer com que neste período nós tenhamos uma execução impecável, não apenas durante esses 15 dias, mas por muito mais tempo.”
Marcelo Lopes agradeceu a presença de todos, as empresas amigas, contribuintes do FNDS e toda a equipe da ABCS. “Nós não conseguiríamos fazer isso sozinhos, estamos aqui porque caminhamos em cadeia. A gente vem se transformando, aprendendo com o mundo e quebrando paradigmas. É um trabalho sem fim a cada ano transmitindo mais informação e mais paixão!”

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



