Suínos / Peixes O Rambo da suinocultura
Suinocultor com oito mil matrizes alavanca VBP de pequeno município do Paraná
Jorge Rambo e família geram emprego e renda para diversas famílias de município de quatro mil habitantes
A história do suinocultor Jorge Foellmer Rambo na atividade se confunde com a própria história da família. Desde muito pequeno já ouvia o pai falando da importância da atividade para o sustento da casa. Ainda menino, foi o “escolhido” entre cinco irmãos para o ser parteiro da propriedade. “Eu era um menino bastante magro, e com isso o pai logo me adotou como o parteiro. Quando uma porca não conseguia fazer o parto ele dizia que eu tinha que tirar o leitão, fazer uma intervenção”, lembra.
Foi ali, ainda menino, que surgiu em Rambo o amor pela profissão de suinocultor. “Desde pequeno eu ouvia meu pai falar que tínhamos que ter suínos para ter renda quando a safra de grãos não era boa”, lembra. “E fazendo o serviço você começa a pegar gosto pela coisa”, afirma. Dessa forma, a atividade sempre foi algo que chamou a atenção do suinocultor. “O meu pai e meus irmãos gostavam mais da agricultura. Mas eu sempre via que quando dava zebra, tínhamos os suínos para vender e assim ter renda”, lembra.
A família era de Itapiranga, Extremo-oeste de Santa Catarina, mas se mudaram quando Rambo ainda era menino para o Paraná. “Meu pai era um pequeno suinocultor. Ele tinha umas 30 ou 40 matrizes. Mesmo assim ele conseguiu vários prêmios como produtor exemplar, já que éramos associados da (Cooperativa) Copagril na época”, diz. Ele lembra que a família escolheu Entre Rios do Oeste, no Oeste do Paraná, para morar porque também os avós maternos e tios se mudaram do Estado vizinho para o município de quase quatro mil habitantes. “Foi assim que foi feita, inclusive, a colonização do Oeste do Estado. Famílias vindas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul que vieram construir suas histórias”, conta.
Atualmente, o suinocultor possui oito mil matrizes próprias e entrega aproximadamente seis mil suínos gordos por semana. Números significativos para uma cidade tão pequena, mas que são importantes para todos que moram lá. De acordo com o levantamento do Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, o Valor Bruto da Produção Rural de 2018 do município foi, em sua maioria, vinda da suinocultura. Dos R$ 210 milhões, 38% foram oriundos de suínos de corte e 17% de suínos para recria. É o valor mais representativo em VBP Agropecuário de todo o Paraná.
Além disso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018 a região Sul concentrou quase metade dos suínos do país: 49,7%. Santa Catarina foi responsável por 19,2% do total nacional, o Paraná por 16,6% e o Rio Grande do Sul por 13,8%. Foram ainda estimadas a existência de 4,8 milhões de matrizes de suínos – o que significa que, do efetivo total de suínos (41,4 milhões), 11,6% corresponderam a matrizes (aumento de 1,5% em relação a 2017), tendo essa criação também destaque na região Sul, onde se encontravam 42,2% desse efetivo.
Da integração para independente
Rambo lembra que, no passado, quando o fomento das cooperativas começou, era interessante fazer parte. “Porque todo o concentrado você retirava do lote, integração. E quando você entregava o suíno você pagava aquela ração. Na época da inflação, a margem chegava a dar 30 ou 40%. O lucro era enorme para quem trabalhava bem”, comenta.
O suinocultor se formou técnico agropecuário e continuou administrando o negócio de suínos da família. “Então, lá pelos anos 1990 nós estávamos vendendo os suínos que engordávamos para a Frimesa. Na época tínhamos o ciclo completo. Assim começamos um projeto com a Sadia de fazer uma UPL para 300 matrizes. O recurso era pouco. Me lembro que foi financiado para oito anos pelo Banco Real via Sadia e ficamos com essa granja de 50 matrizes onde a gente entregava o suíno para a cooperativa”, recorda.
“Como todo estudante, tinha sempre muitas ideias, e sempre dizia para o meu pai que tínhamos que avançar e o nosso desconto estava muito alto na cooperativa, porque a gente pagava fundo rural, quota capital e outras coisas. Eu dizia que de cada 100 suínos, o sistema ficava com quase seis, e isso é muito”, conta. Dessa forma, a ideia foi começar a trabalhar de forma independente. “A suinocultura é algo de altos e baixos. Então, eu vejo que um dos segredos do setor é trabalhar essas oscilações. Elas são constantes e podem ser fatais. Tanto que éramos milhares de suinocultores independentes no país, mas agora não são tantos quanto antes. Seria muito importante que ainda hoje fossemos muitos, e não algo concentrado nas mãos de poucos”, comenta.
Produção de sucesso
De acordo com Rambo, o sucesso da propriedade se confunde com a parceira que existe entre eles e o grupo Friella. “Somos parceiros há 15 anos. No início éramos pequenos, entregávamos um volume de 40 a 70 suínos por semana. Mas crescemos e hoje continuamos avançando, e sempre parceiros”, afirma.
O suinocultor informa que além da produção que ele tem na sua propriedade, há ainda mais de 120 granjas terceirizadas que trabalham com ele. “Na verdade, é um pequeno fomento que a gente tem. Temos produtores em oito municípios, onde temos produtores que fazem a terminação dos suínos dos nossos leitões”, diz.
Ele explica que ele possui aproximadamente oito mil matrizes e que faz o ciclo completo, além de comprar mais um volume razoável de leitões. “São pouco mais de dois mil leitões por semana, e isso a gente leva, boa parte, nas granjas terceirizadas”, explica. De acordo com Rambo, nas 120 granjas terceirizadas é oferecido por ele toda a assistência técnica e veterinária, já que eles têm um quadro com três médicos veterinários, além de toda a medicação e nutrição. “É bastante parecido com um sistema de fomento”, completa.
Negócio familiar
Rambo explica que até 2011 eles eram um grupo familiar. “Mas agora cada um está em uma cidade diferente. Um irmão está no Paraguai, outro no Mato Grosso e outro no Pará. A suinocultura, na verdade, antigamente era o que bancava todo o sistema, era o que dava a renda e ajudava. Mas em 2011 um dos meus irmãos faleceu e mais tarde foi o meu pai. Então nós nos separamos”, lembra. O suinocultor recorda que lamentou muito na época porque nenhum de seus irmãos quis ser sócio na suinocultura. “Eu tinha medo por conta desses altos e baixos e não planto lavoura. Então, de 2013 para cá nós direcionamos todo o foco no setor de suínos. Então o negócio começou a andar bem”, explica.
Como Rambo comentou, a suinocultura é de altos e baixos. Ele lembra que 2014 foi um ano péssimo para o setor. “Tivemos um momento em que todo o capital não pagava as dívidas. Minha esposa e eu pensamos em largar tudo e fugir. Chegamos inclusive a ver uma área no Piauí para comprar e largar tudo aqui. Era tão ruim que a gente tinha por semana valores absurdos de prejuízo, e quando dá prejuízo você fica sem crédito”, diz. “Eu sempre digo que suíno não come dinheiro. Ele come milho e farelo, que são duas comodities internacionais dolarizadas. Então, na época estávamos sem crédito e o setor estava amargando prejuízos enormes e a gente não sabia o que fazer”, lembra.
Mesmo com o constante pensamento em abandonar tudo, Rambo conta que permaneceu na atividade e tirou aprendizados do período sombrio. “A gente foi desafiado. Um dos pequenos segredos e que ajudou a impulsionar o setor foi que como nunca tinha um apoio intensivo do grupo familiar, nós fomos obrigados a investir muita coisa. Porque se você compra um barracão, ele tem seus custos embutidos, ele é caro. Com isso, no passado, a gente começou a fazer celas parideiras, abrimos uma metalúrgica na propriedade. A gente é meio que polivalente dentro da fazenda”, afirma.
Mesmo sem o apoio dos irmãos, foi na esposa Lisete que Rambo encontrou seu braço direito para os negócios. “Minha esposa é arquiteta e urbanista e eu sou engenheiro agrônomo, ambos profissionais com CREA. Começamos a abrir a metalúrgica interna, fazemos postes, pré-moldados, começamos a construir a granja com pouco recurso. É a minha esposa quem comanda todas as obras, os projetos, tudo o que tem na propriedade é ela quem projetou. Ela é importantíssima para o nosso sucesso”, reitera.
Além da metalúrgica e das granjas, a propriedade conta ainda com uma fábrica de ração própria e biodigestor, onde eles fazem o aproveitamento de todos os dejetos dos suínos.
Setor é desafiador
Rambo comenta que é importante o suinocultor saber que os investimentos no setor devem ser constantes, mas o retorno é lento. “Hoje estamos pegando contas do passado e projetando, ao mesmo tempo, o futuro”, afirma. Ele lembra que a crise provocada pela greve dos caminhoneiros foi algo ímpar. “Tivemos um prejuízo milionário, todo o nosso rebanho no campo deu uma conversão alimentar ruim, faltou comida em média uns 10 dias até normalizar tudo. Levamos meses para pagar a conta desse período”, lembra.
Segundo o suinocultor, o setor exige investimento constante. “Você tem que estar o ano inteiro reformando. E mesmo se for fazer um barracão de ponta, em seis meses tem algo faltando, algo novo que surgiu. Então, é algo desafiador, mas ao mesmo tempo que eu gosto demais”, assume. “Chegamos a conclusão de que é algo difícil. Por isso é preciso trabalhar com amor e entender como funciona o processo do suíno”, aconselha.
Outras notícias você encontra na 8ª edição do Anuário do Agronegócio Paranaense.
Suínos / Peixes
Pesquisadores adaptam técnica que acelera o crescimento do tambaqui
Por meio de um equipamento de pressão, é possível gerar um par a mais de cromossomos no peixe, gerando animais triploides e favorecendo o seu crescimento. Técnica foi adaptada de versões empregadas em criações de truta e salmão no exterior. Método gera animais inférteis, o que possibilita criações em regiões em que o tambaqui é exótico, uma vez que eventuais escapes não impactarão a fauna aquática local no longo prazo.
A Embrapa Pesca e Aquicultura (TO) estuda uma técnica capaz de deixar o tambaqui (Colossoma macropomum) aproximadamente 20% maior e mais pesado. A técnica consiste em gerar, por meio de aplicação de pressão nos ovos fertilizados, peixes com três conjuntos de cromossomos (triploides) – em condições naturais são dois conjuntos – para deixar o peixe infértil. Com isso, ele cresce e engorda mais rápido do que em condições normais. A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Aldessandro Costa do Amaral, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), sob a orientação da pesquisadora Fernanda Loureiro de Almeida O´Sullivan.
Além do crescimento mais rápido, a esterilidade provocada pela técnica de produção de peixes triploides é uma vantagem para a disseminação da piscicultura nativa. “Quando você tem um peixe estéril, abre a possibilidade de regularização de seu cultivo em uma região onde ele seja exótico”, ressalta a pesquisadora. Isso porque, em caso de escape para a natureza, os animais estéreis não ofereceriam risco de se reproduzir em regiões das quais eles não fazem parte como, por exemplo, a Bacia do Prata, no Pantanal. “Assim, você expande os locais em que a espécie pode ser cultivada, mediante a regularização da atividade”, destaca a cientista.
A tecnologia já é empregada no exterior em peixes como salmão e truta, e o maior desafio era adaptá-la para o tambaqui, a segunda espécie mais produzida no Brasil. “Nas pisciculturas de truta na Escócia, o peixe cultivado tem que ser obrigatoriamente triploide, para não desovar. Como essas espécies são criadas em gaiolas no mar, precisam ser estéreis para não se reproduzir, o que causaria uma contaminação genética na população natural. Por isso é uma obrigação que todos os peixes sejam triploides”, explica a pesquisadora, acrescentando que a técnica em si não é nova; a novidade está na aplicação em peixes nativos brasileiros. “É uma tecnologia antiga, relativamente simples e de grande efeito na aquicultura, que estamos adaptando para o tambaqui.”
Equipamento importado
A pesquisa faz parte do projeto Aquavitae, o maior consórcio científico já realizado para estudar a aquicultura no Atlântico e no interior dos continentes banhados por esse oceano. Por meio do Aquavitae, a Embrapa utilizou de 2019 até 2023, para os primeiros testes dessa técnica, um equipamento de pressão próprio para a indução de poliploidia de cromossômica em peixes. A empresa norueguesa Nofima cedeu o equipamento para os experimentos na Embrapa Pesca e Aquicultura. Trata-se de aparelho de grande porte que opera de forma automática, bastando regular a pressão e o tempo desejados. A máquina é inédita no Brasil. “O aparelho que mais se assemelha pertence à Universidade de Santa Catarina, porém, a aplicação da pressão é manual”, conta a pesquisadora.
Como é a técnica utilizada?
O´Sullivan explica que a pesquisa buscou definir três parâmetros cruciais para induzir à triploidia. Primeiro, o tempo após a fecundação do ovo em que se deve iniciar o choque de pressão. Depois, foi preciso definir a intensidade da pressão a ser aplicada para o tambaqui, e, por fim, a equipe teve que descobrir a duração ideal da pressão. “Tivemos que identificar esses três parâmetros para o tambaqui ao longo do projeto”, explica a cientista.
Para realizar a técnica, são utilizados um milhão de ovos recém fertilizados, que vão para a máquina de pressão. Em seguida ao choque de pressão, os ovos vão para as incubadoras comumente usadas e o manejo é igual à larvicultura tradicional e à alevinagem. A quantidade de ração também é a mesma por biomassa; apenas os peixes começam a crescer mais. A pesquisadora conta que o protocolo para obtenção de 100% de triploides levou cinco anos para ser alcançado, após vários testes-piloto.
Em seis meses, 20% maior
Durante a pesquisa, que avaliou o ciclo de crescimento e engorda do tambaqui triploide durante seis meses, observou-se que o peixe ficou 20% maior e mais pesado que os irmãos que não tinham passado pelo choque de pressão (usados como controle). O próximo passo da pesquisa é fazer uma avaliação durante o ciclo completo de crescimento da espécie, que dura 12 meses. “Produzimos um novo lote de triploides que deixaremos crescer até chegarem a um quilo. Se o resultado for o mesmo que tivemos com o peixe de seis meses, eles vão chegar a um quilo em menos de 12 meses”, calcula a pesquisadora, acrescentando que também estão sendo avaliadas a sobrevivência larval e a ocorrência de deformidades nesses peixes.
Outra característica que preocupa os pesquisadores são as consequências da triploidia no sistema imunológico destes peixes. Resultados preliminares indicam que o tambaqui triploide pode ter uma resistência reduzida a condições desafiadoras, como alteração da temperatura da água. Por isso, segundo a pesquisadora, antes que a tecnologia seja repassada para o setor produtivo, serão realizados estudos para a validação completa da técnica de produção de tambaquis triploides. “O primeiro passo era conseguir obter um protocolo que nos desse 100% de triploidia em tambaqui. Ficamos muito felizes e esperançosos de termos alcançado esse objetivo. Agora, outros estudos vão avaliar as vantagens e possíveis desvantagens dessa técnica na produção da espécie”, conclui Fernanda O’Sullivan.
Produção de tilápia usa outra técnica
Embora a infertilidade dos peixes seja uma vantagem para o crescimento do animal e para a expansão a novas regiões de produção, a triploidia não é indicada para a tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie mais produzida no Brasil. Segundo a pesquisadora, há para a tilápia uma técnica mais econômica, que promove a criação do monosexo do macho pelo tratamento com hormônio para esse fim.
“A tilápia também tem protocolo de triploidia desde 1980, mas não estão mais usando, pois fica mais barato fazer a masculinização pela ração”, ressalta O´Sullivan. Ao contrário do tambaqui, em que as fêmeas são maiores do que os machos, na tilápia, os machos é que são maiores. Assim, foram desenvolvidas técnicas para masculinizar as larvas da tilápia. Ainda, para se fazer a triploidia, os ovos devem ser fertilizados in vitro, ou seja, artificialmente. E a produção de larvas de tilápias hoje se baseia na reprodução natural dos casais e coletas dos ovos já em desenvolvimento.
No caso da criação de monosexo da tilápia, quando os alevinos começam a comer, é oferecida ração com metiltestosterona. Isso faz com que todos os peixes se tornem machos. Com a produção exclusiva de machos, além de acelerar o crescimento, evita-se problemas de reprodução desenfreada da espécie, que é exótica no Brasil.
A pesquisadora ressalta que a técnica do monosexo nada tem a ver com a triploidia. “A técnica empregada no peixe triploide está ligada ao crescimento e à esterilidade. A esterilidade é muito importante, porque é uma característica que o monosexo não tem. Os peixes são do mesmo sexo, porém são férteis”. Ela conta que a Embrapa já está pesquisando produzir monosexo de tambaqui feminino, também pelo uso da ração – no caso, acrescida de estradiol.
Suínos / Peixes
Exportações de carne suína são as menores desde fevereiro de 2023
Retração no volume exportado se deve à menor demanda de importantes parceiros do Brasil na Ásia, como China, Hong Kong e Singapura.
As exportações brasileiras de carne suína caíram fortemente em março, registrando o menor resultado, tanto em volume como em receita, desde fevereiro de 2023.
De acordo com dados da Secex compilados e analisados pelo Cepea, foram embarcadas 90,7 mil toneladas (produtos in natura e processados), queda de 6,3% em relação a fevereiro de 2024 e de 14,3% sobre março de 2023.
Segundo pesquisadores do Cepea, a retração no volume exportado se deve à menor demanda de importantes parceiros do Brasil na Ásia, como China, Hong Kong e Singapura.
Ainda assim, no primeiro trimestre de 2024, o total escoado somou 286 mil toneladas, 5,3% acima do embarcado nos três primeiros meses do ano passado e um recorde para o período, considerando-se a série histórica da Secex, iniciada em 1997.
Quanto à receita, o montante arrecadado em março deste ano, de R$ 953,2 milhões, ficou 6% abaixo do registrado no mês anterior e 25,9% inferior ao de março/23. No balanço trimestral, exportadores brasileiros receberam R$ 2,9 bilhões, queda de 11,8% frente ao mesmo intervalo do ano passado.
Notícias
Paraná ganha associação de produtores de peixes para ampliar potencial produtivo
Paraná Peixe terá sede em Toledo, no Oeste do Estado. Ela foi criada no 21º Seminário Estadual de Aquicultura, um dos eventos na ExpoLondrina. A formação da entidade contou com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), que atuou na mediação e coordenação dos trabalhos.
A piscicultura paranaense deve ganhar reforço na organização da cadeia e ampliação do potencial produtivo com uma nova associação de produtores. A assembleia de constituição da Peixe Paraná aconteceu na última terça-feira (09) durante o 21º Seminário Estadual de Aquicultura, na ExpoLondrina, no Norte do Estado.
A formação da entidade contou com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), que atuou na mediação e coordenação dos trabalhos.
O Paraná é líder nacional na produção de pescados. Em 2023 foram produzidas aproximadamente 200 mil toneladas. “Eu acredito que, pela organização, pelas iniciativas, sejam grandes ou pequenas, essa atividade vai ter um sucesso muito maior do que já está tendo. A gente vai ganhar mais eficiência na produção”, disse o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
A presidente em exercício do IDR-Paraná, Vânia Moda Cirino, falou sobre a relevância do trabalho desenvolvido em prol do setor. “Esse é um evento de grande importância, principalmente para a agricultura familiar. Nós queremos multiplicar essa produção. Todos os técnicos do Instituto têm se dedicado em levar conhecimento, tecnologia e planejamento para a atividade”, disse.Ela lembrou ainda que o IDR-Paraná lançou no ano passado, no Show Rural Coopavel, em Cascavel, o aplicativo “Venda seu peixe”, que visa facilitar a comercialização.
Com sede em Toledo, no Oeste, a associação está aproveitando a ExpoLondrina para cadastrar produtores da região interessados, mas ao longo do ano a diretoria deve buscar novas adesões no Estado.
Segundo o presidente da Peixe Paraná, Valério Angelozi, o principal objetivo da associação é conseguir mais representatividade. “É para a gente se fortalecer e buscar apoio para as demandas do setor. A aquicultura é uma das grandes forças impulsionadoras da economia do Estado”, disse.
Na avaliação dele, a piscicultura está passando por um bom momento no Paraná. “A demanda por proteínas saudáveis vem aumentando em todas as regiões, e isso tem proporcionado uma lucratividade muito boa”, afirmou.
Representando o Ministério da Aquicultura e Pesca na abertura do evento, Jackson Luiz da Cruz Pineli destacou o bom desempenho do Paraná no cenário nacional e explicou as políticas públicas federais voltadas ao setor. “Nós queremos ser parceiros de vocês”, disse.
Seminário
O Seminário Estadual de Aquicultura foi organizado pela Sociedade Rural do Paraná e Sistema Estadual de Agricultura e pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Ao longo do dia, a programação contou com palestras sobre sanidade, gestão, sistemas de informação, nutrição, manejo e melhoramento genético.