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Suinocultura: alicerce da BRF e poderosa fonte de bem-estar social

O jornal O Presente Rural entrevistou o diretor Ciex Agropecuária da BRF, Guilherme Brandt, que mostra o quanto a atividade vai além da produção de alimentos.

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Arquivo/OP Rural

O jornal O Presente Rural entrevistou o diretor Ciex Agropecuária da BRF, Guilherme Brandt, que mostra o quanto a suinocultura vai além da produção de alimentos. Uma das maiores companhias de alimentos do mundo, a BRF tem suas raízes na suinocultura e sabe da importância que a atividade tem para o bem-estar das pessoas no campo e na cidade até hoje.

Diretor Ciex Agropecuária da BRF, Guilherme Brandt – Foto: Divulgação/BRF

Diante de tanta história e relevância, não poderia ser diferente: a BRF contra ataca o atual cenário de altos custos e preços baixos com emprego de alta tecnologia e práticas de sustentabilidade em seu sistema produtivo. Conheça mais sobre o que a suinocultura representa para o país e para a BRF, companhia com mais de 85 anos de história e uma equipe de mais de 100 mil colaboradores, espalhados por 117 países, atendendo milhares de clientes em todo o mundo.

O Presente rural – O que a suinocultura representa para a BRF?

Guilherme Brandt – A suinocultura é um dos alicerces da história da BRF. Atividade primordial na fundação da Perdigão e Sadia, a história da suinocultura catarinense se confunde com a fundação das nossas marcas e do desenvolvimento da região em que estavam inseridas. Além disso, a carne suína é uma proteína de excelente qualidade e está presente na mesa de milhões de pessoas no Brasil e em diversos outros países. Neste contexto, a suinocultura tem um papel fundamental no crescimento, lucratividade e sustentabilidade da BRF. A produção é caracterizada pelo sistema de integração e produção verticalizada, um modelo de sucesso no país que funciona há mais de 80 anos.

O Presente Rural – Qual a movimentação financeira que a suinocultura tem na BRF, incluindo, por exemplo, carnes, rações, transportes, assistência técnica, etc.?

Guilherme Brandt – Estes são dados estratégicos não divulgados isoladamente pela empresa. O faturamento global em 2021 alcançou R$ 48,3 bilhões, com grande contribuição da produção de suínos, tanto com as vendas no mercado interno quanto externo.

O Presente Rural – Quantas pessoas estão direta e indiretamente ligadas à suinocultura na companhia?

Guilherme Brandt – A suinocultura é uma importante fonte de emprego e a BRF é responsável por uma enorme fatia desses empregos, contando com parceiros integrados, seus colaboradores, transportadores e fornecedores de forma geral. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) a suinocultura empregou diretamente cerca de 126 mil pessoas com massa salarial de R$ 3,34 milhões. A estimativa é de que para cada emprego direto foram gerados cerca de sete empregos indiretos, totalizando 923.394 empregos indiretos formalizados em 2016.

O Presente Rural – Quantos produtores rurais estão integrados no setor e em que regiões estão situados?

Guilherme Brandt – A produção da BRF é caracterizada pelo sistema de integração e produção verticalizada, um modelo de sucesso no país, que funciona há mais de 80 anos e tem garantido a sustentabilidade dos negócios no campo. Pelo modelo, a BRF fornece os animais, ração, medicamentos, insumos de forma geral e assistência técnica especializada e o parceiro integrado tem a terra, instalações, equipamentos e mão-de-obra. São aproximadamente 10 mil parceiros integrados na suinocultura e avicultura, localizados nos estados de RS, SC, PR, MG, GO e MT.

O Presente Rural – Onde estão situadas as plantas frigoríficas para suínos da companhia?

Guilherme Brandt – A definição da localização das plantas frigoríficas da Companhia foi determinada de acordo com o início da atividade da empresa em Santa Catarina e, posteriormente, com construções, expansões e/ou aquisições de outras plantas seguindo o plano estratégico de crescimento. Também levamos a produção para novas fronteiras agrícolas no Centro-Oeste, como em Mato Grosso.

Atualmente, temos plantas com abate de suínos nos municípios de Campos Novos, Concórdia e Herval D’Oeste (SC), Lajeado (RS), Toledo (PR), Rio Verde (GO), Uberlândia (MG) e Lucas do Rio Verde (MT). Cabe acrescentar que o beneficiamento é fruto de uma cadeia viva, longa e complexa, que inclui a genética própria, com o trabalho nas granjas da BRF localizadas nos municípios de Faxinal dos Guedes (SC) e Mineiros (GO), e envolve a produção por meio das propriedades localizadas em diferentes municípios, além dos citados anteriormente, onde temos nossas indústrias, temos a produção das fases anteriores, como em Videira e Marau por exemplo.

O Presente Rural – Qual a atual produção de carne e derivados e para onde vai essa produção?

Guilherme Brandt – A carne suína é a proteína animal mais consumida no mundo, e os suínos produzidos na BRF tornam-se alimento para milhões de brasileiros. A proteína também está presente na mesa de milhões de famílias ao redor do mundo, como nos mais de 10 países que a BRF exporta sua produção, incluindo China, Vietnã, Singapura, Hong Kong, Angola e Chile.

Frente aos novos padrões de consumo alimentar humano, é crescente o interesse por produtos que aliem características sensoriais atrativas à versatilidade e à qualidade nutricional. Neste cenário, embora ainda não lidere o consumo de carnes no Brasil, a carne suína vem ganhando espaço nas gôndolas de supermercados com produtos diferenciados e cortes nobres, como picanha, copa lombo, filé mignon e alcatra, cada vez mais presentes nos pratos dos consumidores. Em 2021, o volume de produção 4,6 milhões de toneladas de alimentos produzidos e distribuídos em 127 países, entre aves, suínos e industrializados.

O Presente Rural – Como a suinocultura ajudou a viabilizar financeiramente pequenas propriedades rurais?

Guilherme Brandt – A suinocultura tem um papel fundamental na viabilidade financeira de pequenas propriedades rurais. Sobretudo na região Sul do país, a suinocultura é uma das principais atividades do campo. A suinocultura facilmente se insere em pequenas propriedades, pela versatilidade da atividade, onde não há necessidade de grandes áreas e é, na sua maioria, gerida pela mão de obra familiar.

Mesmo com a oscilação do mercado ao longo dos anos, a suinocultura é uma atividade rentável e atua de forma decisória para a manutenção de pequenas propriedades, auxiliando na redução do êxodo rural, onde já não existe mais o abismo que já houve em relação ao meio urbano, sobretudo no acesso a informações, tecnologias e inovações. As transformações tecnológicas e sociais que vêm ocorrendo nos últimos anos na suinocultura aproxima o campo da cidade, valorizando o meio rural e a permanência de jovens na atividade.

O Presente Rural – Há alguma relação entre IDH e a suinocultura?

Guilherme Brandt – Existe uma correlação positiva entre a oferta de emprego na produção e abate de suínos e aves, confirmando que a suinocultura, além de contribuir para os indicadores macroeconômicos, é importante instrumento de desenvolvimento das regiões. Esse fato é nitidamente observado em cidades onde a BRF está presente. O município de Concórdia, por exemplo, com 75 mil habitantes, está entre os 40 melhores índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) do Brasil de acordo com ranking divulgado em 2013, com dados de 2010. Ainda que este dado não possa ser atribuído apenas à presença da atividade, pela força que a suinocultura tem na região, certamente contribui para isso.

Pesquisadores da Embrapa analisaram esse mesmo contexto, usando o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, elaborado nacionalmente pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro. Pelo indicador da Firjan, Toledo tem um índice de 0,8786, acima da capital paranaense, Curitiba, com 0.851. Em Santa Catarina, Concórdia também supera a capital do estado, com pontuação de 0.878 ante 0.858 de Florianópolis. O mesmo ocorre com Lucas do Rio Verde, onde temos forte presença da suinocultura. A cidade tem o melhor indicador Firjan no Mato Grosso, com pontuação 0.835 ante 0.826 da capital, Cuiabá.

O Presente Rural – Quais os planos e projetos para o setor suinícola da BRF para os próximos anos?

Guilherme Brandt – A suinocultura é uma atividade muito dinâmica que vem apresentando um crescimento, tanto na produção quanto na exportação nos últimos anos. Naturalmente, temos o nosso plano estratégico de crescimento, expansão e modernização da atividade, porém, sempre estamos de olho nos mercados nacional e internacional para balizar a melhor tomada de decisão de momento de crescimento ou estabilização da produção de acordo com a demanda e oferta. Seguimos como um dos players mais importante do setor, colocando novos pratos prontos com carne suína e cortes premium para o consumidor, valorizando e estimulando, por exemplo, a opção por esta proteína no churrasco, além de opções práticas no preparo de refeições do dia a dia.

O Presente Rural – A suinocultura usa cada vez mais tecnologias para ter uma produção de precisão. Fale sobre como esse setor de tecnologias tem se inserido dentro da suinocultura?

Guilherme Brandt – Ao passo que a produção animal evolui em todo mundo, a suinocultura da BRF se destaca como atividade cada mais especializada que facilmente absorve novas tecnologias em favor do aumento da produtividade aliado a um produto de alta qualidade. A suinocultura vem gradativamente englobando as novas tecnologias que vêm surgindo ao longo dos anos.

A tecnologia é empregada em toda a cadeia, desde a genética, onde temos a seleção de bisavós por meio de segmentos de DNA (seleção genômica), testes coletivos de desempenho e conversão alimentar por meio de sistemas eletrônicos de alimentação, todo nosso recurso de experimentação interna em nossas Granjas Experimentais exclusivas para produção e pesquisa própria; os recursos de sensoriamento de granjas, através das variáveis ambientais (climatização, concentração de gases e ventilação); georreferenciamento das propriedades, uso de App próprio para abordagens diretas, gerenciamento e comunicação com nossos produtores e extensionistas, a entrega de sêmen por drones, automatização dos sistemas de alimentação, peso por imagem, identificação, monitoramento e testes preditivos de sanidade e desempenho, nutrição direcionada por fase da vida e insumos, diferentes sítios de produção de acordo com a categoria e uma relação direta com universidades e órgãos de pesquisa.

O uso de drones otimizou a distribuição de sêmen desde nosso Centro de Difusão Genética (CDG) até nossas granjas próprias de produção em Faxinal dos Guedes (SC). Antes o processo levava até duas horas, agora o fazemos em alguns minutos. O primeiro teste para a utilização do drone foi realizado em Toledo, no Paraná, no ano passado, e comprovou os ganhos com tempo, praticidade e segurança do transporte.

Acreditamos que uma mudança de patamar na produtividade vai ocorrer com o emprego de novas tecnologias, por este motivo buscamos estar à frente neste segmento no setor. Aliar a produção às ferramentas atuais, utilização da informatização, capacitação de produtores integrados, controle do indivíduo, participação dos integrados com o time técnico.

O Presente Rural – Além da produção de alimentos, como o senhor avalia o papel da suinocultura no agronegócio, no Brasil e para os brasileiros?

Guilherme Brandt – Para você ter uma ideia da importância da suinocultura para o agronegócio brasileiro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), em 2021 foram abatidos cerca de 52,9 milhões de cabeças de suínos, número que representa um crescimento de mais de 7% em relação a 2020. Já a produção de carne suína foi de 4,891 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 9,1% em relação ao ano anterior.

Os ganhos também vêm do mercado externo, o que ajuda fortemente a balança comercial brasileira a ter indicadores positivos e a gerar emprego e renda por aqui. O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo, isso nos torna um importante player do setor. Nesse sentido, a atividade movimenta milhares de empregos de forma direta e indireta, atua marcadamente para o desenvolvimento econômico e social das localidades onde está inserida. Desenvolvimento de pequenas cidades, conhecimento ao pequeno e grande produtor, para desenvolver o campo, uma atividade de expressão e grande relevância na agropecuária e movimentação na economia.

O Presente Rural – Quais são os desafios e as oportunidades que o setor terá nos próximos anos?

Guilherme Brandt – Acreditamos que um grande desafio é manter o nosso elevado status sanitário que com certeza é um dos melhores do mundo. Outro ponto é o equilíbrio entre o aumento de custo de produção por aumento de preços de insumos e preço de venda da carne suína, que atualmente leva forte pressão ao setor.

Por outro lado, a carne suína é uma proteína muito versátil, in natura pode ser consumida assada, cozida, frita e grelhada. Bacon e pés de suínos fazem parte das tradicionais feijoadas brasileiras. Além disso, compõe diversos produtos embutidos como calabresa, linguiças, salsichas, salames e presuntos. É um alimento rico em ômega 3, selênio, proteínas de alta digestibilidade e valor biológico, vitaminas do complexo B, ferro, fósforo, potássio e zinco, nutrientes essenciais para uma alimentação saudável. Neste sentido, acreditamos que existe uma grande oportunidade de aumento de consumo interno de carne suína, podendo ir muito além dos 16 kg per capta atuais, de acordo com dados da ABPA.

Como a cadeia é muito dinâmica e sustentável, acreditamos ainda que uma grande oportunidade e desafio, ao mesmo tempo, é ampliar a aplicação de políticas ESG. Primeiramente a grande oportunidade com a redução no consumo ou uso racional de água em toda a cadeia, desde a produção até o produto embalado, a gestão e aproveitamento de resíduos na cadeia e uso de energias alternativas. Temos nosso compromisso público em relação às políticas de bem-estar animal muito alinhado às melhores práticas globais e inseridas no nosso Sistema de Excelência Operacional no Pilar de Sustentabilidade.

Outro desafio constante na suinocultura é a capacitação, tanto dos times técnicos de operação quanto da produção no campo. O desenvolvimento contínuo, treinamentos de aprofundamento de temas técnicos e comportamentais certamente serão cada mais exigidos pelo mercado. O tema de abordagem e extensão rural foi, é e estará sempre presente, necessitando ação contínua para garantir as boas práticas de produção. Apesar dos desafios, temos ótimas oportunidades e não podemos perder nossa essência de produzir com respeito às pessoas, animais e ao meio ambiente.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola e da piscicultura acesse gratuitamente a edição digital Suínos e Peixes.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Colunistas

Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

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Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
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