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Suínos

Suinocultores independentes brasileiros concentram grandes planteis

A boa produtividade vem de um bom nível tecnológico e emprego das mais modernas genéticas suínas do mundo.

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Fotos: Divulgação/ Grupo Cabo Verde

Existem dois principais modelos de produção de suínos no Brasil. O primeiro é composto pelos produtores integrados e cooperados, que trabalham com o modelo verticalizado. As cooperativas e grupos agroindustriais fornecem os animais, a ração e a assistência técnica, enquanto o produtor entra com a mão-de-obra, energia elétrica e instalações. Nesse modelo, o produtor recebe de acordo com a produtividade do lote. O outro modelo é o suinocultor independente, que trabalha com todo o processo produtivo, das matrizes à terminação, geralmente com um grande número de animais.

Na atual crise da suinocultura, com custos de produção altos e preços baixos pagos pelo animal por parte dos frigoríficos, são os que mais sofrem, pois não têm as mesmas condições financeiras que os grandes grupos empresariais para suportar turbulências do mercado. No entanto, famílias e grupos empresariais de suinocultores independentes em todo o Brasil persistem na atividade, pois ela também é mais rentável em bons momentos do mercado.

O Grupo Cabo Verde, com quase 80 anos de existência, tem a diversificação agropecuária como matriz de seus negócios. Com sede em passos, no Estado de Minas Gerais, o grupo atua na produção de café, milho e outros grãos, carne bovina, leite e carne suína. Roberto Coelho, um dos proprietários, explica que o grupo iniciou na suinocultura para não ficar dependente apenas da renda anual do café e que a carne abastece boa parte do território mineiro. A suinocultura do grupo, com nove mil matrizes, é de ciclo completo, incluindo a produção das rações, com venda dos animais para frigoríficos mineiros.

“Nossa história na suinocultura começou em 1985, na região de Passos, em Minas Gerais. Entramos na suinocultura para ser uma fonte alternativa de renda, uma vez que na nossa propriedade era apenas café, com produção uma vez só por ano. Começamos para ter renda mais contínua, com 60 fêmeas em ciclo completo. Hoje temos nove mil matrizes em ciclo completo, distribuídas em seis unidades nas regiões Sul de Minas e Triângulo Mineiro”, conta Roberto Silveira Coelho, um dos sócios do Grupo Cabo Verde.

Ele explica que a produção é destinada ao Estado de Minas Gerais. “Um terço da nossa produção vai para o frigorífico de uma cooperativa onde somos associados. A outra parte atendemos mercados de Uberlândia, Poços de Caldas e Região Metropolitana de Belo Horizonte”, destaca.

A boa produtividade vem de um bom nível tecnológico e emprego das mais modernas genéticas suínas do mundo. “Temos um bom nível tecnológico, com sistemas de alimentação automatizados, climatização em maternidades. Recebemos o sêmen de uma empresa especializada parceira e temos outra empresa especializada parceira na linha genética de fêmeas. Somos multiplicadores de rebanho fechado. A gente tem uma granja núcleo onde a gente produz nosso próprio material genético, pagando royalties para essas empresas por produtividade”, destaca o produtor.

Família do suinocultor Roberto Silveira Coelho trabalha há 80 anos com a agropecuária no Brasil

Coelho menciona que o suinocultor brasileiro, especialmente o independente, tem enfrentado dificuldades, mas acredita em uma melhora no mercado a partir do segundo semestre de 2022. “O custo de produção vem em uma crescente principalmente desde outubro do ano passado, quando houve explosão dos preços das commodities e também por causa do câmbio (desvalorização do Real frente ao Dólar), que encareceu toda parte de premix e minerais. Depois houve o fechamento de mercado de exportação para a China e a oferta interna aumentou. O poder aquisitivo do brasileiro está relativamente baixo, aliado a um mercado que não tem a proteína suína como preferencial de consumo, apesar de ter preço acessível. Tem sido feito um bom trabalho das associações em relação ao marketing, para melhorar a participação da proteína suína no consumo do brasileiro. Colhe-se alguns resultados interessantes. Saímos de 15 para 17 quilos per capita/ano, mas isso não foi suficiente para absorver o volume de produção, levando a cotações muito baixas. Isso criou um desconforto muito grande no mercado. O produtor está vendendo abaixo do custo, tendo prejuízos muito altos. E quem mais tem sofrido é o setor independente “, pontua, emendando: “Agora melhorou um pouco. O custo caiu um pouco, o preço da proteína corrigiu um pouco, teve uma pequena valorização, mas ainda estamos operando no vermelho. Temos perspectiva que no segundo semestre a gente possa estar melhor. Tradicionalmente no segundo semestre os preços são melhores que no primeiro. Por outro lado, existe a expectativa de reabertura do mercado da China. Também temos a expectativa da colheita da safrinha a partir de junho, que pode gerar uma oferta de milho e reduzir os custos. No segundo semestre a proteína vai valorizar um pouco mais, apesar de que não acredito em preços muitos altos, e os custos vão cair um pouco, trazendo mais equilíbrio para a atividade daqui pra frente”, pontua Coelho.

O grupo Cabo Verde, que conta com aproximadamente 800 funcionários, destina aproximadamente 250 colaboradores para o trabalho com a suinocultura.

 

Fonte: O Presente Rural

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Foto: Shutterstock

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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