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Suínos Nutrição

Suinocultores menosprezam inter-relação entre nutrição e ambiente, alerta estudioso

Em uma granja de mil suínos em que a temperatura esteja um grau abaixo da zona de conforto, a perda de peso pode chegar a cinco suínos por dia

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Arquivo/OP Rural

Quando o assunto e nutrição de suínos em creche, muito se leva em conta a troca de alimentos nessa fase ou a qualidade da matéria-prima que se dá aos leitões, mas outros aspectos inerentes ao dia-a-dia da granja suinícola e que muitas vezes passam despercebidos podem reduzir o consumo de alimento e afetar o desenvolvimento dos animais por todas as outras fases. Em uma granja de mil suínos em que a temperatura esteja um grau abaixo da zona de conforto, a perda de peso pode chegar a cinco suínos por dia.

O exemplo quem deu foi o doutor em Zootecnia e professor titular do Departamento de Zootecnia, da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da Universidade de São Paulo (USP), Lúcio Araújo, para alertar sobre “deveres de casa” que os produtores não fazem e querem compensar na nutrição. Araújo falou sobre programas nutricionais em creche durante o Pork Nutrition Congress & Networking, evento que reuniu lideranças da suinocultura da América Latina no início de outubro, em Foz do Iguaçu, PR.

Para justificar sua posição, começou falando das mudanças que a genética proporcionou ao longo dos anos, como maior número de leitões nascidos por porca. “Há 20 anos a conversão alimentar era 3,5, nós abatíamos com 75 quilos de peso vivo e havia 17 desmamados/fêmea/ano. Se esses números prevalecessem até hoje, a atividade tinha acabado, pois eles não se sustentam mais. A genética promoveu mudanças e a nutrição teve que correr atrás (mudar)”.

O professor sugere que o número de desmamados/fêmea/ano, que, segundo ele, era de 32,5 em 2017, vai chegar a 43,5 em 2027. O problema é que as instalações não seguem essa tendência com exatidão. “A relação de leitões por comedouro é muito importante e as vezes negligenciada. Aumentamos o número de leitões, mas não aumentamos a relação de comedouros. Estudos mostram que quanto maior o número de animais por boca de comedouro, maior é o tempo que eles precisam para começar a se alimentar”, destaca. “Pelo menos nos primeiros dias o produtor deve colocar comedouros extras na baia para estimular o consumo”, sugere o professor. Ele frisa que estudos mostram que o animal vai conseguir comer a quantidade de ração que a genética determina somente três dias depois do desmame.

A temperatura é outro ponto crítico que interfere na alimentação e desempenho dos animais. Se estiver muito frio, por exemplo, eles deixam de se alimentar. “Para cada um grau abaixo da zona térmica de conforto, o animal perde de dez a 12 gramas por dia. Em um lote de mil animais, é como perder cinco animais por dia”, sustenta. “E se essa queda de temperatura for maior que um grau?”, questiona.

O baixo consumo pode ser agravado pelo fato de que a genética de hoje, segundo Araújo, exige que o animal coma menos. “A genética melhorou a conversão alimentar. O comportamento alimentar do animal de hoje apresenta característica de ficar mais deitado, redução na interação e redução de consumo”, pontua.

Esses são algumas das boas práticas de produção que muitas vezes são esquecidas, mas que diminuem o potencial da nutrição, pois são correlacionados. “Alguns aspectos são importantes para estabelecer planos nutricionais. Temos o dever de casa, mas não fazemos, daí queremos resolver todos os problemas com nutrição. Temos que ter boas práticas de manejo, garantir que animal tenha temperatura adequada para seu desenvolvimento, ter consumo de água, espaço”, exemplificou. “O sucesso de um programa de nutrição na creche vai muito além da escolha dos ingredientes e atendimento das exigências nutricionais. O grande desafio é a identificação e a interrelação dos diferentes fatores que envolvem o programa de nutrição”, mencionou o doutor Araújo.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2019 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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